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No Grammy 2025, a baixista, vocalista e produtora norte-americana Esperanza Spalding protestou pelo lugar a mesa de Milton Nascimento, com quem dividia a indicação de melhor álbum vocal de jazz. Sua trajetória mostra outros momentos em que não teve medo de se posicionar

Sarah Kelly 04 de Fevereiro de 2025

No último domingo (03), o Grammy recebeu uma avalanche de críticas por não permitir que o ícone da cultura brasileira Milton Nascimento assistisse a cerimônia ao lado de outras figuras da indústria musical. Esperanza Spalding, indicada ao Grammy de melhor álbum vocal de jazz ao lado do cantor pelo disco “Milton + Esperanza”, se manifestou contra a desconsideração da Academia. Ao longo do evento, segurou uma placa com a foto de Nascimento escrita: “Esta lenda viva deveria estar sentada aqui!”

A admiração entre ambos é antiga: são amigos há 15 anos. No ano passado, lançaram esse álbum em conjunto com faixas originais de Nascimento, releituras de Shorter, Beatles e Michael Jackson, além de inéditas que Spalding escreveu pensando no brasileiro. Para divulgar a estreia da produção, fizeram uma apresentação intimista e espetacular no Tiny Desk.

Em muitos posts no Instagram, a baixista demonstra gratidão por poder trabalhar com ele. Já chegou a declarar que “Milton poderia cantar uma receita para mim e eu não ligaria. A forma com que ele entrega, o efeito da sua voz… É incomparável”. Mais brasileiros poderão ter essa compreensão no dia 20 de março, quando o documentário “Milton Bituca Nascimento” estreia nos cinemas.

Esperanza Spalding carrega ainda outras referências em suas composições, que vão do samba ao funk, além do jazz tradicional. Além de Nascimento, já teve a oportunidade de criar ao lado de seu ídolo e mentor Wayne Shorter (1993-2023) a ópera “Iphigenia”. Até hoje, presta tributo ao músico em suas performances.

Em 2011, recebeu o Grammy de artista revelação em reconhecimento ao álbum de sucesso “Chamber Music Society”. Antes disso, se destacou por ser a mais jovem professora do Berklee College of Music, aos 20 anos. Também chegou a lecionar prática musical na Universidade de Harvard até 2022, quando renunciou ao cargo. Recentemente, recebeu outro reconhecimento acadêmico: um diploma de doutorado honorário pela Portland State University, onde estudou durante a adolescência.

Um outro marco do último ano foi a publicação de “Music and Mind” (sem tradução no Brasil), uma antologia de Renée Fleming. No livro, Spalding co-escreveu um capítulo com a educadora Marisol Norris sobre as “hinterlands” (terras distantes) da musicoterapia, ou seja, conhecimentos e práticas musicais de comunidades historicamente marginalizadas.

Mais do que estudar sobre ela, Spalding se compromete com a justiça social em suas produções. Ao lado de artistas brasileiros, lançou uma canção de apelo contra o marco temporal das terras indígenas. “A música por si só não vai convencer o Supremo Tribunal de rejeitar o Marco Temporal, mas ouvir a música certa pode lhe dar coragem e energia para sair e aparecer”, disse em entrevista.

Frequentemente, Spalding se posiciona na causa palestina e incentiva os seus seguidores a se educarem e agirem pelo fim do genocídio.

Antes de 2023, uma única postagem, de 2020, aparece no feed da musicista, em que reflete sobre a harmonia e caos da natureza. Ela canta o que viria a ser uma faixa de “Milton + Esperanza”, “The Way You Are”. A letra diz, em tradução livre, “você é do jeito que é por um motivo”.

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