Do dia 30 de novembro a 3 de dezembro acontece o 2º Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo. A questão "E se eu me esquecer de ti?" sustenta o evento, que traz 12 mesas com convidados nacionais e internacionais para refletir a memória, principalmente do povo judeu em contexto brasileiro. Um dos destaques é o debate "Judeu é branco?", com participação de Cida Bento e Michel Gherman. A curadoria é de Daniel Douek e Rita Palmeira, e a entrada é gratuita. (Emilly Gondim)
A introdução alimentar de uma criança pode ser tão emocionante quanto aterrorizante. A chef, professora e consultora Patrícia Helú, autora de "Divina Alquimia" (Companhia de Mesa, 2021), compartilha sua experiência e receitas como a dos dadinhos de arroz e coco, a do pesto cremoso de brócolis e leites vegetais de todo tipo no livro lançado pela Companhia de Mesa. Um compilado de pratos sem carne fáceis e práticos que podem capturar o gosto de toda a família. (Isabelle Moreira Lima)
Os bastidores do encontro histórico registrado na fotografia que marcou a literatura feminina brasileira são narrados por Giovana Madalosso e Sandra Acosta no podcast "Um Grande Dia para as Escritoras". No episódio "A explosão do movimento e tudo o que veio depois", 24 autoras relembram os dias 11 e 12 de junho de 2022 e debatem quando uma mulher pode se considerar escritora. Um bonito retrato, descreve Madalosso, "de transformação pelo coletivo". (Ana Elisa Faria)
A revista está na 21ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, na Casa Sete Selos+ (rua da Matriz, nº 107, centro histórico). Na sexta (24), os jornalistas Gabriela Biló, Cristiano Botafogo e Pedro Inoue debatem “Jornalismo, ativismo e as conversas possíveis sobre política”, com a mediação de Paula Miraglia, publisher e diretora geral da Gama Revista. No sábado (25), a psicanalista Vera Iaconelli e a pesquisadora Hanna Cibele Limulja conversam sobre “Sonho – Uma dimensão social”. Luara Calvi Anic será a mediadora. (Isabelle Moreira Lima)
O livro da antropóloga francesa Nastassja Martin que narra seu encontro com um urso e como foi modificada por ele, publicado no Brasil pela editora 34, agora é adaptado para o teatro pelo trio formado pela atriz Maria Manoella, a editora Fernanda Diamant e a diretora Mika Lins. A peça é ao mesmo tempo um espetáculo solo de Maria Manoella, e uma experiência artístico-sonora ao vivo com o músico Lúcio Maia. No Sesc Ipiranga (SP), de 11/11 a 03/12. (Isabelle Moreira Lima)
O livro da poeta e escritora norte-americana lançado neste ano pela Nova Fronteira é uma daquelas edições fininhas para ler numa tacada só. Mas também é daqueles que marcam, ressoam. Na obra, por meio de breves ensaios, Angelou (1928-2014) nos dá sábios conselhos de vida falando sobre temas como o trabalho "implacável e infinito" de ser uma mulher, racismo, intolerância, fé, opressão e caridade. (Ana Elisa Faria)
Vai até domingo uma das mais tradicionais promoções de livros de São Paulo, a Festa do Livro da USP, que chega à 25ª edição com pelo menos 50% de desconto em todos os títulos. São 211 editoras, como Companhia das Letras, Globo Livros, Aleph, Martins Fontes, HarperCollins, Fósforo, entre outras. A lista completa está no site. Na Avenida Professor Mello Moraes, travessa C, da Cidade Universitária no Butantã. (Emilly Gondim)
Uma série de terror baseada nos contos de Edgar Allan Poe é a premissa da nova produção de Mike Flanagan, responsável por “A Maldição da Residência Hill” (2018) e “Missa da Meia-Noite” (2021). Em “A Queda da Casa de Usher”, que leva o nome de uma das obras mais famosas de Poe, acompanhamos a iminente ruína de uma poderosa e rica família. Ao longo de oito episódios, a trama costura diferentes histórias do autor e está disponível na Netflix. (Daniel Vila Nova)
Parece que já temos o livro viciante da estação e é este romance editado pela Todavia. Na trama, o casamento entre duas mulheres que esperam o segundo filho está em crise. Como se não bastasse a uma boa história, ainda há um elemento de distopia, um spoiler que ninguém quer contar, e não sou eu que vou atirar esta pedra aqui. Hueck, que já havia lançado infantis e não ficção, como “O Lado Sombrio dos Contos de Fadas” (HarperCollins, 2023), estreia agora na ficção para adultos. (Isabelle Moreira Lima)
É um bom momento para a literatura infantil no Brasil. Acabam de chegar às livrarias os primeiros volumes do novo Baião, selo infantil da Todavia, que traz o belíssimo “Boa Noite, Bo”, das norueguesas Kjersti Annesdatter Skomsvold e Mari Kanstad Johnsen, além do sensível “A Menina dos Cabelos d’Água”, de Sidnei Nogueira. Está de volta também o clássico do gênio Maurice Sendak, “Onde Vivem os Monstros”, agora com a Companhia das Letrinhas, com a promessa de novos títulos do autor em 2024. (Isabelle Moreira Lima)
Aos 80 anos, Martin Scorsese sabe que não tem muito tempo. Em entrevista à GQ norte-americana, o diretor de cinema, que se prepara para lançar seu novo filme “Assassinos da Lua das Flores”, fala sobre mortalidade, solidão e sua carreira em Hollywood. Sempre sincero, revela que jamais se sentiu parte da Academia e dá sua opinião sobre a fórmula Marvel: para ele, parecem ser feitas por Inteligência Artificial. (Daniel Vila Nova)
“No 25 de dezembro as senhoras destinadas a morrer de fome por ordem de López foram libertadas pelo Exército brasileiro. Eu sou uma delas; vivo e escrevo”, diz o relato que abre “Memórias de Dorothée Duprat de Lasserre: Relato de uma prisioneira na Guerra do Paraguai (1870)”, livro que comemora 20 títulos lançados pela editora Chão, especializada em não ficção histórica. Neste, as dificuldades de viver numa espécie de campo de concentração itinerante de mulheres. (Isabelle Moreira Lima)
Recusando estereótipos, o jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso lança, pela Todavia, o livro que é um estudo sobre como as religiões evangélicas modificaram o panorama do crime no Brasil nas últimas décadas. Com depoimentos de ex-criminosos que mudaram suas vidas a partir da religião, o autor mostra como o crescimento desses grupos tem impacto profundo numa população exposta a diversas violências. (Leonardo Neiva)
O pensamento da escritora americana bell hooks sobre o amor, que, para ela, mais do que um sentimento, é uma prática diária e uma ação transformadora e libertadora da alma, guia as discussões da Festa Literomusical de São José dos Campos. A 9ª edição da FLIM, que ocorre a partir desta sexta-feira (15), reúne nomes como Daniel Munduruku, Eliane Robert Moraes, João Silvério Trevisan, Juliana Borges, Midria, Renato Noguera e Rita von Hunty. (Ana Elisa Faria)
Além de dois dos maiores expoentes da literatura latino-americana, Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares também foram grandes amigos. Para narrar de forma literária essa relação, a Companhia das Letras reúne em “Bioy & Borges” toda a obra escrita em colaboração entre os dois autores. São mais de 500 páginas com os romances, contos, crônicas e textos esparsos que os argentinos escreveram juntos durante meio século. (Leonardo Neiva)
“Mas você não tem cara de nordestino!”, ouviu o jornalista natalense Octavio Santiago ao ajudar uma senhora brasileira em Portugal. E é com essa anedota que ele explica e reconta o preconceito enfrentado pelo Nordeste, que segundo sua pesquisa de doutorado completa exatos cem anos, desde que uma série de reportagens foi publicada no Estado de S. Paulo sobre “a terra do sofrimento”, que é também uma “Babel de sangue deprimida”, de onde saem “esquálidos retirantes”. Vai de 1923 até hoje, com o governador de MG, Romeu Zema. (Isabelle Moreira Lima)
E se os games que seus filhos jogam trouxessem narrativas orais e cosmologias indígenas e afro-brasileiras? Para que isso se torne realidade, a iniciativa internacional Tales of Us e o GatoMI?DIA criaram um laboratório de games para jovens criativos que inclui aprendizados em filosofias africanas, arte e literatura indígena, storytelling, design, programação e mais. Podem participar jovens negros e indígenas entre 15 e 29 anos. Inscrições até 3/9 no @gato.midia. (Luara Calvi Anic)
Além de gerar lucros bilionários, o analgésico OxyContin também causou a morte de centenas de milhares de pessoas no que ficou conhecido como a epidemia dos opioides. Agora, a minissérie “Império da Dor”, baseada no best-seller de mesmo nome, explora esse que é um dos casos mais polêmicos da história farmacêutica mundial. Com Matthew Broderick, Uzo Aduba e Taylor Kitsch no elenco, a série estreia na Netflix nesta quinta-feira (10). (Leonardo Neiva)
Um personagem surpreendente guia o episódio de estreia do podcast "Livros no Centro", da Megafauna. Ele é Gustavo Scarpa, jogador de futebol que, fora de campo, faz sucesso comentando as obras que lê com microresenhas simples e bem-humoradas. O programa, apresentado pela editora Rita Palmeira, com os livreiros da loja, mergulha nas leituras do entrevistado, enquanto costura dicas de outros títulos que conversam com o tema do papo. (Ana Elisa Faria)
