Bebê reborn

Boneca hiper-realista que parece um recém-nascido humano e ganhou popularidade nas redes sociais tem conquistado adultos como objeto terapêutico, afetivo e de coleção

Ana Elisa Faria 07 de Maio de 2025
  • O QUE É

    Uma boneca que, de tão hiper-realista, parece um neném humano — a ponto de, muitas vezes, confundir as pessoas mais distraídas. Fabricado artesanalmente, o bebê reborn, que pode “nascer” com o gênero e as características que o cliente escolher, é moldado com pano ou silicone, enchido com fibra de poliéster ou areia de aquário, pintado com uma tinta especial, em camadas, finalizado com verniz, para proteger o material e dar um acabamento de pele com textura de poros, além de ter os fios dos cabelos e dos cílios implantados um a um. A precisão do trabalho é tamanha que esses bebês apresentam veias, dobrinhas, manchas e rubor. Há modelos com o mesmo peso de um recém-nascido de verdade e que até simulam a respiração e os batimentos cardíacos de um bebezinho. Embora ainda bastante associado ao universo infantil, o objeto é frequentemente adquirido por adultos, seja para colecionar, para fins terapêuticos, como o tratamento de mães enlutadas, como um hobby ou como um item de afeto e adorno. No mercado já há algum tempo, os bonecos do tipo vivem uma fase de “boom” no país, com influenciadores digitais mostrando parto reborn, rotina reborn e encontros de colecionadores reborn, um deles, no parque Ibirapuera, em São Paulo, ganhou um documentário realizado pelo apresentador e comentarista de TV Chico Barney.

  • QUEM FEZ

    Há duas versões sobre a criação dos bebês reborn, ambas vêm dos Estados Unidos. Uma é datada da Segunda Guerra Mundial, período de muita dificuldade de encontrar brinquedos novos, e, por isso, as bonecas antigas começaram a ser repaginadas para que as crianças pudessem brincar. Daí o reborn do nome: renascido, do inglês. A outra história relacionada à origem do objeto é mais jovem, dos anos 1990, com artistas que modificavam bonecos comuns para parecerem mais reais, em um processo chamado “reborning” — no Brasil, a tendência dos reborn pegou há cerca de uma década. Desde então, o mercado cresceu e se profissionalizou. Hoje, há artesãos especializados em todo o mundo, além de lojas que vendem acessórios personalizados e maternidades criadas especialmente para nascimentos de bebês reborn. Cada peça costuma ser única e pode levar semanas para ser finalizada.

  • POR QUE É TÃO DESEJADO

    É o tipo de objeto que provoca encantamento ou estranhamento à primeira vista. No mínimo, causa curiosidade. Além do aspecto impressionantemente realista — como as obras de artistas como o australiano Sam Jinks e o brasileiro Giovani Caramello —, o bebê reborn carrega um forte apelo emocional. Há quem compre para lidar com o luto ou a saudade de um filho, outras pessoas querem o boneco como companhia para dar afeto ou até como ferramenta terapêutica para ansiedade e depressão. A ideia de “cuidar” de um recém-nascido sem o peso da realidade da parentalidade atrai ainda colecionadores e entusiastas.

  • VALE?

    Se você busca um objeto de decoração inusitado, um brinquedo para presentear, uma companhia afetiva ou tem curiosidade pelo hiper-realismo, pode valer a pena — mas a brincadeira não é barata. Os valores variam bastante: há versões mais simples por cerca de R$ 380, mas as mais sofisticadas, com detalhes extremamente fiéis e o corpinho feito de silicone, podem ultrapassar os R$ 8.500.

     

  • ONDE COMPRAR

    Diversos artistas brasileiros vendem diretamente pelo Instagram ou por meio de plataformas como Elo7, Shopee e Mercado Livre. Há também lojas online especializadas, como a Alana Babys e a Reborn Bebê.

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