“Mas você não tem cara de nordestino!”, ouviu o jornalista natalense Octavio Santiago ao ajudar uma senhora brasileira em Portugal. E é com essa anedota que ele explica e reconta o preconceito enfrentado pelo Nordeste, que segundo sua pesquisa de doutorado completa exatos cem anos, desde que uma série de reportagens foi publicada no Estado de S. Paulo sobre “a terra do sofrimento”, que é também uma “Babel de sangue deprimida”, de onde saem “esquálidos retirantes”. Vai de 1923 até hoje, com o governador de MG, Romeu Zema. (Isabelle Moreira Lima)
Depois de “Praia dos Ossos” e “Crime e Castigo”, a podcaster está de volta com ??“Rádio Novelo Apresenta”, uma série de reportagens semanais, com novos episódios às quintas, numa espécie de revista sonora. Além da equipe da própria produtora, o podcast terá colaboração de repórteres de todo o país e parcerias com outras empresas de mídia. A estreia é dia 17/11. (Manuela Stelzer)
Disponíveis em Brumadinho a partir do dia 19/11, as exposições “Quilombo: Vida, problemas e aspirações do negro” e “O Mundo é o Teatro do Homem” discutem teatro e jornalismo negro. São homenagens ao jornal Quilombo, que circulou de 1948 a 1950, e ao Teatro Experimental Negro, que pautou protagonismo e psicodrama em suas ações. As apresentações vão até julho de 2023, com taxa de R$ 50 para entrada. (Andressa Algave)
A revista Piauí destrincha a noite que nunca terminou para a jovem mineira, que acusou o empresário André Aranha de estupro em 15 de outubro de 2018. O caso ganhou notoriedade nacional com a divulgação do vídeo da audiência na época, que mostrou o tratamento humilhante e machista dado a Ferrer, retratada como golpista pelo advogado de defesa. A reportagem examina pormenores e contradições do caso, que terminou com a absolvição de Aranha em outubro deste ano. (Betina Neves)
Para ter um vislumbre de como a vida pode voltar a ser nas grandes cidades, reportagem do New York Times mostra imagens de um período entre ondas do vírus, de maio a julho, quando o país teve a impressão de que a pandemia tinha finalmente acabado. O jornal mandou 40 fotógrafos para diversos cantos de Nova York para documentar festas, shows, bares, baladas, restaurantes e eventos ao ar livre, do entardecer à madrugada. O resultado é um interessante recorte das muitas caras da cidade e a certeza de que a vida noturna é parte essencial do ecossistema urbano. (Betina Neves)
Ao completar nove décadas de vida, o jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras diz que não pode reclamar: está saudável, cercado de família e amigos, mas que “não se pode ser totalmente feliz num país que é hoje um cemitério”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Zuenir Ventura fala sobre a defesa da floresta, a CPI da pandemia, a velhice e o ano de 1968, além da importância da imprensa em tempos de desinformação. (Manuela Stelzer)
Irônico, cético, animado, leal, craque do texto, chefe sem chilique. O jornalista mineiro Geraldo Mayrink (1942-2009) é assim descrito por Humberto Werneck e Luis Nassif no site que reúne alguns de seus grandes escritos publicados nas principais revistas e jornais do país. É o trabalho de anos do filho Gustavo Mayrink, que mergulhou em caixas e pastas para organizar o acervo de cerca de 900 textos produzidos entre as décadas e 1960 e 2000. Mais do que uma reverência pessoal, diz Gustavo, a iniciativa pretende ser um tributo ao jornalismo. “É o resgate de parte fundamental da história da imprensa brasileira a partir de acontecimentos, lembranças e fragmentos que devem ser rememorados, jamais esquecidos.” Para quem visita o site, fica a oportunidade de um curso de estilo, ao observar a elegância com que Geraldo Mayrink cria perfis de artistas, resenha obras e conta histórias, além da vontade de ter conhecido o jornalista. O site funciona como uma revista digital e será atualizado em temporadas, com entrevistas raras, grandes reportagens, críticas de cinema, além de crônicas e ensaios. (Isabelle Moreira Lima)