Ovo de Páscoa

Conheça a história do doce que surgiu na Inglaterra no século 19, tornou-se símbolo da celebração cristã e ganhou recheios variados no Brasil

Flávia Mantovani 16 de Abril de 2025
  • O QUE É

    Um doce em formato de ovo, feito de chocolate, que é dado de presente para crianças e adultos no feriado cristão da Páscoa. Pode ter diversos tamanhos e ser artesanal ou industrializado. Os mais tradicionais são ocos, podendo ser recheados com doces, guloseimas ou brinquedos, e vêm embalados em papéis coloridos laminados, arrematados com um laço de fita. Há versões que vêm em caixas de presente, com as duas metades divididas e recheios como brigadeiro, doce de leite ou creme de avelã. Em países como o Brasil, as crianças são ensinadas a acreditar que os ovos de chocolate são trazidos por um coelho — o coelho da Páscoa.

  • QUEM FEZ

    De acordo com o Guinness Book, os primeiros ovos de Páscoa ocos de chocolate foram produzidos em 1873 pela empresa britânica de confeitaria Fry’s, sediada em Bristol, no Reino Unido. Dois anos depois, em 1875, a iguaria passou a ser fabricada pela empresa rival Cadbury, que recheou seus ovos com amêndoas açucaradas. Mas eles eram vistos como itens de luxo, e somente nas décadas de 1960 e 1970 os supermercados começaram a oferecer ovos de chocolate a preços mais baixos, conta a historiadora Serin Quinn em um artigo publicado na The Conversation.

    Antes dos britânicos, no início do século 19, confeiteiros franceses e alemães já produziam ovos de chocolate sólido, mas ele era granulado e amargo. O chocolate cremoso e moldável, usado pelas duas empresas britânicas só foi possível de ser fabricado a partir de 1828, quando um holandês inventou uma prensa que separava a manteiga de cacau do cacau.

    Os primeiros ovos da Cadbury eram feitos de chocolate amargo, mas, em 1905, eles introduziram os ovos de chocolate ao leite, que se tornaram os mais vendidos. Mas por que usar ovos para presentear na Páscoa?

    Os ovos — de galinha — foram considerados um símbolo de fertilidade e nascimento por várias culturas da Antiguidade, dos persas aos chineses, desde muito antes do surgimento do cristianismo. No Hemisfério Norte, muitos povos celebravam o início da primavera trocando ovos como presentes. Quando os cristãos passaram a celebrar a ressurreição de Jesus na Páscoa, os ovos foram adotados como um símbolo desse renascimento.

    Na Idade Média, especialmente no Leste Europeu, consolidou-se uma tradição de colorir as cascas dos ovos, em uma atividade conhecida como pysanka. No século 18, pâtissiers franceses esvaziavam a gema e a clara desses ovos decorados e os recheavam com chocolate.

    Os ovos de Páscoa de chocolate só chegaram ao Brasil no século 20.

  • POR QUE É TÃO DESEJADO

    É fácil entender o apelo que os ovos de Páscoa têm entre as crianças: são de chocolate, vêm em embalagens chamativas — muitas delas com personagens que fazem sucesso entre os pequenos — e ainda trazem brinquedinhos de brinde. No caso dos adultos, além do chocolate em si, alguns ovos ganham atrativos como recheio de pistache, pudim, brigadeiros e caipirinha. Neste ano, uma empresa de Santa Catarina criou um ovo de chocolate recheado com torresmo, para o qual há fila de espera.

  • VALE?

    Se for considerado apenas o preço do chocolate, não. O valor do quilo do ingrediente no ovo de Páscoa (R$ 325,34) custa, em média, três vezes mais do que nos tablete (R$ 101,08), segundo levantamento do Procon-SP feito na última semana de março de 2025. Os fabricantes alegam que os custos são maiores por várias razões: processo de fabricação mais complexo do que o de uma barra comum, embalagem mais cara, transporte mais delicado e pagamento de royalties para o uso de personagens, por exemplo. Mas há também um fator emocional e de percepção de valor pelo consumidor, que aceita pagar mais caro pelo produto por ele ser um símbolo da data festiva — vai explicar para uma criança que uma barra de 200 g de chocolate é a mesma coisa que um ovo com o mesmo peso.

  • ONDE ENCONTRAR

    Em docerias, padarias, supermercados, lojas de e-commerce ou por encomenda, de confeiteiros autônomos.

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