Achamos que vale
O que há de bom por aí, nas artes e na vida
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“Para Todas as Mulheres que Não Têm Coragem”, de Daniela Arrais
O que você faria se tivesse coragem? Conhecida por suas reflexões nas redes sociais, a jornalista e cofundadora da @contente.vc, costumava responder que escreveria um livro. Agora, Arrais lançou pela BestSeller o título no qual aborda o fenômeno da impostora — do seu ponto de vista e de entrevistadas como Dandara Pagu e Rafa Brites — e faz um chamado à coragem, para que mais mulheres se autorizem a ser “do tamanho que podem ser”. (Flávia Mantovani)
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“A Morte É Assim?”, um livro infantil para todas as idades
A editora Baião, selo da Todavia dedicado às infâncias, acaba de lançar "A Morte É Assim?", uma compilação de respostas a 38 perguntas feitas por crianças do mundo todo sobre o fim de todos nós, esse tema cabeludo e espinhoso que, contraditoriamente, faz parte da vida. No livro, Ellen Duthie e Anna Juan Cantavella respondem aos questionamentos com bom humor, enquanto Andrea Antinori ilustra as situações de forma divertida. (Ana Elisa Faria)
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“Ter Medo de Quê?: Textos sobre luta e lantejoula”, de Fabiana Moraes
“Entrar em lares repletos de desejo, violência, raiva e esperança, permitiu com que eu pudesse, de miúdo em miúdo, enxergar melhor esse tal povo brasileiro”, escreveu a jornalista e colunista da Gama na revista em março. O pequeno relato é um gosto da coleção de textos de Moraes que acaba de ser lançada pela Arquipélago Editorial, com reflexões sobre as complexidades, o terror e a alegria de viver no Brasil hoje. (Isabelle Moreira Lima)
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O livro do palestino Atef Abu Saif sobre a vida na guerra
Presença confirmada na Flip deste ano, o escritor lança por aqui “Quero Estar Acordado Quando Morrer” (Elefante, 2024). Com o subtítulo de “Diário do genocídio”, a obra foi escrita enquanto o autor enfrentava bombardeios diários em Gaza ao lado do filho, da família e de mais de 2 milhões de palestinos. Ex-ministro da Cultura da Palestina, Saif traça aqui um relato pungente sobre o que significa viver sob eterna ameaça. (Leonardo Neiva)
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“Gelo e Gim”, de Daniel de Mesquita Benevides
Os amantes da coquetelaria já podem comemorar: a editora Quelônio enfim publicou uma coleção de crônicas do jornalista que é bom de texto e manja de birita. O resultado são histórias deliciosas que envolvem personagens que vão desde a escritora Dorothy Parker até o político brasileiro Leonel Brizola. Benevides escreve sobre a preferência de mixologia desses personagens e, de quebra, dá a receita. Ingrediente indispensável à sua biblioteca. (Isabelle Moreira Lima)
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Um ensaio de Ted Chiang sobre arte e IA na New Yorker
A arte resulta de uma infinidade de escolhas, e um artista toma muito mais decisões durante o processo de criação do que caberia em um prompt de algumas centenas de palavras. Autor do conto que inspirou o filme “A Chegada”, o escritor norte-americano parte dessa premissa para escrever “Por que a inteligência artificial não é capaz de criar arte” (em inglês). Com um raciocínio tão claro quanto denso e original, o ensaio é uma bela reflexão sobre a essência da arte e sobre o que nos torna humanos.
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A extraordinária história de João Gomes, na Piauí
A edição de agosto da revista traz um perfil imperdível do cantor pernambucano que deu um novo gás à música brasileira com o som do piseiro, uma vertente do forró nascida nas periferias. No texto saboroso do repórter e roteirista Tiago Coelho, o leitor mergulha na história de triunfo (e traumas) de um garoto sertanejo observador, amante de Machado de Assis e da cultura da vaquejada, que vê seu vozeirão e personalidade tímida conquistarem o país da noite para o dia. (Amauri Terto)
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“V13: O julgamento dos atentados de Paris”, de Emmanuel Carrère
Acaba de ser lançado no Brasil, pela Alfaguara, o mergulho do autor francês — mais conhecido aqui por “Ioga” — no julgamento dos acusados pela série de atos terroristas em Paris, em 2015. Neste livro, mais que um relato jornalístico, Carrère faz um desenho da humanidade ao narrar a comunidade que se formou ao longo de meses do julgamento. Para o Figaro, o autor “se coloca no lugar do outro e nos faz sentir suas emoções”. A tradução é de Mariana Delfini. (Isabelle Moreira Lima)
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Livro explora a Itália de Elena Ferrante
Se você se divertiu viajando pelos bairros da cidade de Nápoles enquanto lia a tetralogia napolitana, de Elena Ferrante, o livro “Para Além das Margens” (Bazar do Tempo, 2024) pode ser uma boa forma de estender essa jornada mesmo sem ir à Itália. Na obra, a jornalista Isabela Discaciatti parte em busca dos cenários de Ferrante, mostrando como o universo da autora mescla mitologia, religião e cultura popular na rica geografia italiana. (Leonardo Neiva)
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A cena eletrônica de SP em “Bate-Estaca”
Como a cena eletrônica de São Paulo evoluiu dos anos 1980 a 2000? O jornalista, DJ e escritor Camilo Rocha responde a essa pergunta em "Bate-Estaca: Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo", que explora o surgimento e crescimento de clubes icônicos, das raves e dos megafestivais e seu impacto na cidade. Rocha fará sessões de autógrafos nesta sexta (26), na Livraria Megafauna, e no domingo (28), no Sebo Desculpe a Poeira. (Amauri Terto)
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O encontro de uma repórter com o “bebê do futuro”
Primeiro brasileiro a nascer às margens da rodovia Transamazônica, Juarez Furtado de Araújo foi convertido em garoto-propaganda da ditadura em 1971, até que caiu no esquecimento. Cinco décadas depois, uma jornalista da Sumaúma o reencontra e escreve "Juarez Transamazônico, o 'bebê do futuro', busca seu passado", uma reportagem envolvente que entrelaça a história dele e de sua família à do fracasso do megaprojeto. (Flávia Mantovani)
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Os melhores livros do século, segundo o NYT
O jornal The New York Times publicou uma lista com os cem melhores livros do século 21 e "A Amiga Genial" (Biblioteca Azul, 2015), da italiana Elena Ferrante, que acompanha as garotas Lila e Lenu, ficou em primeiro lugar. Para a árdua missão, o diário reuniu 503 votantes, entre escritores, críticos, jornalistas e leitores vorazes — de Stephen King e Karl Ove a Sarah Jessica Parker. Vale a pena ver a seleção e ler muitas das obras que lá estão. (Ana Elisa Faria)
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“Filho Nativo”, clássico da literatura norte-americana
Nascido em 1908 em uma fazenda do Mississippi, Richard Wright se converteu em um luminar da literatura afro-americana ao retratar a violência das relações raciais no país. Recém-lançado no Brasil pela Companhia das Letras, "Filho Nativo", seu romance mais famoso, tem um protagonista cheio de ódio e ressentimento — e Wright não quer que você torça por ele, mas que perceba o que um sistema opressivo é capaz de fabricar. (Flávia Mantovani)
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Os contos de “Tantra e a Arte de Cortar Cebolas”
Cebolas cruas e refogadas, uma panela de manteiga que borbulha até virar ghee e o gosto amendoado e defumado da pele de um homem inspiram o sexo no conto que dá título ao primeiro livro de ficção da jornalista Iara Biderman, que acaba de ser lançado pela Editora 34. Mas a diversidade de registros é grande e outros personagens tão brasileiros quanto deslocados nos conduzem agilmente da primeira à última página, deixando saudades imediatas. (Isabelle Moreira Lima)
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“Querido Babaca”, da francesa Virginie Despentes
Da mesma autora de “Teoria King Kong”, este romance epistolar publicado no Brasil pela Fósforo traz para o mundo contemporâneo o clima de “Ligações Perigosas” ao mostrar a troca de correspondências de uma atriz de 50 anos e um escritor de meia-idade acusado de assédio. Tudo começa quando ele critica sua aparência em um post de Instagram. A partir daí, passam a trocar insultos por e-mail e acabam falando de temas como machismo, desigualdade de gênero, cultura digital, saúde mental, parentalidade, entre outros. (Isabelle Moreira Lima)
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Novos poemas para Chico Buarque editados pela Corsário-Satã
O compositor e letrista sempre tem as palavras certas porque usa um imã por cima do dicionário para capturá-las. Esta ideia tão engraçada quanto engenhosa está no poema de Fabrício Corsaletti que faz parte de uma coleção de inéditos que celebram os 80 de Chico. Ayelén Medail, Fabiano Calixto e Natália Agra e outros participam do livro que está disponível gratuitamente de forma online. (Isabelle Moreira Lima)
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“Tá Todo Mundo Tentando”, novo livro de Gaía Passarelli
Autora de duas populares newsletters do Substack, Gaía Passarelli acaba de lançar seu novo livro “Tá Todo Mundo Tentando: Histórias para Ler na Cidade” (2024, Companhia Editora Nacional). A publicação reúne uma seleção de crônicas enviadas nos boletins online da escritora, além de contos inéditos, que tratam de registros do dia a dia e de viagens, de memórias e introspecções, e da vida nas metrópoles. (Ana Elisa Faria)
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As memórias de Werner Herzog
A Todavia acaba de lançar o novo livro de um dos mais importantes e inventivos cineastas alemães de todos os tempos, Werner Herzog, conhecido por longas como "A Caverna dos Sonhos Esquecidos" (2010), "Fitzcarraldo" (1982) e "Nosferatu - O Vampiro da Noite" (1979). Em "Cada um por Si e Deus Contra Todos", o diretor rememora a própria história e revisita personagens, viagens, filmes, óperas, temas e livros que o tornaram quem ele é. (Ana Elisa Faria)
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Maternidade, saúde mental e mitologia no romance de Vanessa Barbara
No seu primeiro romance após um hiato de dez anos, a escritora, tradutora e jornalista aborda temas como maternidade e depressão com a acidez e o humor de sempre. “Três Camadas de Noite” (Fósforo, 2024) mescla aspectos autobiográficas e mitologia grega a passagens sobre escritores depressivos para narrar a jornada de uma profissional e mãe, desde a privação de sono até o estreitamento dos laços com o filho. (Leonardo Neiva)
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A coluna de Ailton Krenak na Folha de S.Paulo
O líder indígena e escritor, membro da ABL, estreou no último sábado (25) uma coluna na Folha de S.Paulo. No primeiro texto, o autor rememorou personagens — nomes da literatura, figuras políticas, dramaturgos, pensadores, cartunistas, músicos, sociólogos — que, segundo ele, vão ajudá-lo a entregar uma nova crônica todos os meses. Machado de Assis, Betinho, Rachel de Queiroz e Zé Celso estão entre as inspirações. No aguardo da próxima. (Ana Elisa Faria)
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Novo romance do autor de livro que inspirou “American Fiction”
Após o sucesso do filme vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, a Todavia lança “As Árvores”, de Percival Everett, autor do livro que deu origem ao longa. Num romance policial incomum, uma série de assassinatos brutais no Sul dos EUA se liga ao misterioso cadáver de um homem negro. Com uma escrita surpreendentemente bem-humorada, a obra traz à tona as cicatrizes da violência racial que marca a história americana. (Leonardo Neiva)
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Um relato impactante sobre ver a casa inundada
Em meio às enchentes no Rio Grande do Sul, o relato da escritora Julia Dantas parece encapsular muitas das experiências de quem perdeu tudo na tragédia. Num texto comovente, ela conta como lutou contra o alagamento de seu apartamento até que se tornou inevitável fugir com o marido e a cachorra. “São sonhos que a gente deixa de lado porque de um dia pro outro precisa voltar a tornar habitável o lugar que antes era o nosso lar.” (Leonardo Neiva)
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Os efeitos do perfeccionismo em “A Armadilha da Perfeição”
Já se sentiu exausto por querer fazer algo cada vez melhor? O inglês Thomas Curran, doutor em psicologia e professor de Ciências Psicológicas e Comportamentais na London School of Economics, escreve no lançamento da editora Fontanar sobre a exaustão que pode envolver buscar a perfeição em tudo, um caminho certo para o burn-out. A parte mais valiosa, no entanto, é que nos mostra como resistir às pressões para sermos #semdefeitos. (Isabelle Moreira Lima)
