Cuscuzeira individual

o que é

Uma pequena panela de aço com 26 centímetros de altura, 22 de diâmetro e duas peças: um pequeno recipiente em baixo para encher com água, e uma panelinha em cima para preencher com flocos de milho ou arroz para cuscuz. A cuscuzeira individual, também conhecida como “cuscuzeira peitinho” ou “tetinha”, faz porções pequenas da iguaria tipicamente nordestina. O apelido vem do formato do cuscuz ao ser desenformado – diferente do cuscuz em porções maiores, que costuma ter uma superfície plana, a porção individual tem um pequeno bico em cima. Uma forma de usar a panelinha ganhou fama nas redes nas últimas semanas: a “cuscuzeira drone”, uma grande panela que comporta até quatro panelinhas individuais, serve para cozinhar o prato em maiores quantidades e com possibilidade de acompanhamentos personalizados para cada pessoa.

quem fez

Os registros mais antigos do cozimento do cuscuz de milho e cozido a vapor, como o popular brasileiro, é do período entre o fim do reino Zirida (972-1148) e o começo do Califado Almóada (1121-1269), no território entre Marrocos e Argélia. A primeira cuscuzeira de que se tem notícia foi descoberta no território argelino e data do século 11. O preparo era semelhante à cuscuzeira de alumínio, mas o material era diferente: recipientes de barro, terracota ou argila que tinham pequenos furos e eram colocados sob bacias com água fervente. A palavra berbere “k’seksu”, de onde vem o nosso cuscuz, faz referência ao som do vapor na cuscuzeira durante o cozimento. Aqui no Brasil, a iguaria foi introduzida pelos portugueses, inicialmente feita em cuscuzeiras de barro ou ainda mais artesanalmente, com o cozinheiro colocando um pano enrolado com farelo de milho por cima de uma panela de água fervente. Dessa maneira, o ingrediente ia cozinhando até se obter a textura certa do cuscuz. Não dá para identificar a origem exata da cuscuzeira porque, durante séculos, ela era um objeto produzido artesanalmente em casas na região norte da África. Na Europa, foi a colonização francesa na Argélia no século 19 que acabou popularizando o cuscuz entre os franceses. Com a industrialização, tanto os franceses quanto os brasileiros começaram a fabricar cuscuzeiras em escala industrial, passando a produzi-las em metal até chegar aos modelos de alumínio ou inox que conhecemos hoje. Já a cuscuzeira individual é um aperfeiçoamento recente e muito popular no Nordeste do Brasil.

por que é tão desejado

Com carne seca, com ovo frito ou cozido, manteiga, queijos e até molho de tomate, o cuscuz virou base da dieta brasileira – a depender dos acompanhamentos, o prato pode ir de lanche a uma refeição completa. A cuscuzeira individual ajuda na praticidade de cozimento: basta adicionar a farinha umedecida do milho ou arroz e esperar alguns minutos. A iguaria também ganhou sua própria versão em cada região do Brasil: a versão paulista costuma ser servida com ovos, sardinha e tomate; em Pernambuco, é comum que acompanhe charque e manteiga; no Ceará, é servido no pós-balada com carne moída ao molho; e, no Maranhão, uma versão doce com flocos de arroz e leite de coco se popularizou.

vale?

Vale para ter uma refeição simples mas substanciosa a qualquer hora do dia e até para mais de uma pessoa, se a fome não é tão grande. É uma boa pedida para quem mora só e para os empreendedores a fim de incluir o prato em seus negócios: as porções individuais garantem uniformidade entre um prato e outro e possibilitam receitas diferentes. O custo da panela também é acessível — as versões de alumínio custam por menos de R$ 40. Já as produzidas em inox são mais caras, custam em média R$ 80, mas prometem durabilidade. Uma dica importante é procurar uma versão em que a tampa da panela-base não seja colada, assim é possível higienizar o produto da maneira correta.

onde comprar

É possível encontrar a cuscuzeira em supermercados, lojas de utensílios de cozinha e sites de variedades. Uma versão em alumínio sai por R$ 34, em inox por R$ 86, e a cuscuzeira drone, com capacidade para duas panelinhas, por R$ 60.