Chinelo Nuvem — Gama Revista

Chinelo Nuvem

Sucesso nas redes sociais durante a pandemia, o calçado de conforto infinito e estética questionável parece ter vindo para ficar

Leonardo Neiva 13 de Dezembro de 2022
  • O QUE É

    Sandálias de borracha com plataformas acolchoadas e uma única tira larga, sem gênero, supostamente tão confortáveis que parece que você está pisando nas nuvens. Daí, é claro, vem o apelido pelo qual o calçado ficou mais famoso, embora também seja chamado de chinelo travesseiro, de acordo com o termo em inglês “pillow slide”. Pode haver variações, mas o modelo mais comum é aquele feito de EVA (acetato-vinilo de etileno), uma espuma de borracha sintética flexível e à prova d’água. Embora não seja reconhecido pela beleza – na verdade, ele se encaixa na moda dos “ugly shoes”, como os populares Crocs –, muita gente considera que ele mais do que compensa pelo conforto e bem-estar. Vale lembrar, no entanto, que o calçado é ótimo para circular pela casa, mas não foi feito para longas caminhadas, já que não oferece o amortecimento necessário. Se antes era encontrado apenas em lojas de produtos ortopédicos, hoje o chinelo nuvem está para todos os lados e existe aos montes no mercado, nas mais variadas colorações e formatos, como consequência da febre que virou entre os jovens.

  • QUEM FEZ

    Aí é que mora o problema. Hoje são tantas as marcas que aderiram ao modelo, a exemplo da gigante nacional Arezzo, e que juram ser as originais ou criadoras do chinelo nuvem que ninguém parece ter muita certeza de onde ele surgiu. Fato é que o chinelo slide – esse com uma única tira larga segurando o peito do pé – já está por aí pelo menos desde a Roma Antiga ou até antes. O consenso geral é que o modelo nuvem surgiu na Ásia com um design que tem intuito anatômico e ortopédico, embora não haja nenhuma comprovação médica de que deva ser usado para esse fim.

  • POR QUE É TÃO DESEJADO

    O chinelo virou rapidamente um fenômeno nas redes sociais, em especial no TikTok, onde estourou como tendência durante a pandemia. O motivo é claro. Presas em casa, as pessoas buscavam uma forma de circular da maneira mais confortável pelos cômodos. E, no ambiente doméstico, a feiura da peça não chega a incomodar. Nem mesmo o escritor Antonio Prata escapou da exposição constante ao chinelo nas redes. Acabou comprando “um genérico chinês com o qual o Instagram vinha me assediando havia meses”, como escreveu em sua coluna na Folha. “Comprei, chegou, calcei e o conforto foi diretamente proporcional ao pânico existencial.” Mas quem pensava que a moda ia morrer conforme as pessoas começassem a deixar o conforto de seus lares pode ter quebrado a cara. Agora o item de beleza questionável vem ganhando as ruas e virou peça obrigatória nos armários de milennials sempre em busca de mais conforto e representantes da geração Z afeita a novas “trends”.

  • VALE?

    Os preços são quase tão diversos quanto a variedade de modelos, marcas e cores. Alguém interessado em pisar todos os dias nas nuvens vai encontrar no mercado de exemplares por 30 e poucos reais aos que chegam a R$ 150, em geral de marcas mais estabelecidas dentro desse nicho, como a brasileira Pé de Algodão. Já que os preços cabem em todos os bolsos, o calçado está na medida certa para quem quer mais conforto e não liga necessariamente para a estética.

  • ONDE COMPRAR

    Não tem muito segredo. Depois que o chinelo nuvem se popularizou, é possível encontrá-lo em lojas de e-commerce como Netshoes e Amazon e também nas gigantes do fast fashion online, a exemplo da megapopular marca chinesa Shein. Além disso, lojas físicas de departamento e de calçados sempre têm alguns modelos à disposição, assim como unidades focadas em itens ortopédicos.

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