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Uma crítica à violência midiática em “Os Superstars da Cadeia”
Após a excelente estreia com os contos de “Friday Black”, Nana Kwame Adjei-Brenyah lança seu elogiado romance de estreia “Os Superstars da Cadeia” (Fósforo, 2024). Com os dois pés na ficção científica e especulativa, o livro pré-selecionado ao National Book Award acompanha duas presidiárias transformadas em gladiadoras num reality show sangrento e sensacionalista, numa crítica mordaz ao sistema prisional e aos circos midiáticos. (Leonardo Neiva)
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“Cadernos Negros”, do coletivo cultural Quilombhoje Literatura
A produção lançada anualmente foi criada em 1978 pelos escritores Cuti e Hugo Ferreira para funcionar como uma vitrine da literatura negra e para revelar novos escritores. A atual edição, de coordenação de Márcio Barbosa e Esmeralda Ribeiro, reúne poemas de 56 autores afro-brasileiros de diferentes estados do país e está disponível para compra por R$60 no site da Quilombhoje, assim como as edições anteriores. (Emilly Gondim)
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O novo livro de Valter Hugo Mãe
É o amor extremo que move a vida dos irmãos protagonistas de “Deus na Escuridão” (Biblioteca Azul, 2024), livro mais recente do autor português. Vivendo no alto de uma rocha na Ilha da Madeira, o primogênito assume com alegria a tarefa de cuidar do caçula, nascido com uma condição física incomum. Com prefácio do músico Rodrigo Amarante e do professor Carlos Reis, a obra é um manifesto comovente sobre lealdade e resiliência. (Leonardo Neiva)
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A juventude de Chico Buarque pelos olhos da irmã
A infância e a adolescência de um dos maiores compositores da música brasileira é relembrada por Ana de Hollanda, ex-ministra da Cultura e uma das irmãs mais novas do cantor, em um depoimento à revista Piauí. Ela rememora seu jeito reservado, suas primeiras composições e a importância da música na casa da Rua Buri, no Pacaembu, onde os sete filhos de Sérgio Buarque de Holanda moraram entre as décadas de 50 e 60. (Daniel Vila Nova)
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Uma comédia feminista sobre carreira, sexo e amor
Elogiado por Zadie Smith, o romance de estreia da escritora irlandesa Naoise Dolan, “Tempos Interessantes” ( yiné, 2024), é uma comédia feminista e cínica. Do trabalho mal remunerado que detesta ao aluguel exorbitante num apartamento compartilhado, a protagonista lida com uma série de desafios em sua mudança da Irlanda para Hong Kong. Sobretudo, o dilema de escolher entre o sexo confortável e o amor mal expressado. (Leonardo Neiva)
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Clarice Lispector pelo olhar de outros autores
Clarice Lispector é uma autora que sempre cativou, seja por seu legado literário ou pela personalidade única. Em “Clarice na Memória de Outros” (Autêntica, 2024), Nádia Battella Gotlib, uma das maiores especialistas na escritora, faz um mosaico de recordações de Clarice. Com textos de nomes como Chico Buarque, Lygia Fagundes Telles e Nélida Piñon, o livro cria uma rica colagem de recordações sobre essa mulher multifacetada. (Leonardo Neiva)
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“Bem-Comportadas”: mulheres e as amarradas do pecado
O que os sete pecados capitais têm a ver com as mulheres? É a forma como, sem perceber, muitas delas acabam internalizando regras morais opressoras baseadas em pecados como a preguiça e a gula que a escritora estadunidense Elise Loehnen explora em “Bem-Comportadas” (Sextante, 2024). Best-seller do The New York Times, o livro faz uma vasta pesquisa histórica para mostrar caminhos de libertação dessas amarras. (Leonardo Neiva)
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Branca Vianna faz a “Anatomia de uma Outra Queda”
Na revista Quatro Cinco Um, a fundadora da Radio Novelo, Branca Vianna, escreve sobre “a dinâmica de poder em um casal heterossexual”. Inspirada no filme “Anatomia de uma Queda”, indicado ao Oscar, aqui ela fala da morte de uma mulher, a artista visual cubana Ana Mendieta, que aos 36 anos caiu do apartamento em que vivia depois de discutir com o marido, o escultor americano Carl Andre, em 1985. “Mais do que culpa ou inocência, (…) é sobre essa dinâmica que precisamos refletir.” (Isabelle Moreira Lima)
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“Negros na Piscina”, raça e arte contemporânea
Raça, arte, educação e estrutura institucional são os temas colocados no centro do debate em "Negros na Piscina: Arte Contemporânea, Curadoria e Educação" (Fósforo, 2024), livro organizado pela curadora, escritora e pesquisadora Diane Lima. Na obra, 37 autores refletem, em textos, conversas, análises e projetos expositivos, sobre ausências e presenças de artistas e curadores negros e indígenas em instituições artísticas. (Ana Elisa Faria)
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O livro “Um Dia”, para morrer de chorar
Se a série da Netflix te pegou, você não viu nada: o texto original de David Nicholls pode causar até desidratação com sua incrível capacidade de fazer verter lágrimas. Para quem não foi apresentado ainda a Dexter Mayhew e Emma Morley, os dois se conheceram em 1988 e passaram os 20 anos seguintes entre idas e vindas. O livro conta de forma sensível e pop uma história que podia ser de qualquer um de nós. (Isabelle Moreira Lima)
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“Um Defeito de Cor”, livro que virou samba da Portela
O sucesso da Portela no Carnaval deste ano teve também impacto literário. Baseado na obra da escritora mineira Ana Maria Gonçalves e com forte discurso antirracista, o enredo da escola tornou “Um Defeito de Cor” (Record, 2022) o livro mais vendido na Amazon. A procura fez o preço da obra disparar e obrigou a editora a correr para repor o estoque. O livro narra a saga de uma africana idosa que viaja ao Brasil em busca do filho perdido. (Leonardo Neiva)
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Uma reportagem da revista Piauí sobre plantas com raízes na escravidão
No cerrado brasileiro, a proliferação de gramíneas exóticas vem preocupando agricultores e pecuaristas. No entanto, além da terra, as plantas parecem ter raízes fincadas também na história brasileira de exploração e devastação. Ao menos é o que aponta uma reportagem da piauí que explica como a vegetação pode ter chegado ao Brasil em navios de tráfico de pessoas escravizadas, se espalhando graças ao desmatamento na região. (Leonardo Neiva)
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Romance de Agualusa sobre uma grande rainha africana
Rainha da região onde hoje se situa Angola, N’Zinga M’Bandi foi senhora dos reinos de Dongo e Matamba, historicamente assolados por guerras e conflitos. É a história dessa rainha africana, reconhecida por sua coragem, inteligência e diplomacia, que o escritor angolano José Eduardo Agualusa explora em “A Rainha Ginga” (Tusquets, 2024), um dos romances mais aclamados do autor, que aborda a relação entre Angola, Brasil e Portugal. (Leonardo Neiva)
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“Meditações”, os conselhos sempre atuais de um imperador romano
Quem assistiu a “Os Rejeitados”, um dos filmes favoritos ao Oscar, já deve ter ouvido falar nas “Meditações”, de Marco Aurélio. Se ficou curioso com o livro que o protagonista viciado em história, interpretado por Paul Giamatti, distribui no Natal, a Penguin acaba de lançar uma nova edição da obra. Desta vez, as reflexões e exercícios espirituais milenares do imperador romano ganham tradução direto do grego por Aldo Dinucci. (Leonardo Neiva)
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Os 50 álbuns mais esperados de 2024, segundo o Pitchfork
Este é um ano de boas promessas para a música e entre os 50 lançamentos mais aguardados estão dois brasileiros: Amaro Freitas, que lança “ Y’Y” em março (do qual já é possível ouvir o single “Encantados”), inspirado na Amazônia; e Anitta, com o primeiro álbum completo desde 2022. Configuram na lista ainda A$AP Rocky, Billie Eilish, Dua Lipa, The Jesus and Mary Chain, MGMT, Sleater-Kinney e Vampire Weekend, entre outros. (Isabelle Moreira Lima)
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Um romance em que tudo pode desabar
A brilhante roteirista e dramaturga francesa Yasmina Reza acaba lançar no Brasil "Felizes os Felizes", pela editora Âyiné. Mais conhecida pelo texto de "Deus da Carnificina", que em 2012 foi lançado como um filme de Roman Polanski, ela agora conta a história de personagens que tem um "talento especial para a infelicidade", como uma atriz embriagada e ciumenta ou um filho possuído por Celine Dion. A tradução é de Mariana Delfini. (Isabelle Moreira Lima)
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As memórias de Ai Weiwei
Um mais reconhecidos da atualidade, o artista chinês desfia suas memórias em “Mil Anos de Alegrias e Tristezas” (Companhia das Letras, 2023). Da infância no exílio à descoberta artística e ao ativismo político que acabou por levá-lo a meses de detenção, a autobiografia explora as origens de sua criatividade excepcional. Um livro que percorre os caminhos para a liberdade e contrapõe a trajetória da China moderna à do próprio autor. (Leonardo Neiva)
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A retrospectiva 2023 do New York Times
As imagens que representam 2023, segundo o NYT, são em sua maioria catastróficas e trazem a complexidade de diferentes eventos — de guerras às consequências das mudanças climáticas. Vemos muitas crianças em meio a tragédias. Entre os cliques emblemáticos, destaque para o que traz uma ucraniana com o rosto repleto de suturas, de Lynsey Addario; e uma imagem em que Gorgeous Femmie performa em homenagem a um dançarino esfaqueado após uma batalha de voguing, de Jutharat Pinyodoonyachet. (Luara Calvi Anic)
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Livro inédito de Carolina Maria de Jesus
A autora de “Quarto de Despejo” narra neste romance os impactos da desigualdade social que atravessa a história de amor e desilusão entre dois jovens, numa reflexão sobre a liberdade. Uma das mais importantes escritoras brasileiras, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) possui uma vasta produção literária ainda não publicada. Escrito na década de 1950, “O Escravo” foi extraído diretamente de seu manuscrito original. (Leonardo Neiva)
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Livro de cineasta simboliza morte da mulher “boa”
Romance de estreia da cineasta paranaense Ana Johann, "História Para Matar a Mulher Boa", pela editora Nós, propõe a morte simbólica de uma mulher comum, que só é considerada "boa" por colocar sempre à frente as necessidades alheias — as do marido abusivo, da filha pequena, dos pais que a criaram num ambiente conservador. Nessa jornada em busca de si mesma, a protagonista questiona sua história para renascer mais consciente de seus desejos. (Dolores Orosco)
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A cozinha mágica dos vegetais para crianças em “Primeiro Nutrir”
A introdução alimentar de uma criança pode ser tão emocionante quanto aterrorizante. A chef, professora e consultora Patrícia Helú, autora de "Divina Alquimia" (Companhia de Mesa, 2021), compartilha sua experiência e receitas como a dos dadinhos de arroz e coco, a do pesto cremoso de brócolis e leites vegetais de todo tipo no livro lançado pela Companhia de Mesa. Um compilado de pratos sem carne fáceis e práticos que podem capturar o gosto de toda a família. (Isabelle Moreira Lima)
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“Não Trocaria a Minha Jornada por Nada”, de Maya Angelou
O livro da poeta e escritora norte-americana lançado neste ano pela Nova Fronteira é uma daquelas edições fininhas para ler numa tacada só. Mas também é daqueles que marcam, ressoam. Na obra, por meio de breves ensaios, Angelou (1928-2014) nos dá sábios conselhos de vida falando sobre temas como o trabalho "implacável e infinito" de ser uma mulher, racismo, intolerância, fé, opressão e caridade. (Ana Elisa Faria)
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A reedição de “Em Busca do Prato Perfeito”, de Anthony Bourdain
Ele virou best-seller ao lançar “Cozinha Confidencial” (2016), em que contou segredos e podres das cozinhas de restaurantes, mas foi como viajante de apetite aventureiro que Anthony Bourdain firmou sua personalidade de hedonista profissional e leitor de almas. A Companhia de Mesa acaba de reeditar “Em Busca do Prato Perfeito”, um dos livros mais deliciosos de viagem e que fornece de brinde uma aula de escrita para os amantes deste gênero e da literatura sobre comida. (Isabelle Moreira Lima)
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“A Segunda Mãe”, de Karin Hueck
