Romance de estreia da cineasta paranaense Ana Johann, "História Para Matar a Mulher Boa", pela editora Nós, propõe a morte simbólica de uma mulher comum, que só é considerada "boa" por colocar sempre à frente as necessidades alheias — as do marido abusivo, da filha pequena, dos pais que a criaram num ambiente conservador. Nessa jornada em busca de si mesma, a protagonista questiona sua história para renascer mais consciente de seus desejos. (Dolores Orosco)
Grande estreia da semana nos cinemas, o novo épico do diretor Ridley Scott, “Napoleão” — em breve, o filme também chega à Apple TV+ —, traz Joaquin Phoenix na pele da figura do controverso líder militar francês. O longa faz um retrato das origens do imperador da França, ao mesmo tempo em que foca o conturbado relacionamento amoroso de Bonaparte com a esposa, Josephine, vivida por Vanessa Kirby. (Ana Elisa Faria)
“No 25 de dezembro as senhoras destinadas a morrer de fome por ordem de López foram libertadas pelo Exército brasileiro. Eu sou uma delas; vivo e escrevo”, diz o relato que abre “Memórias de Dorothée Duprat de Lasserre: Relato de uma prisioneira na Guerra do Paraguai (1870)”, livro que comemora 20 títulos lançados pela editora Chão, especializada em não ficção histórica. Neste, as dificuldades de viver numa espécie de campo de concentração itinerante de mulheres. (Isabelle Moreira Lima)
Recusando estereótipos, o jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso lança, pela Todavia, o livro que é um estudo sobre como as religiões evangélicas modificaram o panorama do crime no Brasil nas últimas décadas. Com depoimentos de ex-criminosos que mudaram suas vidas a partir da religião, o autor mostra como o crescimento desses grupos tem impacto profundo numa população exposta a diversas violências. (Leonardo Neiva)
Após o golpe militar no Chile, em 1973, cerca de 800 pessoas se refugiaram na Embaixada da Argentina em Santiago. A socióloga brasileira Elisabeth Vargas, que estudava e atuava como militante na época, foi uma delas. No forte depoimento “A resistência do colchonete”, para a revista Quatro Cinco Um, ela relembra como foi presa e solta de forma improvável e a tensa espera na Embaixada, em que até compartilhar colchonetes era um desafio. (Leonardo Neiva)
Se você está ouvindo “Alexandre”, podcast da Trovão Mídia e da revista Piauí sobre o presidente do TSE, é bem provável que a trilha sonora do programa não saia da sua cabeça. Após inúmeros pedidos da audiência, o funk trevoso que embala a voz da jornalista Thais Bilenky está disponível nas plataformas de streaming de áudio. Ao todo, são oito músicas compostas por Arthur Decloedt que fazem com que você se sinta nos corredores de Brasília. (Daniel Vila Nova)
Uma saga de ódio tenta calar as lutas históricas de minorias no Brasil. Mãe Bernadete, que foi brutalmente assassinada com 22 tiros em sua casa, no Quilombo Pitanga de Palmares, na Bahia, era o símbolo de liderança pelos direitos humanos na luta quilombola. Em depoimento emocionado para a revista Piauí, Jurandir, filho de Bernadete, relata os acontecimentos daquela noite e seus medos. "Minha mãe partiu fisicamente, mas deixou um legado muito grande." (Emilly Gondim)
Entre 1989 e 2007, uma clínica de Campo Grande (MS) era procurada por milhares de mulheres que desejavam interromper a gravidez. Chamar o lugar de clandestino soava incoerente, já que vigorava uma espécie de pacto silencioso, que contava com cumplicidade policial. Até que uma reportagem da TV Globo denunciou o local e desencadeou na maior operação anti-aborto já feita no Brasil. A história está em “Caso das 10 Mil”, da Folha de S.Paulo. (Dolores Orosco)
Em 1973, durante a ditadura militar brasileira, o grupo fez sucesso com Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad — todos com sangue latino. Agora, a nova edição de “Primavera nos Dentes: A História do Secos e Molhados” (2023) comemora o cinquentenário da banda. O escritor, Miguel de Almeida, evoca o sucesso que já fez o Maracanãzinho tremer e retrata a história de resistência do grupo contra a censura do governo. (Emilly Gondim)
