Grande estreia da semana nos cinemas, o novo épico do diretor Ridley Scott, “Napoleão” — em breve, o filme também chega à Apple TV+ —, traz Joaquin Phoenix na pele da figura do controverso líder militar francês. O longa faz um retrato das origens do imperador da França, ao mesmo tempo em que foca o conturbado relacionamento amoroso de Bonaparte com a esposa, Josephine, vivida por Vanessa Kirby. (Ana Elisa Faria)
Obras de mais de uma centena de artistas, de várias mídias e tipologias, origens e períodos, estão reunidas em "Histórias Indígenas", grande exposição que chega ao MASP nesta sexta-feira (20). Realizada em parceria com a instituição norueguesa Kode Bergen Art Museum, a mostra exibe diferentes perspectivas indígenas da América do Sul, da América do Norte, da Oceania e da Escandinávia. Até 25 de fevereiro de 2024. (Ana Elisa Faria)
“No 25 de dezembro as senhoras destinadas a morrer de fome por ordem de López foram libertadas pelo Exército brasileiro. Eu sou uma delas; vivo e escrevo”, diz o relato que abre “Memórias de Dorothée Duprat de Lasserre: Relato de uma prisioneira na Guerra do Paraguai (1870)”, livro que comemora 20 títulos lançados pela editora Chão, especializada em não ficção histórica. Neste, as dificuldades de viver numa espécie de campo de concentração itinerante de mulheres. (Isabelle Moreira Lima)
Já pensou mergulhar mais de 100 metros no fundo do mar sem um tanque de oxigênio? Parece loucura, mas para alguns é missão de vida. E era o sonho da italiana Alessia Zecchini, que é protagonista do documentário “De Tirar o Fôlego”, da Netflix. O filme mostra toda a dedicação e a trajetória da atleta para quebrar o recorde do esporte e os perigos que envolvem essa atividade radical. (Isabelle Moreira Lima)
Após o golpe militar no Chile, em 1973, cerca de 800 pessoas se refugiaram na Embaixada da Argentina em Santiago. A socióloga brasileira Elisabeth Vargas, que estudava e atuava como militante na época, foi uma delas. No forte depoimento “A resistência do colchonete”, para a revista Quatro Cinco Um, ela relembra como foi presa e solta de forma improvável e a tensa espera na Embaixada, em que até compartilhar colchonetes era um desafio. (Leonardo Neiva)
Anos após ajudar a polícia a prender um serial killer, Nelson França (Selton Mello) acredita que o assassino está de volta. Em “França e o Labirinto”, do Spotify e Jovem Nerd, acompanhamos um detetive particular cego que busca solucionar um tenebroso caso. Com tecnologia de áudio binaural, em que os sons são localizados e cercam quem está escutando, há um ambiente imersivo que faz com que você se sinta na pele do protagonista. (Daniel Vila Nova)
Os traços finos, os bordados, os tecidos translúcidos estão em "Leonilson. Corpo Político", mostra que relembra as três décadas da morte do artista, aos 36 anos, de complicações relacionadas ao HIV/Aids. O curador espanhol Agustin Pérez Rubio organizou as 70 obras em eixos temáticos: amor, sexualidade, doença, solidão, morte. Destaque para os recortes de jornal das colunas que o artista ilustrava para Barbara Gancia, na Folha de S.Paulo. (Luara Calvi Anic)
A guerra fria entre membros de uma mesma família abalou a República nos anos 1990, levando ao impeachment do primeiro presidente eleito de forma direta depois da redemocratização. Com áudios inéditos, o podcast "Collor versus Collor", do Globoplay, relembra a história que fez ruir o governo de Fernando Collor após um grandioso esquema de corrupção delatado pelo próprio irmão, Pedro Collor de Mello. (Ana Elisa Faria)
O escritor e ativista americano James Baldwin (1924-1987) revisita locais históricos de norte a sul dos EUA, por onde passou o Movimento dos Direitos Civis no país. Essa andança é mostrada no longa documental "I Heard it through the Grapevine", de Dick Fontaine e Pat Hartley, em cartaz na 12ª Mostra Ecofalante, em São Paulo. Na obra, intimista, o intelectual cruza com amigos, colegas de luta e da literatura, e relembra as frustrações da guerra contra o racismo. O festival é gratuito. (Ana Elisa Faria)
A revisão de obras clássicas de autores conhecidos mundo afora vem dando o que falar. Com mudanças de termos como “gordo”, que virou “enorme”, e “fêmea”, que se tornou “mulher”, a maioria das alterações exclui trechos considerados preconceituosos ou ofensivos aos leitores atuais. A história, explorada em reportagem da Folha, aprofunda toda a discussão em torno da tendência do revisionismo literário. (Leonardo Neiva)
Disponível na Netflix, a primeira temporada de “Rainhas Africanas: Nzinga” conta a história real da mulher que comandou dois reinos da África Central no século 17, narrada pela atriz Jada Pinkett Smith. Já a Globo estreia na terça (2), após a novela das nove, a série “Encantado’s”. A comédia mostra os dilemas de uma família negra do subúrbio do Rio, dividida entre o trabalho num mercadinho e os ensaios de uma escola de samba. (Leonardo Neiva)
Um dos mais emblemáticos personagens do século 20 tem sua história destrinchada no romance gráfico do jornalista norte-americano Jon Lee Anderson e do quadrinista mexicano José Hernández. Tudo começa em Buenos Aires, em 1953, quando Che se forma em medicina. Em suas 440 páginas, divididas em três partes, "Che: Uma Vida Revolucionária" (Cia das Letras, 2023) relata os detalhes históricos e pessoais do personagem. (Manuela Stelzer)
Intitulado "Ele era Tom Verlaine", Smith homenageia seu grande amigo, morto em 28/1. Ícones da cultura do final do século 20, se conheceram em 1973 e dividiram interesses. Ela relata com detalhes a primeira vez que o viu se apresentar, em abril do ano seguinte. "O que vimos naquela noite foi familiar, nosso futuro, uma fusão perfeita entre poesia e rock’n’roll. Enquanto via Tom tocar, pensei: Se eu fosse um menino, teria sido ele", escreveu. (Manuela Stelzer)