Parece que já temos o livro viciante da estação e é este romance editado pela Todavia. Na trama, o casamento entre duas mulheres que esperam o segundo filho está em crise. Como se não bastasse a uma boa história, ainda há um elemento de distopia, um spoiler que ninguém quer contar, e não sou eu que vou atirar esta pedra aqui. Hueck, que já havia lançado infantis e não ficção, como “O Lado Sombrio dos Contos de Fadas” (HarperCollins, 2023), estreia agora na ficção para adultos. (Isabelle Moreira Lima)
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Os livros infantis do selo Baião e de Maurice Sendak
É um bom momento para a literatura infantil no Brasil. Acabam de chegar às livrarias os primeiros volumes do novo Baião, selo infantil da Todavia, que traz o belíssimo “Boa Noite, Bo”, das norueguesas Kjersti Annesdatter Skomsvold e Mari Kanstad Johnsen, além do sensível “A Menina dos Cabelos d’Água”, de Sidnei Nogueira. Está de volta também o clássico do gênio Maurice Sendak, “Onde Vivem os Monstros”, agora com a Companhia das Letrinhas, com a promessa de novos títulos do autor em 2024. (Isabelle Moreira Lima)
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Martin Scorsese fala sobre mortalidade, solidão e Marvel
Aos 80 anos, Martin Scorsese sabe que não tem muito tempo. Em entrevista à GQ norte-americana, o diretor de cinema, que se prepara para lançar seu novo filme “Assassinos da Lua das Flores”, fala sobre mortalidade, solidão e sua carreira em Hollywood. Sempre sincero, revela que jamais se sentiu parte da Academia e dá sua opinião sobre a fórmula Marvel: para ele, parecem ser feitas por Inteligência Artificial. (Daniel Vila Nova)
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Um relato de uma prisioneira da Guerra do Paraguai
“No 25 de dezembro as senhoras destinadas a morrer de fome por ordem de López foram libertadas pelo Exército brasileiro. Eu sou uma delas; vivo e escrevo”, diz o relato que abre “Memórias de Dorothée Duprat de Lasserre: Relato de uma prisioneira na Guerra do Paraguai (1870)”, livro que comemora 20 títulos lançados pela editora Chão, especializada em não ficção histórica. Neste, as dificuldades de viver numa espécie de campo de concentração itinerante de mulheres. (Isabelle Moreira Lima)
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A religião que transforma o crime em “A Fé e o Fuzil”
Recusando estereótipos, o jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso lança, pela Todavia, o livro que é um estudo sobre como as religiões evangélicas modificaram o panorama do crime no Brasil nas últimas décadas. Com depoimentos de ex-criminosos que mudaram suas vidas a partir da religião, o autor mostra como o crescimento desses grupos tem impacto profundo numa população exposta a diversas violências. (Leonardo Neiva)
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A classe média da música pop
O que acontece quando um popstar não é lá tão popular? É com essa pergunta que o New York Times investiga a “classe média da música pop”. Ao citar nomes como Carly Rae Jepsen, Kim Petras e Troye Sivan, o jornal analisa a trajetória de artistas que, apesar de não lotarem estádios, se comportam como estrelas. “Para eles, ser um popstar não é uma questão comercial, mas uma estética e uma sonoridade”, afirma a colunista Shaad D'Souza. (Daniel Vila Nova)
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Um relato pessoal sobre o golpe do Chile
Após o golpe militar no Chile, em 1973, cerca de 800 pessoas se refugiaram na Embaixada da Argentina em Santiago. A socióloga brasileira Elisabeth Vargas, que estudava e atuava como militante na época, foi uma delas. No forte depoimento “A resistência do colchonete”, para a revista Quatro Cinco Um, ela relembra como foi presa e solta de forma improvável e a tensa espera na Embaixada, em que até compartilhar colchonetes era um desafio. (Leonardo Neiva)
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“Bioy & Borges”, uma história de amizade e literatura
Além de dois dos maiores expoentes da literatura latino-americana, Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares também foram grandes amigos. Para narrar de forma literária essa relação, a Companhia das Letras reúne em “Bioy & Borges” toda a obra escrita em colaboração entre os dois autores. São mais de 500 páginas com os romances, contos, crônicas e textos esparsos que os argentinos escreveram juntos durante meio século. (Leonardo Neiva)
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O depoimento do filho de Mãe Bernadete
Uma saga de ódio tenta calar as lutas históricas de minorias no Brasil. Mãe Bernadete, que foi brutalmente assassinada com 22 tiros em sua casa, no Quilombo Pitanga de Palmares, na Bahia, era o símbolo de liderança pelos direitos humanos na luta quilombola. Em depoimento emocionado para a revista Piauí, Jurandir, filho de Bernadete, relata os acontecimentos daquela noite e seus medos. "Minha mãe partiu fisicamente, mas deixou um legado muito grande." (Emilly Gondim)
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O legado de Léa Garcia
Umas das primeiras mulheres negras da tevê brasileira e nome fundamental da arte antirascista, Léa Garcia, que morreu em 15 de agosto, aos 90 anos, deixou um imenso legado representativo às novas gerações de artistas pretos. Nos últimos dias, a atriz ganhou textos-homenagens à sua carreira, como no Portal Geledés, no Alma Preta e na coluna de Tom Farias, na Folha, além de um programa especial no Globo Play. Vale ler e assistir. (Ana Elisa Faria)
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A gênese do preconceito contra o Nordeste na Piauí
“Mas você não tem cara de nordestino!”, ouviu o jornalista natalense Octavio Santiago ao ajudar uma senhora brasileira em Portugal. E é com essa anedota que ele explica e reconta o preconceito enfrentado pelo Nordeste, que segundo sua pesquisa de doutorado completa exatos cem anos, desde que uma série de reportagens foi publicada no Estado de S. Paulo sobre “a terra do sofrimento”, que é também uma “Babel de sangue deprimida”, de onde saem “esquálidos retirantes”. Vai de 1923 até hoje, com o governador de MG, Romeu Zema. (Isabelle Moreira Lima)
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Um guia de SP como os de jornal, mas online
Os guias impressos sumiram, mas o Guia Orbit SP pode ser uma alternativa de atalho para escolher o que fazer entre as dezenas de opções de cultura e lazer que SP oferece. Há filtros por bairro, tipo de evento, custo do programa e datas. O Orbit oferece também um resumo breve de cada evento e as informações fundamentais. O perfil do Instagram e a newsletter recomendam gratuitamente os eventos da semana. (Emilly Gondim)
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50 anos da exuberância de Secos e Molhados
Em 1973, durante a ditadura militar brasileira, o grupo fez sucesso com Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad — todos com sangue latino. Agora, a nova edição de “Primavera nos Dentes: A História do Secos e Molhados” (2023) comemora o cinquentenário da banda. O escritor, Miguel de Almeida, evoca o sucesso que já fez o Maracanãzinho tremer e retrata a história de resistência do grupo contra a censura do governo. (Emilly Gondim)
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Uma revolta literária no centro do Brasil
Num matadouro isolado no Centro-Oeste do país, três abatedores e uma secretária planejam um crime. É em meio a um cenário desesperador, em que uma multidão se vê obrigada a se alimentar com ossos distribuídos como presentes de Natal, que se passa o livro “Onde Pastam os Minotauros” (Todavia, 2023). Na obra já bem elogiada, Joca Reiners Terron (“O Riso dos Ratos”) desenha uma alegórica revolta dos oprimidos contra a tirania do capital. (Leonardo Neiva)
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O inédito trajeto da velejadora Tamara Klink
Com 24 anos, Tamara Klink se tornou a pessoa mais jovem do Brasil a cruzar sozinha o Atlântico. Foi em plena pandemia, em 2021, que a filha do lendário navegador Amyr Klink partiu da França em seu barco Sardinha rumo à costa do Brasil. No livro "Nós" (Companhia das Letras, 2023), ela relata as vitórias e fracassos que viveu nesse longo, solitário e perigoso trajeto, acompanhado à distância nas redes pela família e por admiradores. (Leonardo Neiva)
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Um livro sobre o ato criativo
O americano Rick Rubin, produtor de álbuns dos Beastie Boys, Public Enemy, The Smashing Pumpkins e outros grandes nomes dos anos 1980 e 90, repousa sua barbona característica para escrever “O Ato Criativo: Uma forma de ser” (Sextante, 2023). Há ali inspiração para botar ideias em prática e desconstruções de regras associadas a um pseudo dom de artista. "A criatividade é um aspecto fundamental do ser humano. É um direito nosso de nascença", escreve. (Luara Calvi Anic)
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A alteridade na nova Granta em português
O “outro” é o tema da nova edição em português da revista britânica de literatura Granta, que acaba de ser lançada no país pela Tinta da China Brasil. A revista traz um trecho de “Still Pictures”, livro póstumo de Janet Malcolm, sobre sua origem tcheca e situação de imigrante. Outros destaques são contos e ensaios de Isabela Figueiredo, Natércia Pontes, Ali Smith e Aparecida Vilaça. (Isabelle Moreira Lima)
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Ensaios inéditos de Anne Carson
Na nova coletânea “Sobre Aquilo em que Eu Mais Penso” (Ed. 34, 2023), a escritora canadense, autora de “Eros, o Doce-Amargo”, transita pela prosa e pela poesia. Organizada por Danilo Hora e Sofia Nestrovski, que também a traduz, a obra reúne 11 ensaios de Carson inéditos no Brasil. Seu olhar investigativo e sensível aproxima figuras aparentemente distantes, como Homero e Elizabeth Bishop, dissolvendo as fronteiras que separam criação, crítica e tradução. (Leonardo Neiva)
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O homem branco em desalento
Um homem branco, intelectualizado, paulistano e detentor dos privilégios de sua classe descobre uma doença terminal aos 40 anos, ao mesmo tempo em que vê o país se esfacelar. É esse o ponto de partida de “O seu Terrível Abraço” (Todavia, 2023), novo livro de Tiago Ferro, autor de “O Pai da Menina Morta”, pelo qual levou os prêmios São Paulo e Jabuti. O novo romance tem aspectos de ensaio, fabulação e comentário político, além de uma boa dose de ensaio pessoal. (Isabelle Moreira Lima)
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Os últimos contos de Tchékhov
Ao tratar de assuntos cotidianos e pouco espetaculares, os contos do russo Anton Tchékhov (1860-1904), um dos maiores autores da literatura mundial, são primores de condensação e profundidade psicológica. O volume “Últimos Contos” (Todavia, 2023) reúne algumas das derradeiras histórias que produziu em vida, como “A Dama do Cachorrinho” e “A Noiva”, estrelando servos, nobreza e burguesia em meio ao caldeirão social que a Rússia vivia. (Leonardo Neiva)
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Novas edições e ficção celebram a escrita de Sylvia Plath
Nos 60 anos de sua morte, Sylvia Plath vem recebendo homenagens à altura do status como uma das vozes mais importantes da literatura no século 20. Além da “Poesia Reunida”, volume que integra dois livros da autora, e “Euforia”, ficção de Elin Cullhed que recria o último ano de vida de Plath, ambos pela Companhia das Letras, a Biblioteca Azul lança em julho uma edição ilustrada de “A Redoma de Vidro”, seu único romance. (Leonardo Neiva)
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Um depoimento sobre desistir da política
Numa sociedade em que o termo resiliência é mais e mais usado, desistir não é das palavras mais celebradas. Na revista piauí, a ex-deputada federal Áurea Carolina conta em depoimento sincero como e por que não buscou a reeleição. O título já diz muito sobre que peso a política ganhou para ela nos últimos anos: “Acabou o mandato, e comemorei como Galvão Bueno na Copa de 94”. (Isabelle Moreira Lima)
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Língua portuguesa, escrita e edição
Durante seis anos, a editora Vanessa Ferrari foi coletando uma série de impressões sobre a escrita a partir de originais que recebia para publicação. Em “O Lugar das Palavras” (Moinhos, 2023), ela revela segredos do ofício e lista cinco tipos distintos de narrador, assim como frases prontas e as armadilhas estilísticas dos primeiros rascunhos. Uma leitura rica para escritores e quem quer seguir carreira como editor. (Leonardo Neiva)
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O retorno de HQs clássicas e esquecidas por anos
O soturno detetive Spirit, criado em 1940 pelo célebre quadrinista Will Eisner, volta a ter nove histórias publicadas no Brasil — a obra não aparecia por aqui desde 1997. Para comemorar oito décadas do personagem, a editora JBraga lançou uma edição especial. Outro clássico a retornar ao país é a HQ "Little Nemo" (1905), de Winsor McCay, pela Figura. A Folha lista publicações que ficaram esquecidas e regressam agora ao país. (Ana Elisa Faria)
