As melhores séries de 2021 segundo Gama — Gama Revista
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As melhores séries de 2021 segundo Gama

Um mistério policial, uma comédia nonsense, um drama familiar e um documentário musical. Algumas das melhores histórias do ano para maratonar

29 de Dezembro de 2021
  • 1

    I Think You Should Leave with Tim Robinson

    por Daniel Vila Nova, redator
    Imagem de destaque
    Netflix

    Um programa de pegadinhas que consiste em horas e horas de corpos caindo de caixões em funerais. Uma cena em que um homem, ao segurar um bebê recém-nascido, se questiona se a criança sabe de seus erros passados e se ela acredita que pessoas podem mudar. Uma reunião de trabalho onde o senso de moda de um dos funcionários se torna tema de um julgamento no tribunal. Se essas premissas parecem insanas, é porque elas são. Em “I Think You Should Leave with Tim Robinson”, o comediante norte-americano aposta em um humor nonsense e busca, por meio de esquetes curtas, desafiar a quantidade de constrangimento que uma cena de comédia pode causar em alguém. A série, que está em sua segunda temporada, é produzida pela Netflix e tem ao todo 12 episódios. Beirando o ridículo, “I Think You Should Leave” é tão absurda que se torna hilária. Parte da graça está em decifrar como as situações aparentemente normais se transformam em constrangimentos inimagináveis. O humor da série pode não ser para todo mundo, mas se você gosta desse tipo de comédia prepare-se para ver, rever, comentar e repetir as diversas cenas malucas que fazem parte do programa.

  • 2

    Maid

    por Manuela Stelzer, redatora
    Imagem de destaque
    Netflix

    Depois de uma noite atordoante, em que seu marido, bêbado e furioso, esmurra a parede e arremessa objetos no chão, Alex (Margaret Qualley) aguarda a madrugada, pega sua pequena Maddy (Rylea Nevaeh Whittet) e foge. Daí em diante, a minissérie “Maid“, da Netflix, relata as desventuras de uma mãe que, presa na encruzilhada de assistências do Estado, família problemática e pouca habilidade em pedir ajuda, quer preservar a filha dos — muitos — acidentes de percurso. A série é baseada numa história real, o relato da americana Stephanie Land com sua filha, que no Brasil foi publicada como “Superação”. O primeiro episódio, igualmente atordoante, inaugura uma narrativa que a cada capítulo crescia dentro de mim, e que permanece comigo ao se encerrar. Sem discursos de autoajuda ou respostas simples, a produção é preciosa: além de ensinar que nem só de socos e estrangulamentos se faz um relacionamento abusivo, emociona pela crueza com que retrata os diálogos, as relações, as dificuldades, mas também o amor e o acolhimento.

  • 3

    White Lotus

    por Betina Neves, redatora
    Imagem de destaque
    HBO

    Como já falamos na Gama, nos últimos tempos resorts de luxo têm sido cenário para retratar a elite branca de diversas formas na TV e no cinema. Sucesso de público e crítica, White Lotus faz isso muitíssimo bem. A série acompanha turistas ricos que viajam a um hotel sofisticado no Havaí. “O objetivo é criar uma impressão vaga para os hóspedes, em que eles ganham tudo o que querem, mas nem sabem o que querem; ou que dia é hoje, quem somos nós e o que está acontecendo”, diz o gerente do hotel à recepcionista na chegada do grupo. Em constante tom irônico, a trama explora essa relação entre hóspedes e funcionários em uma sequência de acontecimentos tragicômicos que levantam questões de privilégio, preconceito e hipocrisia. “White Lotus” é incômoda, claro, mas irresistível.