Uma das personas mais misteriosas e poderosas desses últimos anos da República, o ministro do STF entra na máquina de raio-x do podcast original Trovão Mídia “Alexandre”, apresentado por Thais Bilenky, da revista Piauí. Em cinco meses de apuração, foram ouvidos nomes como Geraldo Alckmin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Hamilton Mourão, Michel Temer e Gilberto Kassab, entre outros. O primeiro episódio é um bom teaser das revelações que vêm por aí. (Isabelle Moreira Lima)
A guerra fria entre membros de uma mesma família abalou a República nos anos 1990, levando ao impeachment do primeiro presidente eleito de forma direta depois da redemocratização. Com áudios inéditos, o podcast "Collor versus Collor", do Globoplay, relembra a história que fez ruir o governo de Fernando Collor após um grandioso esquema de corrupção delatado pelo próprio irmão, Pedro Collor de Mello. (Ana Elisa Faria)
A partir desta semana, o Instituto Moreira Salles de São Paulo exibe a mostra "Arquivos, Vídeos e Feminismos", com sessões de longas do acervo do Centro Audiovisual Simone de Beauvoir, de Paris. Os filmes, em sua maioria produzidos por coletivos feministas na década de 1970, tratam de temas como violência sexual e aborto, e serão exibidos ao longo do segundo semestre. Os ingressos a R$ 10 podem ser comprados online ou na bilheteria do IMS. (Leonardo Neiva)
Numa sociedade em que o termo resiliência é mais e mais usado, desistir não é das palavras mais celebradas. Na revista piauí, a ex-deputada federal Áurea Carolina conta em depoimento sincero como e por que não buscou a reeleição. O título já diz muito sobre que peso a política ganhou para ela nos últimos anos: “Acabou o mandato, e comemorei como Galvão Bueno na Copa de 94”. (Isabelle Moreira Lima)
O documentário “Vale dos Isolados: O Assassinato de Bruno e Dom”, do Globoplay, reproduz os últimos passos do indigenista pernambucano Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, executados em 5 de junho de 2022, na terra indígena do Vale do Javari (AM). Dirigido pela repórter Sônia Bridi, o filme, resultado de cem dias na região que abriga o maior número de isolados no mundo, apresenta fotos inéditas da dupla, aborda as investigações do caso e faz um panorama de outras tantas violências ocorridas ali. (Ana Elisa Faria)
O escritor e ativista americano James Baldwin (1924-1987) revisita locais históricos de norte a sul dos EUA, por onde passou o Movimento dos Direitos Civis no país. Essa andança é mostrada no longa documental "I Heard it through the Grapevine", de Dick Fontaine e Pat Hartley, em cartaz na 12ª Mostra Ecofalante, em São Paulo. Na obra, intimista, o intelectual cruza com amigos, colegas de luta e da literatura, e relembra as frustrações da guerra contra o racismo. O festival é gratuito. (Ana Elisa Faria)
Nomes como Djaimilia Pereira de Almeida, Igor de Albuquerque, Ana Mumbuca e Jaqueline Gomes de Jesus são presenças confirmadas no 6º Festival Serrote, realizado pela revista de ensaios do Instituto Moreira Salles. A programação do evento, que acontece nos dias 14 e 15 de abril no IMS Paulista, engloba debates, shows, leituras e performances sobre temas como política, cultura e sociedade. A entrada é gratuita, com senhas distribuídas no local. (Andressa Algave)
Um dos mais emblemáticos personagens do século 20 tem sua história destrinchada no romance gráfico do jornalista norte-americano Jon Lee Anderson e do quadrinista mexicano José Hernández. Tudo começa em Buenos Aires, em 1953, quando Che se forma em medicina. Em suas 440 páginas, divididas em três partes, "Che: Uma Vida Revolucionária" (Cia das Letras, 2023) relata os detalhes históricos e pessoais do personagem. (Manuela Stelzer)