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Contos de Murakami
Reflexões e memórias de Haruki Murakami, maior escritor da literatura japonesa contemporânea, permeiam os contos da coletânea “Primeira Pessoa do Singular”, lançada pela Alfaguara agora no Brasil. São oito histórias de amor, melancolia e solidão narradas em primeira pessoa e cortadas por suas habituais obsessões (Beatles, jazz, beisebol, etc.). Murakami é também autor de “Norwegian Wood” (1987) e de “Kafka à Beira Mar” (2002). (Isabelle Moreira Lima)
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Uma investigação sobre gênero
“Não quero ser menina. Também não quero ser menino. Tudo o que eu quero é ser eu”, diz Maia Kobabe que ilustra sua vida e a confusão de perceber-se queer e não saber exatamente como. Tudo isso está na maravilhosa graphic novel “Gênero Queer: Memórias”, que acaba de ser lançada no Brasil pela Tinta da China. Além de sincera e delicada, é uma aula sobre a diversidade LGBTQIA+ preparada com a coragem de quem não foge de nenhum assunto. (Isabelle Moreira Lima)
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O revisionismo em livros de Monteiro Lobato a Agatha Christie
A revisão de obras clássicas de autores conhecidos mundo afora vem dando o que falar. Com mudanças de termos como “gordo”, que virou “enorme”, e “fêmea”, que se tornou “mulher”, a maioria das alterações exclui trechos considerados preconceituosos ou ofensivos aos leitores atuais. A história, explorada em reportagem da Folha, aprofunda toda a discussão em torno da tendência do revisionismo literário. (Leonardo Neiva)
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Uma entrevista definitiva com a Rita Lee dos anos 1980
“‘Mania de Você’ foi um fundo musical para uma situação de profundo tesão, de amor às últimas consequências”, contou Rita Lee ao jornalista Geraldo Mayrink em 1981 em uma das duas longas sessões de entrevistas que renderam este texto na Playboy. Ela fala das críticas que enfrentou, das tragédias que viveu e de ter finalmente o país inteiro apaixonado por ela. A conversa resume a personalidade livre, inteligente e artística da cantora e emociona ao oferecer um outro tipo de visão sobre o mundo. (Isabelle Moreira Lima)
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As andanças de Vivian Gornick em novo livro
Com seus passeios pelas ruas de Manhattan, a escritora e crítica estadunidense traça um mapa de ritmos, encontros casuais e amizades que compõem a vida em Nova York. Autora de “Afetos Ferozes” (Todavia, 2019), eleito pelo New York Times o melhor livro de memórias dos últimos 50 anos, em “Uma Mulher Singular” (idem, 2023) ela traça um autorretrato impactante, que vai de sua atração pela solidão até o que significa ser uma intelectual feminista num mundo hostil para mulheres. (Leonardo Neiva)
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O racismo na seleção para emprego
Uma pesquisa conduzida durante dois anos em países europeus onde a foto costuma ser incluída no currículo concluiu que a cor da pele pode interferir nas chances de uma contratação. Novos imigrantes de primeira e segunda geração estão entre os mais discriminados e são vistos como grupo social crucial para a sobrevivência econômica da Europa. O estudo, publicado na revista da Universidade de Oxford, é tema de reportagem de Michele Oliveira na Folha de S.Paulo. (Isabelle Moreira Lima)
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Um perfil de Annie Ernaux por Rachel Cusk
De escritora para escritora, a britânica da trilogia “Esboço” (Todavia, 2019) publicou na New York Times Magazine um artigo onde explora a intersecção entre sua vida e a literatura de Ernaux. Com um título que atribui à francesa ganhadora do Nobel a quebra de tabus na escrita feminina, Cusk relembra um encontro entre as duas, explora os elementos chocantes da literatura de Ernaux, a dolorosa honestidade de seus livros e a fragilidade do corpo sobre o qual a autora construiu seu império. (Leonardo Neiva)
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Os cartuns de Pedro Vinicio
“É tanta coisa pra eu fazer que eu nem sei por onde eu começo a desistir”, “Alcancei o equilíbrio entre corpo e mente, ambos exaustos”, e “Se a vida te derrubar, aproveite e durma” são algumas frases do artista pernambucano Pedro Vinicio, que viralizou em 2020 com as frases e desenhos expressivos. “Pedro Vinicio: Tirando tudo tá tudo bem” (Editora Cobogó, 2023) reúne 99 de seus cartuns, que falam sobre ansiedade, indecisão e procrastinação. (Andressa Algave)
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Trabalhadores explorados em agências publicitárias
Giovana Madalosso narra, na Folha de S.Paulo, o cotidiano degradante do trabalho em agências de publicidade badaladas da capital paulista. No texto, a escritora, autora de "Suíte Tóquio" (Todavia, 2020), compartilha abusos que viveu e presenciou no tempo em que atuou como redatora. Um bom exemplo é a banalidade da combinação de Rivotril e energético para fazer com que os profissionais da área trabalhem 18 horas por dia. (Ana Elisa Faria)
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Moda, classe e “The Nanny”
Os amantes de comédia que assistiram à televisão dos anos 1990 não devem ter passado batido por Nanny Fine, a personagem fanha de Fran Drescher em “The Nanny”. Pois eis que sua verve fashionista é enfim reconhecida pela internet e é central neste texto da escritora Clara Drummond. Em tempos de “Succession” e em que se delira sobre como os ricos se vestem, Drummond analisa como o novo e o velho dinheiro estampam seu estilo. (Isabelle Moreira Lima)
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Um duro relato sobre violência doméstica
"Em casa, meu pai era um homem violento, espancador dos filhos e da esposa. Assisti a verdadeiras cenas de tortura". Com frases fortes como essas, a antropóloga e escritora Mirian Goldenberg descreve o cotidiano de violência doméstica em que cresceu. No texto, publicado na Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (19), a autora de livros como "A Invenção de uma Bela Velhice" compartilha a difícil história da sua família, que inclui, além de agressões de todos os tipos, alcoolismo, câncer e traições. (Ana Elisa Faria)
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Poemas que são filmes e viraram quadros
Em "La Ley del Deseo y Otras Películas" (Corsário Satã, 2023), Fabrício Corsaletti traz um poema para cada filme de Pedro Almodóvar. "Volver", "Carne Trêmula", "Madres Paralelas", estão todos lá. O curioso é que ele não para aí. Lança o livro neste sábado (15), das 15h às 20h, junto a uma exposição de 70 pinturas organizadas em séries que também falam dos filmes do espanhol, dos chamados "Bares Mentais" e das "Quase Casas" no Galpão Cru, em São Paulo. A curadoria é de Diego Matos. (Isabelle Moreira Lima)
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As dinâmicas familiares em livro de Jonathan Franzen
Quem é fã de livros como "As Correções" e "Pureza" já tem bons motivos para ficar animado. O cultuado escritor norte-americano Jonathan Franzen está de volta em "Encruzilhadas", novo romance em pré-venda pela Companhia das Letras, com tradução de Jorio Dauster. Na trama, o autor, conhecido por seus estudos aprofundados de personagens, mostra como, ao longo de um único dia na década de 1970, os membros de uma típica família americana criam e mantêm suas prisões particulares. (Leonardo Neiva)
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Jia Tolentino escreve sobre a Era Ozempic
Mesmo que você nunca tenha usado Ozempic, já deve ter ouvido falar na droga para diabetes que tem sido aplicada para a obesidade e se tornou uma febre entre quem busca emagrecer. Num artigo para a revista norte-americana New Yorker, a jornalista e escritora Jia Tolentino (“Falso Espelho”) analisa a influência do produto, que, segundo ela, pode mudar a visão sobre o que significa ser gordo ou magro e esclarecer que apetite e metabolismo não são escolhas, mas fatores biológicos. (Leonardo Neiva)
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Um ensaio biográfico sensível de um filho sobre o pai
“Como se narra a vida de um homem comum?”, questiona José Henrique Bortoluci em “O que é meu” (Ed. Fósforo), que será lançado no próximo dia 22. Professor de sociologia, ele relata em seu livro de estreia a história do pai, José, caminhoneiro durante 50 anos e diagnosticado com um câncer em 2020. Entre memórias e registros escassos, também percorre a história recente do país. Trechos da obras podem ser lidos no Nexo e na revista Piauí. (Amauri Arrais)
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Livro adentra mente da vencedora do Nobel Olga Tokarczuk
Se você ainda não conhece a obra da escritora polonesa, pode ser um bom momento para apreciar a estranheza de livros como “Sobre os Ossos dos Mortos” e “Correntes”. Ou então mergulhar de uma vez na mente da autora no lançamento “Escrever É Muito Perigoso” (Todavia, 2023). Em 12 ensaios e conferências, uma das mais reconhecidas ficcionistas da atualidade compartilha seu processo criativo e visão de mundo. (Leonardo Neiva)
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A vida de Che Guevara em quadrinhos
Um dos mais emblemáticos personagens do século 20 tem sua história destrinchada no romance gráfico do jornalista norte-americano Jon Lee Anderson e do quadrinista mexicano José Hernández. Tudo começa em Buenos Aires, em 1953, quando Che se forma em medicina. Em suas 440 páginas, divididas em três partes, "Che: Uma Vida Revolucionária" (Cia das Letras, 2023) relata os detalhes históricos e pessoais do personagem. (Manuela Stelzer)
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Uma excelente leva de newsletters
Boas reflexões e dicas sobre cultura e comportamento na sua caixa de email é o que prometem quatro incríveis newsletters feitas por jornalistas experientes e bons de texto: de Marie Kondo a panquecas, Heloisa Lupinacci, especialista em cervejas, escreve sobre o cotidiano em Caracteres com Espaço; Gaía Passareli sobre as ansiedades de todos nós em Tá Todo Mundo Tentando; Guilherme Werneck dá dicas incríveis de arte e cultura em Ladrilho Hidráulico e Tércio Silveira lê trechos de livros que valem a pena na Forno a Letra. (Isabelle Moreira Lima)
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Beth Carvalho em dose dupla
Para os fãs da cantora, vale a leitura de "Beth Carvalho: De pé no chão" (Cobogó, 2022), que analisa, investiga e relata a história do pagode como movimento cultural, a partir do álbum homônimo. É o disco que marca a segunda metade do "século do samba" e abre portas para a reinvenção do gênero. Além dele, o filme "Andança: Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho", dirigido por Pedro Bronz e feito a partir de filmagens amadoras da cantora, rememora sua trajetória e parceria com grandes nomes da música. (Manuela Stelzer)
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A difícil realidade de quem pega transporte público no Brasil
Já teve aquela sensação de estar perdendo parte importante da vida indo e voltando todos os dias do trabalho? A revista Piauí mostra que a impressão pode ser 100% verdadeira, principalmente se você usa o transporte público em alguma capital brasileira. Com base em dados do app Moovit, a publicação usa ilustrações para apontar algumas realidades preocupantes, como a defasagem dos veículos pelo país e o fato de muita gente passar mais de dez dias por ano no transporte. (Leonardo Neiva)
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Salman Rushdie fala após ataque
Seis meses após o atentado a faca que tirou parte da sua visão e quase paralisou sua mão direita, o escritor Salman Rushdie revela à revista “New Yorker” que sofre de estresse pós-traumático e tem encontrado dificuldade para voltar a escrever. O autor de “Os Versos Satânicos” e “Os Filhos da Meia-Noite”, porém, não quer ser visto como vítima. Seu novo romance, “Victory City”, pronto desde antes do incidente, começa a ser vendido nesta semana pelo mundo. (Leonardo Neiva)
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Tom Verlaine pelos olhos de Patti Smith, na New Yorker
Intitulado "Ele era Tom Verlaine", Smith homenageia seu grande amigo, morto em 28/1. Ícones da cultura do final do século 20, se conheceram em 1973 e dividiram interesses. Ela relata com detalhes a primeira vez que o viu se apresentar, em abril do ano seguinte. "O que vimos naquela noite foi familiar, nosso futuro, uma fusão perfeita entre poesia e rock’n’roll. Enquanto via Tom tocar, pensei: Se eu fosse um menino, teria sido ele", escreveu. (Manuela Stelzer)
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Um robô é capaz de substituir um escritor?
