Nascida no Rio de Janeiro e residente de Lisboa, ela acaba de lançar “Os Coadjuvantes” pela Companhia das Letras. É autora também de “A Realidade Devia Ser Proibida” (idem, 2015) e “A Festa É Minha e Eu Choro se Quiser” (Guarda-Chuva, 2013).
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1
Qual é sua ideia de felicidade perfeita?
Certa vez um amigo me disse: nada é mais satisfatório que a própria satisfação. Então creio que a felicidade perfeita é quando a gente consegue se livrar dos desejos desnecessários, como aqueles que surgem do capitalismo, e deixar só os desejos que vem da alma.
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Qual é o seu maior medo?
Dor física.
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3
Que característica mais detesta em você?
É muito presente na minha vida a dor e a delícia de ser uma pessoa estranha, inadequada socialmente. Nos momentos de dor, essa é a característica que mais detesto em mim.
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4
Que característica mais detesta nos outros?
Materialismo.
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5
Que pessoa viva você mais admira?
Padre Julio Lancellotti.
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6
Qual é a sua maior extravagância?
Acho que o hábito de trocar o dia pela noite (para escrever ou para dançar).
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7
Qual é o seu estado mental atual?
Feliz, satisfeita, saudável.
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8
Que virtude considera superestimada?
Simpatia, porque não diz nada a respeito do código de ética de uma pessoa, é uma qualidade muito superficial.
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9
Em que ocasião você mente?
Às vezes é preciso mentir para ser educada.
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10
O que menos gosta sobre sua aparência?
Minha pele, que é muito sensível.
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11
Que pessoa viva você mais despreza?
Jair Bolsonaro e seus asseclas.
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12
Que qualidade mais admira em um homem?
Senso de humor, mente aberta, rapidez de raciocínio.
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13
Que qualidade mais admira em uma mulher?
Ambição existencial.
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14
De que palavras ou frases você abusa?
Infelizmente uso muitas muletas de discurso, como “tipo”.
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15
O que ou quem é o maior amor da sua vida?
Meus amigos.
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Quando e onde você foi mais feliz na vida?
Em 2013, no mar do Leme. Foi quando eu percebi que poderia ser feliz.
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17
Que talento você mais gostaria de ter?
Eu queria saber dançar.
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18
Se você pudesse mudar uma coisa sobre você, o que seria?
Eu seria mais dedicada e esforçada.
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19
O que considera sua maior conquista?
Eu nunca imaginei que teria tantos amigos. Fui uma adolescente muito solitária.
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20
Se você morresse e voltasse como uma coisa ou uma pessoa, o que você gostaria de ser?
Hilda Hilst parece ter tido uma vida bem divertida: linda, brilhante, chiquérrima, escreveu muito, fez muito sexo, falava com os mortos, tinha amigos incríveis e muitos cachorros.
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Onde você mais gostaria de morar?
Londres, mas antes da cidade se tornar inabitável para pessoas não-ricas. As cidades perdem a alma quando tornam-se tão caras.
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Qual é o seu pertence mais estimado?
Meus blazers vintage Yves Saint Laurent.
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O que você considera o nível mais baixo da desgraça?
A falta de consciência de classe da elite brasileira.
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Qual sua ocupação favorita?
Eu gosto muito de ficar sozinha em casa à noite pensando na vida.
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25
Qual sua característica mais marcante?
Eu cometo muitas gafes e falo muitos absurdos.
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26
O que você mais valoriza em seus amigos?
Lealdade, inteligência, senso de humor, e um certo exotismo de alma.
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27
Quais os seus escritores favoritos?
Albert Camus, Thomas Bernhard, Susan Sontag, Sylvia Plath, Janet Malcom, Marcel Proust…
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28
Quem é seu herói na ficção?
Assim, pensando rápido, Peggy Olson, de Mad Men (estou revendo a série).
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29
Com qual figura histórica você mais se identifica?
Resposta pretensiosa: Albert Camus, que nasceu no mesmo dia que eu.
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30
Quem são seus heróis na vida real?
São aqueles que priorizam a luta coletiva em detrimento das ambições pessoais.
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31
Quais são seus nomes favoritos?
Eu normalmente gosto de nomes de origem judaica, acho quase todos lindos.
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O que você mais detesta?
Consumismo, nepotismo, injustiça, desigualdade social, e tantas outras coisas que o capitalismo nos traz.
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33
Qual seu grande arrependimento?
Eu perdi muito tempo sofrendo por gente medíocre. Eu queria ter tido uma melhor curadoria de sofrimento.
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Como gostaria de morrer?
Eu quero morrer relativamente jovem, consciente da passagem, e, se possível, sem dor.
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Qual é o seu lema?
Eu gosto muito de usar como lema um poema do Leminski: “Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além”.