O americano Rick Rubin, produtor de álbuns dos Beastie Boys, Public Enemy, The Smashing Pumpkins e outros grandes nomes dos anos 1980 e 90, repousa sua barbona característica para escrever “O Ato Criativo: Uma forma de ser” (Sextante, 2023). Há ali inspiração para botar ideias em prática e desconstruções de regras associadas a um pseudo dom de artista. "A criatividade é um aspecto fundamental do ser humano. É um direito nosso de nascença", escreve. (Luara Calvi Anic)
O “outro” é o tema da nova edição em português da revista britânica de literatura Granta, que acaba de ser lançada no país pela Tinta da China Brasil. A revista traz um trecho de “Still Pictures”, livro póstumo de Janet Malcolm, sobre sua origem tcheca e situação de imigrante. Outros destaques são contos e ensaios de Isabela Figueiredo, Natércia Pontes, Ali Smith e Aparecida Vilaça. (Isabelle Moreira Lima)
Na nova coletânea “Sobre Aquilo em que Eu Mais Penso” (Ed. 34, 2023), a escritora canadense, autora de “Eros, o Doce-Amargo”, transita pela prosa e pela poesia. Organizada por Danilo Hora e Sofia Nestrovski, que também a traduz, a obra reúne 11 ensaios de Carson inéditos no Brasil. Seu olhar investigativo e sensível aproxima figuras aparentemente distantes, como Homero e Elizabeth Bishop, dissolvendo as fronteiras que separam criação, crítica e tradução. (Leonardo Neiva)
Um homem branco, intelectualizado, paulistano e detentor dos privilégios de sua classe descobre uma doença terminal aos 40 anos, ao mesmo tempo em que vê o país se esfacelar. É esse o ponto de partida de “O seu Terrível Abraço” (Todavia, 2023), novo livro de Tiago Ferro, autor de “O Pai da Menina Morta”, pelo qual levou os prêmios São Paulo e Jabuti. O novo romance tem aspectos de ensaio, fabulação e comentário político, além de uma boa dose de ensaio pessoal. (Isabelle Moreira Lima)
Ao tratar de assuntos cotidianos e pouco espetaculares, os contos do russo Anton Tchékhov (1860-1904), um dos maiores autores da literatura mundial, são primores de condensação e profundidade psicológica. O volume “Últimos Contos” (Todavia, 2023) reúne algumas das derradeiras histórias que produziu em vida, como “A Dama do Cachorrinho” e “A Noiva”, estrelando servos, nobreza e burguesia em meio ao caldeirão social que a Rússia vivia. (Leonardo Neiva)
Nos 60 anos de sua morte, Sylvia Plath vem recebendo homenagens à altura do status como uma das vozes mais importantes da literatura no século 20. Além da “Poesia Reunida”, volume que integra dois livros da autora, e “Euforia”, ficção de Elin Cullhed que recria o último ano de vida de Plath, ambos pela Companhia das Letras, a Biblioteca Azul lança em julho uma edição ilustrada de “A Redoma de Vidro”, seu único romance. (Leonardo Neiva)
O grupo Rosa Choque, formado por 11 artistas mulheres, expõe trabalhos que dialogam com o livro “Em Tempos como Estes” (Ubu, 2020), que reúne cartas de Efratia Gitai, mulher judia que foi testemunha dos grandes acontecimentos do século 20 e é mãe do cineasta Amos Gitai. Com curadoria de Erica Burini, um dos intuitos da mostra é desestigmatizar a produção de mulheres mais velhas. A partir do sábado (24), a Galeria Marília Razuk, em SP. No 4/7, a escritora Noemi Jaffe fala no Museu Judaico sobre Efratia. (Isabelle Moreira Lima)
Durante seis anos, a editora Vanessa Ferrari foi coletando uma série de impressões sobre a escrita a partir de originais que recebia para publicação. Em “O Lugar das Palavras” (Moinhos, 2023), ela revela segredos do ofício e lista cinco tipos distintos de narrador, assim como frases prontas e as armadilhas estilísticas dos primeiros rascunhos. Uma leitura rica para escritores e quem quer seguir carreira como editor. (Leonardo Neiva)
"A literatura é meu espaço da vingança", afirma a escritora mineira em conversa franca no episódio publicado nesta quinta-feira (15) em "Mano a Mano". Evaristo fala sobre a infância, a família, a carreira e o país em um tom doce, sábio e firme que ensina e é capaz de emocionar ao mesmo tempo. Vale cada minuto e é um dos episódios que vão ficar para a história, como o de Sueli Carneiro. (Isabelle Moreira Lima)
O soturno detetive Spirit, criado em 1940 pelo célebre quadrinista Will Eisner, volta a ter nove histórias publicadas no Brasil — a obra não aparecia por aqui desde 1997. Para comemorar oito décadas do personagem, a editora JBraga lançou uma edição especial. Outro clássico a retornar ao país é a HQ "Little Nemo" (1905), de Winsor McCay, pela Figura. A Folha lista publicações que ficaram esquecidas e regressam agora ao país. (Ana Elisa Faria)
Sueli Carneiro, João Silvério Trevisan, Conrado Corsalette, Ynaê Lopes, Laerte, Max Lobe, Abdellah Taïa, Bela Gil e muitos outros nomes de peso da literatura e do jornalismo brasileiro passaram pelo palco d’A Feira do Livro, que encheu o estacionamento do estádio do Pacaembu de literatura no feriado de Corpus Christi. Quem perdeu não precisa mais sofrer de FOMO e já pode assistir às conversas no canal oficial do evento no YouTube. (Isabelle Moreira Lima)
Neste feriado prolongado de Corpus Christi, saem os carros e entram os livros no estacionamento do Estádio do Pacaembu (SP). É ali que acontece, de 7 a 11 de junho, a segunda edição de A Feira do Livro. São 154 expositores, entre editoras e livrarias que, ao ar livre, trazem lançamentos e eventos para adultos e crianças. Não deixe de visitar o Palco da Praça, onde acontecem conversas com Sueli Carneiro, Itamar Vieira Jr., Laerte, Patricia Hill Collins, Bela Gil e outros. (Luara Calvi Anic)
Reflexões e memórias de Haruki Murakami, maior escritor da literatura japonesa contemporânea, permeiam os contos da coletânea “Primeira Pessoa do Singular”, lançada pela Alfaguara agora no Brasil. São oito histórias de amor, melancolia e solidão narradas em primeira pessoa e cortadas por suas habituais obsessões (Beatles, jazz, beisebol, etc.). Murakami é também autor de “Norwegian Wood” (1987) e de “Kafka à Beira Mar” (2002). (Isabelle Moreira Lima)
A revisão de obras clássicas de autores conhecidos mundo afora vem dando o que falar. Com mudanças de termos como “gordo”, que virou “enorme”, e “fêmea”, que se tornou “mulher”, a maioria das alterações exclui trechos considerados preconceituosos ou ofensivos aos leitores atuais. A história, explorada em reportagem da Folha, aprofunda toda a discussão em torno da tendência do revisionismo literário. (Leonardo Neiva)
Com seus passeios pelas ruas de Manhattan, a escritora e crítica estadunidense traça um mapa de ritmos, encontros casuais e amizades que compõem a vida em Nova York. Autora de “Afetos Ferozes” (Todavia, 2019), eleito pelo New York Times o melhor livro de memórias dos últimos 50 anos, em “Uma Mulher Singular” (idem, 2023) ela traça um autorretrato impactante, que vai de sua atração pela solidão até o que significa ser uma intelectual feminista num mundo hostil para mulheres. (Leonardo Neiva)
De escritora para escritora, a britânica da trilogia “Esboço” (Todavia, 2019) publicou na New York Times Magazine um artigo onde explora a intersecção entre sua vida e a literatura de Ernaux. Com um título que atribui à francesa ganhadora do Nobel a quebra de tabus na escrita feminina, Cusk relembra um encontro entre as duas, explora os elementos chocantes da literatura de Ernaux, a dolorosa honestidade de seus livros e a fragilidade do corpo sobre o qual a autora construiu seu império. (Leonardo Neiva)
“É tanta coisa pra eu fazer que eu nem sei por onde eu começo a desistir”, “Alcancei o equilíbrio entre corpo e mente, ambos exaustos”, e “Se a vida te derrubar, aproveite e durma” são algumas frases do artista pernambucano Pedro Vinicio, que viralizou em 2020 com as frases e desenhos expressivos. “Pedro Vinicio: Tirando tudo tá tudo bem” (Editora Cobogó, 2023) reúne 99 de seus cartuns, que falam sobre ansiedade, indecisão e procrastinação. (Andressa Algave)
Em "La Ley del Deseo y Otras Películas" (Corsário Satã, 2023), Fabrício Corsaletti traz um poema para cada filme de Pedro Almodóvar. "Volver", "Carne Trêmula", "Madres Paralelas", estão todos lá. O curioso é que ele não para aí. Lança o livro neste sábado (15), das 15h às 20h, junto a uma exposição de 70 pinturas organizadas em séries que também falam dos filmes do espanhol, dos chamados "Bares Mentais" e das "Quase Casas" no Galpão Cru, em São Paulo. A curadoria é de Diego Matos. (Isabelle Moreira Lima)
Quem é fã de livros como "As Correções" e "Pureza" já tem bons motivos para ficar animado. O cultuado escritor norte-americano Jonathan Franzen está de volta em "Encruzilhadas", novo romance em pré-venda pela Companhia das Letras, com tradução de Jorio Dauster. Na trama, o autor, conhecido por seus estudos aprofundados de personagens, mostra como, ao longo de um único dia na década de 1970, os membros de uma típica família americana criam e mantêm suas prisões particulares. (Leonardo Neiva)