Para marcar o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto (27/1), a Unibes Cultural apresenta o documentário “Shoah” (1985), de Claude Lanzmann, considerada uma das mais importantes obras sobre os horrores do nazismo. Com nove horas e meia de duração de relatos de sobreviventes e de pessoas que eram parte da engrenagem nazista, a exibição será dividida em quatro sessões, entre 30/1 e 2/2, às 19h30. Grátis. (Ana Elisa Faria)
Dezesseis filmes sobre o cangaço abrem a programação de 2023 da Cinemateca Brasileira. "Lampeão" (1936) e "Baile Perfumado" (1996) são alguns dos clássicos em exibição gratuita na mostra, que ocorre entre 19 e 28/1. Também se destacam as cores vibrantes de "A Morte Comanda o Cangaço" (1960) e a contemporaneidade de "Bacurau" (2019). Além dos títulos, haverá conversas com diretores como Kleber Mendonça Filho e Paulo Caldas. E tudo acompanhado por um cardápio de comidas típicas nordestinas, disponível no Café da Cinemateca. (Manuela Stelzer)
O olhar do fotógrafo de rua talvez seja mais aguçado quando o ambiente é desconhecido. "Modernas!" traz cinquenta anos de São Paulo por fotógrafas que tinham justamente esse olhar estrangeiro. Refugiadas do nazismo, elas contribuíram para construir uma visualidade moderna dessa cidade em transformação. Na exposição, trabalhos de Alice Brill, Claudia Andujar, Gertrudes Altschul, Hildegard Rosenthal, Lily Sverner, Madalena Schwartz e Stefania Brill. Até 5/3. Curadoria de Ilana Feldman e Priscyla Gomes. (Luara Calvi Anic)
Elogiadíssima pela crítica, a nova versão da história do boneco de madeira que sonhava ser um menino de verdade estreia nas telas de cinema nesta quinta (24), antes de chegar à Netflix em 9 de dezembro. Dirigida pelo cineasta de “O Labirinto do Fauno” e vencedor do Oscar por “A Forma da Água”, a releitura musical em stop-motion deve ser sombria e conta com as vozes de Ewan McGregor, Tilda Swinton, Cate Blanchett e Finn Wolfhard (“Stranger Things”). (Leonardo Neiva)
Referência mundial em design de mobiliário, a dupla Irmãos Campana se desfez de forma definitiva a morte de Fernando, em 16 de novembro. Relembrando a trajetória e a relação com o irmão, de quem era íntimo, Humberto escreve à Folha sobre sua vida e morte. “O Fernando escolheu ir embora nessa hora porque o país ficou muito chato”, diz sobre o estado de espírito do familiar pouco antes de sua partida. (Leonardo Neiva)
Em 1985, um desaparecimento marcou o Brasil: o escoteiro Marco Aurélio, de 15 anos, sumiu sem deixar pistas durante uma trilha que fazia com um grupo de jovens ao Pico dos Marins (SP). Desde então, sua família busca respostas para o mistério – foi assassinado ou está vivo? O instigante podcast da Globoplay, com produção da Trovão Mídia, traz um panorama do caso, do universo dos escoteiros e acompanha a busca incansável dessa família. (Luara Calvi Anic)
A Casa Sueli Carneiro disponibiliza, a partir do dia 16/11, o curso online e gratuito “Ler o Brasil”, que mergulha na obra de grandes autoras e autores negros para entender melhor a realidade do país. Serão videoaulas, roteiros de estudo e atividades para os alunos, que podem fazer o curso no ritmo que desejarem. As aulas serão ministradas por Sueli Carneiro, Conceição Evaristo, Edson Cardoso e Muniz Sodré. Inscrições até 14/11. (Manuela Stelzer)
Recomendado para baristas, estudantes e apaixonados pela bebida, o curso é ministrado por Cristiana Couto, jornalista especializada em gastronomia. As aulas contam desde os primeiros registros do café e sua difusão pelo mundo árabe até as primeiras cafeterias europeias e o plantio nas colônias. Mitos sobre a origem do grão e aspectos sociais da bebida, como seu desenvolvimento no Brasil, também serão discutidos. Inscrições aqui. (Manuela Stelzer)
Conhece a história de uma das figuras mais importantes da televisão brasileira? Na série do Star+ "O Rei da TV", José Rubens Chachá interpreta o apresentador em um dos seus momentos mais difíceis de sua vida: um grave problema que poderia causar a perda da voz. Dos tempos de camelô até a entrada no SBT, a série passeia pela carreira e pela vida pessoal de Silvio e passou a ser vista como uma biografia não autorizada. (Andressa Algave)
Aos 11 anos, Roland, personagem central de "Lições" (Cia. das Letras, 568 págs, R$ 119,90) novo livro do escritor inglês, é abusado por sua professora de piano. Na vida adulta, sua esposa abandona a família deixando a criação da filha a cargo do pai. Ao longo dos anos – enquanto acompanhamos o desastre de Chernobil, o 11/9 e a pandemia da covid-19 – sua ex se torna uma escritora premiada. Enquanto Roland segue a vida de maneira apática, tentando decifrar a influência dessas mulheres sobre a sua história. (Luara Calvi Anic)
A fotografia é parte essencial na urbanização das cidades. Não em termos práticos, mas quando pensamos no que uma cidade quer comunicar ao mundo. A exposição "Moderna pelo Avesso: fotografia e cidade, Brasil, 1890-1930", traz imagens das capitais e mostra o que havia ali de projeto político, visível nas imagens oficiais; e os apagamentos de realidades da época - universo do trabalho e do movimento operário. No IMS, em SP. (Luara Calvi Anic)
Quem viu "A Pedra do Reino" e "Hoje é Dia de Maria" conhece bem a marca do diretor Luiz Fernando Carvalho. Ele a leva agora à TV Cultura na minissérie "Independências" de 16 episódios e que tem Daniel de Oliveira como D. Pedro. O trabalho dá foco à nova historiografia, que destaca personagens fundamentais apagados por séculos: mulheres e negros. Figuras como Leopoldina e Maria Felipa, heroína do Dois de Julho baiano, estão entre eles. (Isabelle Moreira Lima)
O filme de Laís Bodanzky se passa em 1831 e mostra a jornada de Pedro I a Portugal, quando abdica do trono no Brasil para recuperar o reino português, então ocupado pelo irmão. O filme mostra um mergulho do imperador em si, ao refletir sobre suas relações afetivas e a condição de saúde, além de mostrar a história de inivisibilizados. Pré-candidato ao Oscar de melhor filme internacional, é protagonizado e produzido por Cauã Reymond. (Ana Mosquera)
