Viagem Artsy nos EUA
MassMoCA e The Clark Art Institute, dois motivos para dirigir por Massachussets
As cidades de Nova York e Boston oferecem opções das mais variadas para quem quer ver arte — desde os mais icônicos Metropolitan Museum e Museum of Fine Arts, passando pelas impecáveis coleções Frick Collection e Isabella Gardner Museum, até os mais contemporâneos e ousados, New Museum e ICA Boston, só para citar alguns. Dito isso, uma experiência sublime aguarda também quem estiver disposto a viajar mais ou menos 3 horas de carro — tanto de NY, quanto de Boston — para visitar os Berkshires (pronuncia-se bãrc-chirs). Famosa por sua beleza natural e rica cena cultural, a região montanhosa vai do Oeste de Massachussets ao Norte de Connecticut e é por lá que ficam o museu MassMoCA — Massachussets Museum of Contemporary Art — e o Clark Institute of Art.
Reprodução Instagram/@massmoca
MassMoCA
Aberto em 1999 e localizado numa antiga fábrica de cerca de 97 mil metros quadrados, mais que um museu, MassMoCA é uma experiência. Gigantesco e envolvente, o complexo se espalha em 26 prédios — todos, menos um, construídos antes do século 20. Além de se perder na vastidão, a gente entra já sabendo que vai querer voltar — uma visita só não dá conta do recado! Trata-se do maior museu de arte contemporânea do país.
Destaques
Além das exposições em cartaz, duas instalações merecem atenção dobrada. De um lado, a retrospectiva Sol LeWitt: A Wall Drawing Retrospective, de outro, alguns Skyspaces, de James Turrell.
Os wall drawings consistem em 105 desenhos de parede concebidos pelo pai da arte conceitual americana, Sol LeWitt que acreditava que bastava ele criar as instruções, não sendo necessário o artista executar a obra. Abrangendo a carreira dele de 1969 a 2007, essa coleção de trabalhos ocupa três andares e mais de 4 mil metros quadrados.
Os Skyspaces de Turrell são aberturas no teto de salas ou prédios, emoldurando o céu como uma tela de profundidade infinita. Aparentando trazer o céu para mais perto dos espectadores, os Skypaces funcionam como observatórios a olho nu — um convite à contemplação da luz e do espaço.Hoje em dia existem mais de 80 instalações dele pelo mundo em coleções públicas e privadas. C.A.V.U., uma das que ficam no museu é a maior já executada por ele — 12 metros de diâmetro e 12 metros de altura.
Reprodução Instagram/@clarkart
Clark Institute
Conhecida pelos mais habitués simplesmente como “The Clark”, a coleção de Sterling e Francine Clark foi fundada em 1950 e, pelo escopo, poderia estar em qualquer grande cidade dos mundo como museu principal. Com projeto elegante do arquiteto japonês Tadao Ando, o prédio hospeda pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e artes decorativas européias e americanas desde o Renascimento até o começo do século 20.
Destaques
A pintura de John Singer Sargent, “Smoke of Ambergris”, de 1880, quase exala cheiro por conta da atmosfera “Orientalista”, pela qual o artista era fascinado. Como termo, “oriente” durante o século 19 tinha outro significado — se referia ao Norte da África, Oriente Médio e Grécia. Sargent nos apresenta um ritual, onde uma jovem mulher vestida num robe branco se curva diante de um incensador soltando fumaça de âmbar cinza. A substância extraída de baleias é afrodisíaca, mas também usada em rituais religiosos. A pintura é puro mistério.
Outra joia da coleção é a pintura de um vaso de rosas feita nos últimos meses de vida de Edouard Manet. No fim de sua vida, o pintor investiu toda sua energia no mais delicado dos temas — buquês de flores. Apresentados em vasos de vidro ou cristal diante de um fundo cinza, as composições são simples e sublimes. Essa telinha é daquelas que só melhoram com o tempo…
Serviço:
Mass MoCA
1040 Mass MoCA Way, North Adams, Mass.;
Clark Art Institute
225 South Street, Williamstown, Mass.; clarkart.edu
Onde ficar:
https://www.porches.com/