“Como se narra a vida de um homem comum?”, questiona José Henrique Bortoluci em “O que é meu” (Ed. Fósforo), que será lançado no próximo dia 22. Professor de sociologia, ele relata em seu livro de estreia a história do pai, José, caminhoneiro durante 50 anos e diagnosticado com um câncer em 2020. Entre memórias e registros escassos, também percorre a história recente do país. Trechos da obras podem ser lidos no Nexo e na revista Piauí. (Amauri Arrais)
Se você ainda não conhece a obra da escritora polonesa, pode ser um bom momento para apreciar a estranheza de livros como “Sobre os Ossos dos Mortos” e “Correntes”. Ou então mergulhar de uma vez na mente da autora no lançamento “Escrever É Muito Perigoso” (Todavia, 2023). Em 12 ensaios e conferências, uma das mais reconhecidas ficcionistas da atualidade compartilha seu processo criativo e visão de mundo. (Leonardo Neiva)
Boas reflexões e dicas sobre cultura e comportamento na sua caixa de email é o que prometem quatro incríveis newsletters feitas por jornalistas experientes e bons de texto: de Marie Kondo a panquecas, Heloisa Lupinacci, especialista em cervejas, escreve sobre o cotidiano em Caracteres com Espaço; Gaía Passareli sobre as ansiedades de todos nós em Tá Todo Mundo Tentando; Guilherme Werneck dá dicas incríveis de arte e cultura em Ladrilho Hidráulico e Tércio Silveira lê trechos de livros que valem a pena na Forno a Letra. (Isabelle Moreira Lima)
Seis meses após o atentado a faca que tirou parte da sua visão e quase paralisou sua mão direita, o escritor Salman Rushdie revela à revista “New Yorker” que sofre de estresse pós-traumático e tem encontrado dificuldade para voltar a escrever. O autor de “Os Versos Satânicos” e “Os Filhos da Meia-Noite”, porém, não quer ser visto como vítima. Seu novo romance, “Victory City”, pronto desde antes do incidente, começa a ser vendido nesta semana pelo mundo. (Leonardo Neiva)
Um mais reconhecidos da atualidade, o artista chinês desfia suas memórias em “Mil Anos de Alegrias e Tristezas” (Companhia das Letras, 2023). Da infância no exílio à descoberta artística e ao ativismo político que acabou por levá-lo a meses de detenção, a autobiografia explora as origens de sua criatividade excepcional. Um livro que percorre os caminhos para a liberdade e contrapõe a trajetória da China moderna à do próprio autor. (Leonardo Neiva)
Intitulado "Ele era Tom Verlaine", Smith homenageia seu grande amigo, morto em 28/1. Ícones da cultura do final do século 20, se conheceram em 1973 e dividiram interesses. Ela relata com detalhes a primeira vez que o viu se apresentar, em abril do ano seguinte. "O que vimos naquela noite foi familiar, nosso futuro, uma fusão perfeita entre poesia e rock’n’roll. Enquanto via Tom tocar, pensei: Se eu fosse um menino, teria sido ele", escreveu. (Manuela Stelzer)
A brilhante roteirista e dramaturga francesa Yasmina Reza acaba lançar no Brasil "Felizes os Felizes", pela editora Âyiné. Mais conhecida pelo texto de "Deus da Carnificina", que em 2012 foi lançado como um filme de Roman Polanski, ela agora conta a história de personagens que tem um "talento especial para a infelicidade", como uma atriz embriagada e ciumenta ou um filho possuído por Celine Dion. A tradução é de Mariana Delfini. (Isabelle Moreira Lima)
O autor é mais conhecido pelas crônicas, que chegaram à TV Globo com um elenco genial em "A Comédia da Vida Privada" (1995-1997). Mas seu humor fino e irônico também está impresso em seis romances policiais, que agora foram embalados por uma caixa pela Companhia das Letras. Entre eles, está "O Clube dos Anjos", que une piadas a mistério para falar do pecado da gula. (Isabelle Moreira Lima)
Trinta histórias protagonizadas por mulheres com tudo e nada em comum. Essa é a ideia de “Rugido” (Harper Collins, 2022), livro da irlandesa Cecelia Ahern. Nascidos de ditados populares, cada conto usa o realismo mágico para exagerar situações de constrangimentos e desejos rotineiros, com as quais muitas mulheres podem se identificar. A obra virou série, com Nicole Kidman, Cynthia Erivo e Alison Brie. (Leonardo Neiva)
Após o poético “O Parque das Irmãs Magníficas”, baseado nas vivências da autora junto ao grupo de travestis com quem trabalhava na noite de Córdoba, Villada lança “Sou uma Tola por te Querer” (Tusquets, 2022). Composto por nove histórias com personagens extravagantes e profundamente humanos, o livro brinca com os limites entre magia e realidade, em textos em que a autora, que esteve na Flip, deixa fagulhas de sua existência travesti. (Leonardo Neiva)
Se você lamenta por seus filhos não conhecerem aquela deliciosa sensação de sentar e ler uma revista impressa, há solução para isso. A revista Tartaruga, criada pela designer Beatriz Tati Nóbrega, acaba de ser lançada e propõe brincadeiras, receitas e reflexões para crianças e adultos. Fora o design caprichadíssimo e colorido, que rendeu à publicação o troféu de bronze na categoria Craft for Design, do Brasil Design Award 2022, importante premiação da área. À venda no chopchop.biabum.com. (Luara Calvi Anic)
O autor de “Eles Eram Muitos Cavalos” está de volta com "O Antigo Futuro” (Companhia das Letras, 2022). Especializado em narrativas urbanas envolvendo trabalhadores de classe média baixa, aqui ele registra em sua prosa característica a história de um brasileiro que, após uma tragédia, vai viver uma vida de exploração nos EUA. A saga de um personagem que reflete também a complexidade do que é nascer e ser brasileiro. (Leonardo Neiva)
Elogiadíssima pela crítica, a nova versão da história do boneco de madeira que sonhava ser um menino de verdade estreia nas telas de cinema nesta quinta (24), antes de chegar à Netflix em 9 de dezembro. Dirigida pelo cineasta de “O Labirinto do Fauno” e vencedor do Oscar por “A Forma da Água”, a releitura musical em stop-motion deve ser sombria e conta com as vozes de Ewan McGregor, Tilda Swinton, Cate Blanchett e Finn Wolfhard (“Stranger Things”). (Leonardo Neiva)
Um dos mais famosos e controversos escritores da atualidade está de volta com “Aniquilar” (Cia. das Letras, 2022). Em seu novo livro, o autor de “Submissão” (Cia. das Letras, 2015) cria um thriller que vai da sátira política ao drama familiar. Às voltas com uma campanha presidencial e tendo que lidar com um grupo terrorista, o protagonista é um funcionário do governo francês que precisa retornar ao seio familiar, numa trama irônica sobre o peso da morte e a redenção do amor. (Leonardo Neiva)
Em “Dia Um” (Companhia das Letras, 2022), o autor de “Descalço nos Trópicos sobre Pedras Portuguesas” (Nós, 2017) narra um acontecimento traumático que impacta para sempre a vida do narrador e de sua família. Ao explorar a infiltração do luto e da depressão por entre as brechas nos laços de amor e afeto, o poeta, irmão do líder dos Los Hermanos, tem estreia promissora na prosa. (Leonardo Neiva)
Se você gosta de tomar uma gelada mas se perdeu na revolução cervejeira, fica confuso sobre os estilos e escolas da bebida, não se preocupe, chegou um manual perfeito para iluminar sua sede. "O Livro da Cerveja" (Intrínseca, 2022) chega às livrarias na trilha do clássico de vinho "Wine Folly" (idem, 2016), que desenha para quem não entendeu. O mérito aqui é de Francesca Sanci, sommelière, e dos designers Renata Steffen e Alexandre Lucas. (Isabelle Moreira Lima)
A Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles (IMS), lança o podcast “Lima Barreto: O negro é a cor mais cortante” em homenagem ao centenário da morte do autor de “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1915). Com cinco episódios e produção dos professores Beatriz Resende e Gabriel Chagas, especialistas na obra de Barreto, está disponível em todas as plataformas digitais. (Andressa Algave)
“O Manto da Noite” (Companhia das Letras, 2022) toca na ancestralidade indígena e na história violenta que circunda o continente. A autora de “Flores Azuis” traça uma viagem pela Cordilheira sul-americana, em que identidade e ancestralidade se confundem. Uma história em que “nada é somente o que diz ser”, nas palavras da também escritora Natalia Borges Polesso. (Leonardo Neiva)
Para celebrar este Dia das Bruxas, nada melhor do que ler alguns dos melhores contos de horror com um tempero tipicamente brasileiro. A coletânea “Tênebra” (Fósforo, 2022) reúne justamente uma série de exemplares do gênero escritos no século 19, com organização de Júlio França e Oscar Nestarez. Um livro que mostra que o horror e a ficção gótica da época vão muito além do “Noite na Taverna”, de Álvares de Azevedo. (Leonardo Neiva)
