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ConversasPhilippa Perry: "Felicidade é encontrar alguém próximo do seu ideal e se comprometer"
Em novo livro, terapeuta britânica dá conselhos para se relacionar com quem você ama (e também com quem não ama tanto assim)
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Philippa Perry: “Felicidade é encontrar alguém próximo do seu ideal e se comprometer”
Em novo livro, terapeuta britânica dá conselhos para se relacionar com quem você ama (e também com quem não ama tanto assim)
Apesar do forte — e aparentemente autoexplicativo — nome “O Livro que Você Gostaria que Todas as Pessoas que Você Ama Lessem” (Fontanar, 2024), a escritora e psicoterapeuta britânica Philippa Perry confessa que o título de sua mais nova obra esconde uma pegadinha. No próprio epílogo, ela reforça que, por mais que todo relacionamento contenha ao menos duas pessoas, somos nós os únicos responsáveis por mudar a forma como agimos em relação aos outros. E que só temos poder de fato para trabalhar sobre nós mesmos. “É você que eu queria que lesse este livro”, admite Perry.
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Psicoterapeuta há mais de 20 anos, ela é também colunista na revista inglesa Red e apresentadora de rádio e TV. Além da obra mais recente, que chega às livrarias brasileiras no final de fevereiro, com tradução de Guilherme Miranda, Perry também é autora de sucessos como “O Livro que Você Gostaria que Seus Pais Tivessem Lido” (Fontanar, 2020) e “Como Manter a Mente Sã” (Objetiva, 2012) — quase sempre com foco em relacionamentos, sejam amorosos, familiares, de amizade ou até consigo mesmo.
Editora Fontanar
Uma das coisas mais comuns em seu consultório é que um paciente chegue comentando ou criticando o comportamento alheio, embora suas sessões passem longe de ser uma terapia coletiva. “É muito mais fácil enxergar que um problema é externo a nós do que refletir e se perguntar: será que o que estou fazendo não está funcionando? O que posso fazer de diferente?”, conta Perry em entrevista a Gama.
Casada há 35 anos com o artista Grayson Perry, famoso por suas cerâmicas, tapeçarias e performances como travesti, a terapeuta conta que hoje teria dificuldade para se imaginar ao lado de outra pessoa. Não que considere o marido o par perfeito para ela — algo que, na visão de Perry, não existe —, mas porque a dupla levou tanto tempo e botou tanto esforço na tarefa de se moldar um ao outro que recomeçar tudo do zero lhe parece uma tarefa terrível.
“A perfeição, da qual duvido muito, só acontece com o tempo, quando nos relacionamos e impactamos uns aos outros, mudando para nos adequarmos”, afirma. É com descrença, portanto, que Perry analisa fenômenos romantizados como a ideia do amor à primeira vista ou de esperar por um príncipe salvador, uma suposta pessoa perfeita que nos aguarda ansiosamente atrás de alguma esquina.
A terapeuta também considera que apps de namoro podem tornar nossa vida mais difícil ao apresentar um leque quase infinito de opções amorosas e vê com certa desconfiança novos tipos de relações, como relacionamentos abertos. “Acredito serem experimentos maravilhosos para pessoas mais jovens.”
No papo com Gama, Perry aborda ainda o impacto dos traumas e relações familiares na vida amorosa, as mudanças geradas pela chegada de um filho e o “vício” em relacionamentos que nem sempre são positivos para nós.
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G |No epílogo do livro, você diz que o título é uma brincadeira, já que a única pessoa que podemos mudar somos nós mesmos. Como identificar o que é do outro e o que é seu num relacionamento? Se uma característica do parceiro te irrita, até que ponto não é algo que precisa trabalhar em si mesmo?
Philippa Perry |É muito mais fácil enxergar que um problema é externo a nós do que refletir e se perguntar: será que o que estou fazendo não está funcionando? O que posso fazer de diferente? Como não estamos acostumados a pensar assim, geralmente concluímos que os outros são o problema. O fato é que aquilo está te irritando. E, seja porque você é excepcionalmente sensível ou porque são hábitos irritantes mesmo, o que devemos fazer é comunicar o que está acontecendo. Em vez de falar o quanto o outro é irritante, é muito mais gentil dizer que, quando ele faz tal coisa, aquilo te deixa irritado. Então, quando ele cutuca o nariz, diga que isso te causa repulsa ou te aborrece. Não diga que a pessoa é repulsiva ou irritante.
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G |Nossas relações familiares e traumas de infância acabam afetando a forma como nos relacionamos?
