Objetos que são a cara de 2021
Peças para facilitar a vida em casa, para proteger nas saídas, para sentir orgulho ou só para distrair: confira a seleção Gama
Em um ano ainda com pandemia, mas com mais esperança com o avanço da vacinação e a retomada de muitas atividades, é natural que os objetos que analisamos refletissem essa adaptação. A máscara N95, que cumpriu sua parte de proteção contra a covid-19, se tornou companhia inseparável nas saídas e o pop it, aliviou os momentos de tensão e virou febre entre os pequenos. Já a medalha olímpica remete ao orgulho e à alegria de ver os atletas brasileiros se superando no Japão. Relembre esses e de outros objetos analisados pela Gama em 2021:
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Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio Medalha Olímpica
Um pedaço de metal de formato circular sustentado por uma fita de tecido que enfeita o pescoço dos melhores atletas do mundo. Com tamanho padrão mínimo de 60 milímetros de diâmetro e 3 milímetros de espessura, o material varia: as de ouro, concedidas aos primeiros colocados dos jogos, são feitas de 92,5% de prata e folheadas em 6 gramas de ouro; as de prata mantém a porcentagem do material na produção, e as de bronze recebem 92,5% de cobre, 0,5% de lata e 2,5% de zinco. O design feito no metal depende do país que sedia os Jogos Olímpicos e muda a cada edição — desde que sejam conservadas as medidas mínimas e as porcentagens de cada material utilizado. As primeiras medalhas olímpicas da história, um pouco menores do que as atuais, estrearam como condecoração nas Olimpíadas de 1896, em Atenas. A frente possuía um desenho de Zeus segurando Nice, a deusa grega da vitória. No verso, a Acrópole de Atenas, uma colina rochosa que abriga edificações importantíssimas, como os templos Partenon e Erecteion. Na edição de 2021 dos jogos, em Tóquio, as medalhas olímpicas tiveram uma novidade: todas foram feitas inteiramente de eletrônicos reciclados. A frente trouxe o emblema dos Jogos Olímpicos e os cinco anéis característicos. O lado oposto foi estampado novamente pela deusa Nice, dessa vez em frente ao Estádio Panatenaico de atletismo, um dos mais antigos do mundo.
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® MONDIAL Air Fryer
Ela virou uma espécie de objeto de desejo durante a pandemia, com muita gente querendo mais facilidade na hora de preparar as refeições. A Air Fryer é uma fritadeira elétrica que preza pela velocidade e praticidade na hora de cozinhar. O eletrodoméstico é compacto e de simples manuseio, utilizando uma técnica onde alimentos são cozidos e fritos com ar quente — daí seu nome. O aparelho não exige óleo e é constituído por uma cesta — onde vai a comida — , uma resistência elétrica — que gera o calor necessário para cozinhar e fritar — e uma ventoinha — que leva o ar quente aos alimentos. De acordo com Ben Mims, colunista de gastronomia do Los Angeles Times e autor de “Air Fry Every Day” (Clarkson Potter, 2018), o aparelho surgiu em 2010, produzido pela Phillips, da demanda que consumidores europeus tinham de fritar batatas fritas em suas casas minúsculas sem que um incêndio ocorresse. O fogo da Air Fryer rapidamente se espalhou para os Estados Unidos, onde se tornou o presente definitivo para as festas de fim de ano. Com sua popularização, diversas outras empresas passaram a produzir seus próprios Air Fryers.
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Máscara N95
Ela já estava por aí em 2020, mas foi em 2021 que virou regra. Uma máscara respiratória com alto poder de filtragem que se adequa ao rosto de quem a usa. No Brasil, é chamada de PFF2 ou Peça Facial Filtrante 2 e nos EUA é conhecida como N95. Apesar dos nomes diferentes, trata-se da mesma máscara, que se destaca pela alta porcentagem de filtragem — 95%. O formato varia entre concha e bico, mas todos os modelos apresentam quatro amarras que ajudam a fixar e vedar o respirador de forma segura. Além disso, também apresenta um clipe nasal — um pequeno pedaço de metal — que pode estar dentro ou fora da máscara e que ajuda na hora de ajustá-la ao rosto. Três camadas diferentes são o que protegem contra os vírus: a cobertura externa (frente da máscara), uma camada filtrante que fica no meio e uma cobertura interna (a parte que fica em contato com a face). O trabalho duro é feito pela camada filtrante, que pode ser composta por materiais como polipropileno, poliéster ou polietileno. A N95 foi e ainda é a mais recomendada para a proteção contra o coronavírus. Entretanto, é importante frisar que a máscara não elimina 100% do perigo e que outros cuidados seguem essenciais, como lavar as mãos com frequências e preferir locais arejados.
