Bloco de notas da Semana "Tá precisando de silêncio?" — Gama Revista
Tá precisando de silêncio?

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Bloco de notas

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Um escritor norueguês que passou 50 dias caminhando sozinho pela Antártida, um filme em linguagem de sinais e os radares de barulho na França. Gama seleciona dez conteúdos sobre silêncio

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Um escritor norueguês que passou 50 dias caminhando sozinho pela Antártida, um filme em linguagem de sinais e os radares de barulho na França. Gama seleciona dez conteúdos sobre silêncio

Manuela Stelzer 11 de Setembro de 2022
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    © NASA

    NINGUÉM AGUENTA MAIS BARULHO: a pandemia nos fez mais sensíveis aos ruídos e mais desejosos do silêncio. Aviões ficaram no solo, ônibus e carros sumiram das ruas. Em São Paulo, o barulho chegou a cair 50% em alguns pontos, como na região da avenida Nove de Julho, segundo medição da associação ProAcústica. Mas, mais do que nunca, o SILÊNCIO VIROU ARTIGO DE LUXO, vide o preço que se paga por fones, tampões e até janelas antirruído, além de destinos silenciosos para as férias.

  • “Minha maior proeza foi conseguir encontrar o silêncio na vida cotidiana. Graças a isso, às vezes sou como o poeta William Blake: incapaz de distinguir a eternidade de um instante”

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    Reprodução National Geographic Espanha

    Disse o explorador e escritor norueguês Erling Kagge, em entrevista a National Geographic. Autor do livro “Silêncio: Na era do ruído” (Objetiva, 2017), ele passou 50 dias caminhando sozinho pela Antártida, e retornou com reflexões importantes sobre o valor do silêncio.

  • Nos últimos anos, algumas produções buscaram nas pessoas surdas uma inspiração para bons enredos nas telonas. Duas bem conhecidas, que levaram estatuetas do Oscar para casa, foram ”CODA: NO RITMO DO CORAÇÃO” (2021), uma adaptação norte-americana de um longa francês, cujo título é um acrônimo em inglês para Children of Deaf Adults (filho de adultos surdos, em tradução livre); e “O SOM DO SILÊNCIO” (2020), que narra a história de um baterista de heavy metal que perde a audição. E por fim, o filme ucraniano “THE TRIBE” (2014), totalmente encenado em linguagem de sinais.

  • Quem nunca tentou uma boa dose de SONS DA NATUREZA, no Spotify, para acalmar os ânimos e ter uma boa noite de sono? A playlist, com mais de 900 mil curtidas, reúne faixas do canto de pássaros, sons da chuva e da selva. A natureza é, de fato, uma coleção de ritmos: um documentário canadense de 2020, ”Big Giant Wave”, ilustra a conexão entre música, meio ambiente e vida cotidiana.

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    E meditar, já tentou? Uma das primeiras Semanas, na Gama, buscava os motivos por trás de uma prática milenar que ganhou inúmeros novos adeptos nos últimos anos, com apps, guias e líderes diversos. Mas, como já prescrevia Walter Franco, para meditar é preciso manter a MENTE QUIETA e contemplar o silêncio – por mais difícil que seja combater as ansiedades.

  • A série “Only Murders in the Building” (2021, Star+), na qual estrelam Steve Martin e Selena Gomez, deixou o público em silêncio depois do lançamento de um episódio totalmente sem falas – seguindo o ponto de vista de um PERSONAGEM SURDO. Diálogos entre os personagens podem ser acompanhados pela legenda, e o áudio do episódio é de apenas efeitos sonoros.

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    Divulgação

    Um dos mais celebrados escritores japoneses, Shusaku Endo é autor do título “O SILÊNCIO” (Tusquets, 2016), sobre a saga de missionários portugueses no Japão do século 17, um período em que cristãos locais eram brutalmente oprimidos. O romance, nas mãos de Martin Scorsese, virou um longa homônimo, estrelado por Adam Driver, Andrew Garfield e Liam Neeson, e traz uma reflexão sobre as relações entre o humano e o sagrado.

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    Reuters

    Em iniciativa inédita, seis cidades da França instalaram RADARES DE BARULHO, depois que um estudo publicado em 2021 mostrou que Paris é a segunda cidade mais barulhenta da Europa. Caso o som de veículos ultrapasse 85 decibéis, motoristas podem ser multados em € 135. A POLUIÇÃO SONORA, sentida principalmente em grandes centros urbanos, vem sendo apontada por especialistas como um mal à saúde pública.

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    Divulgação

    Uma casa no Equador, uma capela na Itália, um centro comunitário na China e um espaço de meditação para mulheres na Tailândia são quatro projetos de arquitetura pensados especialmente para DESFRUTAR O SILÊNCIO.

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    Reprodução/ The Atlantic

    Esta autora da revista The Atlantic VIVE DE HEADPHONES, seja para dormir, cozinhar, trabalhar ou ver uma série. A partir de seu (mau?) hábito, ela propõe uma reflexão sobre nossos tempos e como nos relacionamos – escutamos o que queremos e eliminamos qualquer ruído indesejado.