O livro de Erich Maria Remarque (1898-1970) “Nada de Novo no Front”, assim como sua adaptação para o cinema de 1930, viraram clássicos atemporais. Agora o drama antibélico da Primeira Guerra Mundial ganha nova adaptação para as telas. Já um dos favoritos ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e com Daniel Brühl no elenco, o longa alemão vem sendo elogiado pelo retrato brutal e realista do cotidiano no front. Na Netflix na sexta (28). (Leonardo Neiva)
A literatura russa é capaz de iluminar aspectos da Rússia hoje? Os editores da Granta estão certos que sim. Há, no lançamento, textos de russos como Tatiana Tolstaya e Ludmila Ulitskaya, e os de outras origens e gerações, como a carioca Clara Drummond, que conta uma história de amor entre Moscou e SP; e o jornalista português José Pacheco Pereira, que cobre a região. Além de fotos de Mario Restiffe e Mariana Viegas que dão frio só de ver. (Luara Calvi Anic)
Aos 11 anos, Roland, personagem central de "Lições" (Cia. das Letras, 568 págs, R$ 119,90) novo livro do escritor inglês, é abusado por sua professora de piano. Na vida adulta, sua esposa abandona a família deixando a criação da filha a cargo do pai. Ao longo dos anos – enquanto acompanhamos o desastre de Chernobil, o 11/9 e a pandemia da covid-19 – sua ex se torna uma escritora premiada. Enquanto Roland segue a vida de maneira apática, tentando decifrar a influência dessas mulheres sobre a sua história. (Luara Calvi Anic)
A vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2022, a francesa Annie Ernaux, acaba de ganhar uma tradução de "A Vergonha" (1997), pela Fósforo. Seguindo a autoficção, que a acompanha em livros como "O Acontecimento", que narra sua experiência com o aborto, nesse livro ela investiga com a precisão característica o contexto social e as transformações vivenciadas ao presenciar, aos 12 anos, um episódio de violência doméstica em sua casa. (Luara Calvi Anic)
Com quatro oficinas de escrita ministradas pela jornalista Luiza Fecarotta, especializada em gastronomia, o curso “Língua & Linguagem – A comida e a escrita criativa com exercícios de degustação” reúne teoria, leitura crítica e atividades práticas. Como referência, autores que rompem a fronteira da gastronomia: Rubem Braga, Raquel de Queiroz e Wislava Symborska. Os pratos analisados são do time da Escola Wilma Kövesi. Inscrições abertas. (Manuela Stelzer)
O humor do cronista Antonio Prata já é conhecido por quem lê seus textos no jornal Folha de S. Paulo aos domingos. Muitos deles falam, no entanto, de um assunto nada divertido, a crise política em que o Brasil se afundou. Esse material está reunido em "Por Quem as Panelas Batem", que acaba de ser lançado pela Companhia das Letras. Funciona como documento histórico e como mostrador do pêndulo que oscila entre a tristeza e o otimismo. (Isabelle Moreira Lima)
Se você já conhece (e pira) no Billy Wilder diretor de clássicos como "Quanto mais quente melhor" (1959) e o magnífico "Crepúsculo dos Deuses" (1950), não perde por esperar ao conhecer a versão repórter deste gênio do século 20. Em "Billy Wilder: Um repórter em tempos loucos" (DBA, 2022) estão textos que falam sobre a busca de um otimista perfeito, trazem críticas à obras culturais da época e perfis de gente ordinária e extraordinária. (Isabelle Moreira Lima)
Jeferson Tenório, Natália Borges Polesso, Aline Bei e Zeca Baleiro são alguns dos nomes na programação do evento, que vai até 11/9, no Lago Joaquina Rita Bier. Realizada em parceria com o Festival Literário de Óbidos, em Portugal, reúne mais de 150 atividades, que seguem o mote "o papel da literatura em momentos de transformação". Entre os autores estrangeiros, o inglês Michael Bhaskar e o português Afonso Cruz. Grátis. (Manuela Stelzer)
Tão antigo quanto as fábulas é o ato de cozinhar. Pensando nisso, a escritora e ilustradora Katia Canton reuniu 14 dessas histórias mais conhecidas e, para cada uma delas, uma receita para crianças. "A Galinha dos Ovos de Ouro" e Ovos mexidos com tomate e queijo; "A Raposa e As Uvas" e Doce de uva com chocolate. "A Cozinha Curiosa das Fábulas" (Companhia das Letrinhas, 104 págs., 2022) está em pré-venda no site da editora. (Ana Mosquera)
Como ela se instala em nossas mentes e que problemas falsamente diz resolver? Esta é a investigação da feminista e crítica literária Jacqueline Rose faz em “Sobre a Violência e Sobre a Violência contra as Mulheres”, lançado pela Fósforo. A partir de histórias, dados estatísticos e textos de nomes como Toni Morrison, Roxane Gay e Rosa Luxemburgo, a autora propõe um debate claro sobre a violência e como a escondemos de nós mesmos. (Manuela Stelzer)
A Livraria Dois Pontos e a Biblioteca Mário de Andrade fazem neste sábado (6) homenagem aos 80 anos de Caetano Veloso. "Lendo Caetano" acontece na biblioteca, no centro de São Paulo, e conta com leituras e bate-papo com escritores como Aline Bei, Fabrício Corsaletti, Jarid Arraes, Noemi Jaffe e Guilherme Wisnik, que lança seu livro "Lançar Mundos no Mundo: Caetano Veloso e o Brasil" (Fósforo, 2022). A entrada é gratuita, o evento começa às 16h e os ingressos podem ser retirados a partir das 15h. (Ana Mosquera)
A plataforma BibliON disponibiliza mais de 15 mil obras gratuitas para usuários cadastrados. Por meio do site ou aplicativo, é possível emprestar de clássicos a contemporâneos, em diversas línguas, incluindo audiolivros. No celular, no tablet ou no computador, dá para baixar as obras para ler offline, além de acessar uma programação cultural que reúne clubes de leitura e seminários. O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e da SP Leituras. (Ana Mosquera)
Em cartaz até 7/8 no Sesc 24 de Maio, em São Paulo, a atriz Cláudia Abreu, conhecida por papéis icônicos em novelas, estrela monólogo que explora vida e obra da escritora britânica Virginia Woolf (1882-1941). O espetáculo “Virginia”, bancado pela atriz, apresenta não só a existência trágica da autora de “Mrs. Dalloway” e “Ao Farol”, que lutou contra a loucura e acabou se matando aos 59 anos, mas também suas alegrias e inspirações. (Leonardo Neiva)
Estão abertas as inscrições do 5º Concurso de Ensaísmo Serrote, da revista de ensaios do IMS (Instituto Moreira Salles). Podem participar autores iniciantes, com no máximo uma obra publicada, com textos inéditos e assinados com pseudônimos. Os três ensaios escolhidos serão publicados na edição de novembro da Serrote e os vencedores receberão prêmios em dinheiro. O envio do texto deve ser feito até 1/9 na página do concurso. (Ana Mosquera)
Com 80 anos recém completos, o ex-ministro da cultura e membro da Academia Brasileira de Letras tem seu conjunto extenso de canções (mais de 400 letras escritas em 60 anos de carreira) compilado em uma edição comemorativa de "Todas as Letras" (Cia das Letras). Com lançamento previsto para a próxima sexta-feira (8), o título tem organização de Carlos Rennó, ilustrações inéditas de Alberto Pitta e textos de Arnaldo Antunes e José Miguel Wisnik, além de centenas de comentários de Gil a respeito de suas composições. (Manuela Stelzer)
Sabe as dúvidas sobre comida que vez ou outra pairam sobre nossas cabeças? Do tipo: Café faz bem ou mal à saúde? Jejum intermitente vale a pena? Suco detox adianta alguma coisa? Pois o jornalista gastronômico Mark Bittman e o médico David L. Katz, da Universidade de Yale, se juntaram para listá-las e respondê-las da forma mais acessível possível no novo livro-entrevista "Comer o quê?" (Ed. Alaúde, 2022). (Isabelle Moreira Lima)
Após uma edição 100% online, a Bienal do Livro de São Paulo finalmente volta a acontecer de forma presencial, desta vez de casa nova. Entre as atrações, haverá uma homenagem ao centenário de José Saramago, além da presença certa de autores como o português Valter Hugo Mãe, a moçambicana Paulina Chiziane e o brasileiro Itamar Vieira Junior. No Expo Center Norte, de sábado (2) até 10/7. O ingresso custa R$ 30 e é vendido online. (Leonardo Neiva)
"Todos, todos os sadios prazeres da vida, enfim, são privilégios masculinos!", escreve Ercilia Nogueira Cobra, em "Virgindade Inútil" (Carambaia, 2022), que escreveu em 1927. Ela, que foi uma voz importante da literatura do início do século 20, mistura sátira, ficção e argumentação contra a dominação patriarcal. O cenário é um país chamado Bocolândia, onde se conserva um estado de estupidez. Em alguns momentos, soa como 2022. (Isabelle Moreira Lima)
A obra deste autor é atravessada por uma inquietação em torno do sexo – e quem não é? Conhecida por seus trabalhos na área da sexualidade, a professora e crítica literária Eliane Robert Moraes se debruçou em pesquisas e organizou o título “Seleta erótica de Mário de Andrade”, uma antologia que busca contemplar os diversos gêneros e fases do escritor e a riqueza erótica de seus textos. Editado pela Ubu e com ilustrações de Julio Lapagesse. (Manuela Stelzer)
Inspirada nas feiras de rua de Madri e Lisboa, Feira do Livro acontece de 8 a 12 de junho, na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu. Organizada pela revista Quatro Cinco Um, tem na programação nomes como Djamila Ribeiro, Ailton Krenak, Carla Madeira e Mia Couto. Oficinas, debates e sessão de autógrafos compõem a programação gratuita, que acontece das 15h às 21h, na quarta, e das 10h às 21h, de quinta a domingo. (Ana Mosquera)