PP |Provavelmente sim, porque os nossos primeiros relacionamentos, com nossos pais, irmãos e irmãs, vão se tornando um modelo de como nos relacionamos, como reagimos, respondemos e confiamos ou desconfiamos dos outros. Um hábito que nos ajudou a sobreviver ou prosperar na infância pode estar nos sabotando na idade adulta. Então é sempre bom saber o que funciona e o que não funciona em cada ambiente, para que esses erros não nos prejudiquem.
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G |As fantasias que vemos quando crianças em contos de fadas, filmes da Disney e livros infantis também podem nos afetar?
PP |Nós somos as histórias que ouvimos, assistimos e contamos. E tendemos a ver nelas que há uma pessoa certa para cada um. Encontrá-la é como achar o pote de ouro no final do arco-íris. Tudo foi criado para ser extremamente romântico, como a flecha de Cupido. Esse tipo de conto de fadas distorce nossa ideia do que é o amor, do que ele deveria ser e como deveríamos senti-lo. Quando pensamos no amor, vem uma coisa diferente para cada um de nós. Muita gente acredita que está apaixonada, quando na verdade sente apenas uma ânsia pelo seu objeto de desejo. Elas podem confundir isso com amor porque não recebiam atenção suficiente quando bebês e ansiavam por seus pais sem quase nunca conseguir o que queriam. Quando conseguiam, entravam em êxtase. Esse padrão pode se repetir na idade adulta. É possível que essas pessoas só amem receber um reforço intermitente, porque acaba refletindo aquilo a que estão acostumadas. É como sentar numa pedra esperando por alguém, um ideal de amor bastante romântico, mas também doloroso. Existe a ideia da princesa que precisa ser resgatada, que gera dois estereótipos terríveis: o da pessoa que quer salvar e proteger alguém, quando nem todo mundo quer estar seguro; e o de que basta sentar na sua torre tricotando que um dia o príncipe virá. Quando o amor surge, aparentemente por magia, a pessoa se acha incrivelmente especial, o que também gera muitos problemas.
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G |O tão falado amor à primeira vista, por exemplo, é uma ideia fantasiosa?
PP |Existe amor à primeira vista, mas é muito alimentado por esse sistema de crenças, como a ideia de cara metade. O mais provável é que haja uma transferência erótica mútua. Ou seja, há algo familiar na pessoa por quem você se apaixona. Talvez ela se encaixe no seu ideal de beleza ou toque o cabelo da mesma forma que sua avó fazia, mas você não se lembra conscientemente. Aí se apaixona por uma fantasia. Muito ocasionalmente, essa fantasia pode dar certo, então você segue acreditando que se apaixonou à primeira vista. As pessoas sempre romantizam as memórias de como se conheceram. Na verdade, aquilo aconteceu há 30 anos, e elas não se lembram direito de como foi. Acho a ideia de que existe alguém perfeito para nós bastante prejudicial. Especialmente agora que temos encontros pela Internet, há um número infinito de parceiros potenciais por aí. Se não tomarmos cuidado, podemos encarar isso como fazer compras em busca do parceiro perfeito. E ninguém é perfeito. O que torna alguém perfeito para você é o fato de estarem juntos há algum tempo, numa espécie de influência mútua. Vocês se adaptam um ao outro. Estou casada há 35 anos e não consigo me imaginar com outra pessoa, porque demoramos tanto para nos moldarmos em formas aceitáveis um para o outro que recomeçar parece terrível. Então a perfeição, da qual duvido muito, só acontece com o tempo, quando nos relacionamos e impactamos uns aos outros, mudando para nos adequarmos. Não deve ser uma coisa unilateral. Se for, é um pouco doentio.
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G |É difícil para um casal reequilibrar o relacionamento quando nasce um filho? Não sobra muito tempo para o relacionamento em si?
PP |Você tem que ser bastante maduro para ter um bebê. Ao contrário de nós, um bebê não pode adiar seus momentos de prazer. Nós fazemos isso quando estabelecemos que em tal período devemos trabalhar, mas no final do dia podemos tomar uma boa xícara de chá e colocar os pés para cima. Quando um bebê deseja conexão e conforto, ele quer para já. Caso contrário, sente que está morrendo, por isso grita de medo. E não queremos que eles adquiram o hábito de gritar por companhia. Quando um casal tem um filho, porque o bebê precisa muito dos pais, de repente ambos os parceiros passam a receber menos atenção um do outro. Os dois têm que ser maduros o suficiente para não levar isso para o pessoal. É uma espécie de piada: quando um casal tem um filho, o homem pensa que a esposa não presta mais atenção nele. Será que ela está tendo um caso ou amamentando 12 horas por dia? Há uma grande mudança na dinâmica quando dois se tornam três, e outra reviravolta quando três viram quatro. O foco muda muito, é um momento bastante estressante para um casal. Ninguém sabe exatamente como vai ser até estar envolvido naquela situação. Outros podem alertar, mas, até que você sinta na pele, é difícil saber. Todas essas mudanças significam se tornar uma família, não há reviravolta maior do que essa para um casal. Nem todos conseguem se manter .