Com curadoria de Marta Mestre, Veronica Stigger e Eduardo Sterzi, a exposição transita entre o imaginário e o real para repensar acontecimentos contemporâneos da Semana de 22 como o centenário da Declaração da Independência do Brasil, a primeira transmissão de rádio no país e a descoberta da tumba de Tutancâmon. A mostra reúne mais de 170 itens, é gratuita e faz parte da ação “Diversos 22: Projetos, Memórias, Conexões”.(Manuela Stelzer)
Com oito episódios em podcast e uma série de matérias publicadas pela revista Piauí, o projeto Querino dá os contextos históricos para entender o Brasil de hoje. Com uma equipe composta majoritariamente por pessoas pretas e nome inspirado no intelectual abolicionista Manuel Querino (1851-1923), a proposta é apresentar os achados de uma extensa pesquisa feita por historiadores e jornalistas. Em todas as plataformas de áudio. (Andressa Algave)
Entre 19 e 28, o Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes, produzido pelo Fartura Gastronomia, comemora seus 25 anos com o tema “Inconfidência Mineira”. O festival volta a ser realizado presencialmente nas ruas da cidade histórica e reunirá mais de 200 atrações, incluindo cozinhas abertas na rua (Jefferson Rueda, Tássia Guimarães, Onildo Rocha), cursos, produtores regionais, shows e apresentações artísticas. (Andressa Algave)
Na literatura da britânica Charlotte Higgins, a mitologia grega se torna uma longa tapeçaria tecida a muitas mãos. São elas e suas vozes correspondentes que ganham protagonismo em “Mitos Gregos” (Zahar, 2022), uma releitura de várias das histórias ancestrais sob a perspectiva das personagens femininas. Da deusa Atena à maga Circe, elas vão recriando contos de amor, aventura e magia tanto na posição de narradoras como de protagonistas. (Leonardo Neiva)
Os três episódios, baseados em reportagens publicadas pelo portal em 2020 e 2021, destrincham as horrendas acusações de abuso, estupro, exploração sexual e aliciamento contra Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia e figura importante do futebol paulista. As mulheres entrevistadas contam como ele as teria machucado física e psicologicamente e estruturado uma organização criminosa. O caso é investigado pela polícia. (Betina Neves)
Se você quer conhecer melhor a obra da carioca Adriana Varejão, este pode ser o melhor momento para estar mais perto do trabalho da artista. A Pinacoteca de São Paulo acaba de inaugurar a exposição “Adriana Varejão: Fissuras, Suturas, Ruínas”, a mais abrangente de Varejão, reunindo mais de 60 obras. Com foco nos cortes e rachaduras, elementos recorrentes em seu trabalho, a mostra fica aberta até agosto, com entrada a partir de R$ 10. (Leonardo Neiva)
A exposição apresenta vida e obra do pintor russo radicado na França Marc Chagall (1887-1995), que marcou as artes no século 20 com seu uso singular de formas e cores. São pinturas, gravuras e litografia que revelam as diversas fases do artista, que retratou desde elementos do folclore russo a temas religiosos judaicos e o universo circense, florido e romântico de Paris, sua grande paixão. Até 6 de junho – ingressos gratuitos no site. (Betina Neves)
O novo longa do cineasta Paul Thomas Anderson é uma carta de amor à Los Angeles dos anos 1970, onde o cineasta cresceu, composta ao redor das idas e vindas de uma aspiração de romance entre os carismáticos Gary, de 15 anos, e sua vizinha Alana, de 25. A narrativa leve, colorida, nostálgica e cheia de detalhes biográficos é possivelmente o trabalho mais acessível do diretor de "Magnólia" (1999) e "Boogie Nights" (1997). (Betina Neves)
Após duas décadas do lançamento de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", o elenco da lendária história do aprendiz de bruxo se reuniu para o especial de aniversário lançado pelo HBO Max. Com quase duas horas, a produção reúne alguns dos nomes que vimos crescer entre os filmes, mas exclui a participação da autora dos livros, J.K. Rowling, após a polêmica recente de declarações transfóbicas. Antigos colegas de cena se reúnem para ver imagens de arquivo, homenagear membros que já não estão mais vivos e revisitam momentos importantes de suas carreiras. (Andressa Algave)
Da crítica social de “America” aos versos poeticamente melosos de “Tonight” e “Somewhere”, o musical está de volta às telas de cinema 60 anos depois do estrondoso sucesso da versão original. Um Romeu e Julieta envolvendo gangues locais e de imigrantes nos EUA, o longa venceu 10 Oscars em 1962. A nova adaptação do musical de Stephen Sondheim, morto em novembro, tem direção de Spielberg e vem recebendo elogios da crítica. (Leonardo Neiva)
Muito dinheiro, um senso de moda questionável e tigres. Lançada esta semana, a segunda temporada da série documental segue contando a história de Joe Exotic, o empresário americano reconhecido por um estilo de vida cercado de extravagâncias, que atualmente cumpre pena de 22 anos pela participação em um plano para matar a ativista de direitos animais Carole Baskin. Os episódios trazem falas de Joe de dentro da prisão, o impacto da série no mercado dos tigres e as falas de quem continua investindo em zoológicos de animais selvagens. (Andressa Algave)
Lá se vão cinco décadas desde que o artista Francisco Brennand, morto em 2019, transformou a olaria da família no Recife em seu ateliê -- hoje uma das principais atrações turísticas da capital pernambucana. Para celebrar a data, a Oficina Brennand, transformada em instituto, recebe, a partir de domingo (21), a exposição "Devolver a terra à pedra que era", com curadoria de Julieta González e Júlia Rebouças, que traz obras de artistas como Ernesto Neto e Louise Bourgeois. (Manuela Stelzer)