Com um elenco de atrizes ex-presidiárias, “Mato Seco em Chamas” mescla documentário e ficção no estilo do cineasta Adirley Queirós (“Branco Sai, Preto Fica”). Ao lado da diretora portuguesa Joana Pimenta, ele apresenta a história de uma gangue feminina da Ceilândia. Na fantasia política, as irmãs que comandam uma refinaria clandestina na periferia de Brasília se voltam contra as autoridades num cenário à la “Mad Max”, mas com raízes fincadas na realidade brasileira. (Leonardo Neiva)
Disponível no canal do YouTube "Enfrente", a série "Ancestrais do Futuro" reúne em cinco episódios histórias de diferentes coletivos periféricos de todo o Brasil e passa por temas como ancestralidade, questões sociais e comunhão de objetivos. Realizado pela Fundação Tide Setubal e com consultoria dos jornalistas Tony Marlon e Well Amorim, a temporada conta com produções de São Paulo, Pernambuco, Pará e Mato Grosso. (Andressa Algave)
O documentário de Julia Duailibi e Maira Donnici, disponível na Globoplay, é um registro dos 580 dias em que o presidente eleito ficou preso na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. Com depoimentos inéditos de personagens como Janja, Fernando Haddad e Ricardo Stuckert, a produção acompanha o encarceramento de Lula e de que maneira o período dialoga com as expectativas e os projetos para os próximos quatro anos. (Manuela Stelzer)
As séries “El Presidente” e “Jogo da Corrupção'' estão disponíveis no streaming para quem quiser entender a profundidade da indústria do futebol. “Jogo da Corrupção”, cuja trama se relaciona com “El Presidente”, estreou neste mês de novembro e trata do “fifagate”, investigação de 2015 que descobriu o maior escândalo de corrupção do futebol mundial. O elenco conta com dois atores brasileiros, Maria Fernanda Cândido e Eduardo Moscóvis. (Andressa Algave)
A literatura russa é capaz de iluminar aspectos da Rússia hoje? Os editores da Granta estão certos que sim. Há, no lançamento, textos de russos como Tatiana Tolstaya e Ludmila Ulitskaya, e os de outras origens e gerações, como a carioca Clara Drummond, que conta uma história de amor entre Moscou e SP; e o jornalista português José Pacheco Pereira, que cobre a região. Além de fotos de Mario Restiffe e Mariana Viegas que dão frio só de ver. (Luara Calvi Anic)
Em favelas nas periferias do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, igrejas evangélicas começam a dominar cada vez mais a paisagem. É esse fenômeno que o documentário “Fé e Fúria”, do cineasta Marcos Pimentel”, explora com profundidade. O filme, que acaba de entrar em cartaz nos cinemas brasileiros, ainda relaciona a tendência à onda crescente de conservadorismo e intolerância religiosa observada no país. (Leonardo Neiva)
Futuro, agronegócio e cupins são alguns temas discutidos na nova temporada do podcast de ciência e meio-ambiente da revista Piauí. Apresentado por Bernardo Esteves e produzido pela Trovão Mídia em parceria com o Instituto Talanoa, a proposta é falar de ciência, ecologia e crise climática durante o período pré-eleitoral. Os episódios estão disponíveis no site da Piauí e em todas as plataformas de áudio. (Andressa Algave)
O podcast de política do Nexo Jornal está de volta para uma temporada de dez episódios que explicam os episódios, dramas e crises que nos trouxeram ao atual cenário político. Com base em entrevistas com pesquisadores, jornalistas, juízes, ativistas e políticos, o editor-chefe Conrado Corsalette conta essa história até a semana da eleição. Quem quiser mais, pode ouvir ainda os mais de 70 episódios que trazem conceitos da ciência política. (Isabelle Moreira Lima)
A política está em alta no cinema brasileiro esta semana. Num momento de debates eleitorais fora das telas, "O Debate", com Débora Bloch e Paulo Betti no elenco e direção de Caio Blat, acompanha o dilema de um ex-casal de jornalistas sobre como editar um debate presidencial. Já em "Marte Um", premiado em Gramado, uma família negra lida com a eleição de um presidente de extrema-direita. (Leonardo Neiva)
