Bloco de notas da Semana "O que é censura hoje?" — Gama Revista
O que é censura hoje?

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Bloco de notas

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Um manual contra a censura nas escolas, os ataques que a imprensa vem sofrendo, um livro sobre música brega na ditadura e um artigo que explica o ‘paradoxo da tolerância’

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Um manual contra a censura nas escolas, os ataques que a imprensa vem sofrendo, um livro sobre música brega na ditadura e um artigo que explica o ‘paradoxo da tolerância’

07 de Agosto de 2022
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    Reprodução / Manual de defesa contra a censura nas escolas

    Dois episódios que vieram à tona recentemente são exemplos de como a censura nas escolas. Em um colégio carioca, “MENINOS SEM PÁTRIA”, de Luiz Puntel (Ática, 1981), que narra a história de uma família no exílio, foi questionado por pais que consideraram a obra comunista; em uma capital brasileira, um PROFESSOR FOI DEMITIDO por propor temas de redação como o assassinato de Marielle Franco. Para isso, o MANUAL DE DEFESA CONTRA A CENSURA NAS ESCOLAS, proposto por 80 entidades, traz subsídios legais para enfrentar o autoritarismo na educação.

  • “Com que roupa eu vou?” Pois vale lembrar que roupa de mulher também é qual ela quiser, ainda que uma pessoa gorda sofram preconceito por usar o mesmo modelo que alguém magra. O perfil NÃO TENHO ROUPA fez essa comparação, alertando para o que mulheres gordas escutam quando se vestem desse ou daquele jeito.

  • “‘Ouvir a dor do outro me incomoda, então é melhor até que eu não ouça. É melhor eu fingir que eu não tenho uma responsabilidade sobre isso'”

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    Divulgação

    Falou a escritora CONCEIÇÃO EVARISTO, em edição do PAPO DE SEGUNDA (GNT), em que lembra o caso de uma PROFESSORA DEMITIDA por sugerir seu livro “OLHOS D’ÁGUA” (Pallas, 2014). A obra reúne contos sobre a realidade de mulheres negras e a alegação foi de que os alunos não precisavam lidar com uma dor que não era deles.

  • A série espanhola “VALÉRIA” (2020), inspirada nos romances de Elísabet Benavent, conta a história da também escritora Valéria, que sofre da “síndrome da impostora”, pois não consegue engatar a escrita de seu romance. Para isso, e para conselhos da vida pessoal, ela conta com o apoio das três melhores amigas. Disponível na NETFLIX.

  • Um estudo divulgado na última semana mostrou que a LIBERDADE ACADÊMICA VEM SENDO AMEAÇADA pelo governo atual, uma vez que os professores temem perder financiamentos por conta de posicionamentos políticos. A pesquisa ?“A liberdade acadêmica está em risco no Brasil?”? ouviu 1.116 pessoas, entre agosto e dezembro do ano passado, e pode ser conferida na íntegra AQUI.

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    Divulgação

    Três livros sobre censura. Na música brega, na ditadura militar, em “EU NÃO SOU CACHORRO NÃO”, de Paulo Cesar Araújo (Record, 2002); nos jornais do período, em “JORNALISTAS E REVOLUCIONÁRIOS – NOS TEMPOS DA IMPRENSA ALTERNATIVA”, de Bernardo Kucinski (Edusp, 2018); e na literatura universal, da monarquia francesa à Alemanha Oriental, em “CENSORES EM AÇÃO – COMO OS ESTADOS INFLUENCIARAM A LITERATURA”, de Robert Darnton (Companhia das Letras, 2016).

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    Reprodução / Congresso e foco

    2021 foi de restrições para o jornalismo. Segundo o último RELATÓRIO DA VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS, da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), foram 140 CASOS DE CENSURA à imprensa, o que representa quase 35% dos ataques à categoria no país. Um ano antes, o governo federal lançou o “MAPA DE INFLUENCIADORES” que deveriam ser monitorados, incluindo profissionais da área.

  • “Precisamos nos reservar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante”

    A frase é do filósofo e professor austro-britânico Karl Popper (1902-1994), reproduzida em artigo de CORA RÓNAI PARA O GLOBO, após manifestações anti vacina e apologia ao nazismo serem confundidas com liberdade de expressão. Segundo o “paradoxo da tolerância” de Popper, os argumentos intolerantes devem ser combatidos quando ferem os direitos humanos e incitam a violência.

  • Em EPISÓDIO DO PODCAST CONVERSA DE PORTÃO, produzido pelo NÓS, MULHERES DA PERIFERIA em parceria com UOL PLURAL, a mestre em educação na área da psicologia preta, ARIANE KWANZA TENA, fala sobre como o racismo estrutural faz com que o fenômeno da impostora atinja ainda mais mulheres negras.

  • Para a cantora PABLLO VITTAR, as plataformas perseguem as pessoas de maneira diferente. ELA FALOU SOBRE ISSO pois o clipe da nova “Bandido”, de Zé Felipe, não sofreu a mesma censura que seu hit “BANDIDA”, de 2020. Na época, a música teve que ser registrada no YouTube como “Bandid*” para não sofrer restrição de idade.