Esse é um dos principais dilemas surgidos com ferramentas como o ChatGPT, que usa inteligência artificial para responder perguntas e criar textos de todos os tipos, como mostra este texto do Nexo. Num curioso bate-papo com o chat para a Folha, o autor Joca Reiners Terron (“O Riso dos Ratos”) conclui que o escritor digital é capaz de emular nomes como Shakespeare e James Joyce, mas passa longe de escrever bem. (Leonardo Neiva)
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A história do “bad boy” do xadrez, com fama de trapaceiro
Você já deve ter ouvido falar das acusações sobre um jogador de xadrez que teria usado um plug anal para trapacear e derrotar o melhor enxadrista do mundo. Pois o norte-americano Hans Niemann ganhou uma reportagem completa no New York Times, traduzida pela Folha, explorando sua trajetória incomum, as falcatruas que cometeu no passado e a polêmica atual, que está longe de acabar. Apelidado de "bad boy", ele até já entrou com um processo multimilionário por difamação. (Leonardo Neiva)
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Todos os romances de Luis Fernando Veríssimo
O autor é mais conhecido pelas crônicas, que chegaram à TV Globo com um elenco genial em "A Comédia da Vida Privada" (1995-1997). Mas seu humor fino e irônico também está impresso em seis romances policiais, que agora foram embalados por uma caixa pela Companhia das Letras. Entre eles, está "O Clube dos Anjos", que une piadas a mistério para falar do pecado da gula. (Isabelle Moreira Lima)
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Um livro de contos sobre mulheres para mulheres
Trinta histórias protagonizadas por mulheres com tudo e nada em comum. Essa é a ideia de “Rugido” (Harper Collins, 2022), livro da irlandesa Cecelia Ahern. Nascidos de ditados populares, cada conto usa o realismo mágico para exagerar situações de constrangimentos e desejos rotineiros, com as quais muitas mulheres podem se identificar. A obra virou série, com Nicole Kidman, Cynthia Erivo e Alison Brie. (Leonardo Neiva)
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O novo livro de contos de Camila Sosa Villada
Após o poético “O Parque das Irmãs Magníficas”, baseado nas vivências da autora junto ao grupo de travestis com quem trabalhava na noite de Córdoba, Villada lança “Sou uma Tola por te Querer” (Tusquets, 2022). Composto por nove histórias com personagens extravagantes e profundamente humanos, o livro brinca com os limites entre magia e realidade, em textos em que a autora, que esteve na Flip, deixa fagulhas de sua existência travesti. (Leonardo Neiva)
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Revista Tartaruga, para curtir com as crianças
Se você lamenta por seus filhos não conhecerem aquela deliciosa sensação de sentar e ler uma revista impressa, há solução para isso. A revista Tartaruga, criada pela designer Beatriz Tati Nóbrega, acaba de ser lançada e propõe brincadeiras, receitas e reflexões para crianças e adultos. Fora o design caprichadíssimo e colorido, que rendeu à publicação o troféu de bronze na categoria Craft for Design, do Brasil Design Award 2022, importante premiação da área. À venda no chopchop.biabum.com. (Luara Calvi Anic)
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O novo romance de Luiz Ruffato
O autor de “Eles Eram Muitos Cavalos” está de volta com "O Antigo Futuro” (Companhia das Letras, 2022). Especializado em narrativas urbanas envolvendo trabalhadores de classe média baixa, aqui ele registra em sua prosa característica a história de um brasileiro que, após uma tragédia, vai viver uma vida de exploração nos EUA. A saga de um personagem que reflete também a complexidade do que é nascer e ser brasileiro. (Leonardo Neiva)
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A linguagem kaiowá traduzida para o português
Apoiado pelo projeto Rumos Itaú Cultural e idealizado pela professora de história indígena Graciela Chamorro, o primeiro dicionário kaiowá-português já está disponível online no site da editora Javali. O dicionário conta com 6 mil verbetes, ilustrações da artista kaiowá Misael Concianza, fotos e depoimentos de colaboradores indígenas. A versão impressa deve ser lançada em 2023, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. (Andressa Algave)
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Um relato emocionante dos irmãos Campana
Referência mundial em design de mobiliário, a dupla Irmãos Campana se desfez de forma definitiva a morte de Fernando, em 16 de novembro. Relembrando a trajetória e a relação com o irmão, de quem era íntimo, Humberto escreve à Folha sobre sua vida e morte. “O Fernando escolheu ir embora nessa hora porque o país ficou muito chato”, diz sobre o estado de espírito do familiar pouco antes de sua partida. (Leonardo Neiva)
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‘Pele Alvo’, estudo sobre a violência policial contra pessoas negras
O estudo da Rede de Observatórios de Segurança monitorou sete estados do Brasil com dados das secretarias de segurança obtidos pela Lei de Acesso à Informação. A pesquisa apontou que uma pessoa negra é morta pela polícia a cada nove horas no Rio de Janeiro, que todos os mortos em operações em Recife são negros e que o Maranhão oculta dados sobre a cor dos mortos pelos militares. O estudo completo está disponível gratuitamente. (Andressa Algave)
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Novo livro do provocador Michel Houellebecq
Um dos mais famosos e controversos escritores da atualidade está de volta com “Aniquilar” (Cia. das Letras, 2022). Em seu novo livro, o autor de “Submissão” (Cia. das Letras, 2015) cria um thriller que vai da sátira política ao drama familiar. Às voltas com uma campanha presidencial e tendo que lidar com um grupo terrorista, o protagonista é um funcionário do governo francês que precisa retornar ao seio familiar, numa trama irônica sobre o peso da morte e a redenção do amor. (Leonardo Neiva)
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Luto familiar no romance de estreia de Thiago Camelo
Em “Dia Um” (Companhia das Letras, 2022), o autor de “Descalço nos Trópicos sobre Pedras Portuguesas” (Nós, 2017) narra um acontecimento traumático que impacta para sempre a vida do narrador e de sua família. Ao explorar a infiltração do luto e da depressão por entre as brechas nos laços de amor e afeto, o poeta, irmão do líder dos Los Hermanos, tem estreia promissora na prosa. (Leonardo Neiva)
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Um guia bem visual para saber tudo sobre cerveja
Se você gosta de tomar uma gelada mas se perdeu na revolução cervejeira, fica confuso sobre os estilos e escolas da bebida, não se preocupe, chegou um manual perfeito para iluminar sua sede. "O Livro da Cerveja" (Intrínseca, 2022) chega às livrarias na trilha do clássico de vinho "Wine Folly" (idem, 2016), que desenha para quem não entendeu. O mérito aqui é de Francesca Sanci, sommelière, e dos designers Renata Steffen e Alexandre Lucas. (Isabelle Moreira Lima)
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Ancestralidade sul-americana no novo livro de Carola Saavedra
“O Manto da Noite” (Companhia das Letras, 2022) toca na ancestralidade indígena e na história violenta que circunda o continente. A autora de “Flores Azuis” traça uma viagem pela Cordilheira sul-americana, em que identidade e ancestralidade se confundem. Uma história em que “nada é somente o que diz ser”, nas palavras da também escritora Natalia Borges Polesso. (Leonardo Neiva)
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O melhor do horror nacional para o Dia das Bruxas
Para celebrar este Dia das Bruxas, nada melhor do que ler alguns dos melhores contos de horror com um tempero tipicamente brasileiro. A coletânea “Tênebra” (Fósforo, 2022) reúne justamente uma série de exemplares do gênero escritos no século 19, com organização de Júlio França e Oscar Nestarez. Um livro que mostra que o horror e a ficção gótica da época vão muito além do “Noite na Taverna”, de Álvares de Azevedo. (Leonardo Neiva)
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Uma newsletter para loucos por comida
As últimas tendências e as polêmicas do mundo da comida, além de boas histórias e descobertas estão na newsletter semanal Ao Ponto, do jornalista Rafael Tonon, autor de "As Revoluções da Comida" (Todavia). Além de trazer links das reportagens e entrevistas que produz, ele faz uma curadoria de publicações internacionais. Junto a Prato Feito, de Matheus Habib, e a de receitas de Lenna Mattar, é um banquete para foodies de todas as vertentes. (Isabelle Moreira Lima)
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Granta especial sobre a Rússia
A literatura russa é capaz de iluminar aspectos da Rússia hoje? Os editores da Granta estão certos que sim. Há, no lançamento, textos de russos como Tatiana Tolstaya e Ludmila Ulitskaya, e os de outras origens e gerações, como a carioca Clara Drummond, que conta uma história de amor entre Moscou e SP; e o jornalista português José Pacheco Pereira, que cobre a região. Além de fotos de Mario Restiffe e Mariana Viegas que dão frio só de ver. (Luara Calvi Anic)
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Traumas globais e pessoais em novo livro de Ian McEwan
Aos 11 anos, Roland, personagem central de "Lições" (Cia. das Letras, 568 págs, R$ 119,90) novo livro do escritor inglês, é abusado por sua professora de piano. Na vida adulta, sua esposa abandona a família deixando a criação da filha a cargo do pai. Ao longo dos anos – enquanto acompanhamos o desastre de Chernobil, o 11/9 e a pandemia da covid-19 – sua ex se torna uma escritora premiada. Enquanto Roland segue a vida de maneira apática, tentando decifrar a influência dessas mulheres sobre a sua história. (Luara Calvi Anic)
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Nova tradução de Annie Ernaux
A vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2022, a francesa Annie Ernaux, acaba de ganhar uma tradução de "A Vergonha" (1997), pela Fósforo. Seguindo a autoficção, que a acompanha em livros como "O Acontecimento", que narra sua experiência com o aborto, nesse livro ela investiga com a precisão característica o contexto social e as transformações vivenciadas ao presenciar, aos 12 anos, um episódio de violência doméstica em sua casa. (Luara Calvi Anic)
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Nexo com acesso livre nas eleições
Todo o conteúdo do jornal relacionado à temática foi liberado sem restrições de acesso. Vídeos, reportagens, gráficos e textos analíticos sobre as eleições podem ser consultados de forma livre e gratuita no site, a exemplo desta sobre como a abstenção do eleitor pode afetar a disputa presidencial. A cobertura especializada do Nexo está concentrada nesta página e segue o manifesto: “Opiniões não mudam fatos, mas fatos mudam opiniões”. (Manuela Stelzer)
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Bilionário doa marca Patagonia para proteger meio ambiente
Yvon Chouinard, fundador da marca de roupas esportivas avaliada em US$ 3 bilhões, decidiu que tudo vai para um fundo e uma organização de combate às mudanças climáticas. A reportagem do NYT conta a trajetória desse alpinista de 83 anos, considerado excêntrico por seu estilo de vida incomum para um bilionário, e os caminhos de sua escolha. A família pagará US$ 17,5 milhões em impostos e não obteve incentivo fiscal. (Luara Calvi Anic)
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O texto político de Antonio Prata
O humor do cronista Antonio Prata já é conhecido por quem lê seus textos no jornal Folha de S. Paulo aos domingos. Muitos deles falam, no entanto, de um assunto nada divertido, a crise política em que o Brasil se afundou. Esse material está reunido em "Por Quem as Panelas Batem", que acaba de ser lançado pela Companhia das Letras. Funciona como documento histórico e como mostrador do pêndulo que oscila entre a tristeza e o otimismo. (Isabelle Moreira Lima)
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A vida de repórter de Billy Wilder
Se você já conhece (e pira) no Billy Wilder diretor de clássicos como "Quanto mais quente melhor" (1959) e o magnífico "Crepúsculo dos Deuses" (1950), não perde por esperar ao conhecer a versão repórter deste gênio do século 20. Em "Billy Wilder: Um repórter em tempos loucos" (DBA, 2022) estão textos que falam sobre a busca de um otimista perfeito, trazem críticas à obras culturais da época e perfis de gente ordinária e extraordinária. (Isabelle Moreira Lima)
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A curiosa cozinha das fábulas
Tão antigo quanto as fábulas é o ato de cozinhar. Pensando nisso, a escritora e ilustradora Katia Canton reuniu 14 dessas histórias mais conhecidas e, para cada uma delas, uma receita para crianças. "A Galinha dos Ovos de Ouro" e Ovos mexidos com tomate e queijo; "A Raposa e As Uvas" e Doce de uva com chocolate. "A Cozinha Curiosa das Fábulas" (Companhia das Letrinhas, 104 págs., 2022) está em pré-venda no site da editora. (Ana Mosquera)
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Sobre a violência contra as mulheres
Como ela se instala em nossas mentes e que problemas falsamente diz resolver? Esta é a investigação da feminista e crítica literária Jacqueline Rose faz em “Sobre a Violência e Sobre a Violência contra as Mulheres”, lançado pela Fósforo. A partir de histórias, dados estatísticos e textos de nomes como Toni Morrison, Roxane Gay e Rosa Luxemburgo, a autora propõe um debate claro sobre a violência e como a escondemos de nós mesmos. (Manuela Stelzer)
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Fotógrafo retrata chefs em sua essência
Depois de muito spoiler, acaba de ser lançado "Chefs" (Editora Brasileira, 2022), em que o fotógrafo Paulo Vitale retrata cozinheiros em situações ousadas, mas alinhadas com sua trajetória e gastronomia. O catalão Oscar Bosch aparece com um polvo preso à cabeça, enquanto a ativista Paola Carosella empunha utensílios de cozinha no lugar do escudo e da espada de guerreira. São 51 profissionais retratados e, para cada um deles, uma receita. (Ana Mosquera)
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Feminismo, gênero e transexualidade na Folha
Por que uma ala do feminismo é contra a inclusão das lutas relacionadas às mulheres trans no movimento? Quando há uma divergência nos conceitos de identidade de gênero, sexualidade e do que é ser homem e mulher? Polêmicas envolvendo figuras como a escritora JK Rowling, acusada de transfobia, e a Suprema Corte americana, tornam essencial esse debate tão bem elucidado pela repórter Marina Lourenço, da Folha, que fala em seu texto das violências a que mulheres trans são submetidas. (Luara Calvi Anic)
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Nova biblioteca digital tem 15 mil livros gratuitos
A plataforma BibliON disponibiliza mais de 15 mil obras gratuitas para usuários cadastrados. Por meio do site ou aplicativo, é possível emprestar de clássicos a contemporâneos, em diversas línguas, incluindo audiolivros. No celular, no tablet ou no computador, dá para baixar as obras para ler offline, além de acessar uma programação cultural que reúne clubes de leitura e seminários. O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e da SP Leituras. (Ana Mosquera)
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Mais adultos diagnosticados com autismo
A comediante Hannah Gadsby, o ator Anthony Hopkins e a jornalista Amanda Ramalho são algumas das figuras públicas que olharam com mais cuidado para certas características próprias, como aversão a mudanças, rigidez comportamental, dificuldade de olhar outras pessoas nos olhos e hiperfoco. Diagnosticados tardiamente com autismo, eles fazem parte de um boom no número de casos em adultos. O Nexo traz dados e análises. (Manuela Stelzer)
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Uma fotobiografia que mostra a trajetória de Saramago
No ano do centenário do escritor português, o álbum biográfico "Saramago, os seus nomes" reúne trechos de livros, textos inéditos e imagens do acervo da Fundação José Saramago, conectando cidades, personagens e pessoas do convívio do Nobel de Literatura. Dividida em espaços/lugares, leituras/sentidos, escritas/criações e laços/pessoas, a obra acaba de ser lançada no Brasil pela Companhia das Letras. (Ana Mosquera)
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Todas as letras de Gilberto Gil
Com 80 anos recém completos, o ex-ministro da cultura e membro da Academia Brasileira de Letras tem seu conjunto extenso de canções (mais de 400 letras escritas em 60 anos de carreira) compilado em uma edição comemorativa de "Todas as Letras" (Cia das Letras). Com lançamento previsto para a próxima sexta-feira (8), o título tem organização de Carlos Rennó, ilustrações inéditas de Alberto Pitta e textos de Arnaldo Antunes e José Miguel Wisnik, além de centenas de comentários de Gil a respeito de suas composições. (Manuela Stelzer)
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Respostas para ajudar a comer (e viver) melhor
Sabe as dúvidas sobre comida que vez ou outra pairam sobre nossas cabeças? Do tipo: Café faz bem ou mal à saúde? Jejum intermitente vale a pena? Suco detox adianta alguma coisa? Pois o jornalista gastronômico Mark Bittman e o médico David L. Katz, da Universidade de Yale, se juntaram para listá-las e respondê-las da forma mais acessível possível no novo livro-entrevista "Comer o quê?" (Ed. Alaúde, 2022). (Isabelle Moreira Lima)
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Arautos do Evangelho contra-atacam
Desde que reportagem do Fantástico revelou abusos dentro das escolas do grupo religioso, o Arautos do Evangelho tornou-se alvo de denúncias de assédio e violações de direitos humanos. Agora, a organização partiu para processos por difamação contra pais de ex-integrantes. Uma reportagem do TAB UOL identificou ao menos 20 inquéritos por calúnia e difamação, e conversou com pais que de vítimas. Existe aé um ArautoLeaks. (Manuela Stelzer)
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Uma novela que grita “Abaixo o patriarcado!”
