Filipe Bragança

Qual é sua ideia de felicidade perfeita?

Viver em paz. Talvez a paz, plena como imagino, seja impossível. Mas viver bem, com saúde, trabalhando com aquilo que amo e que tomei pra mim como propósito, com minha família e amigos ao meu lado, sendo capaz de viver de maneira simples e ao mesmo tempo saboreando a imensidão dos detalhes que a vida tem para oferecer, é muito próximo dessa tão almejada felicidade. E, hoje, me percebo vivendo uma realidade muito próxima disso, portanto me sinto plenamente feliz.

Qual é o seu maior medo?

Perder a saúde e a memória. Sem eles eu não me sentiria capaz de ir em busca, justamente, dessa felicidade. Não me sentiria capaz de viver integralmente como desejo e, portanto, me sentiria triste. Isso eu não quero.

Que característica mais detesta em você?

Sou bastante ansioso e acredito que por vezes isso tire minha atenção ao presente e a volte para o futuro de maneira que me sinta preocupado e alimentando um certo egoísmo, algo que definitivamente não quero alimentar. Mas bastante arte e terapia (por que não?) me ajudam a respirar fundo e enxergar nuances da vida com mais clareza.

Que característica mais detesta nos outros?

A indiferença, a intolerância, a insensibilidade com o outro. Isso pode se manifestar de várias maneiras, mas atualmente no Brasil é possível observar esse comportamento de maneira muito clara na política, e política é um tema muito caro pra mim. Não apenas espontaneamente no discurso político, mas a indiferença como arma política. Isso me ferve o sangue e me preocupa.

Que pessoa viva você mais admira?

Posso falar duas? Meu pai e minha mãe. Estão vivos e admiro tanto que quero que vivam pra sempre.

Qual é a sua maior extravagância?

Olha, essa definitivamente não é uma característica que eu tenho, mas talvez minha maior extravagância seja minha casa. Independente de onde eu morar, vou sempre querer cuidar de casa e fazê-la uma extensão de mim. Não em tamanho, porque não quero uma casa grande, mas em personalidade.

Qual é o seu estado mental atual?

Extremamente focado, como nunca me senti antes. Disciplina talvez seja a palavra que melhor defina minha mente no momento. Estou me preparando psicologicamente e fisicamente para meu próximo papel e isso tem exigido muita energia e atenção. Portanto, me sinto também um pouco cansado, mas é um cansaço bom, pois apesar disso tenho conseguido equilibrar o trabalho com o resto da rotina e viver uma breve rebarba de “férias” que sinto que precisava.

Que virtude considera superestimada?

Número de seguidores? Infelizmente, embora não seja virtude coisa nenhuma, é algo que foi dando valor no meu trabalho de uns anos pra cá. Mas o número deveria ser só um número e não é.

Em que ocasião você mente?

Fato é que eu minto quando não tenho coragem de simplesmente dizer não. Por vezes, um amigo ou amiga vai me chamar pra sair, o que frequentemente eu quero fazer, mas quando não quero, ao invés de ser sincero, costumo inventar uma desculpa esfarrapada para me poupar esse incrível sofrimento de negar um convite.

O que menos gosta sobre sua aparência?

Meu rosto, definitivamente. Não gosto do formato, de alguns traços, algumas proporções, tampouco gosto dos meus dentes. Me dedico imensamente a atividades físicas para me sentir em paz do pescoço pra baixo.

Que pessoa viva você mais despreza?

Jair Bolsonaro.

Que qualidade mais admira em um homem?

A paixão. Paixão pelo mundo, pelas pequenas coisas, pelas grandes coisas, pelos outros.

Que qualidade mais admira em uma mulher?

A mesmíssima coisa.

De que palavras ou frases você abusa?

Eu digo “eu te amo” muito mais do que deveria.

O que ou quem é o maior amor da sua vida?

Definitivamente, meu trabalho. Atuar representa tudo que mais amo fazer na vida. Contar histórias, fingir ser outra pessoa, viver uma fantasia. É meu alimento primordial, meu propósito, meu grande amor.

