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Bloco de notas10 livros leves para descansar nessas férias
Uma lista para evitar temas pesados ou desafiadores até nas leituras durante seu merecido período de paz e relaxamento
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10 livros leves para descansar nessas férias
Uma lista para evitar temas pesados ou desafiadores até nas leituras durante seu merecido período de paz e relaxamento
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Nada melhor do que começar uma lista de leituras leves e despretensiosas com um espirituoso livro de poemas sobre frutas. Mas se engana quem pensa que “Sal de Fruta” (Círculo de Poemas, 2023), da escritora fluminense Bruna Beber, é bobo ou superficial. Pelo contrário, a poeta preenche suas frases com um humor sagaz, brincando com a linguagem e a visão cotidiana que temos sobre os alimentos, e pegando lugares comuns para criar significados originais para cada um deles. Parte da série de plaquetes do Círculo de Poemas, a obra não apenas abre o apetite, mas acaba se mostrando uma refeição completa, agradável e divertida.
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O que “Paixão Simples” (Fósforo, 2023), da vencedora do Nobel Annie Ernaux, tem de breve, tem também de ambição e profundidade emocional. Num de seus livros mais aclamados por crítica e público, a escritora francesa mergulha de cabeça nas memórias sobre o intenso relacionamento que viveu com um homem casado. Como o título adianta, trata-se de uma narrativa simples em detalhes, mas construída de forma complexa, carregando a leveza e irracionalidade que marca as melhores histórias de amor.
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Se o Fim-do-Mundo onde se passa “O Céu para os Bastardos” (Todavia, 2023) é assolado por questões graves típicas das grandes periferias, a autora Lilia Guerra consegue transitar pelas violências cotidianas sem resumir seus personagens a elas. Em vez disso, traça um panorama riquíssimo e raramente visto na literatura brasileira, onde há espaço para delicadeza, gentileza e registros cômicos marcantes. Pela sensibilidade e delicadeza com que descreve ambientes e acontecimentos que conhece bem, a escritora e auxiliar de enfermagem vem se tornando uma das vozes mais proeminentes da literatura nacional hoje.
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Para quem gosta de se aventurar com frequência na cozinha e agora tem um pouco mais de tempo livre para experimentar, o clássico “Como Cozinhar um Lobo” (Companhia de Mesa, 2023), de M.F.K. Fisher (1908-1992), pode ser a melhor pedida. Na obra, a escritora gastronômica estadunidense dá caráter literário aos tradicionais livros de receitas, usando sensações e um humor afiado para mostrar caminhos para cozinhar de maneira inteligente e econômica — prática essencial no período de fome e escassez pós-Segunda Guera em que o livro foi escrito. Mais de oitenta anos após a publicação original, as dicas e relatos do livro seguem envolventes e extremamente atuais.
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Partindo da própria experiência de vida ao lado do marido, que ela amou intensamente ao longo de sete anos, até o câncer que acabou por vitimá-lo, a neurocientista Stephanie Cacioppo, especializada em conexões e emoções humanas, conta como o amor move e pode transformar o cérebro humano. Escrito de forma leve e envolvente, “Programados para Amar” (Rocco, 2023) mescla ciência e emocionantes relatos pessoais para mostrar por que nos apaixonamos, o que faz um amor durar e como lidamos com a perda daqueles que amamos.
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Após uma série de frustrações na vida pessoal, uma mulher apaixonada pelos livros desde a infância decide abrir uma livraria. O ponto de partida de “Bem-Vindos à Livraria Hyunam-Dong” (Intrínseca, 2023), romance de estreia da escritora e cientista da computação sul-coreana Hwang Bo-Reum, leva o leitor por uma bela jornada de autoconhecimento, que mostra que o contato com o outro pode ser essencial para que nos encontremos. Um fenômeno no país de origem, onde vendeu 250 mil exemplares em um ano, a obra é também um bálsamo para quem, como muitos dos personagens aqui, encontra nos livros uma fonte de cura e motivação.
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Uma das principais referências quando o assunto é a cultura popular brasileira, o escritor, professor e historiador Luiz Antonio Simas conseguiu mais uma vez. Assim como muitas de suas obras anteriores, “Crônicas Exusíacas e Estilhaços Pelintras” (Civilização Brasileira, 2023) é capaz de deslumbrar e assombrar na mesma medida, com seus relatos insólitos embebidos na cultura e nos saberes populares. Não importa se estamos falando de um encontro entre Tom Jobim e o imperador Nero incorporado num médium ou da vez em que a entidade Nelson Rodrigues desceu na Penha Circular, no Rio de Janeiro, Simas cumpre com sucesso o objetivo de espantar para longe o desencanto do mundo.
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As comidas e os brinquedos preferidos, a mancha na testa da mãe, os vizinhos e um medo terrível da vaca louca. É a esse cotidiano que Lina, a jovem protagonista de “A Mulher do Padre” (Todavia, 2023), nos apresenta no delicado romance da carioca Carol Rodrigues. Focado nos desbravamentos e introspecções que se intercalam nesse período de amadurecimento, muito do cotidiano da personagem pode se mostrar especialmente reconhecível para quem passou a infância na década de 1990, em que se ambienta a trama. Dos primeiros interesses românticos às provas da escola, Lina caminha a passos largos, e de forma adequadamente deslocada, rumo à adolescência.
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Ainda que costume sempre abordar temas sérios e complexos em sua literatura, o fato é que cada novo lançamento do mexicano Juan Pablo Villalobos é também um convite ao riso. Uma das vozes mais vibrantes e originais da literatura latino-americana contemporânea, em seu mais recente “A Invasão do Povo do Espírito” (Companhia das Letras, 2023), o escritor narra as desventuras de dois imigrantes às voltas com uma terrível crise existencial, em meio a um mar de burocracias, teorias da conspiração e uma doença terminal. Apesar de lidar com questões urgentes como a xenofobia, a corrupção e a gentrificação, a tradicional hilaridade e ironia de Villalobos segue sendo capaz de nos botar um sorriso no rosto.
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Antes de se tornar o adorado e temido diretor do Festival de Cannes, talvez o evento cinematográfico anual mais aguardado no mundo, o francês Thierry Frémaux era um judoca. Ainda que hoje esteja distante dos tatames, Frémaux segue ostentando o título de faixa preta 4º dan na modalidade, um fato que faz questão de lembrar no início de seu livro “Judoca” (Fósforo, 2023). Conectando o esporte às telas de cinema, numa relação aparentemente improvável, o autor conta como a arte marcial moldou sua infância e juventude, num relato em que iguala a reverência pela arte cinematográfica à que tem pela prática nos dojos.
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CAPA Vai conseguir descansar?
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1Conversas "A recompensa do sucesso não é descansar, mas trabalhar ainda mais"
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2Reportagem Por que o abuso do Zolpidem preocupa?
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3Podcast da semana Marcela Ceribelli: “As mulheres não estão infelizes, elas estão exaustas"
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4Depoimento Quando as mães descansam?
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