Durante as cinco aulas online, a nutricionista e socióloga Elaine de Azevedo, da Escola ComidaETC., tratará de temas que vão dos movimentos tradicionais até as formas contemporâneas de ativismo, passando pela politização da gastronomia. As aulas ocorrem entre setembro e outubro, as vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas no site. Há bolsas para pessoas de baixa renda. (Ana Mosquera)
O “Politiquês”, podcast do Nexo sobre política, está de volta. Nesta temporada, serão dez episódios com tema “Uma crise chamada Brasil”, que vão ao ar às quartas-feiras, até o primeiro turno das eleições. Disponível em plataformas como Spotify e Deezer, o programa destrincha a complexa política nacional com entrevistas, áudios históricos e contextualizações. O primeiro episódio relembra a crise financeira de 2008 e o clima de otimismo que reinava no Brasil em contraste com o resto do mundo. (Leonardo Neiva)
Um vazamento massivo de dados secretos da C.I.A. Sabotagem? Terrorismo? Não. Uma reportagem da The New Yorker revela uma motivação banal: a raiva que um funcionário da agência sentia dos colegas de trabalho. Antes de se demitir, o programador Josh Schulte levou consigo informações sigilosas do governo americano. A reportagem detalha a vida do programador, sua trajetória na C.I.A. e o desenrolar do seu julgamento. (Daniel Vila Nova)
Uma reportagem da Agência Pública revelou um esquema de propaganda financiado pelo Ifood que teria como intenção sabotar o movimento de entregadores. Por meio de perfis falsos e agentes infiltrados, agências de publicidade produziam conteúdo que questionava as reivindicações políticas de parte desses trabalhadores. A investigação é assinada pela jornalista Clarissa Levy e pode ser lida no site da agência de notícias. (Daniel Vila Nova)
O podcast de Chico Felitti retorna com suas investigações sobre as transformações que um meme pode operar na vida das pessoas. No primeiro episódio da nova temporada, Felitti visita os responsáveis pela infame Dancinha do Impeachment no Ceará e busca entender o que levou cada participante a aparecer no vídeo viral. O programa também está recheado de arrependimentos e de produtos bolsonaristas de qualidade duvidosa. (Daniel Vila Nova)
A revista de fotografia do Instituto Moreira Salles realiza a 10ª edição do seu festival com uma série de encontros virtuais, de 22 a 26 de novembro. Na terça (22), a artista Rosângela Rennó conversa com a jornalista Fabiana Moraes sobre o potencial da fotografia para revelar (e esconder) relações de poder. Já na quinta (25), a criadora do Arquivo da Memória Trans da Argentina, María Belén Correa, debate a relação entre fotografia, identidade de gênero e democracia com a escritora Amara Moira. A programação completa será transmitida de graça no Youtube e Facebook da Zum, com tradução simultânea e interpretação em Libras. (Amauri Arrais)
O Centro Maria Antonia da USP inaugura, a partir deste sábado (6), “MemoriAntonia: por uma memória ativa a serviço dos direitos humanos”. Composta por obras que se debruçam sobre os 21 anos de ditadura militar no Brasil, além de fotografias de Hiroto Yoshioka e Orlando Brito, a mostra pretende “produzir um movimento crítico neste momento difícil em que a democracia está tensionada no Brasil e as forças conservadoras ganham terreno”, diz a diretora Lucia Maciel Barbosa de Oliveira. A entrada é gratuita. (Manuela Stelzer)
Em uma tentativa de encontrar o lugar da arte em tempos de barbárie, o espaço independente de artes visuais Ateliê 397 inaugurou, no dia 22 de julho, a exposição "Dizer Não", aberta até meados de setembro na nova sede do estúdio, localizado no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Reunindo artistas como Cildo Meireles, Juçara Marçal e Clara Ianni, a mostra reflete sobre o papel da arte em meio à lutas políticas, reivindicações sociais e pandemia, em um momento em que sua própria sobrevivência está em risco. (Manuela Stelzer)