Quais os passos para escrever uma biografia? Eis a proposta do curso com o jornalista e escritor Mário Magalhães, com início em 30 de novembro. Em quatro aulas ao vivo pelo Zoom, a ideia é estruturar as etapas de uma biografia, da escolha de personagem à montagem do livro, passando pela apuração, organização das informações coletadas e redação. Magalhães já recebeu uma série de prêmios jornalísticos e literários no Brasil e no exterior e é autor de “Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo” (Companhia das Letras, 2012), recém-adaptado para o cinema por Wagner Moura. (Betina Neves)
O Centro Maria Antonia da USP inaugura, a partir deste sábado (6), “MemoriAntonia: por uma memória ativa a serviço dos direitos humanos”. Composta por obras que se debruçam sobre os 21 anos de ditadura militar no Brasil, além de fotografias de Hiroto Yoshioka e Orlando Brito, a mostra pretende “produzir um movimento crítico neste momento difícil em que a democracia está tensionada no Brasil e as forças conservadoras ganham terreno”, diz a diretora Lucia Maciel Barbosa de Oliveira. A entrada é gratuita. (Manuela Stelzer)
Elogiado pela crítica nos EUA, o filme mergulha na grandiosidade criativa da banda, que se tornou uma referência atemporal para gerações de músicos. Do diretor Todd Haynes, já conhecido por retratar ícones da música, reconstrói o contexto de Nova York de meados dos anos 1960 para entender o surgimento da formação original, com entrevistas, performances inéditas e um grande acervo de gravações, tendo como clímax no lançamento do álbum “The Velvet Underground & Nico”, em 1967. (Betina Neves)
Em cinco episódios, o podcast "Copan: um edifício em movimento" destrincha a história por trás do cartão postal paulistano e marco da arquitetura moderna, desde a fundação, em 1950, até hoje. No primeiro episódio, lançado esta semana, a atriz Mika Lins, moradora há décadas, passeia pelos 35 andares do prédio icônico, e conversa com arquitetos e vizinhos anônimos e ilustres, como KL Jay, dos Racionais MC’s. A produção é da Associação Cultural Pivô e da livraria Megafauna. (Manuela Stelzer)
Jacqueline Blábláblá, Andrea de Mayo e Cris Negão foram travestis que comandaram a prostituição no centro de São Paulo entre a década de 70 e os anos 2000. A história das três é contada pelo jornalista Chico Felitti, autor de “Ricardo e Vânia” e “A Casa”, no audiobook recém-lançado, que mergulha nos casos de inúmeras outras travestis, transexuais, transformistas e drag queens da capital paulista. “Rainhas da Noite” tem sete capítulos e é encontrado exclusivamente na plataforma Storytel. (Daniel Vila Nova)
“Quem lê tanta notícia?”, perguntou Caetano na letra de “Alegria, Alegria” (1967), numa época em que não havia redes sociais, pushes, newsletters nem podcasts de notícias. Mas é para tentar destrinchar tanta informação que a escritora Tati Bernardi, a psicanalista Vera Iaconelli e o advogado Thiago Amparo se reúnem no novo programa original do Spotify. No primeiro episódio, já no ar, eles vão do discurso de Bolsonaro na ONU ao “stealthing”, ou a tentativa de criminalizar o ato de tirar a camisinha durante a relação sexual na Califórnia. (Amauri Arrais)
Instituição cultural onipresente na história da arte brasileira, a Bienal de São Paulo chega aos 70 anos nesta 34ª edição, em cartaz no Ibirapuera. Qual a importância dela na construção de uma arte contemporânea brasileira? Que discursos de poder e legitimação carrega? São algumas das perguntas a serem abordadas pelo pesquisador e curador Diego Matos no curso “Bienais de São Paulo: uma perspectiva histórica e crítica”. Serão dez encontros online, entre os dias 23 de setembro e 25 de novembro, com inscrições abertas na Rama Plataforma. (Andressa Algave)
Quando Robert Shafran chegou em sua nova faculdade em Nova York, ele não esperava encontrar um irmão gêmeo perdido no campus. A surpresa, entretanto, ficou ainda maior quando um terceiro irmão gêmeo foi encontrado meses depois. O documentário “Três Estranhos Idênticos”, que acaba de entrar na Netflix, conta a curiosa história dos três irmãos e o motivo sombrio e bizarro pelo qual eles foram separados no nascimento. (Daniel Vila Nova)
Para a Rolling Stone Brasil, não houve ano tão marcante para a música recente. Ali foram lançados álbuns icônicos como “Nevermind”, do Nirvana, “Metallica”, o disco de metal mais vendido de todos os tempos, e “Dangerous”, o último trabalho do Michael Jackson antes do declínio. No Brasil, teve “Circuladô”, do Caetano, “Tudo Ao Mesmo Tempo Agora”, dos Titãs, e “Mais”, segundo disco da Marisa Monte.(Betina Neves)
Quatro anos depois de “Masseduction”, St. Vincent está de volta com seu sexto álbum: “Daddy's Home”. O disco, que é inspirado na prisão do pai da cantora em 2010 foi elogiado pela críticainternacional. Com lançamento nas plataformas de streaming nesta sexta-feira (14), as novas músicas de St. Vincent são inspiradas no funk americano da década de 70 e contam dramas familiares e prisões, sejam elas reais ou metafóricas. (Daniel Vila Nova)
Um grupo estudantil trotskista que unia figuras como Antônio Palocci e Reinaldo Azevedo. Surgido em 1976, em oposição ao governo militar no Brasil, o movimento Liberdade e Luta é tema de “Libelu -Abaixo a Ditadura”, de Diógenes Muniz, que entra em cartaz nesta sexta (14) nos cinemas. Vencedor do 25º Festival É Tudo Verdade, o documentário narra a história do grupo então considerado radical, famoso pela irreverência e abertura cultural. (Leonardo Neiva)
A fotografia no Brasil é um dos temas na grade de cursos da nova plataforma de ensino Rama, focada nas artes visuais. De abril a junho, o curso “Efeito do Real: uma cartografia do fazer fotográfico no Brasil” discute a história da fotografia no país, desde seu desembarque até a contemporaneidade, passando por seus usos e funções no século 19, seu desenvolvimento e inserção no circuito da arte no século 20 (ao lado, foto de Pio Figueiroa). Inscrições no site da Rama. (Manuela Stelzer)