"Todos, todos os sadios prazeres da vida, enfim, são privilégios masculinos!", escreve Ercilia Nogueira Cobra, em "Virgindade Inútil" (Carambaia, 2022), que escreveu em 1927. Ela, que foi uma voz importante da literatura do início do século 20, mistura sátira, ficção e argumentação contra a dominação patriarcal. O cenário é um país chamado Bocolândia, onde se conserva um estado de estupidez. Em alguns momentos, soa como 2022. (Isabelle Moreira Lima)
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A newsletter de maternidade real
A ativista Anielle Franco, a jornalista Carol Pires e a podcaster Helen Ramos escrevem a newsletter Folga, em que refletem sobre os diversos tipos de maternidade: solo, política, atípica, múltipla, afetiva. Nos textos, o trio discorre a respeito de temas que vão de culpa materna – sempre ela – a autocuidado. Em algumas edições, há a participação de convidadas, como Giovanna Nader e Camila Fremder, que já compartilharam suas questões por lá. (Ana Elisa Faria)
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Uma dose de erotismo de Mário de Andrade
A obra deste autor é atravessada por uma inquietação em torno do sexo – e quem não é? Conhecida por seus trabalhos na área da sexualidade, a professora e crítica literária Eliane Robert Moraes se debruçou em pesquisas e organizou o título “Seleta erótica de Mário de Andrade”, uma antologia que busca contemplar os diversos gêneros e fases do escritor e a riqueza erótica de seus textos. Editado pela Ubu e com ilustrações de Julio Lapagesse. (Manuela Stelzer)
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A vingança surreal de um programador da CIA
Um vazamento massivo de dados secretos da C.I.A. Sabotagem? Terrorismo? Não. Uma reportagem da The New Yorker revela uma motivação banal: a raiva que um funcionário da agência sentia dos colegas de trabalho. Antes de se demitir, o programador Josh Schulte levou consigo informações sigilosas do governo americano. A reportagem detalha a vida do programador, sua trajetória na C.I.A. e o desenrolar do seu julgamento. (Daniel Vila Nova)
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Revista Morel, de pessoas e universos atemporais
Se a era do papel parece cada vez mais próxima do fim, a revista Morel é um libelo de resistência. Focada em literatura, fotografia e artes visuais, traz longos ensaios fotográficos, poemas narrativos, trechos de romances, cartuns, perfis, entrevistas, ficções. Na última edição, conta com Autumn Sonnichsen, que registra todas as idades de Maria Ribeiro, colunista da Gama. Há ainda uma prosa inédita de Xico Sá. Pode ser assinada. (Manuela Stelzer)
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Valter Hugo Mãe fala sobre seu novo livro
Em entrevista ao jornal O Globo, o escritor português conta sobre o livro “As Doenças do Brasil” (Biblioteca Azul, 2021), que se passa na Amazônia e coloca uma indígena no centro da narrativa. No papo, também comenta sobre o futuro do Brasil, os efeitos da colonização, a carreira e os próximos projetos. “É revoltante ver como é trágica a vida das comunidades originárias hoje, em 2022, e como isso depende exclusivamente de um pensamento ainda colonialista”, afirmou. (Manuela Stelzer)
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Paulo Gustavo genial na Piauí
"Ele tocou o interfone da minha casa, me fez descer, me pegou pela mão, me botou na rua e me arrastou para a vida." Exatos 12 meses após a morte do ator e humorista Paulo Gustavo por covid-19, o roteirista Fil Braz rememora os quase 30 anos a seu lado no relato "O Amigo Genial" à revista Piauí. Fil relembra a parceria desde a adolescência clubber em Niterói até os roteiros de sucesso, como o icônico "Minha Mãe é Uma Peça". (Ana Mosquera)
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Grandes frases no ‘Livro dos Amigos’
"A maior necessidade de um Estado é um governo corajoso". O inspirador aforismo de Goethe (1749-1832) e outros de nomes como Balzac, Voltaire, Kierkegaard, Schopenhauer estão em "O Livro dos Amigos", uma compilação de grandes frases feita pelo dramaturgo austríaco Hugo von Hofmannsthal e lindamente editada pela yiné (em capa dura e fitilho). Uma maravilha para ser folheado aleatoriamente e um presentaço para os amigos. (Isabelle Moreira Lima)
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A mitologia grega pelo olhar de suas mulheres
Na literatura da britânica Charlotte Higgins, a mitologia grega se torna uma longa tapeçaria tecida a muitas mãos. São elas e suas vozes correspondentes que ganham protagonismo em “Mitos Gregos” (Zahar, 2022), uma releitura de várias das histórias ancestrais sob a perspectiva das personagens femininas. Da deusa Atena à maga Circe, elas vão recriando contos de amor, aventura e magia tanto na posição de narradoras como de protagonistas. (Leonardo Neiva)
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O sabor ítalo-americano da cozinha de Stanley Tucci
Livros de memórias com receitas não são novidade, mas são (quase) sempre deliciosos. E é o que prometem os pratos que o ator Stanley Tucci, par de Meryl Streep em "Julie & Julia" e "O Diabo Veste Prada", ensina em "Sabor" (Intrínseca, 2022). Há as de família, como o ragu Tucci, com carne de boi e costela de porco cozidos lentamente; mas o mais legal é quando elas são narradas menos objetivamente, como sua versão do clássico carbonara. (Isabelle Moreira Lima)
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A desmobilização de entregadores promovida pelo Ifood
Uma reportagem da Agência Pública revelou um esquema de propaganda financiado pelo Ifood que teria como intenção sabotar o movimento de entregadores. Por meio de perfis falsos e agentes infiltrados, agências de publicidade produziam conteúdo que questionava as reivindicações políticas de parte desses trabalhadores. A investigação é assinada pela jornalista Clarissa Levy e pode ser lida no site da agência de notícias. (Daniel Vila Nova)
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‘Segunda Casa’, novo romance de Rachel Cusk
Finalista do Booker Prize 2021, o livro da britânico-canadense tem ares conhecidos por seus leitores: a protagonista é uma escritora de meia-idade que fala de temas como arte, literatura, beleza e maternidade. Desta vez, porém, a narrativa se dá toda dentro de uma casa, onde M, que vive com o marido e a filha, hospeda um prestigiado pintor. A história é inspirada nas memórias da escritora americana Mabel Dodge Luhan (1879-1962). (Betina Neves)
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‘Baixo Araguaia’ e a entrada na adolescência
Não existe nada que se iguale à puberdade. E é esse momento tão peculiar na vida de qualquer pessoa que a escritora e produtora de cinema Maria Lutterbach decidiu retratar em “Baixo Araguaia” (Quelônio, 2022), seu romance de estreia. Na obra, a protagonista sem nome narra suas transformações como uma metamorfose em bicho, desde uma troca metafórica de pele até a percepção dos novos cheiros que tomam seu corpo. (Leonardo Neiva)
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A tecnologia que ‘revive’ entes queridos
O que você faria se visse um parente morto há anos se materializar bem na sua frente? A modelo Kim Kardashian viveu esta experiência quando seu marido, o rapper Kanye West, contratou uma empresa do Vale do Silício que cria deepfakes de pessoas que já morreram, um fenômeno que ganhou força nos últimos anos. O texto do Nexo explica como funciona essa tecnologia, e as diferentes implicações, filosóficas e éticas, por trás dela. (Manuela Stelzer)
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Uma newsletter que é um Prato Feito brasileiro
Comida, bebida e cultura estão no foto do jornalista Matheus Habib, que faz uma cobertura independente da cena gastronômica brasileira na sua newsletter Prato Feito. A versão gratuita já dá um gostinho sobre café, acarajé, jabos e até vassouras vendidas por ambulantes. Pra quem assina a versão paga, reportagens, entrevistas, recomendações testadas, receitas e o que mais de bom aparecer pelo caminho de Habib. (Isabelle Moreira Lima)
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O novo portal da Perifa Con
Em março de 2019, a primeira Perifa Con foi realizada no Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo. Desde então, a Comic Con da Periferia vem crescendo e conquistando novos espaços. A mais nova empreitada do grupo responsável pelo evento é o Portal Perifa Con, um site que espera democratizar o acesso à cultura pop, nerd e gamer. Com um plantel de jornalistas e colunistas especializados no meio geek, o portal apresenta notícias e análises. (Daniel Vila Nova)
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O português brasileiro em Portugal
Ultimamente têm chovido histórias de que o sucesso de youtubers como Luccas Neto em terras lusitanas está fazendo o português brasileiro se popularizar entre os jovens de lá. O relato à revista Piauí da jornalista brasileira Mara Bergamaschi, que vive há cinco meses em Portugal, no entanto, dá conta das dificuldades e do preconceito enfrentados diariamente por quem fala a língua com inflexões típicas deste lado do oceano. (Leonardo Neiva)
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Pode o MD salvar casamentos?