Em reportagem publicada na revista Piauí, o jornalista indiano Tejas Harad traça uma linha do tempo da covid-19 em seu país. Ele conta como o lockdown desastrado que segurou as pontas em 2020 foi seguido por uma baixada de guarda geral – durante a qual ocorreram festas, eventos esportivos e cerimônias religiosas – e uma devastadora segunda onda em 2021, com recordes de contaminação e hospitais lotados. A fake news de lá é que urina de vaca é um remédio milagroso contra o vírus. (Betina Neves)
Ao completar nove décadas de vida, o jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras diz que não pode reclamar: está saudável, cercado de família e amigos, mas que “não se pode ser totalmente feliz num país que é hoje um cemitério”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Zuenir Ventura fala sobre a defesa da floresta, a CPI da pandemia, a velhice e o ano de 1968, além da importância da imprensa em tempos de desinformação. (Manuela Stelzer)
A série documental “1971” é uma aula de história, política e cultura pop em doses viciantes. A cada episódio, foca em três ou quatro artistas que lançaram álbuns relevantes há 50 anos e que foram ator ou reflexo da política da época. No primeiro episódio, conta o efeito poderoso do álbum “What’s Going On”, de Marvin Gaye, que com muita elegância passou a mensagem dura e dolorosa tão necessária à época. Vale a audição do álbum também. (Isabelle Moreira Lima)
Um grupo estudantil trotskista que unia figuras como Antônio Palocci e Reinaldo Azevedo. Surgido em 1976, em oposição ao governo militar no Brasil, o movimento Liberdade e Luta é tema de “Libelu -Abaixo a Ditadura”, de Diógenes Muniz, que entra em cartaz nesta sexta (14) nos cinemas. Vencedor do 25º Festival É Tudo Verdade, o documentário narra a história do grupo então considerado radical, famoso pela irreverência e abertura cultural. (Leonardo Neiva)
O nome é engraçado: Chora, Morozov! faz referência ao cientista político bielorusso famoso pelo pessimismo sobre os riscos que a internet e as redes sociais representam para a democracia. Bem, a ideia do curso é justamente preparar quem influencia nas redes para contrariá-lo. Com um time de professores interessantíssimo, o curso de seis semanas é gratuito, online e ao vivo, e afia o poder de argumentação de quem está à frente do debate. (Isabelle Moreira Lima)
Gregório Duvivier está de volta com a quinta temporada de Greg News, seu programa semanal na HBO de humor político. Após quatro meses fora do ar, o Greg News retorna falando sobre a covardia e como o governo Bolsonaro tem lidado com a pandemia. Os programas inéditos são exibidos na HBO Brasil toda sexta-feira, às 23h, e disponibilizados no dia seguinte no YouTube e em formato de podcast nas principais plataformas de áudio. (Daniel Vila Nova)
Na década de 1980, o físico teórico e escritor Michael Goldhaber já havia previsto o futuro da internet com precisão. Da radicalização da política à cultura de influencers, o profeta da web previu Donald Trump e as redes sociais. Em entrevista ao New York Times, que definiu Goldhaber como “Cassandra da Internet”, o escritor explicou o caos em que nos metemos e o que podemos fazer para sair dele. (Daniel Vila Nova)
Do Egito Antigo a Cardi B, pouco mudou no que diz respeito às unhas. Desde os primórdios, a cultura da cutícula nunca foi apenas uma questão de vaidade: esteve relacionada a discussões de classe, raça e gênero. O Guardian relembrou a história do cuidado com as unhas, que apesar da origem multicultural, manteve-se reservada à elite. Hoje nas mãos de artistas como Lizzo e Billie Eilish, ainda é um luxo -- e símbolo de poder. (Manuela Stelzer)
