Por que o BBB ainda faz sucesso após 22 anos? — Gama Revista
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Por que o BBB ainda faz sucesso após 22 anos?

Uma nova fórmula para o programa, uma presença maciça nas redes, participantes famosos e debates sociais. Entenda os motivos pelo qual o Big Brother Brasil ainda é relevante

Daniel Vila Nova 08 de Janeiro de 2024
Divulgação/TV Globo

O BBB 24 ainda nem começou, mas já é um sucesso. Principal atração da TV Globo no ano, o programa vendeu todas as suas cotas de patrocínios fixas e, de acordo com a própria emissora, já faturou mais de R$ 1 bilhão na edição 24. Qual o segredo do reality?

Nas redes sociais, a divulgação dos participantes que adentrarão a “casa mais vigiada do Brasil” também movimenta influenciadores, perfis de fofocas e usuários de plataformas como o X, o antigo Twitter, e o Instagram. Todos produzem conteúdos sobre o reality show porque sabem que ele rende audiência.

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Entre os participantes da nova edição, alguns nomes chamam atenção. O funkeiro MC Bin Laden, a influenciadora digital Vanessa Lopes, a modelo Yasmin Brunet e os cantores Rodriguinho e Wanessa Camargo fazem parte do grupo “Camarote”, onde famosos são convidados a se aventurar no confinamento.
O programa só estreia oficialmente às 22h25 desta segunda-feira, 8, mas os debates na internet já estão efervescentes. Do polêmico nome do funkeiro Bin Laden à acusações de violência doméstica contra Rodriguinho, a vida de cada indivíduo já foi vasculhada e exposta na internet.

Entre uma nova fórmula para o programa, a presença maciça nas redes, participantes famosos e debates sociais, entenda os principais motivos pelo qual o Big Brother Brasil é mais relevante do que nunca na TV e na sociedade brasileira.

Os famosos

O BBB nem sempre foi a galinha dos ovos de ouro da Globo. Apesar do sucesso no começo do século, o formato se desgastou ao longo de duas décadas e, antes da pandemia, encontrava-se em declínio. Em 2020, Boninho, o diretor do programa, alterou a fórmula do reality e, pela primeira vez na história do programa, convidou participantes famosos para uma edição.

“A inclusão de dez integrantes convidados pela produção foi um fator muito importante para o sucesso do reality, foi uma quebra de paradigma gigantesca dentro do programa”, afirmou Maurício Stycer, jornalista especializado na cobertura de TV, em entrevista à Gama em 2021.

No Camarote, foram convidadas personalidades que já tinham algum grau de celebridade. Nomes como os YouTubers Boca Rosa, Pyong Lee e Fred Desimpedidos, rappers como Karol Conká e Projota e atores como Babu Santana, Carla Diaz e Tiago Abravanel foram algum dos selecionados ao longo das últimas edições.

Alguns, como o ator Babu, se tornaram favoritos do público. Outros, como Karol Conká, se transformaram em vilões nacionais. O que não há como negar é que a adição de caras conhecidas renovou o interesse pelo formato e, mesmo quatro edições depois, ainda gera curiosidade no público. Todos querem descobrir como os famosos se comportam em sua intimidade.

As redes

A internet mudou a maneira com que o BBB é consumido. Nas redes sociais, é comum se deparar com cenas gravadas no Pay Per View e repostadas nas redes sociais. Perfis com centenas de milhares de seguidores se dedicam a cobrir o dia a dia da casa e o público passa 24 horas dissecando as ações dos participantes. O prêmio em dinheiro se tornou secundário. O que realmente importa para os participantes é a exposição e a relevância promovida pelo programa.

“As celebridades e as personalidades que topam ir ao BBB enxergam ali uma possibilidade de aumentar o seu sucesso e construir ou reposicionar sua carreira”, disse Pedro Tourinho em entrevista à Gama em 2021. Empresário, Tourinho é fundador da MAP Brasil, agência que cuida da imagem de algumas das mais importantes celebridades do país como Anitta e Regina Casé.

A comunicação dos participantes com o público também sofreu grande modificação com a chegada da vigésima edição. Manu Gavassi, que ficou em terceiro lugar em 2020, se destacou não por seu jogo dentro da casa, mas por sua estratégia de comunicação fora dela. Com vídeos engraçados, bem produzidos e que criavam uma identificação forte com uma parcela do público, ela se tornou uma das figuras mais marcantes da edição.

Protagonizando a maior votação da história dos reality shows, a participação da cantora se tornou case de sucesso no mundo do marketing.“A Manu foi muito inteligente ao adotar essa estratégia. Ela é uma pessoa nativa da Internet e soube colocar isso em pauta na hora de produzir suas redes sociais. Hoje, todos estão seguindo esse modelo”, lembrou Tourinho.

Os debates

A fama prévia dos participantes conseguiu chamar a atenção do público, mas foram as discussões e os temas sociais tratados no programa que cativaram a audiência e tornaram o programa um sucesso de audiência.

As temáticas sociais movimentaram não só a casa, mas também as redes sociais e oengajamento virtual do programa foi gigantesco, culminando em um paredão com 1,5 bilhão de votos na edição 20. O paredão, que colocou a cantora Manu Gavassi contra o arquiteto Felipe Prior, ganhou uma enorme dimensão nas redes e foi definido pela própria Manu Gavassi como uma questão de “sororidade”.

O preconceito racial, que já havia sido abordado na temporada passada, ganhou novos contornos no BBB 21, visto que essa foi a edição do reality que mais teve participantes negros. Da hipervigilância com o comportamento de pessoas negras dentro do programa a maneira com que o discurso intelectual preto foi satirizado, o racismo mais uma vez se tornou central no BBB. Já na edição 22, a participação da cantora e atriz Linn da Quebrada rendeu inúmeras discussões sobre transgeneridade e o uso de pronomes no dia a dia.

“O BBB teve discussões que, por mais que abordassem temáticas pesadas, tiveram um encaminhamento e uma solução positiva”, afirmou Stycer. O jornalista cita os casos de assédio sexual dentro da casa, onde os participantes foram advertidos publicamente pela Globo, assim como a eliminação sistemática de participantes com perfil machista como exemplos das narrativas sociais que moldaram o programa.

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