Se a era do papel parece cada vez mais próxima do fim, a revista Morel é um libelo de resistência. Focada em literatura, fotografia e artes visuais, traz longos ensaios fotográficos, poemas narrativos, trechos de romances, cartuns, perfis, entrevistas, ficções. Na última edição, conta com Autumn Sonnichsen, que registra todas as idades de Maria Ribeiro, colunista da Gama. Há ainda uma prosa inédita de Xico Sá. Pode ser assinada. (Manuela Stelzer)
Após dois anos de programação virtual, a 14º Festa Literária de Santa Teresa (FLIST) volta a tomar o bairro carioca. O evento homenageia o escritor indígena Daniel Munduruku, ganhador do Jabuti. Temas como o modernismo e a representatividade de mulheres pretas e indígenas na literatura integram as mais de 50 atividades gratuitas, que incluem teatro, dança, música e gastronomia. A FLIST acontece no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, nos dias 14 e 15 de maio, das 10h às 18h. (Ana Mosquera)
Em entrevista ao jornal O Globo, o escritor português conta sobre o livro “As Doenças do Brasil” (Biblioteca Azul, 2021), que se passa na Amazônia e coloca uma indígena no centro da narrativa. No papo, também comenta sobre o futuro do Brasil, os efeitos da colonização, a carreira e os próximos projetos. “É revoltante ver como é trágica a vida das comunidades originárias hoje, em 2022, e como isso depende exclusivamente de um pensamento ainda colonialista”, afirmou. (Manuela Stelzer)
"A maior necessidade de um Estado é um governo corajoso". O inspirador aforismo de Goethe (1749-1832) e outros de nomes como Balzac, Voltaire, Kierkegaard, Schopenhauer estão em "O Livro dos Amigos", uma compilação de grandes frases feita pelo dramaturgo austríaco Hugo von Hofmannsthal e lindamente editada pela yiné (em capa dura e fitilho). Uma maravilha para ser folheado aleatoriamente e um presentaço para os amigos. (Isabelle Moreira Lima)
Na literatura da britânica Charlotte Higgins, a mitologia grega se torna uma longa tapeçaria tecida a muitas mãos. São elas e suas vozes correspondentes que ganham protagonismo em “Mitos Gregos” (Zahar, 2022), uma releitura de várias das histórias ancestrais sob a perspectiva das personagens femininas. Da deusa Atena à maga Circe, elas vão recriando contos de amor, aventura e magia tanto na posição de narradoras como de protagonistas. (Leonardo Neiva)
Livros de memórias com receitas não são novidade, mas são (quase) sempre deliciosos. E é o que prometem os pratos que o ator Stanley Tucci, par de Meryl Streep em "Julie & Julia" e "O Diabo Veste Prada", ensina em "Sabor" (Intrínseca, 2022). Há as de família, como o ragu Tucci, com carne de boi e costela de porco cozidos lentamente; mas o mais legal é quando elas são narradas menos objetivamente, como sua versão do clássico carbonara. (Isabelle Moreira Lima)
Finalista do Booker Prize 2021, o livro da britânico-canadense tem ares conhecidos por seus leitores: a protagonista é uma escritora de meia-idade que fala de temas como arte, literatura, beleza e maternidade. Desta vez, porém, a narrativa se dá toda dentro de uma casa, onde M, que vive com o marido e a filha, hospeda um prestigiado pintor. A história é inspirada nas memórias da escritora americana Mabel Dodge Luhan (1879-1962). (Betina Neves)
Não existe nada que se iguale à puberdade. E é esse momento tão peculiar na vida de qualquer pessoa que a escritora e produtora de cinema Maria Lutterbach decidiu retratar em “Baixo Araguaia” (Quelônio, 2022), seu romance de estreia. Na obra, a protagonista sem nome narra suas transformações como uma metamorfose em bicho, desde uma troca metafórica de pele até a percepção dos novos cheiros que tomam seu corpo. (Leonardo Neiva)
Até dia 4/3, ficam abertas as inscrições para a 4ª edição do curso gratuito Poesia Expandida. Por meio de aulas teóricas e práticas, aborda o universo da poesia em diferentes possibilidades: texto, som e imagem. Entre os professores estão a pesquisadora e tradutora Juliana Di Fiori Pondian, o poeta e artista Daniel Minchoni e o poeta visual e arte-educador Anderson Gomes. Duas vezes na semana, a partir de 17 de março. (Manuela Stelzer)
Nesta quarta (23), a Fósforo lança “O Acontecimento”, mais uma obra da aclamada escritora francesa Annie Ernaux, autora de “Os Anos” e “O Lugar”. No livro, ela resgata sua jornada solitária na tentativa de realizar um aborto clandestino na juventude, quando a prática era proibida na França. Uma reflexão sobre as intromissões da lei sobre o corpo feminino, o livro já virou até um filme, que recebeu o prêmio máximo em Veneza em 2021. (Leonardo Neiva)
No momento em que o clássico de James Joyce faz cem anos, vem à luz uma série de cartas de sua editora e amiga Sylvia Beach, dona da famosa livraria parisiense Shakespeare and Company. No livro que reúne os documentos, não publicado no Brasil, há puxões de orelha da editora pelos gastos excessivos do escritor e revelações sobre a complicada história editorial da obra e a relação com amigos, como o poeta Ezra Pound. (Leonardo Neiva)
Conhecida por outros livros-reportagem de peso, a jornalista publica agora, três anos depois do rompimento da barragem explorada pela mineradora Vale, uma reconstituição sensível e profunda das primeiras 96 horas da tragédia que matou 270 pessoas. Daniela entrevistou sobreviventes, familiares das vítimas, bombeiros, médicos-legistas, policiais e moradores das áreas atingidas e acompanhou o impacto das indenizações e contrapartidas institucionais para a reparação dos danos materiais. (Betina Neves)
Contado e recontado quase exaustivamente no cinema por diretores como Akira Kurosawa e Orson Welles, a história clássica de Shakespeare dá as caras novamente, desta vez no streaming Apple TV+. Quem dirige a nova adaptação, elogiadíssima pela crítica, é Joel Coen, em um raro trabalho longe do irmão Ethan. Denzel Washington e Frances McDormand encabeçam o elenco como os maquiavélicos Macbeth e Lady Macbeth. (Leonardo Neiva)
Usar o nome da sua principal série no título já é, de certa forma, uma injustiça com Matthew Weiner que, em entrevista à Folha, falou sobre a dificuldade de vender projetos depois de “Mad Men”. Para quem procura traços da história dos Draper em “Acima de Tudo, Heather” (Ed. Planeta), talvez veja semelhanças na trajetória de uma adolescente modelo – a Heather do título –, que vive num círculo privilegiado de uma rica Nova York, e nos interesses obscuros que uma personagem feminina forte pode atrair. (Amauri Arrais)
Desmistificar a ideia que se tem (e que ainda se vende) da maternidade é um dos efeitos do livro da escritora napolitana agora adaptado para o cinema. Na trama dirigida por Maggie Gyllenhaal, uma professora (Olivia Colman) tem suas férias interrompidas por uma família barulhenta. Dois integrantes a fazem rever a sua própria maternidade: Elena (Dakota Johnson) e sua filha pequena. A colunista do NYT, Jeannette Catsoulis, escreveu que o filme é "uma exploração sombria e perturbadora de algo profundo e radical: a noção de que a maternidade pode roubar identidades de maneira irreparável". (Luara Calvi Anic)
A história do rico pensador que, ao morrer, deixa toda sua fortuna para o amigo Rubião – desde que tome conta do seu cachorro – já ganhou diversas versões. Agora, ganha uma edição de luxo pela editora Antofágica, com capa dura, texto de apresentação de Emicida, ilustrações de Samuel de Saboia e posfácio do vencedor do Jabuti Jeferson Tenório. Uma oportunidade para ler ou reler um dos melhores romances de Machado de Assis, que soube como ninguém expor personagens em uma sociedade de interesses em transição. (Amauri Arrais)
Após duas décadas do lançamento de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", o elenco da lendária história do aprendiz de bruxo se reuniu para o especial de aniversário lançado pelo HBO Max. Com quase duas horas, a produção reúne alguns dos nomes que vimos crescer entre os filmes, mas exclui a participação da autora dos livros, J.K. Rowling, após a polêmica recente de declarações transfóbicas. Antigos colegas de cena se reúnem para ver imagens de arquivo, homenagear membros que já não estão mais vivos e revisitam momentos importantes de suas carreiras. (Andressa Algave)
Voz aclamada na literatura de língua espanhola, o autor retorna no fim do mês à Festa Literária Internacional de Paraty, da qual participou em 2012, para falar do novo ”Poeta Chileno” (Companhia das Letras). Para quem ainda não conhece sua obra, porém, vale embarcar em “Ficção 2006-2014”, reunião dos romances "Bonsai", “A Vida Privada das Árvores” e “Formas de Voltar para Casa”; além dos contos de “Meus Documentos” e outros inéditos e de “Múltipla Escolha”, seu texto mais experimental. Suas histórias cativam pela simplicidade, em livros que a gente passa a tratar como bons amigos. (Betina Neves)
