As origens da música eletrônica — Gama Revista

As origens da música eletrônica

DJ, jornalista e escritor, Camilo Rocha indica cinco conteúdos que ajudam a construir um panorama do surgimento e influência da música eletrônica dentro e fora do Brasil

Amauri Terto 16 de Outubro de 2024

No final dos anos 1980, a vida noturna de São Paulo passou por uma profunda transformação com o surgimento e evolução da cena eletrônica. DJ, jornalista, escritor e testemunha direta dessa mudança, Camilo Rocha faz uma radiografia do período e de seus principais personagens no livro “Bate Estaca: Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo” (Editora Veneta, 2024).

A obra aborda a formação de vertentes da música eletrônica fora do país, como o techno e o house, e mergulha nas histórias de casas noturnas icônicas, como Lov.e Club, Sound Factory e D-edge, além de raves e de megafestivais.

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Por meio de entrevistas com DJs, donos de clubes underground, drag queens e produtores de festas, o livro mostra como essa cena estimulou tendências e comportamentos — sofrendo, posteriormente, uma enorme fragmentação e elitização que levaram ao declínio da cena em São Paulo nos anos 2000.

A fim de ampliar a compreensão sobre a origem e influência da música eletrônica dentro e fora do Brasil, Gama convidou Rocha para indicar conteúdos, além de seu livro, que podem auxiliar o leitor a construir um bom panorama sobre o tema. Confira:

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    “Todo DJ Já Sambou”, de Claudia Assef (Music Non Stop, 2018)

    A bibliografia sobre música eletrônica e a cultura DJ no Brasil é magérrima. Uma das raras obras que alivia essa escassez (junto com “Babado Forte”, da Erika Palomino, que será relançado este ano) é esse tratado da jornalista, DJ e curadora Claudia Assef sobre a história dos discotecários do país, do seu Osvaldo Pereira nos anos 1950 ao fenomenal Alok.”

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    “Batidão – Uma História do Funk”, de Silvio Essinger (Record, 2005)

    “É 2024 e ainda tem gente torcendo o nariz para os diálogos entre funk e a “música eletrônica” (melhor dizendo, o eixo techno-house, pois funk é também um gênero eletrônico). Essa obra repassa e analisa as primeiras décadas do movimento, das origens nos bailes black do subúrbio carioca da década de 1970 até os ícones femininos do início dos 2000, como Tati Quebra-Barraco e Deize Tigrona.”

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    “Kraftwerk Publikation: a Biografia”, de David Buckley (Seoman, 2012)

    “Nos anos 1970, o grupo alemão Kraftwerk foi responsável por trazer a música eletrônica para a esfera da música popular, tirando-a do contexto vanguardista e acadêmico dos seus primórdios. Apesar de tamanha importância, o Kraftwerk sempre esteve envolto em mistério: os integrantes nunca gostaram de dar entrevista ou expor suas vidas pessoais. Apesar disso, o jornalista inglês David Buckley consegue proporcionar um retrato bastante detalhado sobre a vida e carreira dos pioneiros da eletrônica.”

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    Newsletter Beat Connection, de Michaelangelo Matos

    “O jornalista estadunidense Michaelangelo Matos é um craque da cobertura da música eletrônica em seu país. Além de colaborar para publicações como Pitchfork e Rolling Stone, escreveu o excelente livro ‘The Underground is Massive’, uma história abrangente da cena eletrônica dos EUA. Tempos atrás ele resolveu lançar essa newsletter dedicada apenas a sets de DJs, que ele garimpa, organiza e contextualiza. Tem de tudo.”

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    Filme “Sisters With Transistors”, de Lisa Rovner (2020, disponível para aluguel ou compra no Vimeo)

    “Muita gente não sabe, mas entre os pioneiros da música eletrônica estão diversas mulheres, como a inglesa Delia Derbyshire, a americana Pauline Oliveros e a brasileira Jocy de Oliveira. Esse documentário, narrado pela compositora experimental Laurie Anderson, traz a história de dez artistas europeias e norte-americanas que atuaram principalmente entre as décadas de 1950 e 1970.”

Produto
  • Bate-Estaca: Como DJs, Drag Queens e Clubbers Salvaram a Noite de São Paulo
  • Camilo Rocha
  • Editora Veneta
  • 224 páginas

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