“Quem lê tanta notícia?”, perguntou Caetano na letra de “Alegria, Alegria” (1967), numa época em que não havia redes sociais, pushes, newsletters nem podcasts de notícias. Mas é para tentar destrinchar tanta informação que a escritora Tati Bernardi, a psicanalista Vera Iaconelli e o advogado Thiago Amparo se reúnem no novo programa original do Spotify. No primeiro episódio, já no ar, eles vão do discurso de Bolsonaro na ONU ao “stealthing”, ou a tentativa de criminalizar o ato de tirar a camisinha durante a relação sexual na Califórnia. (Amauri Arrais)
“O neoliberalismo fez com que passássemos a nos ver como competidores em vez de colaboradores, consumidores em vez de cidadãos”, diz a economista inglesa Noreena Hertz no livro, recém-lançado pela Editora Record. A autora aponta que, mesmo antes do isolamento ocasionado pela pandemia, a solidão já vinha se estabelecendo como condição definidora do século 21, com comunidades fragmentadas diante de décadas de políticas que puseram o interesse próprio acima do bem coletivo. Como antídoto, ela propõe, por exemplo, modelos inovadores de vida nas cidades. (Betina Neves)
Após ter conquistado o prêmio do público no Festival de Berlim, o longa chega aos cinemas num momento oportuno, em que os indígenas se mobilizam novamente por suas terras. Dirigido por Luiz Bolognesi, com roteiro escrito em parceria com Davi Kopenawa, mescla imagens documentais e encenação para mostrar a luta, a vida cotidiana e a cosmovisão dos yanomami. A história é inspirada no livro “A Queda do Céu”, em que Kopenawa, xamã e liderança, narra a relação do povo com a terra e sua religiosidade. (Amauri Arrais)
“Meu nome é Priscila, tenho 27 anos e moro ao lado da Represa Billings. Sou casada e tenho quatro filhos. Faço bolos e sonho em ter uma confeitaria”, afirma a entregadora de aplicativo cuja história é contada no site Da Garupa, desenvolvido pela turma de Design Gráfico e a Cidade, da Escola da Cidade (SP). Além da história de Priscila, há relatos de Paulo, Johnata e Pedro, que em conjunto dão uma ideia da dureza da vida das vítimas da uberização do trabalho. (Isabelle Moreira Lima)
Recém-lançado, o podcast traz os bastidores de histórias de grandes fraudes cometidas em nome da ciência. A discussão chega em um momento em que nunca foi tão evidente o estrago que a ciência “suja” pode causar - não por acaso, o atual presidente é citado já no primeiro episódio, que fala do caso da “pílula” do câncer, defendida por Bolsonaro. Os próximos episódios abordarão temas como o movimento antivacina, a epidemia de preconceito ligada à Aids e, claro, a resposta brasileira à pandemia de Covid-19. A produção foi feita com apoio do Instituto Serrapilheira. (Betina Neves)