As melhores séries de 2024, segundo a equipe da Gama
Nostalgia da infância, uma comédia ácida sobre inveja, o lado sombrio da ambição e o humor desconfortável de um gênio autocentrado. Essas são algumas das tramas que ocuparam nossas TVs e mentes
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“Industry”, Max
de Mickey Down e Konrad Kay
Dinheiro, intrigas, sexo, muita cocaína, drogas sintéticas e pessoas apaixonamente horríveis estão no centro dessa série dramática, que já foi o segredo mais bem guardado da Max e que está prestes a se transformar na nova “Succession”. Para quem ainda não a assistiu, a boa notícia é que há três temporadas para maratonar e acompanhar as aventuras da jovem Harper Stern (Myha’la) em sua escalada ao topo do mercado financeiro em Londres. Se você ficar um pouco perdido no começo com a terminologia faria limer, não se preocupe que a série vai ficando cada vez mais sobre as vidas pessoais dos personagens e menos sobre as operações de bilhões. (Isabelle Moreira Lima, editora executiva)
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“Invejosa”, Netflix
de Carolina Aguirre
Prestes a fazer 40 anos, Vicky (Griselda Siciliani), uma mulher competitiva ao extremo e sonhadora na mesma medida — ela só pensa em se casar e ter filhos, e morre de ciúme quando alguém ao seu redor sobe ao altar ou engravida — se vê de-ses-pe-ra-da ao terminar um relacionamento de longa data e descobrir que o ex já se apaixonou por outra pessoa. É essa figura apaixonante e um um pouco odiosa a protagonista da comédia dramática argentina “Invejosa”, da Netflix. Entre cenas cômicas e de pura vergonha alheia, surge também a melancolia, sobretudo quando a personagem encara a terapeuta Fernanda (Lorena Vega, ótima). É nas sessões de terapia que descobrimos, assim como Vicky, que o buraco da inveja é muito mais embaixo — e que nem todo casamento é feliz. (Ana Elisa Faria, repórter)
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“Turma da Mônica – Origens”, Globoplay
de Marina Maria Iório e Daniel Rezende
Depois das bem recebidas adaptações “Laços” (2019), “Lições” (2021) e “Turma da Mônica – A Série” (2022), os personagens do gibis voltaram para alegrar o mês das crianças de 2024. A diferença é que “Origens” mostra pela primeira vez as versões idosas de Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e Milena, nova personagem da trupe. Quando eles vão assistir à passagem de um cometa raro, que viram juntos quando eram crianças, são surpreendidos por uma luneta que cai na cabeça de Mônica e a faz perder a memória. A partir disso, os amigos se esforçam para fazer a dona da rua se lembrar de como se conheceram. Somos transportados, então, para 63 anos antes, quando as famílias dos cinco foram aproveitar as férias no hotel do Limoeiro. Enquanto a trama intercala presente e passado, você provavelmente não vai sentir o tempo passar, pois estará muito ocupado encantado com a direção artística de Daniel Rezende, que constrói sensivelmente o universo lúdico e pré-internet do bairro do Limoeiro. Isso sem falar do casting certeiro, que conta com atores consagrados, como Paulo Betti (Cascão) e Louise Cardoso (Mônica), e estrelas mirins talentosas, como Mel Dutra (Denise) e Felipe Rosa (Cebolinha). Uma série de baixo estímulo perfeita para ver com as crianças, para se derreter de nostalgia e refletir sobre o poder da amizade. (Sarah Kelly, estagiária de texto)
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“Curb Your Enthusiasm”, Max
de Larry David
Larry David é um gênio, criou uma das séries de comédia mais importantes da história da TV americana, “Seinfeld”. Mas nem por isso ele é um cara legal. Pelo menos não na ficção, como assistimos ao longo de 11 temporadas em 24 anos de “Curb Your Enthusiasm”, a série em que ele é seu próprio personagem, em que se mete nas piores situações, e que chegou em fevereiro na Max. Se você nunca a assistiu, vale maratonar e morrer de rir — e até chorar — de constrangimento. (Isabelle Moreira Lima, editora executiva)