Dentro do debate racial, olhar o passado é também entender as vivências dos seus antepassados e como eles tornaram possível a existência da luta antirracista em meio a tanto sofrimento escravocrata, ainda que as tentativas de apagamento da história existam. Publicado na revista Piauí, “Passado escravista que o mar não levou”, de Rogério Pacheco Jordão, fala sobre como a memória que tenta esquecer se revolta e invade a atualidade. (Dandara Franco)
Em 1939, o arqueólogo Basil Brown foi um dos pioneiros na descoberta de um navio anglo-saxão de 1.400 anos de idade em uma propriedade rural no sudeste da Inglaterra. Só recentemente, porém, foi reconhecido pelo feito. Sua história é contada no filme “The Dig”, com um elenco liderado por Ralph Fiennes e Carey Mulligan. O longa, disponível na Netflix, acrescenta várias pitadas de ficção a um relato histórico bastante interessante por si só. (Leonardo Neiva)
Do Egito Antigo a Cardi B, pouco mudou no que diz respeito às unhas. Desde os primórdios, a cultura da cutícula nunca foi apenas uma questão de vaidade: esteve relacionada a discussões de classe, raça e gênero. O Guardian relembrou a história do cuidado com as unhas, que apesar da origem multicultural, manteve-se reservada à elite. Hoje nas mãos de artistas como Lizzo e Billie Eilish, ainda é um luxo -- e símbolo de poder. (Manuela Stelzer)
“Das últimas duas vezes, o quadro voltou”, disse o prefeito da cidade de Leerdam, na Holanda, se referindo à pintura “Dois Meninos Sorridentes com Caneco de Cerveja” de Frans Hals. Em 2020, o quadro foi roubado pela terceira vez em sua história. Mas o que torna essa pintura tão atraente para ladrões de toda Europa? Nesta reportagem (traduzida para o português) conhecemos a trama que parece saída de um filme dos irmãos Coen. (Daniel Vila Nova)
Um mergulho pelo acervo do Museu do Ipiranga mostra as transformações da paisagem paulistana ao longo do tempo: no site São Paulo – Território em Construção, que entra no ar em 25 de janeiro na comemoração dos 467 anos da cidade, fotos – como as de Militão Augusto de Azevedo, do século 19 –, pinturas, mapas e depoimentos de historiadores e arquitetos contam a trajetória de desenvolvimento da metrópole. (Mariana Payno)
As cicatrizes da escravidão são sentidas até hoje no Brasil, mas além da desigualdade e do preconceito racial um estudo busca provar que ela também atrasou a industrialização do país. A pesquisa, das universidades de Manchester e Bonn com a Fundação Getulio Vargas, desmente a tese de que a exploração é benéfica para o crescimento de um país e aponta que a escravidão beneficiou apenas uma pequena parcela da elite brasileira. (Daniel Vila Nova)
Um papo entre as duas divas da culinária brasileira: no novo episódio do podcast “Cadê a Receita, Rita Lobo?”, a criadora do Panelinha conversa com Paola Carosella. Seguindo as regras do programa, a chef do Arturito escolhe o alho como seu ingrediente preferido e compartilha receitas, além de falar da infância e da adolescência na Argentina, do começo da carreira, do dia a dia na cozinha em casa, nos negócios e nas redes sociais. (Mariana Payno)
João Pedro, Guilherme Guedes e Igor Rocha Ramos, adolescentes com idade entre 14 e 16 anos, foram mortos na vizinhança de casa, em plena pandemia, pela violência policial. É pela história deles que a jornalista Ligia Guimarães, da BBC Brasil, dá rosto às histórias que muitas vezes vemos apenas como estatísticas. O documentário, que reconta suas histórias e acompanha a vida de suas famílias na favela, está disponível no Youtube. (Isabelle Moreira Lima)
No mês que marca o centenário de nascimento da norte-americana Patricia Highsmith, autora de títulos como“O Talentoso Ripley” (1955) e mestre do romance policial, o Guardian publica um conto inédito e recém-descoberto em que ela narra os desafios de uma menina para se ajustar a uma nova vida em Nova York. O jornal britânico também traz um texto da escritora e crítica Carmen Maria Machado sobre a vida e a obra de Highsmith. (Mariana Payno)
Contos do folclore africano, textos fundadores das culturas árabe, judaica e japonesa, histórias tradicionais da América Latina e da Europa: o projeto Literatura Livre, do Sesc São Paulo, é o paraíso dos leitores ávidos por um clássico. Com seis títulos já disponíveis, a iniciativa vai publicar, em edições inéditas e bilíngues, 14 e-books gratuitos com obras originárias dos povos que contribuíram para a formação da cultura brasileira. (Mariana Payno)
Nem só de dramas hospitalares vive Shonda Rhimes. Bridgerton (2020), a nova produção da criadora de Grey's Anatomy, estreou na Netflix no Natal e já é um hit no pódio da plataforma. Baseada na coleção literária de Julia Quinn, traz cenário e figurino da época da Regência Britânica (século 19) -- mas questões e tramas assustadoramente atuais, com mulheres imponentes, um jornal de fofocas a la "Gossip Girl" e uma corte diversa. (Manuela Stelzer)
Sabe festa boa, que dá vontade de ficar até a última nota musical ser emitida pela caixa de som ou até o primeiro raio de sol sair? O novo álbum da inglesa Jessie Ware, “What’s Your Pleasure” é capaz de levar a essa pista perfeita, ainda que neste momento ela não exista. Com um clima superdisco, faz viajar no tempo: ao ouvir a faixa que dá nome ao disco, teletransporta-se à 1979 de “Born to be Alive”, de Patrick Hernandez, mas com mais classe. A seguinte, “Ooh La La”, mistura o baixo disco com o sintetizador do início dos anos 1980. Incríveis vocais, ecos de Madonna aqui, de dance italiano ali, e um monte de citações de outros marcos da história do pop estão ali – é um prato cheíssimo e delicioso para caçadores de referências. A crítica pirou, é possível que aconteça o mesmo com você.
