Especial

A bordo do futuro: Evento leva ciclo de diálogos improváveis sobre filantropia e crise climática à COP30 

Filantropando acontecerá em barco e será ponto de encontro para conversas entre líderes, cientistas, ativistas e artistas sobre justiça climática, imaginação e novos modelos econômicos

10 de Novembro de 2025

Criado pelo Instituto Beja, o evento Filantropando nasceu como um espaço para discutir novas ideias e práticas capazes de transformar o ecossistema da filantropia no Brasil, estimulando trocas, promovendo interações criativas e incentivando a ação coletiva em torno de abordagens inovadoras. Em sua quarta edição, o Filantropando aporta na COP30, ao lado de novos parceiros: o Instituto Toriba e o Instituto Clima e Sociedade (iCS). A Gama é também parceira de mídia.

“O que nos leva à COP é necessariamente a criação desse espaço de reflexão e de construção de um novo raciocínio a partir das dores do planeta e da espécie, por meio das lentes de diversidade, para que a filantropia tome riscos e desvie de caminhos dados indevidamente como certos”, explica Cristiane Sultani, fundadora e presidente do Conselho de Administração do Instituto Beja.

Ao longo da COP30, que acontece entre 10 e 21 de novembro, o evento realiza o Ciclo de Diálogos Improváveis, em um barco ancorado em Belém. Serão sete rodas de conversa, fora dos moldes tradicionais, organizadas em quatro grandes ondas, eixos que conectam justiça climática a temas como território, comunicação, imaginação e financiamento transformador.

Sultani destaca que o evento também é uma forma de as entidades se posicionarem como parceiros do governo e da sociedade civil para repensar e inspirar modelos, coletivos e econômicos, diante dos desafios e enfrentamentos para a adaptação climática.

“O capital filantrópico é um capital de risco que deve dar luz a espaços míopes. Portanto, ao lado dos nossos parceiros Toriba e iCS, esse espaço paralelo às atividades da COP nos permitirá dar subsídios a outros, para essa possibilidade que precisa ser imediata. O futuro já começou”, afirma Sultani.

O que nos leva à COP é necessariamente a criação desse espaço de reflexão e de construção de um novo raciocínio a partir das dores do planeta e da espécie

Publisher da Gama, Paula Miraglia lembra do papel cada vez mais estratégico da filantropia no enfrentamento da mudança climática, atuando como catalisadora de soluções inovadoras e de longo prazo. “Mais do que recursos financeiros, ela contribui para construir pontes entre ciência, sociedade civil e políticas públicas, fomentando a criação de um repertório conceitual e prático para uma transição justa e inclusiva”, afirma.

“Ser parceiro de mídia de uma iniciativa focada justamente em ampliar esse repertório, em um momento tão importante como a COP, está completamente em linha com os valores da Gama.”

Para Graciela Selaimen, do Instituto Toriba, a parceria com o Instituto Beja e o Instituto Clima e Sociedade é uma oportunidade de repensar estruturas, linguagens e modos de atuação. “Queremos provocar um novo olhar sobre a relação entre filantropia e crise climática — não apenas tratando o tema como uma urgência ambiental.”

É justamente perante a urgência de reinventar as formas de encontro e escuta que o Ciclo de Diálogos Improváveis foi pensado. Em um contexto em que o mundo pede ações climáticas baseadas em justiça e pluralidade, a iniciativa abre espaço vivo e simbólico, no qual conversas inspiradoras possam indicar caminhos de regeneração.

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“O Filantropando é um convite para ampliar repertórios, escutar vozes diversas e imaginar coletivamente o papel da filantropia num mundo em transição. É uma oportunidade de ampliar a nossa capacidade de agir em meio à incerteza, mantendo vivos o propósito e a imaginação como bússolas para o futuro”, ressalta a fundadora e diretora-executiva do Instituto Toriba.

Quando os governos negociam metas, é a sociedade civil que lembra os compromissos morais por trás dos números

A sociedade civil é o “coração pulsante da COP”, destaca Tatiana Lobão, gerente de engajamento e agentes de mudança do Instituto Clima e Sociedade, e aponta que é ela quem traz as vozes dos territórios, das populações mais vulneráveis e das comunidades que vivem na linha de frente da crise climática. “Quando os governos negociam metas, é a sociedade civil que lembra os compromissos morais por trás dos números, a responsabilidade com as pessoas, com a natureza e com o futuro”, adiciona.