Reportagem do New York Times revela que muitos casais têm recorrido à droga, ilegal nos EUA (e no Brasil), para se reconectar e melhorar a comunicação e a vida sexual. A autora mostra que há estudos recentes que mostram que o MDMA, combinado com terapia, pode trazer alívio para questões como estresse pós-traumático, mas ainda não se sabe se de fato pode ajudar em crises conjugais – e que há muitos perigos no uso desregrado. (Betina Neves)
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Escritora francesa Annie Ernaux fala do próprio aborto em novo livro
Nesta quarta (23), a Fósforo lança “O Acontecimento”, mais uma obra da aclamada escritora francesa Annie Ernaux, autora de “Os Anos” e “O Lugar”. No livro, ela resgata sua jornada solitária na tentativa de realizar um aborto clandestino na juventude, quando a prática era proibida na França. Uma reflexão sobre as intromissões da lei sobre o corpo feminino, o livro já virou até um filme, que recebeu o prêmio máximo em Veneza em 2021. (Leonardo Neiva)
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Caetano Veloso é perfilado pela revista New Yorker
Em um texto longo e rico em detalhes, o jornalista Jonathan Blitzer parte de uma roda de samba na casa de Caetano para pontuar a história do músico que "revolucionou o espírito e o som do Brasil". Após uma semana com o artista, o repórter percorre sua vida desde os primeiros passos na Bahia até o lançamento mais recente, "Meu Coco". Destaca a importância do posicionamento político e da resistência cultural, além do processo criativo inspirador – o tal do "efeito Caetano". (Manuela Stelzer)
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O plano de Linn da Quebrada para ocupar territórios no War do BBB
Primeira travesti a integrar o elenco de confinados do BBB, a atriz e cantora Linn da Quebrada não chegou à 22ª edição do reality de maior sucesso do Brasil só com a cara e a coragem. Como narra reportagem da revista Piauí, antes de aceitar o convite e entrar na casa, ela fez uma preparação intensa, que incluiu uma consultoria identitária e a gravação de vídeos, que devem ser revelados enquanto Linn ainda está no confinamento. (Leonardo Neiva)
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No centenário de “Ulisses”, cartas revelam o caos financeiro de James Joyce
No momento em que o clássico de James Joyce faz cem anos, vem à luz uma série de cartas de sua editora e amiga Sylvia Beach, dona da famosa livraria parisiense Shakespeare and Company. No livro que reúne os documentos, não publicado no Brasil, há puxões de orelha da editora pelos gastos excessivos do escritor e revelações sobre a complicada história editorial da obra e a relação com amigos, como o poeta Ezra Pound. (Leonardo Neiva)
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‘Arrastados’, livro de Daniela Arbex sobre a tragédia de Brumadinho
Conhecida por outros livros-reportagem de peso, a jornalista publica agora, três anos depois do rompimento da barragem explorada pela mineradora Vale, uma reconstituição sensível e profunda das primeiras 96 horas da tragédia que matou 270 pessoas. Daniela entrevistou sobreviventes, familiares das vítimas, bombeiros, médicos-legistas, policiais e moradores das áreas atingidas e acompanhou o impacto das indenizações e contrapartidas institucionais para a reparação dos danos materiais. (Betina Neves)
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Um relato (e uma reflexão) sobre o não binarismo
Um relato sobre uma histerectomia. Mas também uma reflexão sobre identificação de gênero que vai além do não binarismo. E como falar de tudo isso de forma não-ocidental? Akwaeke Emezi, que nasceu na Nigéria e que, no Brasil, é mais popular pelo romance "Água Doce", conta neste texto para a The Cut sobre as dificuldades de sua cirurgia e como se identifica com os espíritos ogbanje, da cultura Igbo, da qual faz parte. Um texto envolvente e profundo que funciona como um teaser para seu best-seller, que a editora Todavia lança em setembro. (Isabelle Moreira Lima)
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O romance de estreia do autor de ‘Mad Men’
Usar o nome da sua principal série no título já é, de certa forma, uma injustiça com Matthew Weiner que, em entrevista à Folha, falou sobre a dificuldade de vender projetos depois de “Mad Men”. Para quem procura traços da história dos Draper em “Acima de Tudo, Heather” (Ed. Planeta), talvez veja semelhanças na trajetória de uma adolescente modelo – a Heather do título –, que vive num círculo privilegiado de uma rica Nova York, e nos interesses obscuros que uma personagem feminina forte pode atrair. (Amauri Arrais)
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A nova edição de ‘Quincas Borba’, com prefácio de Emicida
A história do rico pensador que, ao morrer, deixa toda sua fortuna para o amigo Rubião – desde que tome conta do seu cachorro – já ganhou diversas versões. Agora, ganha uma edição de luxo pela editora Antofágica, com capa dura, texto de apresentação de Emicida, ilustrações de Samuel de Saboia e posfácio do vencedor do Jabuti Jeferson Tenório. Uma oportunidade para ler ou reler um dos melhores romances de Machado de Assis, que soube como ninguém expor personagens em uma sociedade de interesses em transição. (Amauri Arrais)
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Um volume com toda ficção do chileno Alejandro Zambra
Voz aclamada na literatura de língua espanhola, o autor retorna no fim do mês à Festa Literária Internacional de Paraty, da qual participou em 2012, para falar do novo ”Poeta Chileno” (Companhia das Letras). Para quem ainda não conhece sua obra, porém, vale embarcar em “Ficção 2006-2014”, reunião dos romances "Bonsai", “A Vida Privada das Árvores” e “Formas de Voltar para Casa”; além dos contos de “Meus Documentos” e outros inéditos e de “Múltipla Escolha”, seu texto mais experimental. Suas histórias cativam pela simplicidade, em livros que a gente passa a tratar como bons amigos. (Betina Neves)
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Dormir é o novo sexo
Em um casamento de 30 anos, o que se conhece do outro? Em “Pearls”, o escritor norte-americano e rei do ensaio pessoal David Sedaris fala sobre seu casamento com Hugh e como, depois de tanto tempo, dormir virou algo mais prazeroso e interessante que o sexo. De presente de bodas, em vez de pérolas, lençóis perfeitos. Sinceridade, humor, um pouco de autodepreciação e candura estão em cada linha do texto publicado na New Yorker. (Isabelle Moreira Lima)
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Jeremy Strong e os excessos cometidos por atores
Leonardo DiCaprio dormiu em uma carcaça de animal para seu papel em “O Regresso”. Seguidor do Método, prática que busca maior identificação entre ator e personagem, ele recebeu um Oscar pelo filme. Então por que Jeremy Strong, o Kendall de “Succession”, está sendo ridicularizado pela mesma prática? Será que deixamos de gostar de atores do Método? É o que aborda a reportagem do The Guardian, que analisa o status de atores que vão até as últimas consequências por seus personagens. (Leonardo Neiva)
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Um perfil sobre o ‘verdadeiro’ Will Smith
Ser uma celebridade nem sempre é fácil. Além do assédio da imprensa e de fãs, um astro do cinema deve construir e cuidar da sua imagem pública de forma meticulosa. Ao longo de três décadas, foi isso que Will Smith fez. Mas, nos últimos anos, o ator se cansou e decidiu revelar verdades inconvenientes sobre si mesmo — detalhes do seu casamento e sua postura nem sempre positiva com coadjuvantes de projetos em que trabalhou são só alguns dos exemplos citados no perfil feito pela GQ. Aos 50 anos, Smith conta como decidiu destruir a imagem que criou de mocinho de Hollywood. (Daniel Vila Nova)
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A edição que celebra os 50 anos de ‘Viagem pelo Fantástico’
O que é uma fotografia senão um emaranhado de camadas interpretativas? Pois a produção do fotógrafo e pesquisador Boris Kossoy joga justamente com essa característica inata da imagem. Lançado em 1971, "Viagem pelo Fantástico" traz retratos que remetem ao filme noir, ao mistério, ao realismo fantástico. Esgotado por décadas, o livro ganha edição especial (IpsisPub) e um evento de lançamento no sábado (4) no MIS-SP, instituição da qual Kossoy foi diretor nos anos 1980. (Luara Calvi Anic)
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Reportagem reconta o calvário da modelo Mari Ferrer
A revista Piauí destrincha a noite que nunca terminou para a jovem mineira, que acusou o empresário André Aranha de estupro em 15 de outubro de 2018. O caso ganhou notoriedade nacional com a divulgação do vídeo da audiência na época, que mostrou o tratamento humilhante e machista dado a Ferrer, retratada como golpista pelo advogado de defesa. A reportagem examina pormenores e contradições do caso, que terminou com a absolvição de Aranha em outubro deste ano. (Betina Neves)
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‘By Heart e Outras Peças’, de Tiago Rodrigues
Não é exagero dizer que o português Tiago Rodrigues, ator, autor e diretor, é um dos nomes mais fortes do teatro contemporâneo, tanto que, em 70 anos, é o primeiro não-francófono à frente do Festival de Avignon, na França. Antes da pandemia, trouxe à Mostra Internacional de Teatro de SP, o texto “By Heart”, em que tira membros da plateia para encenar -- entre eles, é comum encontrar atores ávidos pela oportunidade de encenar seu texto, como foi o caso de Camila Pitanga e Martha Nowill. O volume editado pela 34 traz essa e outras peças de Rodrigues, cheias de humor e poesia, em um retrato lírico do que pode ser a vida no mundo contemporâneo. (Isabelle Moreira Lima)
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‘O século da solidão’, da inglesa Noreena Hertz
“O neoliberalismo fez com que passássemos a nos ver como competidores em vez de colaboradores, consumidores em vez de cidadãos”, diz a economista inglesa Noreena Hertz no livro, recém-lançado pela Editora Record. A autora aponta que, mesmo antes do isolamento ocasionado pela pandemia, a solidão já vinha se estabelecendo como condição definidora do século 21, com comunidades fragmentadas diante de décadas de políticas que puseram o interesse próprio acima do bem coletivo. Como antídoto, ela propõe, por exemplo, modelos inovadores de vida nas cidades. (Betina Neves)
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Os relatos de entregadores nas ruas de SP
“Meu nome é Priscila, tenho 27 anos e moro ao lado da Represa Billings. Sou casada e tenho quatro filhos. Faço bolos e sonho em ter uma confeitaria”, afirma a entregadora de aplicativo cuja história é contada no site Da Garupa, desenvolvido pela turma de Design Gráfico e a Cidade, da Escola da Cidade (SP). Além da história de Priscila, há relatos de Paulo, Johnata e Pedro, que em conjunto dão uma ideia da dureza da vida das vítimas da uberização do trabalho. (Isabelle Moreira Lima)
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A nova edição de ‘Má Feminista’, clássico de Roxane Gay
Um clássico contemporâneo do ativismo de gênero, o livro “Má Feminista”, lançado em 2014 pela escritora, professora e ativista americana Roxane Gay, acaba de ser relançado com nova edição pela Globo Livros. Com tradução de Raquel Souza, o livro conta com uma série de ensaios críticos de um feminismo ainda cheio de clichês -- e a dificuldade de se encaixar em alguns critérios dentro do movimento. Roxane expõe questões de raça, gênero e identidade nas bolhas do cotidiano e na cultura moderna, tratando de música, cinema, televisão e literatura. À venda no site da editora. (Andressa Algave)
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A nova tradução de ‘As Ondas’, clássico de Virginia Woolf
Um dos principais romances da escritora britânica Virginia Woolf (1882-1941), “As Ondas”. de 1931, acaba de ganhar uma nova tradução brasileira pela Autêntica, nas mãos de Tomaz Tadeu. Descrito pelo marido Leonard Woolf (1880-1969) como “uma obra-prima”, o livro conta a história de seis personagens, da infância à velhice. Famoso pela falta de marcadores de tempo e espaço, o livro também tem como marca a prosa sofisticada típica da autora, cuja morte acaba de completar 80 anos. (Leonardo Neiva)
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As noites que pareciam ser o fim da pandemia nos EUA
Para ter um vislumbre de como a vida pode voltar a ser nas grandes cidades, reportagem do New York Times mostra imagens de um período entre ondas do vírus, de maio a julho, quando o país teve a impressão de que a pandemia tinha finalmente acabado. O jornal mandou 40 fotógrafos para diversos cantos de Nova York para documentar festas, shows, bares, baladas, restaurantes e eventos ao ar livre, do entardecer à madrugada. O resultado é um interessante recorte das muitas caras da cidade e a certeza de que a vida noturna é parte essencial do ecossistema urbano. (Betina Neves)
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As últimas palavras de Sérgio Sant’Anna
Só a morte foi capaz de silenciar Sergio Sant'Anna. Vítima da covid-19 em maio de 2020 e um dos maiores nomes da literatura brasileira, teve suas últimas palavras e textos eternizados em dois títulos recentes: "A Dama de Branco" (Cia das Letras, 2021), que traz, além de uma narrativa homônima, a última de autoria de Sant'Anna, outros 16 contos; e "O conto não existe" (CEPE Editora, 2021), que reúne algumas das entrevistas mais antológicas que o autor concedeu e alguns de seus textos críticos. (Manuela Stelzer)
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O templo do boxe baiano, responsável por três medalhas olímpicas
Dois ouros e um bronze olímpico. É esse o saldo da Academia Champion, escola de boxe de Salvador responsável por atletas como Popó, Junior Cigano, os irmãos Minotauro e Minotouro e Hebert Conceição, ouro em Tóquio. O templo do boxe baiano é tema de uma reportagem da revista Piauí que explora a relação do campeão olímpico brasileiro com a tradicional academia, destacando o papel central do fundador da Champion, Luiz Dórea. (Daniel Vila Nova)
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Precisamos falar de branquitude e racismo
Em outubro de 2020, o Instituto Ibirapitanga realizou o encontro “Branquitude: racismo e antirracismo”, um convite para repensar as relações raciais no Brasil. A conversa virtual contou com a participação de nomes como Sueli Carneiro, Thiago Amparo e Flávia Oliveira. O sucesso foi tamanho que agora o Instituto lança um caderno homônimo, que organiza falas importantes do encontro. Nesta quinta-feira (12), às 18h30, uma live com a participação da colunista da Gama Winnie Bueno marca o lançamento do caderno com um debate sobre o tema. (Manuela Stelzer)
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A assinatura de literatura feminista Clube F.
