Objeto de Análise – Moringa — Gama Revista
Reprodução

Moringa

Para manter a água fresca, a moringa vira objeto de decoração, conta a história de lugares, povos e gerações, e ganha até design minimalista moderno

Ana Mosquera 04 de Julho de 2022
  • O que é

    Um jarro de barro para armazenar e refrescar a água, muito presente nas culturas africanas e indígenas. De forma arredondada, com ou sem alça, a versão mais tradicional tem um prolongamento afunilado na parte de cima, no formato ideal para derramar a bebida. “A moringa parece ter nascido para a água, que é sua razão de existir”, disse o artista Bruno Brito, em texto para o Instituto Arado. Pode vir destampada, ter uma tampa ou trazer um copo encaixado em seu “pescoço” – algumas vêm com um conjunto deles, e tudo sobre um prato do mesmo material. Originalmente de cerâmica, hoje é possível encontrar versões de porcelana, vidro, alumínio e plástico. A capacidade varia de 600 ml a quatro litros, o diâmetro vai de dez a 20 cm, e sua altura pode chegar a mais de 25 cm. Nas casas mais antigas, o objeto ocupa do cômodo de entrada, para estar ao alcance de quem chega. Também é comum no quarto, para os que sentem sede no meio da noite.

  • Quem faz

    A mais tradicional, de barro, é feita por marcas como a Cerâmica Stéfani, que também fabrica o famoso filtro de barro São João. Em cidades como Porto Ferreira (SP) e Cunha (SP), referências no assunto, é possível encontrar ceramistas que produzem peças das mais originais às inovadoras. No Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais, conhecido pelo artesanato, as peças personalizadas variam: podem ter pés, contar com imagens de animais e de pessoas em sua tampa e ser pintadas à mão com flores, arte típica da região em que a tradição é passada por gerações.

  • Por que é tão desejado

    Nos tempos pré-geladeira, era usada para refrescar a água, já que a porosidade da cerâmica permite a evaporação e mantém o líquido cinco graus abaixo da temperatura externa. A praticidade do eletrodoméstico pode ter posto à prova a função da garrafa rústica, mas ao lado da cama – a não ser que você tenha um frigobar dentro do quarto – manter o jarro abastecido com água fresca pode ser uma mão na roda. Com a moda da cerâmica, da volta às raízes, do contato com a natureza e do cuidado com a casa, a moringa voltou a ser objeto de desejo, contando com opções de design mais elaborado.

  • Vale?

    Vale o investimento. Basta tomar cuidado para não quebrar como num romance de Jorge Amado: “Levantou nuvens de pó (o vento), invadiu casas e quebrou moringas”, diz o trecho de “Jubiabá” (Companhia das Letras, 2008). Além de manter a água fresca o tempo todo, a moringa de cerâmica garante que você tenha a bebida vital sempre por perto. Assim, não corre o risco de bater a preguiça de se hidratar e ainda pode garantir um objeto de decoração bonito para o seu home office.

  • Comprar

    Assim como a clássica frigideira de um ovo só de ferro fundido, a moringa de cerâmica é o melhor investimento, se comparada ao objeto de outros materiais. Além de mostrar a que veio – guardar a água fresca – o trabalho artesanal permite variações únicas na peça. Os preços também oscilam e, entre os locais para compra, estão lojas de utensílios para casa e decoração, empórios à beira de rodovias, feiras livres e cerâmicas locais – vale programar uma visita aos artesãos do Vale mineiro! Na internet, a moringa São João é encontrada por pouco mais de R$ 100, mas é possível garimpar versões de barro a partir de R$ 31,50. Uma peça de vidro vai de R$ 17,90 a R$ 259,90, enquanto a de porcelana custa em média R$ 27,50. Os adeptos de um design mais estilizado vão achar opções por R$ 209 (barro negro) ou R$ 249.

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