Se o especial de fim de ano do Roberto Carlos anda ameaçado, o Porta dos Fundos pode oferecer um substituto à atração -- a única questão é que talvez não agrade à tradicional família brasileira. Depois do polêmico especial do ano passado, em que Jesus era gay, o coletivo de humor aposta em um tema mais leve para acalmar os ânimos, a política. Inspirado no documentário “Democracia em Vertigem” (2019), a produção "Teocracia em Vertigem” acompanha a vida de Jesus Cristo e os inimigos e aliados políticos que o filho de Deus fez ao longo dos seus 33 anos. Seguindo o estilo mockumentary, popularizado por séries como “The Office” e “Modern Family”, o especial está no canal do Porta dos Fundos. Além dos atores do Porta, como Gregório Duvivier, Fábio Porchat e Rafael Infante, o novo humorístico conta também com a participação da turma do Choque de Cultura. (Daniel Vila Nova)
Você já deve ter ouvido o assobio que abre balada “Wind of Change”, um hit da banda de hard rock alemã Scorpions. Ela foi um sucesso estrondoso no Brasil, é apontada como responsável por um baby boom na França no início dos anos 1990 e, segundo investigação do jornalista americano Patrick Radden Keef, pode ter sido também uma importante peça de propaganda política. A partir de uma pista dada por um ex-funcionário da CIA de que teria sido a agência americana de inteligência a verdadeira autora da música (e não o vocalista do Scorpions, Klaus Meine, dono da voz rouca), Keef passa a investigar a origem da música e apresenta essa história no podcast “Wind of Change”. A ideia é que a balada pop seria uma arma cultural para influenciar os países do bloco soviético depois da queda do muro de Berlim em 1990. No podcast, ele nos leva por sua investigação que vai de Washington D.C a Kiev, e que ouve de agentes aposentados da CIA, como a fascinante Jonna Mendez, viúva de Tony Mendez, retratado em “Argo”, 2012, a nomes envolvidos na cena roqueira dos anos 1990, como o empresário Doc McGhee, que conseguiu o feito de levar bandas americanas como Bon Jovi e Skid Row à União Soviética. (Isabelle Moreira Lima)
Na teoria, todas as pessoas, mesmo diferentes, têm direitos iguais. Na prática, não é assim (ainda mais num mundo polarizado e desinformado). Em 2018, o Instituto Ipsos fez uma pesquisa em 28 países, que revelou que 66% dos brasileiros acreditam que os direitos humanos beneficiam especialmente a bandidos e terroristas, e sete em cada dez despertaram curiosidade sobre o conceito, e disseram querer entender melhor seu significado. No podcast “Cara Pessoa”, a jornalista Fernanda Mena discute os desafios dos direitos humanos desde a concepção da ideia (no primeiro episódio) até a prática atual, com debates sobre liberdade de expressão e discurso de ódio, racismo e branquitude, e a lógica perversa do sistema de justiça criminal. O segundo episódio é centrado na desigualdade social e traz o emocionante relato de uma pessoa em situação de rua, um experimento científico e entrevistas com especialistas que falam da naturalização da injustiça e do preconceito. A produção da Folha de S.Paulo e da ONG Conectas terá dez episódios publicados às sextas nas principais plataformas. (Manuela Stelzer)
Seguindo a ideia de que há em curso uma crise permanente e multidisciplinar, que abrange a política, a economia, o clima, o meio ambiente e a saúde, só para começar a lista; e com base no pensamento contemporâneo mais radical, como o dos ensaios do crítico italiano Franco Berardi (que acaba de conceder entrevista ao Nexo), foi organizada a mostra "No presente, a vida (é) política" -- como já discutido na Gama -- em cartaz na Central Galeria, no centro de São Paulo. Com curadoria de Diego Matos, reúne obras de artistas como Bruno Baptistelli, Clarice Lima, Dora Smék, Fernanda Gassen, Fernanda Pessoa, Gabriela Mureb, Gustavo Torrezan, Marília Furman, Paul Setúbal e Rafael Pagatini. A proposta é voltar a atenção do público para experiências que podem contribuir para o debate sobre a reinvenção da esfera pública. A visitação deve ser agendada por telefone (11 93051-7652) ou email (info@centralgaleria.com), e a Central Galeria está instalada no edifício histórico do IAB SP (rua Bento Freitas 306, São Paulo-SP). É possível fazer a visitação digital também no site da galeria ou no perfil do Instagram. (IML)