“Canto do Povo de um Lugar” foi produzido em 2016, mas só chegou ao Netflix na última semana. O timing é bom, o documentário é um elixir para quem sente falta de aglomeração, carnaval, alegria. Conta a história do que foi a revolução baiana iniciada nos anos 1980 quando nasceu o axé e que se seguiu pela década seguinte com o som da guitarrinha baiana, do rufo de tambores africanos, e as letras ora non-sense, ora cheias de referências vindas da África. Com entrevistas com músicos tão conhecidos como Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, e outros de bastidores, como produtores e compositores que escreveram a história junto às celebridades, o filme começa a narrar a história do axé desde as primeiras gravações de Luiz Caldas, com maravilhosas imagens de arquivo de programas de TV e de outros carnavais, que permitem apreciar, além da música, uma estética perdida.
Você já deve ter ouvido o assobio que abre balada “Wind of Change”, um hit da banda de hard rock alemã Scorpions. Ela foi um sucesso estrondoso no Brasil, é apontada como responsável por um baby boom na França no início dos anos 1990 e, segundo investigação do jornalista americano Patrick Radden Keef, pode ter sido também uma importante peça de propaganda política. A partir de uma pista dada por um ex-funcionário da CIA de que teria sido a agência americana de inteligência a verdadeira autora da música (e não o vocalista do Scorpions, Klaus Meine, dono da voz rouca), Keef passa a investigar a origem da música e apresenta essa história no podcast “Wind of Change”. A ideia é que a balada pop seria uma arma cultural para influenciar os países do bloco soviético depois da queda do muro de Berlim em 1990. No podcast, ele nos leva por sua investigação que vai de Washington D.C a Kiev, e que ouve de agentes aposentados da CIA, como a fascinante Jonna Mendez, viúva de Tony Mendez, retratado em “Argo”, 2012, a nomes envolvidos na cena roqueira dos anos 1990, como o empresário Doc McGhee, que conseguiu o feito de levar bandas americanas como Bon Jovi e Skid Row à União Soviética. (Isabelle Moreira Lima)
Para quem gosta de cinema, não é nenhuma novidade exaltar o diretor prodígio Orson Welles ou sua obra-prima “Cidadão Kane”, considerada por muitos um dos maiores filmes de todos os tempos. Embora trate da conturbada produção de “Kane”, “Mank”, novo longa de David Fincher, no entanto, prefere não enfocar a trajetória do cineasta, e sim a de seu roteirista James L. Mankiewicz. Baseado num roteiro antigo, escrito pelo pai de Fincher, o projeto praticamente já nasceu como postulante ao Oscar, tanto por seu tema centrado nas glórias e mazelas de Hollywood quanto pelo talento por trás e em frente às câmeras. E as reações iniciais positivas parecem ter vindo só para confirmar essa aposta. Capitaneado por Gary Oldman no papel-título, o elenco é um dos quesitos mais celebrados e conta com Tom Burke na pele de Welles, Charles Dance como o magnata da imprensa William Hearst — em quem Kane foi inspirado — e uma elogiadíssima Amanda Seyfried vivendo a atriz Marion Davies. Já em cartaz nos cinemas brasileiros, a produção da Netflix chega às telas do streaming no dia 4 de dezembro. (Leonardo Neiva)
Com os olhos profundos e os longos cabelos negros, ela trabalha sob risco de morte e já teve o coração partido inúmeras vezes: a artista sérvia Marina Abramovic — que ganhou notoriedade pop com a performance “The Artist is Present” (“A Artista Está Presente”), encenada pela primeira vez no Museu de Arte Moderna de Nova York em 2010 e com passagem pelo Brasil em 2015 — é conhecida por colocar o corpo e a própria vida à prova em seus trabalhos. Neste longo perfil publicado pelo site de design, arte e cultura It's Nice That, Abramovic discute o tema da mortalidade e fala de seu projeto mais recente, a ópera biográfica “The Seven Deaths of Maria Callas” (“As Sete Mortes de Maria Callas”), em que a vida e a obra das duas notórias artistas se fundem. (Guilherme Falcão)
O podcast Modus Operandi é feito para quem não deixa passar uma investigação criminal misteriosa ou narrativa de serial killer sequer. Com dois episódios por semana, as apresentadoras Mabê e Carol Moreira revisitam crimes emblemáticos no Brasil e no mundo e trazem para os ouvintes, além das histórias detalhadas, materiais de referência para quem quer se aprofundar nos temas: séries documentais já realizadas, reportagens e livros, entrevistas com profissionais que investigaram ou produziram conteúdos relacionados aos casos. Entre as histórias brasileiras já remontadas pela dupla estão o assassinato de Isabella Nardoni; o Caso Evandro, que deu origem ao podcast homônimo do jornalista Ivan Mizanzuk; e a história do Vampiro de Niterói, o assassino em série Marcelo Costa. (Laura Capelhuchnik)
Como é tentar retraçar os vínculos com a própria origem quando nome, idioma e fé de antepassados foram alvo de apagamento histórico no Brasil? Esse é o tema do primeiro episódio de "Vidas Negras", um podcast original do Spotify com produção da Rádio Novelo, que rememora e celebra trajetórias de personalidades negras na história e na atualidade. Os episódios saem às quartas-feiras, conduzidos pelo jornalista Tiago Rogero, que analisa e entrelaça biografia e obra dessas figuras. Na estreia, dedicada à memória de descendentes africanos, sistematicamente apagada depois da vinda à força ao Brasil, Rogero fala sobre duas escritoras que narraram suas histórias: Carolina Maria de Jesus e Eliana Alves Cruz. E mostra que a resposta para remapear identidade e origem pode estar dentro de casa. (Laura Capelhuchnik)