Do amor à maconha passando pela amizade, o ator, roteirista, diretor e escritor parece ter dado a volta ao mundo em seu último livro, “Sonetos de Amor e Sacanagem” (Companhia das Letras, 2021), que ele lança neste domingo (12) na livraria Megafauna, no centro de São Paulo, às 15h. Gregório autografa os livros e bate um papo com Rita Palmeira, curadora da livraria. Alguns dos sonetos serão lidos pelos atores Luciana Paes e Vinicius Calderoni. (Isabelle Moreira Lima)
A Festa Literária Internacional de Paraty acontecerá pela segunda vez de maneira remota, com 19 mesas de conversas entre os dias 27/11 e 5/12. Este ano não haverá um autor homenageado, mas um tema central: os escritores discutirão o mundo vegetal e os saberes da floresta. Entre os nomes confirmados, estão o botânico Stefano Mancuso, Margaret Atwood, David Diop, Han Kang, Ailton Krenak (foto) e Alice Walker. Todas as conversas poderão ser acompanhadas gratuitamente pelo site da Flip e ficam disponíveis no canal do Youtube. (Amauri Arrais)
Quais os passos para escrever uma biografia? Eis a proposta do curso com o jornalista e escritor Mário Magalhães, com início em 30 de novembro. Em quatro aulas ao vivo pelo Zoom, a ideia é estruturar as etapas de uma biografia, da escolha de personagem à montagem do livro, passando pela apuração, organização das informações coletadas e redação. Magalhães já recebeu uma série de prêmios jornalísticos e literários no Brasil e no exterior e é autor de “Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo” (Companhia das Letras, 2012), recém-adaptado para o cinema por Wagner Moura. (Betina Neves)
Com a ideia de colocar para conversar autores com temas em comum em suas obras, a livraria paulista Dois Pontos realiza às quintas, 19h, o mini ciclo de debates “Um assunto em dois livros”. O próximo encontro será entre Lorena Portela, de "Primeiro eu tive que morrer" e Mariana Brecht, autora de "Brazza", que falam sobre autoficção. No dia 25, Adriana Negreiros e Tatiana Salem Levy conversam sobre abuso a partir dos livros "A vida nunca mais será a mesma" e "Vista chinesa". As conversas ao vivo ficam disponíveis no Instagram da livraria. (Amauri Arrais)
A obra e a vida de Clarice Lispector (1920-1977) são permeadas de interesse pelas artes visuais, seja na breve incursão da escritora na pintura, ou pela presença de personagens artistas em seus livros. A mostra que ocupa o Instituto Moreira Salles a partir de sábado (23) busca as conexões entre sua produção e a de mulheres que marcaram a arte brasileira no mesmo período, como Lygia Clark, Letícia Parente e Djanira. Além dos quadros de Clarice e suas contemporâneas, há manuscritos, fotografias e documentos da escritora, cujo centenário foi celebrado no ano passado. A entrada é gratuita, com agendamento prévio pelo site. (Amauri Arrais)
Não é exagero dizer que o português Tiago Rodrigues, ator, autor e diretor, é um dos nomes mais fortes do teatro contemporâneo, tanto que, em 70 anos, é o primeiro não-francófono à frente do Festival de Avignon, na França. Antes da pandemia, trouxe à Mostra Internacional de Teatro de SP, o texto “By Heart”, em que tira membros da plateia para encenar -- entre eles, é comum encontrar atores ávidos pela oportunidade de encenar seu texto, como foi o caso de Camila Pitanga e Martha Nowill. O volume editado pela 34 traz essa e outras peças de Rodrigues, cheias de humor e poesia, em um retrato lírico do que pode ser a vida no mundo contemporâneo. (Isabelle Moreira Lima)
Organizada pelo Instituto Moreira Salles (IMS) paulista, a mostra "Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros" se dedica a celebrar a vida e a contribuição literária da catadora de papel e autora do clássico Quarto de Despejo (Francisco Alves, 1960), que narra sua rotina nas comunidades pobres de São Paulo. Além da escrita, o evento foca nas atividades de Carolina como compositora, cantora, e artista de circo. Com abertura no sábado (25), vai até o dia 1º de janeiro. (Andressa Algave)
De 27/9 a 1º/10, a editora comemora seus cinco anos com conversas entre nomes como Christian Dunker (foto), Deivison Faustino, Djamila Ribeiro, Elsa Dorlin, Françoise Vergès, Franco Berardi, Giselle Beiguelman, Manuela Carneiro da Cunha e Vladimir Safatle. Os debates acontecem sempre das 17h às 19h, no canal do YouTube da editora. As inscrições são gratuitas, devem ser feitas no site, e dão direito a um ebook com textos dos participantes. (Isabelle Moreira Lima)
“O neoliberalismo fez com que passássemos a nos ver como competidores em vez de colaboradores, consumidores em vez de cidadãos”, diz a economista inglesa Noreena Hertz no livro, recém-lançado pela Editora Record. A autora aponta que, mesmo antes do isolamento ocasionado pela pandemia, a solidão já vinha se estabelecendo como condição definidora do século 21, com comunidades fragmentadas diante de décadas de políticas que puseram o interesse próprio acima do bem coletivo. Como antídoto, ela propõe, por exemplo, modelos inovadores de vida nas cidades. (Betina Neves)
Um clássico contemporâneo do ativismo de gênero, o livro “Má Feminista”, lançado em 2014 pela escritora, professora e ativista americana Roxane Gay, acaba de ser relançado com nova edição pela Globo Livros. Com tradução de Raquel Souza, o livro conta com uma série de ensaios críticos de um feminismo ainda cheio de clichês -- e a dificuldade de se encaixar em alguns critérios dentro do movimento. Roxane expõe questões de raça, gênero e identidade nas bolhas do cotidiano e na cultura moderna, tratando de música, cinema, televisão e literatura. À venda no site da editora. (Andressa Algave)
Um dos principais romances da escritora britânica Virginia Woolf (1882-1941), “As Ondas”. de 1931, acaba de ganhar uma nova tradução brasileira pela Autêntica, nas mãos de Tomaz Tadeu. Descrito pelo marido Leonard Woolf (1880-1969) como “uma obra-prima”, o livro conta a história de seis personagens, da infância à velhice. Famoso pela falta de marcadores de tempo e espaço, o livro também tem como marca a prosa sofisticada típica da autora, cuja morte acaba de completar 80 anos. (Leonardo Neiva)
Só a morte foi capaz de silenciar Sergio Sant'Anna. Vítima da covid-19 em maio de 2020 e um dos maiores nomes da literatura brasileira, teve suas últimas palavras e textos eternizados em dois títulos recentes: "A Dama de Branco" (Cia das Letras, 2021), que traz, além de uma narrativa homônima, a última de autoria de Sant'Anna, outros 16 contos; e "O conto não existe" (CEPE Editora, 2021), que reúne algumas das entrevistas mais antológicas que o autor concedeu e alguns de seus textos críticos. (Manuela Stelzer)
A editora independente Bazar do Tempo conduz o serviço de assinatura Clube F., que reúne múltiplas vozes e teorias feministas em um espaço de debate e colaboração. A plataforma disponibiliza para assinantes o livro do mês, debates em grupo, conteúdos extras e descontos em livrarias parceiras. Em agosto, a indicação do clube é o livro “Crítica da Colonialidade em Oito Ensaios”, da antropóloga argentina Rita Segato, que propõe uma visão afiada das relações de raça e gênero na modernidade. (Andressa Algave)
A Todavia acaba de embalar numa caixa quatro títulos do escritor norte-americano J.D. Salinger (1919-2010), tido como um dos que melhor traduziu o clima do pós-guerra, além de ser criador de personagens incríveis. “O apanhador no campo de centeio”, “Nove histórias”, “Franny & Zooey” e “Erguei bem alto a viga carpinteiros & Seymour: uma introdução” foram traduzidos por Caetano W. Galindo, e o lançamento inclui um ciclo de debates. (Isabelle Moreira Lima)
A partir de 28 de julho, o Goethe-Institut São Paulo vai transmitir o ciclo de conversas “Agora é com elas: literatura e sociedade na América do Sul”. O primeiro encontro trará a argentina Camila Sosa Villada, autora do recém-lançado “O parque das irmãs magníficas” (Tusquets, 2021), falando da representação da violência e a relação entre as palavras e o silêncio. Nos encontros seguintes, vão participar nomes como a brasileira Cidinha da Silva, a peruana Gabriela Wiener, a chilena Lina Meruane e a alemã Zöe Beck. (Betina Neves)
Depois de “Sobre os ossos dos mortos” (Todavia, 2019), que teve vendas expressivas no Brasil, “Correntes” (Todavia, 2021) é uma nova oportunidade de conhecer essa interessantíssima escritora polonesa, Nobel de Literatura em 2019. No livro, a autora mistura sua vida com a ficção em relatos, comentários e contos sobre viagens no tempo e no espaço, indo de causos de personagens históricos a reflexões sobre o ato de viajar. “Minha energia vem do movimento — do chacoalhar dos ônibus, do barulho dos aviões, do balançar das balsas e dos trens”, diz a narradora. (Betina Neves)
