As dicas da redação sobre o tema da semana

Ninguém mais se ouve, mas escutar é importante e traz bem-estar. Por isso, neste texto, Gama selecionou dicas para aprimorar o poder da escuta com atenção.

É possível ouvir sons da natureza mesmo vivendo numa cidade grande e caótica. O Earth.fm, espécie de Spotify focado em paisagens sonoras naturais, reúne conteúdos em áudio — com duração que varia de minutos a horas — como o crepitar de uma fogueira no meio de uma floresta croata, o canto de baleias-jubartes no Tonga, o coaxar de sapos no Japão e uma tempestade no Sri Lanka. Há uma extensa seleção disponível na plataforma, que é alimentada com frequência.

O Nexo tem um podcast especial para quem gosta de saber das histórias por trás dos sons de ontem e de hoje. É o Escuta, programa que aborda as conexões da música com o momento e o lugar em que foram produzidas e, ainda, conta como as canções e os movimentos musicais dialogam com as tendências de comportamento.

A Storytel, serviço de streaming de audiolivros, disponibilizou na plataforma uma série de títulos infantis recentes da escritora Ruth Rocha narrados pela atriz Camila Pitanga, entre eles: “Quando Miguel Entrou na Escola” (Global Editora, 2022) e “Meu Irmãozinho Me Atrapalha” (Global Editora, 2021).

O New York Times publicou, em 9 de junho, esta reportagem interativa que mostra os riscos à saúde que os ruídos implacáveis do dia a dia (os aviões que sobrevoam o céu a cada cinco minutos, a sirene que soa sem parar, os carros barulhentos que atravessam as grandes avenidas, as obras incessantes ao redor) podem causar após anos de exposição. O texto apresenta pesquisas que apontam que esse tipo de barulho crônico do cotidiano está ligado ao aumento de casos de hipertensão, derrame e ataques cardíacos.

O livro “Mundo em Caos” (Intrínseca, 2019), de Patrick Ness, apresenta uma sociedade pós-apocalíptica em que uma infecção rara levou à morte todas as mulheres. Esse mesmo germe fez com que os pensamentos dos homens se tornassem audíveis e, agora, um ruído insuportável ronda por toda parte. Nesse novo e distópico mundo é impossível guardar segredos. O best-seller foi transformado em filme e chegou aos cinemas em 2021.

Em “A Voz na Sua Cabeça” (Editora Sextante, 2021), o neurocientista e psicólogo norte-americano Ethan Kross explora a natureza das conversas que todos temos com nós mesmos (sabe aquele nosso crítico interno?) e explica como reduzir esse ruído mental que, muitas vezes, pode sabotar nosso próprio bem-estar.

O coletivo M.O.T.I.M (Mulheres Organizadas por um Teatro em Infinito Movimento) transformou em livro homônimo (Chiado Editora, 2019) a peça “Lugar de Escuta”, de Fabiana Tolentino, que aborda a mulher, o feminismo e a busca por lugares de fala. As cenas transpostas para o papel apresentam um panorama sobre as diversas questões e os percalços de ser mulher e feminista nos dias de hoje.

“Para se tornar um ouvinte melhor, todos os caminhos levam ao silêncio”, diz a Gama Gordon Hempton, escritor, captador de sons da natureza e ativista pela preservação de parques silenciosos. Nesta entrevista, ele relembra uma tempestade ao ar livre que o ensinou a importância de escutar, fala de como a pandemia mostrou a relevância do silêncio e sobre a jornada de readaptação de consciência após a perda da audição.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o suspense “A Conversação” (1974), de Francis Ford Coppola, acompanha Harry Caul (Gene Hackman), um renomado especialista em vigilância. Ele é contratado pelo diretor de uma grande empresa para vigiar e gravar a conversa de um casal de amantes, mas, conforme o trabalho avança, Caul passa a desconfiar que os dois vigiados correm perigo.

Por falar em gravações de conversas, a dica agora é a cultuada série policial “A Escuta” (2002-2008) — “The Wire”, no original. A obra segue o trabalho de um grupo de detetives de Baltimore, nos EUA, cuja principal arma contra criminosos é o grampo telefônico.