Ana Lima Cecilio fala sobre a nova poesia brasileira — Gama Revista
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Ilustração: Isabela Durão. Foto: Divulgação

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Podcast da semana

Ana Lima Cecilio: "É um momento muito rico para a poesia, eu consigo ver uma geração de poetas"

Para curadora da Flip, produção contemporânea brasileira trata do cotidiano e pode acabar com a ideia de que poesia é algo difícil. “Poesia é um bom começo para quem quer ler e não sabe por onde começar”

Isabelle Moreira Lima 21 de Abril de 2024

Ana Lima Cecilio: “É um momento muito rico para a poesia, eu consigo ver uma geração de poetas”

Isabelle Moreira Lima 21 de Abril de 2024
Ilustração: Isabela Durão. Foto: Divulgação

Para curadora da Flip, produção contemporânea brasileira trata do cotidiano e pode acabar com a ideia de que poesia é algo difícil. “Poesia é um bom começo para quem quer ler e não sabe por onde começar”

A curadora da 22ª edição da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, Ana Lima Cecilio tem 20 anos de experiência no mercado editorial de ponta a ponta, de editora a livreira. Foi ela, por exemplo, quem trouxe a tetralogia italiana de Elena Ferrante ao Brasil, editou obras importantes de Balzac e selecionou os títulos a serem lidos pelos clubes de livros mais pops dos últimos tempos.

Mas, acima de tudo, Cecilio sempre foi uma grande leitora. Ainda muito pequena, na infância, descobriu o mundo dos livros ao ver os pais, médicos, usarem qualquer tempinho de folga para mergulhar na leitura. E foi assim, em casa, aos 11 anos, que se encantou de vez e totalmente pela poesia. Ela conta essa história na edição do Podcast da Semana desta semana em que o assunto é poesia.

“Eu tinha uns 11 anos, foi mais ou menos quando Leminski morreu, e eu me apaixonei de um jeito louco ao entender essa facilidade da poesia. A gente tem um preconceito de achar que a poesia são as redondilhas, os sonetos e aquela ordem trocada, que é difícil entender poesia, mas depois do modernismo brasileiro — e principalmente depois que você passa por essa geração da poesia marginal — a poesia é um estalo. A rima só vem confirmar uma coisa que você já estava vendo”, afirma na conversa.

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Conhecedora profunda da obra da Hilda Hilst, ela mostra entusiasmo pela poesia feita no Brasil hoje. “É um momento muito rico, eu consigo ver uma geração de poetas”, afirma e cita nomes como Ana Martins Marques, Marília Garcia, Bruna Mitrano, Fabiano Calixto e Rodrigo Lobo Damasceno. Segundo a curadora, essa geração tem em comum uma visão para o cotidiano mas também consegue falar de grandes temas políticos.

Na entrevista, Cecilio fala ainda sobre a relação da poesia brasileira com a MPB, “Quando alguém fala para mim que não gosta de poesia, eu pergunto você não ouve Chico, Caetano?”, diz —, sobre a ponte que pode fazer com o humor, e sobre como é uma boa porta de entrada para a literatura. “As pessoas têm um preconceito com poesia, é mais inalcançável que é muito difícil, mas ela é um bom começo para quem quer ler e não sabe por onde começar”, afirma. “Procure esse poetas contemporâneos, são pessoas que vão te dar a mão.”

Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

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