No Brasil (e no mundo) de hoje, debater parece cada vez mais difícil. Mas é exatamente quando as vozes se levantam que o diálogo sóbrio e responsável se torna mais necessário. Essa é a proposta da primeira edição do “Festival Nexo + Nexo Políticas Públicas: o Brasil em debate”, que acontece durante todo o mês de outubro. Remoto e gratuito, o festival aborda os temas mais importantes da agenda pública do país com a qualidade e o rigor da informação do Nexo Jornal. Para participar, é necessário se inscrever na página do evento. Com entrevistas, mesas de diálogo e oficinas, a programação já está disponível e conta com nomes como Patrícia Campos Mello, Thiago Amparo, Lilia Schwarcz, Laura Carvalho, Joca Reiners Terron, entre outros.
Em episódio inédito da série documental Axios, que levanta debates de relevância mundial por meio de entrevistas com grandes nomes (entre os quais já estiveram o presidente Donald Trump e a atual candidata à vice Kamala Harris), o empresário americano Mark Zuckerberg falou sobre o combate à desinformação durante a crise do coronavírus, a chegada das eleições nos Estados Unidos, entre outros temas que importam -- o slogan da série. Além do fundador do Facebook, a produção da HBO já contou com vários nomes de influência para explorar a intersecção entre tecnologia, mídia, política e negócios, e cobrir assuntos como o veredicto no caso Harvey Weinstein, a igualdade de gênero no esporte profissional, o impacto da pandemia, além de policiamento e justiça igualitária. Aos que querem acompanhar os debates, os episódios da série ficam disponíveis na plataforma da HBO GO.
Dirigido por Éthel Oliveira e Júlia Mariano, o documentário "Sementes: Mulheres Pretas no Poder" acompanha a trajetória de seis candidatas negras aos cargos de deputada federal e estadual nas eleições de 2018. São mulheres que decidiram responder politicamente ao assassinato da vereadora Marielle Franco, que ocorreu no início do mesmo ano, disputando espaço no Congresso e na Assembleia Legislativa. O documentário está disponível no canal do Youtube da distribuidora Embaúba Filmes, e revela percursos e desafios das campanhas de Mônica Francisco, Rose Cipriano, Renata Souza, Jaqueline de Jesus, Tainá de Paula e Talíria Petrone, todas no Rio de Janeiro, estado que teve maior número de candidatas autodeclaradas pretas concorrendo em 2018.
Batidas fortes e dançantes e letra politizada contra o controle a que somos submetidos é a nova investida da rapper e compositora britânica M.I.A., que lançou nesta semana o single Cntrl, disponível apenas no site da cantora. Com a música, ela soltou um comunicado em que pede a liberdade de Julian Assange, fundador do Wikileaks, cuja extradição para os Estados Unidos está sendo decidida em julgamento desde a segunda-feira (7). “Você sabe que é liderado por tiranos quando falar a verdade é um crime”, afirmou em sua conta no Twitter. Esse é o segundo single que M.I.A. lança em 2020. A cantora promete um novo álbum para 2021, o primeiro depois de ter anunciado a aposentadoria há três anos.
Da tolerância zero à legalização, cada país tem suas regras. A série de reportagens especiais da Folha de S.Paulo Estado Alterado levanta o debate sobre os efeitos das diferentes políticas ao expor a maneira como nações dos quatro continentes lidam com a produção, distribuição e consumo de entorpecentes. Nos Estados Unidos, o Colorado já experimenta a possibilidade de legalização da maconha. Já o Uruguai, primeiro país a legalizar a droga, sofre desafios e críticas externas. O próximo especial, sobre a Bolívia, será publicado no dia 7 também com vídeos, gráficos, depoimentos e imagens sobre a situação dos entorpecentes no país.