  • 4

    Mare of Easttown

    por Leonardo Neiva, redator
    Imagem de destaque
    HBO

    Histórias de investigações de assassinatos em cidadezinhas interioranas já viraram um gênero em si mesmas. Desde a ótima “True Detective” (estou falando, é claro, apenas da primeira temporada) até a menos conhecida, mas também excelente “Broadchurch”, esse tipo de drama parece ter sido explorado à exaustão na década passada. Até por isso, a princípio, uma nova série dentro dessa fórmula não chegou a me empolgar, nem mesmo sendo protagonizada por Kate Winslet. Mas os comentários foram tantos e tão positivos que acabei dando o braço a torcer, e não me arrependi. Carregada pela performance brilhante da atriz e com um time de coadjuvantes em que se destacam Julianne Nicholson, Jean Smart e Evan Peters, “Mare of Easttown” é, sim, mais uma história de suspense policial, mas muito inteligente ao ancorar o peso da investigação nos dramas pessoais dos personagens. Ao final, o que resta não é só mais uma narrativa genérica de whodunnit (do tipo quem matou Odete Roitman), mas um complexo mapa de mágoas, amores e perdões que vai te envolvendo sem que você perceba até uma conclusão atordoante.

  • 5

    1971 – O ano em que a música mudou o mundo

    por Isabelle Moreira Lima, editora executiva e colunista
    Imagem de destaque
    Netflix

    O ano de 1971 foi fundamental para a música pop mundial e a série documental produzida pela Apple TV, além de comemorar o aniversário de 50 anos daquele momento explosivo, confirma esse fato com um recorte sociológico e histórico perfeito. A cada episódio, a narrativa foca em três ou quatro artistas que lançaram álbuns relevantes ao longo daqueles 12 meses e que foram atores ou reflexos da política da época. No primeiro episódio, conta o efeito poderoso do álbum “What’s Going On”, de Marvin Gaye, que com muita elegância passou a mensagem dura e dolorosa tão necessária à época sobre as mortes cada vez mais obviamente desnecessárias e sem sentido na Guerra do Vietnã. Entre os destaques, estão o episódio que fala de Gil Scott-Heron, Curtis Maysfield e a luta contra o racismo dos Panteras Negras e de Angela Davis; o drama das drogas vividos por músicos como Sly Stone, Jim Morrison e os Rolling Stones; e o que conta sobre o sopro feminista vindo das vozes de Joni Mitchell e Carole King.

  • 6

    Succession

    por Amauri Arrais, editor
    Imagem de destaque
    HBO

    Não, essa não foi a melhor temporada do novelão familiar da HBO sobre os Roy, a multimilionária família dona de um conglomerado de mídia e turismo cujo pai, Logan (Brian Cox), controla os negócios e os filhos como quer. Após um hiato de quase dois anos, eu esperava que a terceira leva de capítulos continuasse o ritmo asfixiante da segunda, quando, entregue para sacrifício, Kendall (Jeremy Strong) parecia ter virado o jogo expondo os crimes do pai e do grupo. Ainda assim, é impossível não querer acompanhar onde vai dar o fosso que cada personagem vem cavando para si, num retrato tão cheio de nuances que é difícil escolher qual deles mais odiamos – ou amamos. Uma série inteira de anti-heróis, talvez aí esteja o ineditismo de Succession, que as excelentes atuações de Cox, Strong, Sarah Snook (Shiv) e Kieran Culkin (Roman) ajudam a tornar tão verossímil a ponto de reprimirmos quando enxergamos alguma identificação nos personagens.

  • 7

    Faz de Conta Que NY é Uma Cidade

    por Luara Calvi Anic, editora-chefe
    Imagem de destaque
    Netflix

    O que faz uma cidade é também as pessoas que ali vivem. E Nova York é sem dúvida um lugar mais interessante porque a escritora e comediante Fran Lebowitz, 71, vive e circula por suas ruas. Em “Faz de Conta Que NY é Uma Cidade”, série de sete episódios exibida pelo Netflix, o diretor Martin Scorsese dá espaço para a nova-iorquina e amiga dar suas opiniões sobre o mundo e mostrar seu estilo de vida — avesso à tecnologia (ela não tem celular nem computador) e amante dos livros. Fran começou sua carreira como colunista na “Interview”, revista criada por Andy Warholl em 1969, lançou “Metropolitan Life” (1978) e “Social Studies” (1981). Diz enfrentar um bloqueio criativo que a impede de publicar, mas jamais de opinar sarcasticamente sobre tudo e todos, como fica visível nesta série imperdível.

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