“Essa edição do Filantropando nasce de algo que acreditamos profundamente: as transformações acontecem quando criamos encontros improváveis, quando colocamos pessoas que talvez nunca estivessem na mesma mesa para pensar juntas o futuro. O iCS tem a missão de contribuir para uma sociedade de baixas emissões, menos desigual e mais resiliente. E isso só se torna possível quando o campo filantrópico também se abre para novas conversas”, afirma Lobão.

Os temas discutidos nos encontros do Filantropando vão reverberar ainda na Gama, que vai publicar as conversas em formato de podcast, além de uma programação de artigos de opinião com um balanço sobre a COP, que começam a ser publicados depois do evento.

Diálogos improváveis

Veja a programação do evento, que terá ainda a participação diária de um artista convidado.

ONDA 1: O que sustenta a vida
Território, espiritualidade, cuidado e ancestralidade

11 de novembro – “Fé que move montanhas (e territórios)”
Como fé, ancestralidade e cultura mobilizam solidariedades coletivas e práticas sustentáveis na defesa e cuidado dos territórios.

Ronilso Pacheco, cientista político e diretor do ISER
Leila Borari, Assoc. de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós
Facilitação: Graciela Selaimen, Instituto Toriba

12 de novembro – “Se o mapa fosse desenhado por nós”
Que cartografias emergem quando comunidades redesenham suas fronteiras — e que potenciais transformadores isso revela?

Alfredo Wagner, antropólogo e coordenador da Nova Cartografia Social da Amazônia
Ruan Guajajara, geógrafo, mestre em Gestão Territorial e Ambiental, membro da COIAB
Facilitação: Eliane Brum, jornalista e escritora, fundadora da plataforma Sumaúma

ONDA 2: O que move os recursos
Financiamento, rastreabilidade e alianças financeiras

13 de novembro – “Quando o verde pinta de branco”
Transformações sistêmicas autênticas além da estética verde e das práticas cosméticas.

Julia Catão, Coordenadora do programa de Consumo Responsável e Sustentável do IDEC
Maureen dos Santos, coordenadora do Núcleo de Políticas e Alternativas da FASE e da Plataforma Socioambiental do BRICS Policy Center
Facilitação: Maria Neto, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS)

15 de novembro – “Dinheiro que brota do chão”
Financiamento e mecanismos econômicos que valorizam recursos territoriais e geram dignidade através de soluções financeiras inovadoras.

Valéria Paye, liderança à frente do Fundo Podáali
Nicole Rycroft, fundadora e diretora executiva da ONG Canopy
Marcelle Decothé, co-fundadora e diretora da Iniciativa Pipa
Facilitação: Marcos Lopes, diretor-executivo do Tilt Collective no Brasil

ONDA 3: O que rompe o silêncio
Narrativas, comunicação, escuta ativa e dissenso

17 de novembro – “Contar o amanhã no presente”
Como narrativas constroem futuros e moldam realidades emergentes, ampliando vozes na construção de caminhos sustentáveis para a vida no planeta.

Kamila Camilo, direotra do Instituto Oyá
Geneviève Hilton (Jan Lee) co-autora de “Fairhaven – A Novel of Climate Optimism” e co-chair do Energy & ESG committee da AmCham Hong Kong
Maickson Serrão, jornalista Tupinambá e contador de histórias da Floresta Amazônica
Facilitação: Graciela Selaimen, Instituto Toriba

ONDA 4: O que constrói o amanhã
Imaginar futuros, governança climática e diplomacia popular

18 de novembro – “E se o Sul redesenhasse a COP?”
Arquiteturas de governança e tomada de decisão emergentes do Sul Global e seus impactos em prioridades, estruturas e cronogramas de ação.

Daniel Calarco, presidente do Observatório Internacional da Juventude
Caroline Rocha, diretora de Políticas Públicas e Engajamento na LACLIMA, co-fundadora da Rede Amazônidas pelo Clima
Mwanahamisi Singano, diretora de Policy do Women’s Environment & Development Organization
Moderadora: Denise Dora, enviada especial da COP30 para Direitos Humanos

19 de novembro – “Adaptação é agora”
Soluções inovadoras que salvaguardam vidas e territórios em cenários de transformação climática acelerada.

Thuane Nascimento, Perifa Connection
Diosmar Filho, cientista social, articulador de epistemologias negras e políticas climáticas, Instituto Iyaleta
Facilitação: Natalie Unterstell, Instituto Talanoa

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Este conteúdo é parte de uma série especial sobre a COP, produzida com apoio do Instituto Beja, do Instituto Toriba e do Instituto Clima e Sociedade.

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