Quando completa 20 anos de existência, o Clube de Colecionadores de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo celebra sua longevidade com uma exposição que reúne destaques do acervo do museu e das coleções particulares do clube. Uma homenagem às 21 edições do clube, a exposição busca celebrar os artistas e obras que contribuíram para a rica história do MAM. Assinadas por nomes como Walter Carvalho, Maureen Bisilliat, Claudia Andujar, Barbara Wagner e Felipe Cama, as 107 obras serão exibidas no MAM de 13 de outubro a 1º de agosto de 2021. A exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 12h às 18h. Os ingressos podem ser reservados no site do museu. É possível conferir uma prévia da exposição no perfil do MAM no Google Arts & Culture. (Daniel Vila Nova)
De acordo com o Guinness, livro de recordes mundiais, o britânico James Hyman é dono do maior arquivo de revistas do planeta, no qual reúne mais de 5 mil publicações e 150 mil edições. Há mais de três décadas, Hyman coleta todo tipo de material impresso que encontra, de revistas à panfletos, e os acomoda em um acervo de "cultura popular impressa", como ele mesmo denominou. Apesar da dificuldade que vive o mundo analógico, o colecionador diz que "é preciso sinergizar a revista física com o ambiente digital", e para o site It’s Nice That, compartilha uma pequena parte de seu tesouro, que inclui diversas capas psicodélicas e uma publicação descrita por Steve Jobs como "o Google em papel", entre outras raridades. (Manuela Stelzer)
“Oh, a vida é maior, é maior que você, e você não sou eu. Até onde eu iria, a distância nos seus olhos. Oh, não, eu falei demais.” Você já deve ter ouvido esses versos antes, provavelmente em inglês. Eles abrem a canção “Losing My Religion”, um dos maiores sucessos da banda americana R.E.M. e foco de um episódio da nova série documental da Netflix, “Song Exploder”. Um hino da insegurança e da dúvida é como o vocalista Michael Stipe descreve a música, cuja gênese é destrinchada ao longo de pouco menos de meia hora. Inspirada num podcast de sucesso, a primeira temporada traz um hit por episódio, em que artistas contam em detalhes o processo de concepção e lançamento de uma de suas canções. Além do conhecido refrão do R.E.M., a série conta com Alicia Keys apresentando a recente “3 Hour Drive” e Lin-Manuel Miranda, que abre o processo de criação da música “Wait for It”, do musical “Hamilton”, concluindo com o rapper Ty Dolla $ign falando sobre a gênese de “LA”. (Leonardo Neiva)
Depois de uma atípica incursão pelo terror com “Suspiria” (2018), versão atualizada do clássico setentista de Dario Argento em Berlim, o cineasta italiano Luca Guadagnino reencontra as paisagens do norte de seu país natal, já aproveitadas como o belíssimo cenário do filme “Me Chame pelo Seu Nome” (2017), vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado. Em “We Are Who We Are” (somos o que somos), a estreia do diretor em séries de televisão, a história não ocorre em um casarão ensolarado de veraneio, e sim numa base militar dos EUA na cidade de Chioggia, próxima a Veneza. Em foco, estão dois adolescentes americanos, interpretados por Jack Dylan Grazer (de “It - A Coisa” e “Shazam!”) e a estreante Jordan Kristine Seamón, em um elenco que também conta com atrizes como a americana Chloë Sevigny e a brasileira Alice Braga, além do rapper americano Kid Cudi. Sem grandes acontecimentos ou reviravoltas, a série, com produção da HBO, acompanha o cotidiano e a amizade dos dois jovens, que juntos passam por algumas das agruras tradicionais do amadurecimento, como conflitos familiares, relacionamentos amorosos e a descoberta da sexualidade.
Ele reinventou a música aditiva, repensou o piano, reinventou a ópera, fez trilha sonora para documentários experimentais, filmes de Hollywood, inspirou e foi inspirado por David Bowie. Com um currículo desses, não é à toa que Philip Glass é considerado o compositor norte-americano mais importante do século 20. Esta edição do Escuta, podcast de música do Nexo Jornal, conta a história de Glass desde seus anos de formação e estudo, passando por suas influências em música Serialista e Indiana, seu diálogo com outros contemporâneos como John Cage e Steve Reich, até suas colaborações com cineastas, dramaturgos, e até com a companhia de dança brasileira Grupo Corpo.
Enquanto você lê esta seção da Gama, vários bebês estão saindo das barrigas de suas mães para ganhar o mundo. Cada parto é uma história: naturais; por cesárea; alguns tão rápidos que acontecem a caminho do hospital; outros tão longos que parecem levar a vida toda. Até passar por ele todo, não dá para saber como será o seu. A cada episódio do podcast "Parir", uma produção da Trovão Mídia conduzida por Ana Bonomi, uma mulher dá seu relato sobre a experiência transformadora que é dar à luz um filho. Nesta semana, Carol conta como foi viver um parto que ela não idealizou -- uma cesárea de emergência que teve complicações -- mas que, no fim, trouxe a conclusão: ela será a mãe que puder ser.