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Reprodução Pop It!
Uma peça de silicone coberta por pequenos círculos com saliências que podem ser empurradas de um lado para o outro, produzindo um barulho estranhamente satisfatório. Disponível em diferentes formatos, tamanhos e cores — de coração a unicórnio, passando por personagens como Pókemon –, é basicamente um plástico bolha reutilizável, que garante certa dose de relaxamento para mãos inquietas. O Pop It! é uma nova versão dos “fidget toys”, conhecidos como mecanismos antiestresse para crianças. Em 2017, houve um boom de vendas do fidget spinner, outro dessa mesma linha de brinquedos para alívio da inquietação. Virou febre entre as crianças graças ao TikTok e seus algoritmos — e a um macaco-prego de 8 anos chamado Gaitlyn Rae, que reúne 7,8 milhões de seguidores na rede social. Em outubro de 2020, os donos do animal postaram um vídeo em que Rae aparece com um Pop It!, empurrando as saliências do brinquedo repetidas vezes, altamente concentrado. O post teve quase 2 milhões de visualizações, e fez explodir o número de vendas do brinquedo.
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Reprodução Tapioqueira
Um recipiente semelhante a um copo, com um cilindro feito de acrílico transparente de 23 cm, uma peneira na parte de baixo e uma pequena espátula móvel dentro. A tapioqueira, produzida pela empresa paulista Tapy, promete uma forma mais prática e com menos sujeira de fazer tapioca. O utensílio traz modernidade para o clássico uso da peneira para tornar a farinha de mandioca mais fininha e também espalhar a porção na quantidade desejada para fazer a iguaria. O uso é simples: basta colocar a goma de mandioca (a farinha já hidratada) dentro da tapioqueira, que tem capacidade para 500 gramas, deixar na geladeira e, na hora de usar, girar a peça de cima para polvilhar a farinha na frigideira. Para ajudar, existem vídeos com instruções de uso. Foi pensando numa maneira de evitar a sujeira no fogão e dos itens para fazer a tapioca que o empresário Hilson Okada, que morou em Fortaleza, começou a produzir protótipos para a tapioqueira em 2016. A primeira versão foi um funil acoplado a uma peneira. Depois, Okada tentou uma jarra cortada e encaixada em uma peneira menor. Os testes eventualmente guiaram a um projeto final e o criador largou tudo para fundar a Tapy, em 2018.
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Cadeira de Plástico
Você já a viu — e provavelmente já sentou em uma delas — em bares, igrejas, reuniões de amigos e em qualquer outro lugar onde precisou passar mais de 30 minutos. Um símbolo da globalização, a cadeira de plástico é a mais popular do mundo. Feita de polipropileno, ela é leve, surpreendentemente resistente e fácil de empilhar. A tradicional é branca, mas existem variações em diversas cores. O design é quase sempre o mesmo: duas pernas traseiras, duas pernas dianteiras que continuam até os braços, um assento e um encosto. A depender do modelo, há pequenas variações no padrão do encosto: algumas apresentam as tradicionais tiras de plástico (o número de tiras pode variar), enquanto outras têm um pedaço único e sólido como encosto. Fora do Brasil, é conhecida como “monobloc chair” devido ao fato de ser um assento feito de uma única peça e de um único material. Por aqui, alguns fabricantes adotam o termo monobloco, mas o mais comum é encontrá-la à venda apenas como “cadeira de plástico”. Universal, o objeto se tornou um patrimônio reconhecido por todos. Seja na aparição no material de divulgação de um clipe da Anitta sobre o Rio de Janeiro que acabou virando um meme altamente replicado ou em um museu de design alemão, ela se tornou um assento onipresente.