Dia da Consciência Negra: a realidade das mulheres
Nomes de diferentes áreas falam a Gama sobre racismo, feminismo negro, maternidade e vida profissional
“Penso muito no feminismo negro, que se difere do feminismo que a gente está acostumado. Se por um lado tem mulheres que falam de mamilos livres ou de andar com as roupas que desejam, a gente tá pedindo pra não ser tema de fantasia de Carnaval, para não tocarem no nosso cabelo, para respeitarem o nosso corpo”
Monique dos Anjos, escritora e jornalista, reflete sobre a luta para que as mulheres negras possam desfrutar da própria sexualidade da maneira que desejam.
“É preciso lembrar que a experiência brasileira é de um racismo patriarcal. A linha de cor, que separa os claros e os escuros, faz diferença no Brasil. Então as mulheres brancas não têm acesso à cidadania plena, mas estão muito mais próximas dela do que as indígenas, negras, ciganas”
Jurema Werneck, médica e diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, fala sobre o regime patriarcal e racista que rege o país e sobre seus efeitos sobre os direitos da mulher.
“O machismo, o racismo e o classismo são presença constante na trajetória de mulheres negras, ainda mais aquelas que constroem um caminho que, em algum nível, rompe com o status quo pré-estabelecido para elas. Pessoalmente, a minha trajetória de vida me ensinou a ter confiança. E uma imensa certeza de aonde quero chegar. Eu sei quem sou, de onde vim e o que represento. E me apego nisso”
Samantha Almeida, diretora de criação na Globo e ex-head do Twitter Next, fala sobre sua premiada carreira e os desafios que enfrentou ao longo de sua jornada profissional.
“Minha filha já entendeu que tem uma mãe preta. Pode parecer uma coisa tão simples, mas considero uma etapa vencida”
Juliana Alves, atriz, fala sobre o desafio de manter a filha, uma menina de pele clara e cabelo liso, conectada à sua ancestralidade mesmo diante de uma sociedade que tenta embranquecê-la.
“Além de dar início a uma necessária correção no enorme desequilíbrio sociodemográfico nas cortes superiores, uma ministra negra no STF daria mais fôlego às reflexões sobre garantias e efetivação de direitos no Brasil”
Tainah Pereira, coordenadora política do movimento Mulheres Negras Decidem, aborda as mobilizações realizadas pelo movimento negro brasileiro em prol da campanha por uma indicação inédita ao Supremo.