Sandália Kenner — Objeto de análise — Gama Revista
Divulgação/Kenner

Sandália Kenner

Lançado em 1988 no Rio de Janeiro tendo como público-alvo surfistas da zona sul, o chinelo hoje está nos pés de jovens da periferia do país e ganhou até homenagem musical do rapper mineiro FBC

Ana Elisa Faria 31 de Outubro de 2023
  • O QUE É

    Um chinelo de estilo despojado, jovial, com cores variadas, com solado de borracha vulcanizada, cabedais (espécie de tirinhas) de nylon emborrachado e palmilha bem macia que surgiu no Rio de Janeiro há 35 anos com foco nos surfistas cariocas mais abastados. De lá para cá, o público-alvo das sandálias Kenner mudou, e elas foram parar nos pés de jovens das periferias do Brasil, que desfilam há tempos com os modelos por bailes funks e rolês variados do dia a dia. Tanto que o estilo desses garotos até virou música — chamada “De Kenner” — de sucesso do rapper mineiro FBC, em parceria com o DJ conterrâneo VHOOR. A letra da canção, que viralizou no Spotify, no YouTube e em trends do TikTok, diz: “De Kenner. Os cria da VIP vai de Kenner. Nove em dez no baile tão de camisa do Messi. Cyclone, bigodin finin, corrente Juliet. Da mesma cor pra combinar com o Kenner”. Em entrevista ao canal ECOA, do UOL, o próprio FBC, nascido e criado na comunidade Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte, contou que ganhou a primeira Kenner do irmão quando tinha 12 anos de idade e que manteve o par até os 17, depois de muito usar, arrebentar e colar novamente. Em pouco mais de três décadas, o calçado ganhou novos modelos, versão feminina e para crianças, e coleções especiais com artistas, como as recentes collabs com os músicos L7nnon e João Gomes.

  • QUEM FEZ

    Inspiradas no clima praiano da Califórnia, as sandálias Kenner foram criadas em 1988 por Peter Simon, um amante do surfe. Lançadas no Rio de Janeiro, inicialmente eram vendidas nas lojas Redley e Cantão — ambas também de propriedade de Simon — e, depois, passaram a ser distribuídas para pontos de venda em todo o país. A ideia do empresário com o produto era criar modelos voltados aos surfistas, que sempre representaram um estilo de vida jovem e ligado à cultura da praia. As linhas da Kenner se consagraram por oferecer pisantes macios, duráveis e confortáveis, “como pisar na areia”.

  • POR QUE É TÃO DESEJADO

    Atualmente, os modelos Kenner são itens de consumo desejados, sobretudo, por meninos jovens de periferias que frequentam bailes funk e curtem baladas que tocam gêneros como o rap e o trap. Os rapazes costumam usar os chinelos com bermudões, camisetas, óculos escuros e correntes douradas ou prateadas — às vezes, o boné compõe o look. À plataforma ECOA, FBC explicou o fenômeno, dando o exemplo de quando adquiriu o primeiro par, aos 17 anos: “Foi um bem adquirido! Assim como você consegue comprar um carro, conquistar um diploma, aprender outra língua, são coisas que te proporcionam micro ascensões na comunidade. Kenner é uma ascensão na nossa comunidade. A favela ama a Kenner.” Para ele, naquele ambiente social, os chinelos da marca têm um papel que vai além de ser um calçado qualquer. “Ter Kenner é um prestígio”, ressaltou.

  • VALE?

    Os preços da Kenner não costumam fugir tanto dos valores dos calçados da moda queridinhos pelos jovens, como o chinelo nuvem, que pode custar até R$ 150, ou alguns modelos da Rider, que chegam a R$ 200. No site da empresa, há modelitos mais simples, que custam R$ 89, até os exemplares mais tradicionais, que chegam a R$ 209.

  • ONDE COMPRAR

    Os chinelos são vendidos em diversas lojas de calçados pelo Brasil e, também, on-line, por meio do site da marca.

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