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G |Muitos casais com filhos se separam, mas mantêm um relacionamento para o resto da vida devido à parentalidade. Qual é a chave para uma boa relação nesses casos?
PP |Quando você se separa do parceiro, é muito tentador e fácil odiá-lo. É fácil focar os aspectos negativos de uma pessoa. Mas esse é alguém com quem você escolheu ter filhos, alguém que costumava amar. É preciso reunir toda sua boa vontade para manter uma relação civilizada. Se não tiverem filhos, pode se divertir odiando o outro, faça o que quiser. Mas, caso haja uma criança envolvida, você vai prejudicá-la se tentar afastar o filho do ex-parceiro. Claro, é diferente se o parceiro era uma pessoa legal e de repente começou a se drogar ou se tornou um sociopata. Sempre há exceções, mas a maioria das pessoas não é assim. No máximo, elas nutrem ressentimentos. São ações que devem ser evitadas, abrigar ressentimentos e tentar sair por cima.
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G |Quando as pessoas vão ficando mais velhas ou têm filhos, elas tendem a ter menos amigos? Por que isso acontece?
PP |Na verdade, as pessoas fazem muitos novos amigos quando têm filhos. De repente, você entra para um novo grupo, o dos pais, que encontra nos portões da escola e no playground. Vocês podem continuar amigos inclusive por mais tempo do que seus filhos. Quanto a envelhecer, depende do tipo de vida que você leva. Tenho 66 anos e saio muito, pertenço a muitos grupos. Devo conhecer dez pessoas novas toda semana. Não mantenho contato com todas, mas não acho que devemos desistir de fazer parte da sociedade só porque estamos envelhecendo. Deveríamos nos unir. O escritório é um lugar onde você conhece pessoas de forma automática e pode criar laços. Se trabalha ao lado delas pessoas por muito tempo, se tornam relacionamentos importantes. Além de escritora e psicoterapeuta, também sou pintora e vendo meus quadros online. Uso sempre a mesma empresa para empacotar e enviar as obras. Outro dia, um motorista de táxi veio até minha casa e disse que podia levar o quadro para mim, eu não precisava entrar no carro. Respondi que precisava sim, porque gosto de conversar e conhecer o pessoal do departamento. Quando disse isso em voz alta, pensei: meu Deus, isso parece muito idiota. Mas era verdade. Outra coisa que me aconteceu é que vivo nesta casa há quase 40 anos. Algum tempo atrás, ficamos fora por um ano enquanto fazíamos reformas. É ridículo, mas senti falta do farmacêutico, do jornaleiro e da mulher que faz meu café. Essas relações cotidianas são muito importantes. Foi um alívio tão grande voltar, porque você constrói essas relações ao longo de mais de 35 anos. Parecem triviais, mas não são.
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G |No livro, você compara a atração por relacionamentos incertos ou tóxicos ao vício em bebida. Por que tantas pessoas buscam relacionamentos que acabam sendo negativos para elas?
PP |Esse “vício” tem a ver com algo que mencionei antes, o reforço intermitente. Uma pessoa faz você se sentir incrível, te diz que você é o mais lindo, que é maravilhoso. De repente, ela se torna crítica, fala que você está gordo ou é muito preguiçoso. Quando a pessoa volta a te elogiar, isso te dá aquela emoção de antes, como uma dose de dopamina. Tem gente que fica viciada nesses raros momentos de sucesso. Então, quando eles chegam, os níveis sobem alto; quando passam, eles descem ao chão. Se torna um relacionamento bastante dramático. É horrível, mas nada entediante. Você pode se viciar nessas sensações, mas elas só existem porque há também muitos pontos baixos. Quando alguém é legal o tempo todo, acaba se tornando algo mais plano, garantido.
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G |Muita gente reclama da dificuldade de encontrar um parceiro em apps como Tinder e Bumble. De fato, é mais difícil formar relações mais profundas nesses ambientes e com tantas escolhas?