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“Pinguim”, Max
de Lauren LeFranc
O que uma série sobre um vilão do Batman bem menos celebrado do que colegas como Coringa, Arlequina e Charada tem a acrescentar? A julgar por “Pinguim”, tudo. Provando que é muito mais do que apenas Colin Farrell grunhindo debaixo de quilos de maquiagem, o personagem ganha aqui toneladas de profundidade, seja ao descobrirmos mais sobre as sombras do seu passado ou ao ir descascando lentamente novas camadas de crueldade a cada episódio. Mais uma série de máfia do que propriamente de super-herói, “Pinguim” traz ainda uma ótima atuação de Farrell no papel principal, assim como de Deirdre O’Connell como uma matriarca que combina à perfeição com o protagonista. Porém, é Cristin Milioti quem de fato rouba o show, a ponto de os fãs pedirem com razão por muito mais aparições de sua complexa Sofia Falcone no futuro. (Leonardo Neiva, repórter)
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“Feud: Capote vs. The Swans”, Disney+
de Ryan Murphy
Um elenco estelar formado por Naomi Watts, Diane Lane, Demi Moore, Chlöe Sevigny, Calista Flockhart e Molly Ringwald e uma direção de arte impecável, além da assinatura de Gus Van Sant, já seriam suficientes para justificar assistir a essa série. Mas o tema ainda é fofoquento e mostra que o poder sempre anda com o dinheiro: uma briga das mais finas socialites de Nova York com o escritor Truman Capote (1924-1984) e sua decadência no fim da vida. (Isabelle Moreira Lima, editora executiva)
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“Bebê Rena”, Netflix
de Richard Gadd
Uma stalker e um homem com uma série de questões psicológicas não resolvidas entram num bar. O que acontece a partir daí é uma longa relação, explorada de forma profunda e complexa em “Bebê Rena”, minissérie da Netflix que vem angariando elogios do público e da crítica. Baseada na experiência pessoal do criador e ator principal Richard Gadd, a narrativa passa do riso ao choque com uma naturalidade angustiante. (Leonardo Neiva, repórter)
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A versão para TV de “Mr. and Mrs. Smith”, Prime Video
de Francesca Sloane e Donald Glover
A velha fórmula de assassinos que têm que fingir ser um casal para realizar suas missões foi atualizada com mais diversidade. A série da Prime traz como protagonistas os excelentes Donald Glover (“Atlanta”) e Maya Erskine (“Obi-Wan Kenobi”), que quase explodem de tanto sex-appeal. Difícil controlar a ansiedade e não maratonar ao ver as participações especiais: de John Turturro a Alexander Skarsgård, passando por Wagner Moura. (Isabelle Moreira Lima, editora executiva)
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“Meu Querido Zelador”, Disney +
de Mariano Cohn e Gastón Duprat
Ainda mais intrometido, sarcástico e utilizando da sua típica gentileza interesseira, Eliseo (Guillermo Francella), o protagonista da série argentina “Meu Querido Zelador”, do Disney+, está de volta em novos episódios. Nesta terceira temporada, o porteiro continua observando a vida dos moradores de um edifício portenho de luxo e executando planos tão mirabolantes quanto cômicos para proteger o seu emprego, ameaçado pela construção de uma piscina. (Ana Elisa Faria, repórter)
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“Machos Alfa”, Netflix
de Laura Caballero e Alberto Caballero
O homem branco heterossexual está perdido. Na ficção, pelo menos, como nos mostra a segunda temporada de “Machos Alfa”, série espanhola da Netflix, que chega à plataforma nesta sexta-feira (9). Ao acompanhar quatro amigos que já entenderam seu novo lugar no mundo, vemos suas desventuras como “aliados das mulheres” e por experiências que são sinais do nosso: do casamento aberto a sessões BDSM. Vale boas risadas. (Isabelle Moreira Lima, editora executiva)