Quer entender por que o nome de Philip Roth não sai das manchetes mais de três anos após sua morte? Em duas reportagens, o Times analisa o legado controverso deixado pelo autor de “Pastoral Americana”. Enquanto uma delas trata da doação de Roth à biblioteca de Newark, outra aborda a polêmica envolvendo o biógrafo do escritor acusado de abuso sexual — o que despertou dúvidas sobre o tratamento que Roth reservava às mulheres. (Leonardo Neiva)
Ao completar nove décadas de vida, o jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras diz que não pode reclamar: está saudável, cercado de família e amigos, mas que “não se pode ser totalmente feliz num país que é hoje um cemitério”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Zuenir Ventura fala sobre a defesa da floresta, a CPI da pandemia, a velhice e o ano de 1968, além da importância da imprensa em tempos de desinformação. (Manuela Stelzer)
Em "Notas sobre o luto" (Companhia das Letras, 2021), a autora nigeriana narra a dor, a raiva e a solidão que seguiram a morte do pai, em junho de 2020, além das dificuldades do sepultamento na pandemia, com aeroportos fechados e funerárias lotadas. “O luto é uma forma cruel de aprendizado. (...) É um tormento não apenas do espírito, mas também do corpo. Carne, músculos, órgãos, tudo fica comprometido. Nenhuma posição é confortável.” (Betina Neves)
Carmen acredita ter encontrado a mulher perfeita. Juntas, fazem sexo, viajam, conhecem as famílias uma da outra. Só que, aos poucos, ela vai percebendo que seus limites não são respeitados e o que era felicidade se torna violência psicológica. Em “Na Casa dos Sonhos” (Companhia das Letras, 2021), a escritora americana Carmen Maria Machado traz à tona memórias de um relacionamento abusivo, de forma fragmentada e impactante para o leitor. (Leonardo Neiva)
Pode ser que o formato epistolar esteja um tanto obsoleto, mas está em foco na novíssima revista Presente. Online e gratuita, a publicação trimestral, proposta pela artista Anna Maria Maiolino e o curador Paulo Miyada, dá preferência a textos de correspondência. A primeira edição traz o diálogo entre criadores e outras personalidades da arte, além de um ensaio inédito da autora de ficção norte-americana Ursula K. Le Guin (1929-2018). (Leonardo Neiva)
Com participações ilustres como as de José Eduardo Agualusa, Letrux e Michel Laub, a Flima (Festa Intenacional de Literatura da Mantiqueira) acontece 100% online pela primeira vez em sua história, entre os dias 18 e 21. Homenageada da edição, a autora Lygia Fagundes Telles é tema de dois debates e terá um conto inédito lido durante o evento. Para assistir às conversas, saraus e leituras, basta acessar gratuitamente o YouTube do evento. (Leonardo Neiva)
Com a promessa de ser o romance mais íntimo da filósofa e escritora Simone de Beauvoir - que tem papel fundamental na luta feminista e no ativismo político - o inédito “As Inseparáveis” (2021) relata a sua forte história de amizade com Élisabeth “Zaza” Lacoin, com quem partilhou grandes momentos da vida desde os nove anos, como conta esse texto da revista Quatro Cinco Um. O livro chega ao Brasil após 34 anos da morte da autora. (Dandara Franco)
Ai! que preguiça! O herói sem nenhum caráter voltou em edição especial da Ubu Editora. Lançada originalmente em 2017, a versão capa dura do romance de Mário de Andrade está disponível mais uma vez em pré-venda até 5/3. Com tiragem limitada de 110 exemplares, a edição especial conta com gravuras originais do artista Luiz Zerbini, que também fez a capa. Os exemplares são numerados e assinados pela artista. (Daniel Vila Nova)
Pouco antes do aniversário de 85 anos de Raduan Nassar, em outubro de 2020, a escritora Marilene Felinto e o cineasta Luiz Fernando Carvalho (que levou “Lavoura Arcaica” para o cinema em 2001) fizeram uma visita ao amigo e gravaram a conversa. O papo, em que o veterano da literatura brasileira fala sobre velhice, política, maconha, agricultura e criação literária, está na edição de janeiro da revista Quatro Cinco Um. (Mariana Payno)
No mês que marca o centenário de nascimento da norte-americana Patricia Highsmith, autora de títulos como“O Talentoso Ripley” (1955) e mestre do romance policial, o Guardian publica um conto inédito e recém-descoberto em que ela narra os desafios de uma menina para se ajustar a uma nova vida em Nova York. O jornal britânico também traz um texto da escritora e crítica Carmen Maria Machado sobre a vida e a obra de Highsmith. (Mariana Payno)
Contos do folclore africano, textos fundadores das culturas árabe, judaica e japonesa, histórias tradicionais da América Latina e da Europa: o projeto Literatura Livre, do Sesc São Paulo, é o paraíso dos leitores ávidos por um clássico. Com seis títulos já disponíveis, a iniciativa vai publicar, em edições inéditas e bilíngues, 14 e-books gratuitos com obras originárias dos povos que contribuíram para a formação da cultura brasileira. (Mariana Payno)
Nem só de dramas hospitalares vive Shonda Rhimes. Bridgerton (2020), a nova produção da criadora de Grey's Anatomy, estreou na Netflix no Natal e já é um hit no pódio da plataforma. Baseada na coleção literária de Julia Quinn, traz cenário e figurino da época da Regência Britânica (século 19) -- mas questões e tramas assustadoramente atuais, com mulheres imponentes, um jornal de fofocas a la "Gossip Girl" e uma corte diversa. (Manuela Stelzer)
Quando o surrealismo invade a vida, a poesia pode oferecer uma oportunidade de respiro. A estratégia de sobrevivência acabou virando um podcast: o escritor, editor e colunista da Gama Leandro Sarmatz lê dois poemas por semana na série Sou Tímido Espalhafatoso, batizada a partir de um verso de “Vaca Profana”, de Caetano Veloso. “Tento equilibrar entre poetas consagrados, gente nova e talentosa, homens e mulheres, poetas e cancionistas”. (Isabelle Moreira Lima)
Um grupo de pessoas se junta para, em meio a uma pandemia, contar histórias e fugir dos horrores de uma nova praga. A premissa de “Decamerão”, clássico italiano de Giovanni Boccaccio, serviu como ponto de partida para o novo projeto do New York Times, “Decameron Project”. Inspirados no livro do século XIV, o jornal americano produziu uma coletânea de contos baseados na situação atual do planeta. Ao todo, são 29 textos escritos por grandes nomes da literatura como Margaret Atwood, David Mitchell, Tommy Orange e Mia Couto, além de novos ficcionistas como Julián Fuks. Abordando temas como medo, perda, gentileza e humor, o projeto busca explorar experiências capazes de nos unir em tempos tão difíceis.
Se para as casas de aposta especializadas o anúncio da vencedora do Nobel de Literatura já foi uma surpresa, muitos leitores brasileiros devem ter ouvido o nome de Louise Glück pela primeira vez por causa do prêmio sueco. Embora a poeta americana seja reconhecida nos EUA, colecionando outros troféus celebrados -- como o Pulitzer e o National Book Award --, ela ainda não teve livros publicados no Brasil. É possível, no entanto, ler seus poemas online, em traduções feitas pelos também escritores Pedro Gonzaga, André Caramuru Aubert e Camila Assad nas revistas literárias Estado da Arte e Rascunho e no portal G1. Para quem se aventura na leitura em inglês, o site da Academy of American Poets também reúne alguns dos versos de Glück. Nascida nos EUA em 1943 e descendente de judeus húngaros, a poeta começou a escrever ainda criança e tem 18 livros publicados. Ao abordar temas como a morte, as rejeições e os traumas, Glück levou o Nobel por “sua voz poética inconfundível que, com beleza austera, torna universal a existência individual”. Para saber mais sobre ela e sua obra, vale ler as críticas do New York Times e da The Atlantic e este texto da Revista Cult, em que o crítico Tarso de Melo a apresenta ao lado de outros bons poetas norte-americanos pouco conhecidos por aqui.
Muitos têm sido os sentimentos que nos unem, enquanto povo, raça, chame como quiser, ao longo deste 2020. Frustração. Inquietação. Raiva. Saudade. E para muitos, luto. Neste longo, belo, e tortuoso (com gatilhos, muitos deles) relato para a New Yorker, a escritora Nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie reflete sobre a perda de seu pai, James Nwoye Adichie, falecido neste 2020 — não por Covid-19, mas por uma falência renal. Mãe e irmãos, primos, memórias íntimas, a carreira ilustre do Professor de Estatística, toda a jornada de uma vida é revivida e rememorada. A cronologia é fragmentada; memórias se sobrepõem a lições sobre a cultura nigeriana e do povo Igbo, e a banalidades burocráticas. Ler as palavras de Chimamanda traz um estranho conforto, um apaziguamento. Expor-se tanto é um ato de vulnerabilidade, mas que gera, sobretudo, empatia. É como se, ao abrir seu luto e a história dos seus familiares, ela estivesse nos ajudando a encontrar os denominadores comuns que nos tornam mais próximos uns dos outros. Menos diferentes, mais humanos, unidos em nossos sentimentos.