Quando e onde você foi mais feliz na vida?

Não sei se consigo pontuar um momento específico, talvez seja impossível. Ser feliz implica em ser triste, depois ser feliz de novo e novamente experimentar a tristeza para enfim mergulhar mais uma vez na felicidade. É um ciclo sem fim, e para viver a felicidade inteiramente é preciso reciclar nossas experiências, compreender as nuances da existência e a inevitabilidade do tempo. Sou feliz agora, fui feliz antes. E não seria feliz agora se não tivesse sido triste ontem. Essa pergunta é profunda.

Que talento você mais gostaria de ter?

Quando assisto a uma orquestra, algo que amo fazer, gostaria de poder tocar com primor absolutamente todos os instrumentos ali presentes. Uma façanha impossível. Eu toco violão e piano, toco bem, e sei o quanto de trabalho e estudo um instrumento exige. Não é brincadeira. A vida é curta para tocar todos os instrumentos de uma orquestra. Esse talento vai ficar pras próximas vidas.

Se você pudesse mudar uma coisa sobre você, o que seria?

Gostaria de não ter tanto medo do tempo. O tempo é o elemento mais poderoso do universo, é impossível vencê-lo. Há tanto para viver, tanto para desejar, tantos lugares para visitar e tão pouco tempo, que às vezes me sinto meio frágil diante dele.

O que considera sua maior conquista?

Ter vivido tantas experiências inesquecíveis em tão pouca idade. Tenho 23 anos e sinto como se já tivesse experimentado muito do que a vida tem para oferecer. Me sinto orgulhoso e realizado por ter conquistado um espaço tão especial profissionalmente. E a profissão é justamente o que me ofereceu tantos encontros com lugares e pessoas.

Se você morresse e voltasse como uma coisa ou uma pessoa, o que você gostaria de ser?

Gostaria de ser uma águia porque tenho vontade de voar, e porque é um bicho bonito, né?

Onde você mais gostaria de morar?

Gostaria de morar no Canadá. Me parece um país civilizado e simpático. Mas com uma condição: que eu pudesse continuar atuando.

Qual é o seu pertence mais estimado?

Tenho uma cueca da sorte que uso em ocasiões importantes. Deve ser isso.

O que você considera o nível mais baixo da desgraça?

Votar em fascista.

Qual sua ocupação favorita?

Tenho enorme admiração pelos jornalistas. Todos os tipos de jornalismo. É algo que faz parte da minha vida de maneira cotidiana. Sempre assisto e leio sobre política em diversos veículos e admiro o ofício desses profissionais. Aliás, se não fosse ator, gostaria de ser jornalista.

Qual sua característica mais marcante?

Que eu gosto muito do Homem-Aranha. Pode perguntar pra qualquer um que me conhece.

O que você mais valoriza em seus amigos?

Que eles continuam gostando de mim mesmo eu sendo um chato às vezes.

Quais os seus escritores favoritos?

Stephen King, Murakami, Ian McEwan e mais recentemente li "A Mais Recôndita Memória dos Homens", romance de Mohamed Mbougar Sarr, que me capturou os sentidos. Pretendo acompanhar suas próximas obras.

Quem é seu herói na ficção?

Putz, vai ter que ser o Homem-Aranha.

Com qual figura histórica você mais se identifica?

Nunca me foi feita essa pergunta, mas vou dizer Juscelino Kubitschek porque eu adoraria construir uma cidade.

Quem são seus heróis na vida real?

Meus pais, minha avó, minha irmã e meus amigos.

Quais são seus nomes favoritos?

Leonardo e Aurora.

O que você mais detesta?

Gente conversando alto no cinema ou no teatro.

Qual seu grande arrependimento?

Falar demais às vezes. Sigo me arrependendo.

Como gostaria de morrer?

No palco, num set de filmagem, assistindo a um filme que amo. Seria horrível pras pessoas em volta, mas fazer o quê?

Qual é o seu lema?

Minhas memórias não vão a lugar nenhum.