Como ajudar seus familiares a não cair em fake news

Apresente a eles o conceito de checagem de informações –
Se o seu tio tem medo dos microchips do Bill Gates, o processo de checagem dos fatos pode ser um bom antídoto para a paranoia. Verificar a fonte da informação é essencial para filtrar as notícias falsas e não há opção melhor do que as organizações de checagem, que surgiram para evitar o compartilhamento de desinformação. Agência Lupa, Aos Fatos e Fato ou Fake são alguns exemplos de bons conteúdos para se seguir. Cristina Tardáguila, fundadora da Agência Lupa e atualmente diretora do International Fact-Checking Network, também aconselha o uso de Chatbots. Em uma conversa pelo Whatsapp, você envia a palavra chave do assunto que você quer verificar e a base de dados entregará todas as informações sobre o assunto em questão.

Mostre que opiniões devem ser guiadas por fatos e dados –
A preocupação da sua avó sobre fraude nas eleições passadas pode ser genuína, mas isso não a torna verdadeira. Na internet, todos se acham detentores da razão e é comum que usem opiniões (quase sempre baseadas em achismo) como sinônimo de verdade. Para o jornalista e editor do Projeto Comprova, Sérgio Lüdtke, é necessário ensinar os outros a ouvir o contraditório e se abrir a questionamentos sobre crenças já estabelecidas. Opiniões devem ser guiadas por fatos, não o contrário.

Convença de que é preciso ler os textos compartilhados além do título apenas –
Se o título é escandaloso demais, duvide. A informação de que um ator global perdeu tudo e está na miséria pode ser atrativa, mas é bem possível que a história não seja exatamente assim. Uma das principais formas de chamar a atenção na internet é com o uso de clickbait,  títulos tendenciosos que muitas vezes não correspondem ao conteúdo da matéria. Ensine aos seus parentes que compartilhar uma notícia sem lê-la é um pecado gravíssimo, capaz de propagar desinformação e contribuir para uma mentira se espalhar. Como aponta Cristina Tardáguila, “a informação é a unidade básica da decisão, se você estiver mal informado, as chances de você tomar uma decisão ruim são muito maiores.”

Incentive-os a divulgar apenas sites confiáveis e com credibilidade –
Um site chamado “Verdades sobre a Ciência”, por exemplo, pode jurar de pés juntos que a Terra é plana, mas não é provável que qualquer astrônomo concorde com essa informação. Estar atento aos sites de notícias que você, seus pais e até seus avós acessam também faz parte do processo de fugir das ciladas. Veículos responsáveis com trabalho transparente e jornalismo sério não informam sem realizar uma apuração detalhada e checagem de informações que impactam a sociedade. Para a diretora do International Fact-Checking Network, as fake news são os maiores problemas do universo informativo e isso acaba repercutindo em todas as outras áreas da nossa vida, da saúde à ecologia.

Desafie-os a refletir se as informações fazem sentido –
Será mesmo que faria sentido que o principal órgão de saúde dos Estados Unidos afirmasse que as vacinas espalham novas variantes da Covid-19? Utilizar o senso crítico é fundamental na hora de distinguir fato de fake. Como afirma Sérgio Lüdtke, é importante “discernir opinião de informação”, principalmente na hora de verificar a veracidade dos dados que estão sendo apresentados. Muitas vezes as fake news são compartilhadas em massa porque são histórias construídas com base no que queremos ouvir, e não na realidade social em que vivemos.