“Não posso fazer horóscopo porque há dúvidas: não se sabe se nasci em 23 de novembro ou 10 de dezembro. Nem em que hora. E foi num lugar que não figura no mapa: uma aldeia na Ucrânia.” Embora a vida e a obra de Clarice Lispector tenham sido esmiuçadas por biógrafos e pesquisadores, sua data de nascimento, como relatado por ela em uma carta ao escritor espanhol Jose Luis Mora Fuentes, permaneceu sempre uma incógnita. Já que os documentos da imigração falam em 10 de dezembro de 1920, convencionou-se esse dia — o que marca seu centenário nesta semana. Entre as comemorações, que incluíram algumas reedições ao longo do ano e um volume com epístolas inéditas (como aquela à Mora Fuentes), está o lançamento de um site bilíngue dedicado à escritora pelo Instituto Moreira Salles, detentor de seu acervo. Em português e inglês, o portal traz fotos, manuscritos, áudios, vídeos e cartas, além de aulas e textos críticos, e faz parte da Hora de Clarice, evento-homenagem realizado anualmente pelo IMS desde 2011. No embalo das celebrações, o Nexo publica duas análises de especialistas sobre os enigmas que rondam o conto “O Ovo e a Galinha”, misterioso até para a própria autora. (Mariana Payno)
Em um ano tão esquisito quanto 2020, cheio de baldes de água fria e eventos cancelados (por uma justificativa inquestionável, que fique claro), é quase um presente de Natal ter uma edição da Flip em dezembro. A Festa Literária Internacional de Paraty tem edição excepcionalmente online (e gratuita) nesta semana. Aberta na quinta-feira (3) com a mesa que discute diásporas africanas e a participação de Bernardine Evaristo e Stephanie Borges, o festival segue com temas como florestas vivas, com Jonathan Safran Foer e Márcia Kambeba na sexta (4). No sábado (5) duas mesas chamam atenção: ancestralidades, com Chigozie Obioma e Itamar Vieira Junior, autor de “Torto Arado”, vencedor do Jabuti deste ano; e transições, com Caetano Veloso e Paul B. Preciado. No domingo, entre os destaques estão a mesa que reúne escritores que tratam temas relacionados ao racismo, com Regina Porter e Jeferson Tenório. A programação completa está no site da Flip, que também realiza sua edição sobre literatura infantil, a Flipinha. (Isabelle Moreira Lima)
Depois de mais de duas décadas de vendas, leituras e descontos, a Festa do Livro da USP chega ao seu 22º ano. Desde o dia 9 de novembro, já é possível garimpar os livros participantes direto do conforto de casa, na primeira edição 100% virtual do evento, que vai até o dia 15. E o melhor: todos os volumes saem com no mínimo 50% de desconto. Apesar de terem acabado as enormes filas em frente às editoras mais concorridas, a demanda não diminuiu. Logo no primeiro dia, o site do evento recebeu tanta gente que chegou a ficar indisponível. Das 169 editoras presentes este ano, algumas são bem conhecidas, como a Martins Fontes, a Todavia, a L&PM. Outras, nem tanto — uma ótima oportunidade de conhecer livros e editoras fora da nossa zona de conforto. Para acessar as obras à venda, os leitores devem entrar no site do evento, onde serão direcionados para as listas das editoras de sua preferência. (Leonardo Neiva)
Neste fim de semana, de sexta (18) a domingo (20), uma maratona de arte e cultura permite que se conheça a efervescente produção cultural das periferias pela plataforma do Sesc. O Festival Favela em Casa SP reúne artistas independentes -- pretos e periféricos, como lembra a organização -- que estão fora da bolha do mainstream. A curadoria de Andressa Oliveira, moradora do Campo Limpo, extremo sul de São Paulo, e de Marcelo Rocha, da cidade de Mauá, no ABC Paulista, reuniu 35 atrações de música, teatro, dança, cinema, literatura e artes visuais. As transmissões revezam-se entre performances ao vivo e gravações realizadas no Estúdio Curva, na capital paulista, e incluem, além de apresentações artísticas, uma série de bate-papos com convidados; entre eles, a escritora Helena Silvestre, a curadora, poeta, escritora e ativista Abigail Santos Leal e o educador social Mestre Gildásio.
Gilberto Gil e Emicida são alguns dos artistas que discutirão a importância da pausa, tema que norteia os encontros, performances artísticas e experiências da 8ª edição do FLI 2020, o Festival Literário de Iguape, que tem curadoria da escritora Bianca Santana, colunista da Gama. A programação é dividida em duas partes: o prólogo, composto por conversas e apresentações que introduzem o evento ao público, entre os dias 7 e 19 de setembro; e o festival ao vivo no dia 20, que será transmitido por seis horas ininterruptas no Instagram, Facebook e Youtube do Programa Oficinas Culturais. Entre os participantes estão ainda Amara Moira, Marcelo D'Salete, Mel Duarte, Preta Rara, Roberta Estrela D’Alva, e outros nomes de peso da literatura, da música e da cultura brasileira.
Embora no recém-lançado livro de poemas "Regresso a Casa" (Dublinense, 2020), produzido durante a quarentena, o português José Luís Peixoto dê protagonismo ao lar, nem todos os seus escritos estão confinados entre quatro paredes. Afinal, o autor — um dos mais relevantes da literatura lusitana contemporânea — alimenta um blog de viagens. Por lá, ele publica suas impressões sobre as cidades e lugares que visitou pelo mundo. E não são poucos: da Coreia do Sul a Porto Rico, passando por Moçambique, Istambul e Curitiba, Peixoto carimba o passaporte em destinos de quase todos os continentes. E, claro, leva junto o leitor que, embalado por detalhes e reflexões, aproveita para matar as saudades de viajar e planejar as férias futuras.
Se Holmes, Poirot e Dupin são tidos como os mais brilhantes detetives da ficção, Perry Mason não fica para trás. O investigador americano volta a ação na nova série da HBO, “Perry Mason”. Criado na década de 1930, o personagem surgiu nas páginas de ficção pulp e fez um sucesso estrondoso na década de 1960 com sua série de TV. Agora, Mason retorna a Nova York da década de 30 em uma nova versão – mais sombria – pronto para resolver o misterioso e brutal assassinato de uma criança. A primeira temporada completa já está pronta para ser maratonada na HBO GO e conta com Tatiana Maslany e Matthew Rhys nos papéis principais.
Uma crônica é uma boa conversa que pode rodar o mundo, visitar a política, versar sobre o cotidiano, voltar-se para o íntimo, às vezes tudo isso em um mesmo texto, sem perder o fio da meada. Autor de poemas, contos e crônicas (e dessa investigação sobre o bairro da Liberdade), Fabrício Corsaletti dá o curso Artes e Artimanhas da Crônica, pelo Zoom da Escrevedeira em quatro aulas de 13 de agosto a 3 de setembro. Segundo ele, o programa inclui aulas expositivas, com uma linha do tempo da crônica, desde seu surgimento no século 19 até os contemporâneos, e comentários dos textos produzidos por alunos. No programa, estão autores desde Machado de Assis, passando pelos mestres modernos – especialmente Rubem Braga e Nelson Rodrigues –, até chegar nos contemporâneos, como Tati Bernardi, Antonio Prata e Ricardo Terto. Corsaletti traça ainda paralelos entre o gênero e outros como a poesia, o conto e o ensaio. As inscrições estão abertas e o curso custa R$ 330.
Uma edição especial de quarentena da revista serrote, publicação do Instituto Moreira Salles, traz reflexões sobre o momento de exceção que se vive no Brasil em meio à pandemia de Covid-19 — são seis textos inéditos sobre os impactos políticos e sociais desse momento, além de três ensaios visuais. A edição conta, ainda, com a tradução de “O vínculo da vergonha”, clássico do historiador italiano Carlo Ginzburg que fala diretamente ao Brasil de hoje. É possível fazer o download gratuito da publicação, e o canal do Youtube do IMS transmite uma conversa com autores da revista no dia 15 de julho às 17h.
Para quem quer se aventurar pela extensa produção de uma das maiores escritoras brasileiras do século 20 mas ainda não sabe por onde começar, a Companhia das Letras disponibiliza um livreto gratuito que introduz ao leitor um pouco do universo pessoal e poético de Hilda Hilst. "Três vezes Hilda" traz uma breve apresentação da vida e da obra da autora por Ana Lima Cecílio, antecipando parte da biografia que deve ser lançada em breve; três cartas lindas do amigo Caio Fernando Abreu enviadas a Hilda no começo dos anos 1970; e três poemas de amor retirados da coletânea "De amor tenho vivido" (2018), da mesma editora.
Um espaço para extravasar todos os dias pensamentos que nos perseguem entre as quatros paredes do confinamento. Essa é a proposta da Pandemia Crítica, página dentro do site da N-1 Edições que reúne textos dos mais diversos tipos sob um denominador comum: os tempos de crise da Covid-19. Entre contos, poemas, diários, ensaios filosóficos, reflexões sobre arte, política, racismo e medo, já são mais de 90 textos publicados desde o início da quarentena — e, para não perdê-los de vista, a editora posta os links diariamente no Instagram. Vale o mergulho.
"Dizem que somos pessimistas e exibimos deformações; contudo as deformações e miséria existem fora da arte e são cultivadas pelos que nos censuram." Se os sofrimentos desaparecessem, o que seria da arte? É o que pergunta o autor de "Vidas Secas" ao pintor Candido Portinari, em correspondência de 1946. Na carta, disponível no Correio IMS, acervo online organizado pelo instituto, Graciliano Ramos reflete sobre a produção de obras que observam a miséria, e que espécie de arte surgiria numa paisagem sem deformações. "Desejamos realmente que elas desapareçam ou seremos também uns exploradores, tão perversos como os outros, quando expomos desgraças?", questiona o escritor, angustiado, a seu amigo.
Crônicas de Ana Paula Maia, Cidinha da Silva, Geovani Martins e Itamar Vieira Junior; filmes da atriz e diretora Helena Ignez e do cineasta Takumã Kuikuro; vídeos dos artistas Edgar e Leona Vingativa e do fotógrafo Marcelo Rocha; e uma apresentação musical da Família Ernest Dias estão entre os primeiro trabalhos do programa IMS Convida. O Instituto Moreira Salles concebeu o programa como uma forma de dar apoio à prática artística durante a quarentena. Cerca de 60 artistas e coletivos produziram obras inéditas que levaram em conta a pluralidade e a diversidade do Brasil, que serão publicadas diariamente na plataforma. Na lista estão ainda nomes como os rappers Brô MCs, o cartunista Angeli, o cineasta Karim Aïnouz, o fotógrafo Roger Cipó e o coletivo Slam das Minas.