PP |A questão da escolha é um problema real. O psicólogo Barry Schwartz escreveu um ótimo livro chamado “O Paradoxo da Escolha”. Ele mostra que, se você der a um grupo de pessoas uma caixa com seis chocolates, elas rapidamente escolhem um e ficam satisfeitas com a decisão. Mas, se oferecer uma caixa com 140 chocolates, elas não vão escolher o primeiro que parecer bom. Vão querer analisar todas as opções antes de decidir e, quando escolhem, ficam bem menos satisfeitas. Isso ocorre porque todos temos medo de cometer erros. Hoje há uma infinidade de opções de parceiros na internet. Como aquelas pessoas em frente aos 140 chocolates, quando decidimos por alguém, nos perguntamos se não estamos perdendo um bombom de avelã ainda mais gostoso. Então a felicidade é encontrar alguém próximo do seu ideal e se comprometer com ela. O compromisso de ser o número um do outro, que significa se adaptar e mudar, é que faz um bom relacionamento. Também significa não fugir assim que surge um problema, mas se manter firme para tentar consertar.
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G |Por que nos voltamos cada vez mais para essas plataformas? Hoje há menos oportunidades para conhecer pessoas de forma presencial?
PP |A internet é uma maneira incrível de conhecer pessoas, mas acho ótimo quando essas relações começam na vida real. Eu nunca conheci um bom amigo online que não precisasse encontrar no mundo real. Numa cidade como Londres, fica mais fácil. Além disso, sempre haverá corais e grupos de leitura para se matricular. Ou vá nadar no mesmo horário todos os dias. Outras pessoas costumam fazer o mesmo e, eventualmente, você vai ter uma conversa ou tomar café com uma delas. Depois de um tempo, podem conhecer os netos um do outro. Quando você conhece pessoas, costuma ser um processo lento. Gosto bastante desse ritmo. Não adianta ter pressa ou forçar intimidade na hora de conhecer gente nova, não funciona assim.
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G |Como fomos criados numa sociedade heteronormativa e monogâmica, pode ser difícil navegar por outros tipos de relacionamentos românticos, como poliamor e relacionamentos abertos?
PP |São experiências principalmente para jovens, das quais podem desfrutar com seus grandes impulsos sexuais. Boa sorte para eles. Relacionamentos poliamorosos e abertos tendem a ser buscados, à medida que envelhecemos, mais pelos homens do que pelas mulheres. Detesto generalizar, é claro, há exceções. E, por conta dos ciúmes e da parentalidade, essas coisas tendem a diminuir com o passar do tempo. Então, acredito serem experimentos maravilhosos para pessoas mais jovens.
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G |Mas e num relacionamento já mais estabelecido, podem fazer sentido arranjos mais contemporâneos como o casamento aberto?
PP |Não sei, certamente funciona para o homem. Faça o que quiser, não vou julgar ninguém por isso. Mas não sou especialista nesse tipo de relacionamento.
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G |Terminar um relacionamento ainda é considerado um tabu, a ponto de muita gente não saber o que fazer nesse momento? Por quê?
PP |Não existe uma maneira certa de fazer isso. Às vezes, as pessoas me perguntam como terminar um relacionamento sem machucar o parceiro. Não tem como, alguém vai se machucar. Por outro lado, você vai viver a vida toda como mártir porque não quer se separar? As pessoas mudam. É isso que mantém um relacionamento interessante, quando ambos os parceiros se separam ou se unem em termos de ideias e proximidade. Uma pessoa pode querer coisas diferentes ao longo da vida, e não querer o parceiro nessa outra vida. A questão é se abrir sobre esse processo enquanto ele está acontecendo, e não deixar o outro pensando que está tudo ótimo para depois avisar que vai embora. Então, se você sente uma infelicidade ou inquietação, é justo falar sobre isso para que não aconteça do nada. Você pode pensar que é uma coisa insuperável, mas, se tentar falar sobre isso, talvez consigam. E, se tem como padrão ir embora depois de um tempo, provavelmente o problema é você, e não o outro. Talvez tivesse uma vida mais interessante se decidisse ficar da próxima vez que sentir essa inquietação, para entender o que tem tanto medo de enfrentar.
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G |Mas não é difícil notar quando a questão são as próprias inseguranças?
PP |Tenho um amigo que hoje está com 58 anos e continua sempre se apaixonando. Cerca de um ano depois, ele chega à conclusão de que ela é horrível. É o que sempre diz. Conforme o tempo passa, vai ficando mais óbvio. Ele me falou que nunca conheceu a mulher perfeita para ele. Amigo, você a conheceu 20 vezes, essa mulher não existe.
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CAPA Como vai seu relacionamento?
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