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Bloco de notas

Livros para se reconectar com o meio ambiente

Fungos, árvores, ancestralidade. Das investigações científicas à sabedoria das florestas, leituras que ajudam a repensar nosso lugar no mundo natural

Livros para se reconectar com o meio ambiente

13 de Abril de 2025

Fungos, árvores, ancestralidade. Das investigações científicas à sabedoria das florestas, leituras que ajudam a repensar nosso lugar no mundo natural

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    Leitura indispensável, “Futuro Ancestral” (Companhia das Letras, 2022) é uma coleção de falas de Ailton Krenak compilada por Rita Carelli. Com uma linguagem simples e direta, o líder indígena nos ensina a importância de olhar para a sabedoria dos povos originários para vislumbrar um futuro em meio a catástrofe climática. “Os rios, esses seres que sempre habitaram os mundos em diferentes formas, são quem me sugerem que, se há futuro a ser cogitado, esse futuro é ancestral, porque já estava aqui”, escreve. Krenak já falou a Gama sobre a ausência de limites entre nós, seres humanos, e a natureza, confira aqui.

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    Os cinco sentidos que conhecemos são os únicos existentes? O livro “Um Mundo Imenso” (Todavia, 2024) mostra que não ao explorar as diferentes formas com que os animais percebem o planeta. De forma acessível, o escritor anglo-americano Ed Yong explica conceitos biológicos complexos com exemplos reais — como o farejo dos cães, a atenção das aranhas para as vibrações, a capacidade de golfinhos localizarem partes dos seres humanos, entre outros. Vencedor do Prêmio Pulitzer de 2021, Yong questiona a visão antropocêntrica, mostrando que todas espécies estão envolvidas em suas próprias percepções sensoriais limitadas.

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    Para pensar na sua relação com o meio ambiente, é importante entender o que fez nossa espécie subjugar todas as outras. O best-seller de Yuval Noah Harari, “Sapiens: uma breve história da humanidade” (L&PM, 2015), propõe essa análise da formação do ser humano de hoje. Doutor em história pela Universidade de Oxford, o autor divide a narrativa em três revoluções: cognitiva, agrícola e científica.

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    “Precisamos reconciliar nossas façanhas tecnológicas e nosso senso de excepcionalidade humana com uma sensibilidade terrena e um reconhecimento atento da interconexão de todas as coisas”, defende James Bridle. Em “Maneiras de ser: animais, plantas, máquinas: a busca por uma inteligência planetária” (Todavia, 2023), o jornalista e artista visual britânico propõe essa conciliação, chamada de ecologia da tecnologia, partindo da ideia de que as habilidades cognitivas humanas são inseparáveis da inteligência vegetal, animal e artificial.

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    O relato de uma cientista sobre uma complexa pesquisa, ligada à própria subjetividade. Ou um livro sobre como as árvores podem nos salvar, como descreve a autora. “A Árvore-Mãe: em busca da sabedoria da floresta” (Zahar, 2022) fala da descoberta da rede de interdependência das árvores, conhecimento que revolucionou a ciência das florestas e rendeu documentários como “Fungos Fantásticos” (2019). A engenheira florestal Suzanne Simard conta como lidou com dificuldades técnicas e políticas para provar que os fungos que revestem o solo de florestas conectam as árvores, numa evidência da sabedoria da natureza.

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    Há 30 anos editor da revista científica Nature, o paleontólogo britânico Henry Gee narra a evolução e iminente extinção da vida humana neste planeta. Em “Uma História (Muito) Curta da Vida na Terra: 4,6 bilhões de anos em doze capítulos (!)” (Fósforo, 2024), ele faz um resumo acurado e divertido, com curiosidades fascinantes — como o fato da menopausa ter contribuído para a sobrevivência e continuidade dos hominídeos. Vencedor do prêmio de livro científico da Royal Society em 2022.

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    “Arrabalde: em busca da Amazônia” (Companhia das Letras, 2022) explora as percepções dos moradores e pessoas que se relacionam com o maior bioma do Brasil. Diretor dos filmes “Nelson Freire” (2003) e “Entreatos” (2004), João Moreira Salles investiga a exploração da grande floresta desde os anos 1960 e ressalta o desinteresse e a falta de curiosidade que embasou a ocupação dela. Ao Podcast da Semana, da Gama, Salles contou sobre a experiência da pesquisa, que incluiu uma estadia de seis meses no Pará, confira aqui.

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    Vencedor do Pulitzer de Ficção em 2019, o romance “A Trama das Árvores” (Todavia, 2023) traz quatro personagens que se conectam na tentativa de salvar uma floresta nos Estados Unidos. Descrito como “um livro para todos que anseiam impacientes pela possibilidade regeneradora de mudança”, a obra de Richard Powers vai ao limite do conflito entre humanos e não humanos, considerada a ruptura essencial do planeta, resgatando a importância da reconexão da nossa espécie com a natureza para o futuro do planeta.

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    Uma boa opção para compreender as complexidades do atual cenário ambiental é “Emergência Climática: o aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor” (Claro Enigma, 2022). A obra, vencedora do Prêmio Jabuti de Ciência em 2023, tem uma linguagem descomplicada para abordar a mudança climática, o aquecimento global e o papel de cada um de nós. Matthew Shirts usa recursos como gráficos e fotografias para ilustrar o assunto, falando desde os desafios de acordos globais pelo clima, do novo ativismo jovem e da importância do Brasil para o futuro do planeta.

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    Como o próprio título indica, “Somos Inteligentes o Bastante Para Saber Quão Inteligentes São os Animais?” (Zahar, 2022) questiona o antropocentrismo ao revelar a complexidade da mente de outras espécies. O cientista americano Frans de Waal (1948-2024) exemplifica a revolução nos estudos da cognição animal: um papagaio-cinzento africano que nomeia objetos com notável exatidão; a observação de que polvos utilizam cascas de coco como escudo protetor e elefantes distinguem com sutileza os tipos de ameaça ao seu redor, entre outros. Na Gama, de Waal já falou do pouco caso que fazemos desses seres, leia a entrevista.

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