10 livros para conhecer a cultura indígena — Gama Revista
Como resistem os povos indígenas?

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Bloco de notas

Livros para se aproximar de saberes dos povos originários

Do livro de Davi Kopenawa ao de Gení Nuñez, dez obras contemporâneas que se concentram na cultura indígena e destacam esse legado

Livros para se aproximar de saberes dos povos originários

14 de Abril de 2024

Do livro de Davi Kopenawa ao de Gení Nuñez, dez obras contemporâneas que se concentram na cultura indígena e destacam esse legado

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    Lançado originalmente em francês, “A Queda Do Céu” (Companhia das Letras, 2010), de Davi Kopenawa e Bruce Albert é uma das obras mais importantes quando o assunto é literatura indígena. O livro é contado a partir da memória de Kopenawa, xamã-narrador da história dividida em três partes: a infância e saberes indígenas; o contato com os brancos e suas terríveis consequências; e por fim, um texto denúncia em relação à destruição de seu povo: os yanomami. Zé Celso (1937-2023) trabalhava na adaptação do texto para o Teatro Oficina.

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    O manifesto ambientalista de Ailton Krenak evidencia as consequências problemáticas do ser humano ao se sentir superior no mundo, principalmente em relação à natureza. Em “Ideias Para Adiar O Fim Do Mundo” (Companhia das Letras, 2019), a solução está num pensamento igualitário de direitos que respeitem as diversidades de modo a “ressignificar nossas existências e refrear nossa marcha insensata em direção ao abismo”, como indica a sinopse da obra.

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    Ao tematizar um dos debates contemporâneos mais recorrentes dos últimos anos, Geni Núñez apresenta uma nova perspectiva nas relações afetivas em “Descolonizando Afetos: Experimentações Sobre Outras Formas de Amar” (Paidós, 2023). A autora coloca a monogamia como mais um dos traços culturais exportados da colonização e explora como essas relações, num contexto heteronormativo, apresentam maior índice de opressões. A obra se desenvolve de forma poética ao revelar as diferentes formas de amar dos povos originários brasileiros que foram sendo apagadas ao longo da história.

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    “Terrapreta”, (Editora 34, 2021), de Rita Carelli, narra a vida de Ana, uma pré-adolescente que, após a morte da mãe, é forçada a morar com o pai perto de uma aldeia no Alto Xingu. A partir dessa ruptura, a personagem parte em uma jornada de autodescoberta permeada pelo luto, ao mesmo tempo que descobre a cosmovisão indígena. A obra é influenciada pelas experiências da autora paulistana que trabalha como colaboradora da ONG Vídeo nas Aldeias e também pesquisadora e organizadora das obras de Ailton Krenak.

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    A Ubu e Piseagrama reúnem ensaios escritos por autores indígenas, quilombolas e afrodescendentes em “Terra: Antologia afro-indígena” (2023), com organização de Felipe Carnevalli, Fernanda Regaldo, Paula Lobato, Renata Marquez e Wellington Cançado. A coletânea traz nomes como Davi Kopenawa, Glicéria Tupinambá, Célia Xakriabá, Jerá Guarani, Antônio Bispo dos Santos, além de 20 textos inéditos e outros publicados na revista Piseagrama, tratando de temas a exemplo da relação das cidades com a terra, a importância das reservas extrativistas e o impacto das ações humanas no clima.

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    Compilado por Trudruá Dorrico e Mauricio Negro, “Originárias: Uma Antologia Feminina de Literatura Indígena” (Companhia das Letrinhas, 2023) é um trabalho que busca valorizar a escrita e criatividade de mulheres indígenas, reunindo contos infantis de 12 autoras sobre sonhos, vivências comunitárias, hábitos geracionais e observação da natureza. A obra ilustrada também apresenta um texto informativo sobre a comunidade originária de cada escritora, seguido de uma biografia.

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    No livro “O Presente de Jaxy Jaterê” (Panda Books, 2017), Olívio Jekupé traz um enredo influenciado pelo personagem indígena que inspirou a lenda do saci pererê, evidenciando o protagonismo dos povos originários. A obra infantil conta a vida da indígena Kerexu, que encontra um colar capaz de dar poderes para realizar pedidos a quem o possui. Ao tentar chamar o protetor das florestas, a jovem deve cumprir um difícil ritual. O livro bilíngue (português e guarani) foi traduzido por Werá Jeguaka Mirim, filho do autor, para o guarani.

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    O escritor e ambientalista Kaká Werá Jecupé propõe uma reflexão sobre o saberes dos povos originários pré-colonização em “A Terra Dos Mil Povos: História indígena do Brasil contada por um índio” (Peirópolis, 2020). A obra viaja desde um tempo longínquo, 15 mil anos atrás, até o processo colonial segundo o olhar de um pesquisador indígena. Devido à sua relevância historiográfica, o título foi incluído na lista de “200 livros para pensar o Brasil”, feita pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM-USP).

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    Apresentando pela primeira vez a visão do povo Guarani Mbya sem a intermediação de um não indígena, Timóteo Verá Tupã Popyguá escreve em português e guarani “A Terra uma Só” (Hedra, 2022). A obra apresenta uma série de reflexões relacionadas à antropologia e à Mata Atlântica, ao mesmo tempo que traz dados autobiográficos que dão um toque pessoal à narrativa.

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    “Xingu: Contatos” (Instituto Moreira Salles, 2023), organizado por Takumã Kuikuro e Guilherme Freitas, é o catálogo da mostra de mesmo nome, inaugurada no final de 2022 no IMS Paulista. Em suas 264 páginas, reúne aproximadamente 200 imagens e entrevistas com as lideranças indígenas Ailton Krenak e Watatakalu Yawalapiti. Também há textos que pensam o futuro, o presente e o passado das aldeias no Xingu.