As melhores entrevistas da Gama em 2021 — Gama Revista
Conversas

As melhores entrevistas da Gama em 2021

Uma seleção de conversas notáveis que tivemos este ano sobre os assuntos que mobilizaram o debate público e os grupos virtuais

24 de Dezembro de 2021

Em seu segundo ano de existência, Gama seguiu firme na missão de decifrar alguns dos dilemas do mundo de hoje. Para isso, consultamos pessoas das mais diversas áreas, de comediantes a antropólogos, de filósofos a cientistas, de ecologistas a líderes de movimentos sociais, diretores de TV e psicanalistas.

Os temas das conversas dão um retrato dos assuntos que mobilizaram o debate público, assim como os grupos virtuais de amigos e familiares. Falamos de saúde mental e depressão. Dos entraves à ciência no Brasil, da uberização do trabalho, de fome. De racismo, luta indígena e violência contra crianças. De sexualidade, feminismo e masculinidade. De lixo, obsolescência programa, desmatamento e necessidade de reconexão com a natureza. De empreendedorismo, influência e NFT. De prazer, música, dança, humor e felicidade. E, acima de tudo, das transformações que queremos para construir outras possibilidades de futuro.

A seguir, um balanço de 2021 em trechos de algumas dessas entrevistas.

 Foto Divulgação/Ilustração Thiago Quadros

“A ampla maioria dos receituários de antidepressivos foram feitos por não-especialistas. E isso só foi possível porque se instituiu uma confiança popular de que as doenças mentais, a depressão em particular, é um transtorno cerebral, e aí qualquer médico pode tratar. Ela se reduziu a uma espécie de diabetes mental”

Christian Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo falou sobre como o significado da depressão foi se transformando ao longo da história na Semana “Estamos deprimidos?”

 Domínio Público/Alberto Henschel

“A reprodução dessa matriz cultural que vem do passado escravagista naturalizou, tanto para as elites quanto para as classes médias brasileiras, a ideia de que o trabalho doméstico precisa ser delegado a algumas pessoas, especialmente mulheres e negras”

Rosaly de Seixas Brito, doutora em antropologia, falou sobre sua investigação do trabalho de empregadas, babás, cuidadoras e outros serviços domésticos no país, historicamente marcados por essas desigualdades de gênero, classe e raça, na Semana “Você mesmo que fez?”

 Divulgação/MacArthur Foundation

“Nós ainda vivemos uma hierarquização do humano que foi criada no contexto da escravidão transatlântica. Vemos nos EUA e no Brasil as várias maneiras como tudo isso ainda interfere no presente, determina o acesso à educação, as oportunidades na vida”

Saidiya Hartman, escritora norte-americana e uma das principais intelectuais da atualidade, falou sobre seu livro “Perder a Mãe — Uma jornada pela rota atlântica da escravidão” (Bazar do Tempo, 2021), lançado este ano no Brasil

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 Foto Arquivo Pessoal/Ilustração Sariana Fernández

“O pedido vem e a gente nem sabe o que é. Aceita porque está desesperado para sobreviver”

Paulo Galo, líder dos Entregadores Antifacistas, falou sobre a luta pelos direitos dos entregadores de delivery e a uberização do trabalho na Semana “Onde você trabalha?”

 Getty Images/Thiago Quadros

“O modelo de capitalismo que desenvolvemos é essencialmente desumano. Ele está nos destruindo, por causa de todo o lixo que despejamos sobre o planeta, mas também por razões espirituais difíceis de quantificar”

Giles Slade, canadense doutor em história cultural e especialista em obsolescência programada, falou do capitalismo baseado no consumo repetitivo e da perda de diretos sobre o que compramos na Semana “O que é descartável?”

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 Ricardo Lima/Getty Images

“O Brasil, por sua localização continental, vai sofrer um aquecimento maior do que a média global e uma redução na precipitação mais importante do que em outras regiões do planeta”

Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP e membro do IPCC, falou da importância da preservação e dos impactos que o aquecimento global já está causando na Semana “Dá para salvar a Amazônia?”

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 Foto Mark W. Moffett/Minden Pictures

“Os humanos modernos são, em muitos aspectos, muito mais parecidos com certas formigas do que com nossos primos chimpanzés”

Mark Moffett, naturalista e fotógrafo americano, falou sobre o que temos em comum – e o que precisamos aprender – com outras sociedades do reino animal

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 Foto Divulgação/Ilustração Sariana Fernández

“O Brasil não se reconhece na sua própria língua. Então fica buscando formas de se diferenciar, se destacar, se tornar mais cosmopolita e acaba ficando jeca. Esse discurso corporativo cheio de inglês acho jeca, ignorante”

Sérgio Rodrigues, jornalista e escritor, que falou sobre como o Brasil vive uma relação esquizofrênica com a própria língua na Semana “O que você disse?”

 Foto Acervo Pessoal/Ilustração Isabela Durão

“Usar drogas faz parte da minha busca pela felicidade, e elas funcionam. Sou uma pessoa mais feliz e melhor por causa delas”

Carl Hart, neurocientista americano da Universidade Columbia autor do livro “Drogas para Adultos” (Zahar, 2021) falou sobre uso de drogas e política

 Gama Revista/Thiago Quadros

“A risada é o que nos sobra, é a única coisa que temos, a que podemos nos agarrar. Rir ainda é de graça e, no fim das contas, amanhã vai ser um novo dia — é um pouco isso que o brasileiro tem como mantra”

Fabio Porchat, em suas considerações sobre o humor em tempos de pandemia, fome, negacionismo, violência política e real na Semana “Tá rindo de quê?”

 Mariana Simonetti

“Não podemos viver como homens sem questionar uma única vez a questão da masculinidade. O masculino não é uma norma universal, mas uma categoria, um ponto de vista. Hoje, temos uma oportunidade histórica: a de refundar o masculino”

Ivan Jablonka, historiador e sociólogo francês autor do livro “Homens Justos — Do patriarcado às novas masculinidades” (Todavia, 2021) na Semana “O que é ser homem?”

 Foto Renato Parada/Ilustração Guilherme Falcão

“O amor é uma possibilidade de esperança, um sentimento que nos dá vontade de continuar. É fundamental nesse cotidiano distópico”

Natalia Timerman, psiquiatra e escritora, falou da importância de qualquer tipo de relacionamento amoroso nesses tempos na Semana “Como o amor salva?”

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 Foto Divulgação/Ilustração Sariana Fernández

“As mulheres, que não passaram os últimos 20 mil anos fazendo guerra, podem oferecer uma estrada alternativa para mudar o mundo”

Alma Guillermoprieto, premiada jornalista mexicana, falou sobre o feminismo hoje no cenário latino-americano, as conquistas e os caminhos das mulheres para mais poder e liberdade na Semana “Mulher: o que falta?”

 Foto Leo Aversa

“A dança é dinâmica, ela circula energia, circula positivo e negativo. Cura fisicamente e emocionalmente”

Deborah Colker, coreógrafa, falou sobre seu novo espetáculo, “Cura”, e da arte como um processo de aceitação e questionamento.

 Foto Stephan Van Fleteren/Ilustração Guilherme Falcão

“Centenas de estudos mostram que crises trazem à tona o que há de melhor nas pessoas. O que realmente acontece no calor do momento é uma explosão de cooperação. Pessoas muito diferentes umas das outras começam a trabalhar juntas”

Rutger Bregman, historiador e escritor holandês, autor de “Humanidade: Uma História Otimista do Homem” (Crítica, 2021), que defende uma visão otimista sobre a natureza humana na Semana “Você se conhece?”

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