Dez livros de 2022 para ler nas férias — Gama Revista
Divulgação

Dez livros de 2022 para ler nas férias

Aproveitando o período de festas, Gama relembra alguns dos principais trechos de livros publicados ao longo de mais um ótimo ano para a literatura

Leonardo Neiva 28 de Dezembro de 2022
  • Imagem
    Divulgação

    ‘Via Ápia’, de Geovani Martins

    Primeiro romance do autor de ‘O Sol na Cabeça’ aborda chegada das UPPs à Rocinha

    Leia o trecho aqui.

    O que acontece quando uma Unidade de Polícia Pacificadora chega até as vielas da Rocinha? Muito longe de trazer paz, a tropa de choque quer resolver os problemas da favela com uma única solução: a morte – mas a comunidade responde pulsando em vida. É sobre esse universo que Geovani Martins, autor do livro de contos “O Sol na Cabeça” (Companhia das Letras, 2018) escreve em “Via Ápia”, seu romance de estreia e um lançamento da Companhia, que acompanha cinco jovens e suas vidas modificadas pela instalação da UPP.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘O Jovem’, de Annie Ernaux

    A vencedora do Nobel narra sua relação com um homem 30 anos mais novo

    Leia o trecho aqui.

    Hoje, Annie Ernaux, vencedora do último Prêmio Nobel de Literatura e autora de livros como “O Acontecimento” (Fósforo, 2022), dispensa apresentações. Abordando desde suas relações familiares até o doloroso processo de aborto aos 23 anos de idade, ela abre uma janela no mundo literário atual em que realidade e literatura, ficção e autoficção se mesclam. Em “O Jovem” (Fósforo, 2022), lançamento mais recente no Brasil, uma das características mais impressionantes de sua escrita é a concisão. Em algumas poucas dezenas de páginas, mas com riqueza de detalhes, a escritora narra o tórrido romance que viveu com o jovem do título, 30 anos mais novo.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘O Meu Amante de Domingo’, de Alexandra Lucas Coelho

    No romance da autora portuguesa, protagonista trama vingança contra ex-amante

    Leia o trecho aqui.

    Autora de 14 livros, a escritora atuou por 30 anos como jornalista, cobrindo conflitos pelo mundo e chegando a ser correspondente do jornal Público em Jerusalém e no Rio de Janeiro. Em seu segundo romance, lançado pela Bazar do Tempo, ela faz colidir sentimentos intensos de desejo e fúria, canalizados em sua protagonista, uma mulher que planeja uma vingança sangrenta. Às voltas com um jogo literário explosivo, a autora chama a atenção desde as primeiras frases tanto pela originalidade e humor de suas descrições quanto pela maneira singular como constrói seus personagens.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘Engenheiro Fantasma’, de Fabrício Corsaletti

    Em 56 sonetos, o escritor sonha uma vida para Bob Dylan nas ruas de Buenos Aires

    Leia o trecho aqui.

    Logo no prólogo, o escritor paulista Fabrício Corsaletti revela um sonho inusitado. De passeio por Buenos Aires, se depara com uma família de classe média alta, liderada pelo cantor e compositor Bob Dylan na pele de um patriarca de quase 60 anos. Seguindo a brincadeira, “Engenheiro Fantasma” (Companhia das Letras, 2022) nasce de uma súbita inspiração de Corsaletti, já bem desperto, em que reconstitui parte dos sonetos produzidos pelo Dylan do sonho, todos ambientados em seu período na Argentina. Ao longo dos 56 poemas, o autor narra os dias e noitadas fictícios do norte-americano por bares, bairros e cafés portenhos.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘A Consulta’, de Katharina Volckmer

    Em sessão de psicanálise ficcional, escritora alemã se aprofunda nos tabus da sociedade

    Leia o trecho aqui.

    “A ideia de que superamos nosso passado é um mito que contamos a todo mundo. A Alemanha é um país profundamente racista ainda hoje”, disse Volckmer em entrevista a Gama. Em “A Consulta” (Fósforo, 2022), seu livro de estreia, ela coloca em xeque justamente os impactos da herança nazista. A protagonista narra sua história num divã, falando sem parar com um médico invisível e judeu. Desde sessões de masturbação guiadas pelo bigode de Hitler até a impossibilidade de gozar sem fazer a saudação nazista, a personagem toca em feridas que vão do desejo feminino à identidade de uma nação marcada por um crime que ainda dita como as pessoas agem.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘A Mandíbula de Caim’, de Torquemada

    Livro do autor inglês esconde um enigma que poucos conseguiram solucionar

    Leia o trecho aqui.

