Miá Mello indica dez livros escritos por mulheres
A atriz e humorista é, antes de tudo, uma grande leitora. Confira a lista de dez títulos que ela selecionou para a Gama
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“Aos Prantos no Mercado: Memórias”, de Michele Zauner
Um livro sobre o luto que fez eu correr para abraçar meus pais e que, de quebra, mudou meus hábitos alimentares. Na Coreia, eles amam através da comida. De dar água na boca e lágrimas nos olhos.
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“Inferno”, de Patrícia Melo
Meu primeiro livro favorito. História de um menino pobre desde o nascimento até se tornar chefe do tráfico. Gosto muito da forma como ela identifica os personagens por meio de onomatopeias.
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“A Pediatra”, de Andréa del Fuego
Uma pediatra que detesta criança. O que eu mais amo nesse livro – além da Cecília, claro – é que ela poderia ser a minha pediatra, a sua… Ela comete as maiores atrocidades, mas muito mais no plano mental. Minha personagem dos sonhos para interpretar.
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“Estou Feliz que Minha Mãe Morreu”, de Jennette McCurdy
Biografia de uma atriz mirim com uma mãe narcisista. Bem pesado e triste, mas achei uma luz importante sob o tema. E muito doido ir acompanhando a linha do tempo da vida dela com as coisas que a gente acha na internet.
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“Pior Dia de Todos”, de Daniela Kopsch
Daniela mistura ficção com realidade pra falar de um tema tão pesado (e atual). A escritora condensa características de várias meninas periféricas para contar a história de Natália e Malu, que culmina na tragédia de Realengo.
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“A Teta Racional”, de Giovana Madalosso
Adoro todos dela… “Suíte Tóquio”, “Tudo Pode Ser Roubado”, mas escolhi o “Teta” porque todas as personagens dos contos que estão no livro são mulheres e fiquei muito tocada pela amizade das personagens de Paraguaia. Eu chorava enquanto lia, sem saber bem o porquê. Desconfio ter visto o amadurecimento de algumas das minhas amizades nelas.
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“Solitária”, de Eliana Alves Cruz
Eunice é empregada doméstica e leva sua filha Mabel pra ajudar nos serviços. Conforme cresce, Mabel passa ter consciência do absurdo da maioria das situações e, ainda assim, tem muita dificuldade de romper com o ciclo de barbáries que sua mãe e ela são submetidas. O mais chocantes é pensar que o nosso passado escravocrata está muito mais próximo que os livros de história contam pra gente.
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“Não Fossem as Sílabas do Sábado”, de Mariana Salomão Carrara
Eu também gosto de tudo o que a Mariana escreve (“Se Deus Me Chamar Eu Não Vou”, “É Sempre Hora da Nossa Morte Amém”), mas escolhi esse porque fiquei hipnotizada pela forma como ela fala sobre a fatalidade. A personagem Ana não deixa a gente parar de pensar “e se”. No meio dessa inércia, acaba encontrando um ponto de apoio nos braços da mulher que poderia ter evitado tudo. Ou não.
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“O Impulso”, de Ashley Audrain
Daqueles livros que é melhor não saber nada porque senão perde um pouco do suspense.
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“Escute as Feras”, de Nastassja Martin
Esse é o livro que estou lendo agora. Acho até que dispensa apresentações porque foi tão falado. Mas até por conta disso que ainda estou no processo investigativo se vou amar ou não. Porém, um relato de uma sobrevivente ao ataque de um urso não deve passar batido.