O festival internacional de documentários É Tudo Verdade, o mais importante da América Latina, quase deixou de celebrar seus 25 anos de existência. Mas contra uma verdade bem contada, nem uma pandemia é páreo. Com 60 produções de vários países disponíveis no site, o festival acontece de forma remota e traz, até domingo, filmes que se debruçam sobre histórias reais de temas como música, jornalismo, ditadura militar brasileira e o próprio cinema. Nos próximos dias, alguns títulos se destacam na programação: “Fico te devendo uma carta sobre o Brasil”, que entrelaça a história de uma família com a ditadura e investiga o papel do silêncio no apagamento da memória, será transmitido no dia 2 e 3 de outubro; “Santiago das Américas ou O Olho do Terceiro Mundo”, do veterano Silvio Tendler, que traz a história de um importante documentarista cubano da década de 1960, estará disponível no site do festival no dia 3; e “Jair Rodrigues - Deixa que digam”, um retrato do artista e do Brasil, será transmitido no dia 1 e 2.
Vencedora de dois Oscar e outros tantos Globos de Ouro, musa fitness e ícone sexual, ativista histórica e rainha de Hollywood, Jane Fonda poderia apenas parar e desfrutar de uma aposentadoria tranquila, com a sensação de dever cumprido. Mas segue incansável e versátil nas mais diversas frentes. Se no ano passado ela se tornou um dos principais holofotes para a questão climática, ostentando seu icônico casaco vermelho e algemas em protestos do Fridays For Future; na quarentena, ressuscitou seus programas de ginástica dos anos 1980 e entrou para o Tik Tok. Nesta conversa com a colunista Maureen Dowd, do New York Times, a atriz fala sobre todas essas facetas de sua trajetória: da juventude à velhice; da Guerra do Vietnã à crise do clima; dos seus filmes clássicos a "Grace and Frankie"; de Nixon a Trump; dos Panteras Negras ao Tik Tok. Aos 82, Jane Fonda mostra que está atenta e forte.
Resiliência e determinação são as palavras da moda, mas nem sempre é fácil como parece no discurso incorporá-las à rotina, sobretudo quando os ventos não sopram a nosso favor. No meio do vendaval pelo qual o mundo passa, então, resiliência e determinação são diretrizes para quem tem coragem – e para quem gasta tempo aprendendo a desenvolvê-las. Neste episódio do Ideacast, da HBR, que traz líderes de negócios e gestão, a convidada é a ex-pilota militar Shannon Huffman Polson. Ela é a mulher mais jovem a ter escalado o Denali, a montanha mais alta da América do Norte, no Alasca. E uma das pioneiras no comando do principal helicóptero de ataque do exército americano. Hoje, Polson segue carreira como escritora e consultora e conta no podcast como faz para desenvolver o músculo da determinação em tempos conflituosos.
Inovador da linguagem, ícone da contracultura, pioneiro em instalações que dissolvem a fronteira entre obra e espectador – este era Hélio Oiticica. Mas talvez o que melhor defina o artista carioca é a multiplicidade: de experiências, tentativas e sentidos. Reconhecido internacionalmente, ampliou o horizonte da arte brasileira, ao beber da literatura e da filosofia para criar suas obras – um dos poucos brasileiros que faziam isso à época –, e investir em estéticas que excitam múltiplos sentidos sensoriais. Neste ano, aniversário de 40 anos da morte do artista, o Nexo produziu um especial sobre sua trajetória e principais trabalhos.
“Grandes canções sem as quais eu posso viver” ou “aquele que escapou”. É assim que Neil Young define “Homegrown”, álbum gravado entre 1974 e 1975 mas que ficou na gaveta por 45 anos. Composto em uma época conturbada da vida do músico, que tinha acabado de perder amigos importantes e passava por um término de relacionamento, Young optou por não publicar o álbum pois era doloroso e pessoal demais. Meio século depois, foi remasterizado e os fãs de Shakey finalmente podem ouvir o álbum que parecia ter escapado. Foi uma semana rara, em que dois gênios lançaram grandes obras, uma vez que Bob Dylan saiu com o seu novo “Rough and Rowdy Ways”.
8:46 foi o horário que o humorista considerado um dos maiores comediantes stand up de todos os tempos nasceu. Foi também o tempo em que George Floyd foi asfixiado por um policial americano e morto. Em seu novo especial de stand up, “8:46”, Chappelle abre mão da comédia que o fez tão famoso para discursar sobre a polícia e o racismo nos Estados Unidos. Cobrindo tópicos como a morte de Kobe Bryant e a pressão pública pelo posicionamento político de famosos, o comediante demonstra que acima de qualquer piada, é uma voz lúcida e um ótimo contador de histórias. “8:46” está disponível no canal do YouTube da Netflix.
Se compararmos o lendário jogador de basquete americano Michael Jordan a passos de dança, ele provavelmente seria uma mistura da coreografia de "O Lago do Cisnes" com o Moonwalk, de Michael Jackson. A classe do jogador e a revolução causada dentro da quadra estão presente no novo documentário da Netflix “The Last Dance”, ou “Arremesso Final” em português. A última temporada do Dream Tream de Chicago (1997-98) é esmiuçada aos detalhes em dez episódios com imagens e entrevistas inéditas. Até os ex-presidentes dos EUA Barack Obama e Bill Clinton dão as caras no documentário já considerado definitivo sobre o maior jogador de basquete de todos os tempos.
Se a quarentena nos deu tempo para algo, foi para pensar. E com isso em mente o “Os Pensadores”, curso que originou a Casa do Saber, retorna após mais de trinta edições para resumir o que os grandes filósofos disseram e pensaram em mais de dois mil anos de história. De Platão a Freud, passando por Hegel, Descartes e Merleau-Ponty, o curso é uma porta de entrada acessível, mas profunda, sobre o pensamento filosófico. Os encontros são onlines e acontecem toda quinta-feira, das 20h às 22h. As aulas começam no dia 2 de abril.