Líderes autoritários, desigualdade social, violência racial e uma pandemia nos mostraram que o futuro da democracia é incerto. Em tempos onde a crença no sistema de governo é cada vez menor, a New Yorker produziu um especial que analisa o passado, o presente e o futuro da democracia americana. O papel da imprensa, dos políticos e da liberdade de expressão são debatidos em textos que serão lançados até novembro, mês da eleição americana. Com uma gama diversa de escritores, o especial tem como objetivo refletir os erros e acertos do modelo americano, fortalecendo a democracia no processo.
Um copo de vinho vazio sobre a mesa inspirou a reflexão que deu origem à canção: "é sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar". Composta por Gilberto Gil e gravada por Chico Buarque no disco "Sinal Fechado", de 1974, a música "Copo Vazio" retorna às vozes dos dois amigos em uma nova gravação e em um clipe em que cantam lado a lado. Metáfora para a perda da liberdade durante a ditadura militar, a bela letra de Gil ganha novos ecos em um 2020 de governos extremistas e pandemia duradoura — e, de quebra, serve de alento para estes tempos.
É o que tenta responder a recém-lançada série "Eleitas", sobre o imaginário de mulheres latino-americanas em cargos eletivos. Os episódios, disponíveis no Youtube, foram desenvolvidos com base em um estudo feito pelo Instituto Update, lançado simultaneamente à série, que mapeia a atuação de mais de 90 mulheres eleitas em seis países da América Latina. Nas entrevistas, elas falam sobre a própria trajetória, os novos desafios que encontram e o futuro horizonte do debate político.
Nem mesmo o isolamento social foi capaz de conter manifestações do movimento negro que varreram as cidades norte-americanas nos últimos dias. "Vidas negras importam" é também a mensagem transmitida pelo cineasta americano Spike Lee em seu novo filme “Destacamento Blood”. Selecionado para estrear no Festival de Cannes, que foi cancelado pela pandemia, o longa chega às telas de casa pela Netflix nesta sexta-feira (12). A história, de quatro veteranos de guerra que retornam ao Vietnã em busca de uma riqueza escondida, vai além da caça ao tesouro. Exibe também a visão de Lee sobre como a guerra afetou a vida dos homens negros, obrigados a lutar por uma causa que não era a sua. O recorte da década de 1970 faz repensar sobre o que se vive hoje, uma especialidade do cineasta.
O rapper Kunumi MC, nome artístico de Werá Jeguaka Mirim, abre o clipe de “Xondaro Ka'aguy Reguá” com uma frase que soa tão solene quanto uma profecia. “Existe uma lenda Guarani muito antiga, contada pelo nossos ancestrais. Ela diz que das águas nascerá um guerreiro que levará o seu povo a uma nova existência”. O vídeo de “Guerreiro da Floresta”, o nome da música de Kunumi em português, coloca o MC como o herói da profecia que busca a nova realidade. Rimada em Guarani, a música é um protesto de resistência e existência dos indígenas brasileiros, pedindo por demarcação de terra e reconhecimento do povo originário do Brasil. Dirigido pela dupla Angry, formada pelos cineastas Bruninho e Gabe Maruyama, o clipe está disponível no YouTube.
Um dos grandes problemas do nosso tempo, a crise dos refugiados é discutida por um viés mais humanista. “Aeroporto Central”, novo documentário do cineasta cearense Karim Aïnouz (“Madame Satã” e “A Vida Invisível”), conta a história de pessoas que saíram do Oriente Médio e acabaram habitando um antigo aeroporto nazista, hoje um asilo para milhares de refugiados. O filme ganhou o prêmio da Anistia Internacional da Mostra Panorama, no 68º Festival de Berlim, e está disponível em diversas plataformasdigitais.