O que acontece quando o amor desafia barreiras sociais e de idade? É sobre isso que discorre a obra da vencedora do Prêmio Nobel de 2022. “O Jovem” narra a relação de Ernaux, aos 54, com um homem 30 anos mais novo. Em apenas 56 páginas, a autoficção aprofunda temas como o desejo feminino, o equilíbrio de poder em uma relação, a passagem do tempo e a memória. Confira um trecho do livro selecionado por Gama.

Reeditada pela Editora Elefante em 2024, a obra de 2003 encerra a trilogia do amor — composta pelos livros “Tudo Sobre O Amor” e “Salvação”. Dessa vez, bell hooks (1952-2021) aborda uma perspectiva feminista sobre o amor e a busca incessante pela aprovação masculina — embora critique o movimento por desprezar a busca por esse sentimento —, compartilhando sua experiência pessoal e pesquisas no tema. Ela propõe que o amor não seja o centro de nossas vidas, mas que a procura por ele não seja abdicada. “‘Comunhão’ nos encoraja a voltar sempre ao lugar onde podemos conhecer a alegria, nos encoraja a vir e celebrar, a nos unirmos ao círculo do amor”, diz na introdução.

A psicanalista Ana Suy desafia as concepções sobre amor e solidão neste livro. A partir da psicanálise, de pesquisas teóricas, de experiências pessoais e diálogos no consultório, ela discute as expectativas dentro dos relacionamentos e a solidão que mora dentro de cada relacionamento. Suy apresenta a solidão, quando aceita, como uma fonte de autodescoberta.

Autora do livro de sucesso “Descolonizando Afetos” (Paidós, 2023), a psicóloga, ativista e escritora indígena Geni Núñez aborda as relações para além das imposições sociais no recente “Felizes por Enquanto”. Sempre fugindo dos binarismos e da noção de que só existe um jeito de se relacionar e de estar no mundo, Núñez reúne poesia, reflexões sociológicas e referências a diferentes pensadores. Na Gama, você confere um trecho da obra, além da entrevista com a escritora.

Para o psicanalista britânico Darian Leader, não existe sexo sem significado. Realizar uma fantasia; expressar sentimentos como ansiedade, culpa ou amor; e até externar desejos violentos podem ser justificativas ocultas por trás do ato. O livro evidencia a importância do sexo com uma escrita baseada em estudos de caso, em pesquisa histórica e na vasta experiência clínica do autor. A leitura pode mudar completamente a visão do leitor sobre o assunto, como um pequeno fragmento já adianta.

A primeira graphic novel de Aline Zouvi, que é quadrinista, ilustradora, tradutora, professora, conta a história de Clarice, uma jovem tatuadora que não consegue se tatuar porque a tinta não se fixa em sua pele. Do encontro com a restauradora de livros Lívia, a protagonista vive um romance repleto de simbologias sobre amor, autoimagem e visibilidade. O quadrinho traz referências diversas que se conectam à história — indo de Emil Ferris a Virginia Woolf e de René Magritte a Ana Cristina César, por exemplo.

“Virgínia Mordida” narra a vida de uma carioca que mora em São Paulo, trabalhando como advogada durante o dia e aproveitando a cidade à noite. Após se conectar com o ator argentino Henrí, a protagonista acaba vivendo um relacionamento abusivo que tem as violências acentuadas pelas diferenças culturais, de gênero e raça. A autora aborda problemas sutis na relação do casal, com o objetivo de ajudar as leitoras a identificarem formas de violência psicológica e física sofridas diariamente, como explicou em entrevista.

O vencedor do Jabuti em 2016 ganhou, há dois anos, uma edição especial, com contos inéditos e depoimentos de Conceição Evaristo e Cidinha da Silva, entre outros acréscimos. Narrando diferentes manifestações de amor entre as mulheres, a coletânea traz protagonistas sáficas e plurais. A diversidade aparece ainda nos acontecimentos, que vão desde uma neta lésbica descobrindo coincidências inesperadas com a avó, o ritual de um casal de lésbicas num domingo até uma jornada de autodescoberta na escola — leia um trecho dela aqui.

Descrito pelo médico indiano Deepak Choprah como “um excelente guia para viver o amor com alegria e satisfação”, este livro promete trazer uma nova perspectiva sobre os relacionamentos. O ex-monge Jay Shetty traz conselhos valiosos para lidar com os muitos dilemas encontrados na hora de amar. Algumas das regras estabelecidas por ele são: aprender a ficar sozinho, crescer ao lado do parceiro e definir os limites do relacionamento.

Já teve memórias conflitantes com um ex-parceiro ou amigo? Recém-publicado no Brasil, o romance da escritora portuguesa Joana Bértholo aborda o encontro de um casal após dez anos sem se ver. Ao levar o leitor pelas ruas de Buenos Aires, de Lisboa, de Berlim, de Marselha e de Beirute, a autora constrói a relação dessas cidades com os personagens, mostrando como são construídas as versões dos acontecimentos. A obra também reflete sobre a maternidade sob a perspectiva de quem não deseja ser mãe.