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SemanaBloco de notas
As músicas de John Lennon sobre cansaço, os jovens que passaram 12 dias sem dormir, os eleitores que só querem saber de sossego. Uma lista com os dilemas e criações de uma sociedade exausta
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“O que há em mim é sobretudo cansaço —/ Não disto nem daquilo,/ Nem sequer de tudo ou de nada:/ Cansaço assim mesmo, ele mesmo,/ Cansaço.”
No dia 9 de outubro de 1934, Álvaro de Campos, um dos mais conhecidos heterônimos de Fernando Pessoa, escreveu o poema “O que há em mim é sobretudo cansaço —”, do qual o trecho acima faz parte. Esse e outros poemas do autor estão compilados no livro “Poesias de Álvaro de Campos” (Ática, 1944).
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Thiago Quadros / Nexo Jornal
Para combater o cansaço, o café talvez seja a ferramenta mais imediata. Mas, você sabe, a CAFEÍNA, verdadeira responsável pela redução da fadiga e sonolência, se encontra em muitas outras bebidas, e em diferentes quantidades, como mostram os gráficos do Nexo.
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Ansiedade, burnout, medo do fracasso e cultura do cancelamento. São tantas as novas expressões que, todas juntas, indicam que somos mesmo uma SOCIEDADE EXAUSTA. Mas que ainda tem forças para buscar outro jeito de tocar a vida – como provam as tendências de comportamento previstas para 2021 pela agência WGSN, em uma pesquisa sobre O CONSUMIDOR DO FUTURO.
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“Desde que me lembro, eu queria engolir o mundo inteiro. Qualquer coisa era possível”, diz Jennifer Brea, diretora do documentário UNREST (Inquietação, em tradução livre). O filme mostra sua trajetória enquanto ela estudava para seu doutorado em Harvard e sofria de exaustão extrema, dores agudas e incapacidade de levantar da cama até para as atividades mais básicas. Sintomas causados pela SÍNDROME DE FADIGA CRÔNICA.
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Quanto tempo uma pessoa pode passar sem dormir? Na década de 60, a pergunta intrigava os cientistas, até que dois estudantes resolveram investigar (e testar): com apenas 17 anos, um deles ficou 260 HORAS ININTERRUPTAS SEM DORMIR, o equivalente a quase 12 dias, e foi monitorado pelo amigo. O experimento rendeu ensinamentos, e uma noite de 14 horas seguidas de sono depois. Hoje, a pergunta ainda ecoa: SERÁ QUE É POSSÍVEL VIVER SEM DORMIR?
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O jovem prodígio alemão IGOR LEVIT passou, no início deste ano, 20 horas seguidas em frente ao piano – sim, efetivamente tocando. Sua performance, em que repetiu 840 vezes o solo de Erik Satie e a qual chamou de “GRITO SILENCIOSO“, foi uma tentativa de enfatizar a crise enfrentada pelos artistas durante a pandemia do novo coronavírus. Ao longo da performance, O CANSAÇO FOI FICANDO ESTAMPADO EM SEU ROSTO.
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Na hora de votar, a maioria dos eleitores norte-americanos não se define por nenhuma ideologia em comum (impressionantes 75%, de acordo com a coluna do economista David Brooks) e diz ESCOLHER O CANDIDATO QUE LHE CANSE MENOS.
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Bettmann / Getty Images
Já percebeu a quantidade de vezes que John Lennon falou de sono e cansaço em suas canções? “I’M SO TIRED” (Eu estou muito cansado), “I’M ONLY SLEEPING” (Eu estou apenas dormindo), que escreveu junto a Paul McCartney, e “HOW DO I SLEEP” são alguns exemplos. Sensação reforçada pelas clássicas fotos em que ele aparece de boa e na cama com sua parceira Yoko Ono.
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Muitos usuários das redes sociais usavam seus perfis para, entre outras coisas, consumir notícias. Até agora. Pela primeira vez parece que a porcentagem de consumidores de informação por meio das redes declinou. O motivo? PURO CANSAÇO.
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A cartunista Bruna Maia ficou popular na internet ao dar vida a persona @ESTARMORTA, no Instagram e no Twitter. Por meio de desenhos inacabados, fala sobre dilemas geracionais, feminismo, saúde mental e relacionamentos. E agora, lançou um livro de crônicas sobre aflições do nosso tempo, e sobre o cansaço existencial que nos ronda. Não que a situação estivesse boa, mas PARECE QUE PIOROU (Companhia das Letras, 2020).