    Publicado em 1934 e redescoberto no TikTok, “A Mandíbula de Caim” (Intrínseca, 2022) é um quebra-cabeça literário. Seu autor, o editor de palavras cruzadas Edward Powys Mathers (1892-1939), sob o pseudônimo Torquemada, criou um romance de mistério à la Sherlock Holmes, mas com um agravante: suas páginas estão todas embaralhadas. A tarefa do leitor, portanto, deixa de ser a de um espectador passivo e passa à de investigador, precisando colocar as páginas na ordem certa para revelar as seis vítimas de assassinato e os criminosos por trás deles. Mas não pense que é fácil. Até hoje, só quatro pessoas resolveram o enigma com sucesso.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘O Coração É um Caçador Solitário’, de Carson McCullers

    Obra-prima da americana Carson McCullers ganha nova edição brasileira

    Leia o trecho aqui.

    Há muitas coisas surpreendentes sobre “O Coração É um Caçador Solitário” (Carambaia, 2022). Uma das principais é o fato de sua autora ter escrito um livro tão profundo e maduro aos 23 anos. Nesta que é sua obra de estreia, McCullers (1917-1967) tece uma rede envolvendo personagens à margem da sociedade numa cidadezinha do “Sul profundo” dos Estados Unidos, pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Além de um olhar humanizado para pessoas pouco mostradas na literatura até então, em especial personagens negros, o livro retrata as maneiras como o racismo e o antissemitismo se infiltram pelo cotidiano. Sucesso imediato de crítica, a obra alçou a jovem escritora ao centro da literatura do período.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘Pança de Burro’, de Andrea Abreu

    Em sua estreia, autora espanhola narra amizade juvenil que resiste a comparações

    Leia o trecho aqui.

    O cenário não é o de um bairro da periferia de Nápoles em 1950, mas do interior de Tenerife no início dos anos 2000. Em vez da genialidade, o que a protagonista de “Pança de Burro” (Companhia das Letras, 2022) mais admira e inveja na amiga Isora é seu atrevimento e precoce maturidade. É dessa relação próxima e complexa que nasce uma atração praticamente impossível de resistir, num romance que desafia as comparações fáceis, mostrando que um mero ponto de partida semelhante não é capaz de conter Andrea Abreu no quadrado de “nova Elena Ferrante” que querem reservar a ela.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘Agora Agora’, de Carlos Eduardo Pereira

    Romance acompanha três gerações de uma família marcada pelo racismo e a perversidade brasileira

    Leia o trecho aqui.

    Um neto traumatizado pelo treinamento militar; um avô que funda um bar onde brancos não entram; um filho profundamente dedicado à família e às escolas de samba do Rio. O romance do autor carioca, “Agora Agora” (Todavia, 2022), se divide em três partes para narrar a saga de uma família em direção a um destino trágico, causado tanto pelo preconceito com o qual sofrem quanto o que habita o interior de cada um dos personagens. Cadeirante, Pereira também já escreveu na Gama sobre sua estratégia de militância: chegou a visitar diariamente a mesma farmácia até que o proprietário instalasse uma rampa de acesso.

  • Imagem
    Divulgação

    ‘Aos Prantos no Mercado’, de Michelle Zauner

    Unindo culinária afetiva e luto, livro da escritora/roqueira emociona e abre o apetite

    Leia o trecho aqui.

    Os corredores de um mercado coreano nos Estados Unidos, a bancada da cozinha e os vídeos de uma youtuber especializada em gastronomia asiática se tornam um portal para as memórias da protagonista de “Aos Prantos no Mercado” (Fósforo, 2022). Morta ainda muito jovem, sua mãe expressava o amor que sentia pela filha por meio da comida — em contraste com os modos rígidos com que a tratava no dia a dia. O livro de estreia da vocalista da banda indie Japanese Breakfast leva o leitor por um caminho pouco usual em meio a pratos tipicamente coreanos, como kimchi e banchan, lembranças controversas sobre os pais e soluços incontroláveis na seção de congelados.

Quer mais dicas como essas no seu email?

Inscreva-se nas nossas newsletters

  • Todas as newsletters
  • Semana
  • A mais lida
  • Nossas escolhas
  • Achamos que vale
  • Life hacks
  • Obrigada pelo interesse!

    Encaminhamos um e-mail de confirmação