A editora independente Bazar do Tempo conduz o serviço de assinatura Clube F., que reúne múltiplas vozes e teorias feministas em um espaço de debate e colaboração. A plataforma disponibiliza para assinantes o livro do mês, debates em grupo, conteúdos extras e descontos em livrarias parceiras. Em agosto, a indicação do clube é o livro “Crítica da Colonialidade em Oito Ensaios”, da antropóloga argentina Rita Segato, que propõe uma visão afiada das relações de raça e gênero na modernidade. (Andressa Algave)
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A obra de Salinger em uma caixa
A Todavia acaba de embalar numa caixa quatro títulos do escritor norte-americano J.D. Salinger (1919-2010), tido como um dos que melhor traduziu o clima do pós-guerra, além de ser criador de personagens incríveis. “O apanhador no campo de centeio”, “Nove histórias”, “Franny & Zooey” e “Erguei bem alto a viga carpinteiros & Seymour: uma introdução” foram traduzidos por Caetano W. Galindo, e o lançamento inclui um ciclo de debates. (Isabelle Moreira Lima)
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A ética do deepfake no documentário sobre Bourdain
Para seu documentário, “Roadrunner”, sobre a vida de Anthony Bourdain, o diretor Morgan Neville confessou ter usado deepfake na voz do chef e apresentador de TV, que cometeu suicídio em 2018. Apesar de ter sido apenas na leitura de um email escrito pelo próprio Bourdain, fãs se indignaram com a falta de aviso e um possível desrespeito à memória do chef. Em artigo, a New Yorker aborda o tema e as complexidades éticas do deepfake, cujo uso no audiovisual ainda está engatinhando. (Leonardo Neiva)
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Um ano do Negrê, primeiro portal de mídia negra nordestina
Foi por inspiração nas ideias compartilhadas com a hashtag #BlackTwitterNordestino que as jornalistas cearenses Larissa Carvalho e Sara Sousa se reuniram para montar o site Negrê. O portal, que completa um ano, reúne comunicadores dos nove estados da região e propõe mais diversidade de narrativas, abraçando o antirracismo nordestino como alternativa contra a xenofobia. Nesse tempo, o Negrê conquistou prêmios Neusa Maria de Jornalismo Negro e ampliou os canais, com podcasts e quadros no IGTV. (Andressa Algave)
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Novo livro de Olga Tokarczuk, ganhadora do Nobel
Depois de “Sobre os ossos dos mortos” (Todavia, 2019), que teve vendas expressivas no Brasil, “Correntes” (Todavia, 2021) é uma nova oportunidade de conhecer essa interessantíssima escritora polonesa, Nobel de Literatura em 2019. No livro, a autora mistura sua vida com a ficção em relatos, comentários e contos sobre viagens no tempo e no espaço, indo de causos de personagens históricos a reflexões sobre o ato de viajar. “Minha energia vem do movimento — do chacoalhar dos ônibus, do barulho dos aviões, do balançar das balsas e dos trens”, diz a narradora. (Betina Neves)
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Reportagem esmiúça o pesadelo de Britney Spears
Em um determinado ponto da trajetória de Britney Spears, já uma estrela pop famosa desde os 16 anos e perseguida por paparazzi, a amiga Paris Hilton teve que ensiná-la a usar o Google. Na reportagem de Ronan Farrow (que revelou a rede de assédio na indústria do entretenimento em “Operação Abafa”) e Jia Tolentino (de “Falso Espelho”) para a New Yorker, é possível entender os fatos que levaram a cantora de 39 anos a viver os últimos 13 sob a tutela do pai e de uma rede de advogados que controlam sua carreira, gastos e decisões pessoais. (Amauri Arrais)
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Livro analisa a relevância do disco “Sobrevivendo no Inferno”, dos Racionais
Lançado em 1997 pelo selo independente Cosa Nostra, “Sobrevivendo no Inferno”, dos Racionais MC’s, vendeu mais de 1,5 milhão de cópias e é hoje considerado o álbum mais importante do rap brasileiro. Contendo “Diário de um Detento”, entre outros hits, ele agora virou tema da coleção O Livro do Disco, da editora Cobogó. “Racionais MC’s: Sobrevivendo no Inferno”, de Arthur Rocha, reúne uma miscelânea de vozes num panorama que busca refletir a relevância estética, social e política da obra. (Leonardo Neiva)
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Você realmente conhece João Gilberto?
Há anos definido como um gênio musical exigente, João Gilberto acaba de ganhar nova biografia -- a primeira escrita por uma pessoa próxima ao músico. Em título publicado pela Lazuli, o poeta Luiz Galvão, dos Novos Baianos, desvenda uma personalidade totalmente diferente do artista recluso que conhecíamos. O caráter ranzinza ainda está ali, mas junto a ele, emerge entre as palavras um homem simpático, brincalhão e generoso com os amigos. (Manuela Stelzer)
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Como o governo da Índia (também) perdeu o controle da pandemia
Em reportagem publicada na revista Piauí, o jornalista indiano Tejas Harad traça uma linha do tempo da covid-19 em seu país. Ele conta como o lockdown desastrado que segurou as pontas em 2020 foi seguido por uma baixada de guarda geral – durante a qual ocorreram festas, eventos esportivos e cerimônias religiosas – e uma devastadora segunda onda em 2021, com recordes de contaminação e hospitais lotados. A fake news de lá é que urina de vaca é um remédio milagroso contra o vírus. (Betina Neves)
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Um perfil de Omar Sy, protagonista de ‘Lupin’
Um dos homens mais populares da França e astro da série “Lupin” (2021), Omar Sy é um fenômeno em ascensão. Após o sucesso de “Intocáveis” (2011), filme francês que lhe rendeu um César, Sy partiu para Hollywood e vem conquistando cada vez mais espaço no cinema americano. No perfil escrito pela jornalista Lauren Collins, a vida, o charme, a insegurança e a carreira do ator são relatadas de maneira íntima e detalhada. Prepare-se para se apaixonar pelo ator. (Daniel Vila Nova)
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Os 30 discos mais importantes de 1991
Para a Rolling Stone Brasil, não houve ano tão marcante para a música recente. Ali foram lançados álbuns icônicos como “Nevermind”, do Nirvana, “Metallica”, o disco de metal mais vendido de todos os tempos, e “Dangerous”, o último trabalho do Michael Jackson antes do declínio. No Brasil, teve “Circuladô”, do Caetano, “Tudo Ao Mesmo Tempo Agora”, dos Titãs, e “Mais”, segundo disco da Marisa Monte.(Betina Neves)
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Os livros de Philip Roth e o livro sobre ele
Quer entender por que o nome de Philip Roth não sai das manchetes mais de três anos após sua morte? Em duas reportagens, o Times analisa o legado controverso deixado pelo autor de “Pastoral Americana”. Enquanto uma delas trata da doação de Roth à biblioteca de Newark, outra aborda a polêmica envolvendo o biógrafo do escritor acusado de abuso sexual — o que despertou dúvidas sobre o tratamento que Roth reservava às mulheres. (Leonardo Neiva)
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A pobreza de tempo das mulheres
Sobrecarregadas pelas intermináveis tarefas domésticas e o cuidado com filhos no último ano, as mulheres foram afastadas do mercado de trabalho. Mas antes da pandemia essa já era a realidade. À plataforma Gênero e Número, a juíza Bárbara Ferrito, autora de um livro sobre discriminação da mulher, explica o conceito de pobreza de tempo: fenômeno que as impede de trabalhar fora de casa e que gerou desigualdade ainda maior na pandemia. (Manuela Stelzer)
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O vírus e o laboratório
Em algum ponto entre o início de 2020 e agora, você certamente já ouviu a teoria de que o coronavírus foi gerado em laboratório na China. Até hoje, pouca coisa mudou em termos científicos, mas recentemente políticos e cientistas vêm demonstrando mais cautela na hora de descartar essa possível origem do vírus. O artigo da New Yorker explora os bastidores desse universo para explicar por que o discurso mudou, se quase nada mais se alterou. (Leonardo Neiva)
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O que pensa Zuenir Ventura aos 90
Ao completar nove décadas de vida, o jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras diz que não pode reclamar: está saudável, cercado de família e amigos, mas que “não se pode ser totalmente feliz num país que é hoje um cemitério”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Zuenir Ventura fala sobre a defesa da floresta, a CPI da pandemia, a velhice e o ano de 1968, além da importância da imprensa em tempos de desinformação. (Manuela Stelzer)
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O vencedor do Oscar agora em livro
Você já pode ter assistido, mas muito dificilmente leu “Nomadland” (2020), grande ganhador do último Oscar. Isso porque a primeira versão em português do livro que serviu de base para o longa chega em 30/5, pela Rocco. A obra de Jessica Bruder retrata americanos afetados pela crise, que vivem em trailers e pegam trabalhos sazonais. A reportagem inspirou o filme dirigido por Chloé Zhao e com Frances McDormand — ambas premiadas. (Leonardo Neiva)
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Críticas que contam 25 anos de história da música
Comemorando seus 25 anos, o Pitchfork revisita sua trajetória por meio de 38 críticas de álbuns históricos. O que começou com um site indie se tornou o veículo digital #1 da música hoje, em grande parte graças a polêmica de sua pontuação de zero a dez, e do cobiçado selo “Best New Music”. Quem ousaria dar uma nota zero para Sonic Youth, ou ilustrar uma crítica com um vídeo de um símio tomando sua própria urina? (Guilherme Falcão)
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A nova onda do forró
Duas décadas depois do estouro do forró universitário, o estilo musical voltou às paradas de sucesso -- com transformações. Hoje, a pisadinha, estilo de forró eletrônico em que a base é feita só com um teclado, emplaca grandes hits e artistas, como Barões da Pisadinha, Tarcísio do Acordeon, Zé Vaqueiro e DJ Ivis, que têm até 8 milhões de ouvintes mensais no Spotify. O especial da UOL destrincha o fenômeno. (Manuela Stelzer)
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Chimamanda e a perda do pai
Em "Notas sobre o luto" (Companhia das Letras, 2021), a autora nigeriana narra a dor, a raiva e a solidão que seguiram a morte do pai, em junho de 2020, além das dificuldades do sepultamento na pandemia, com aeroportos fechados e funerárias lotadas. “O luto é uma forma cruel de aprendizado. (...) É um tormento não apenas do espírito, mas também do corpo. Carne, músculos, órgãos, tudo fica comprometido. Nenhuma posição é confortável.” (Betina Neves)
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Memórias de um relacionamento abusivo
Carmen acredita ter encontrado a mulher perfeita. Juntas, fazem sexo, viajam, conhecem as famílias uma da outra. Só que, aos poucos, ela vai percebendo que seus limites não são respeitados e o que era felicidade se torna violência psicológica. Em “Na Casa dos Sonhos” (Companhia das Letras, 2021), a escritora americana Carmen Maria Machado traz à tona memórias de um relacionamento abusivo, de forma fragmentada e impactante para o leitor. (Leonardo Neiva)
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Uma revista epistolar
Pode ser que o formato epistolar esteja um tanto obsoleto, mas está em foco na novíssima revista Presente. Online e gratuita, a publicação trimestral, proposta pela artista Anna Maria Maiolino e o curador Paulo Miyada, dá preferência a textos de correspondência. A primeira edição traz o diálogo entre criadores e outras personalidades da arte, além de um ensaio inédito da autora de ficção norte-americana Ursula K. Le Guin (1929-2018). (Leonardo Neiva)
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Você está definhando?
Aos 12 meses de isolamento, se você não está sentindo exatamente o esgotamento do burnout, porque ainda tem energia para fazer as coisas de que precisa; nem completamente deprimido, você talvez esteja como muitos tendo uma espécie de abatimento ou definhamento, como escreve o psicólogo organizacional Adam Grant no New York Times. O texto também foi traduzido pela Folha de S.Paulo. (Isabelle Moreira Lima)
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Caetano estaciona carro no Leblon
Doze anos após o nascimento do meme Caetano-estaciona-carro-no-Leblon, eis que sua autoria é revelada num longo texto cheio de humor e de reflexões sobre o tempo. Em uma carta ao artista publicada na Piauí, Elisangela Roxo fala sobre a era dos paparazzi, o que desejava fazer aos 26, e o que efetivamente conseguiu. A partir do depoimento, desenha o retrato de uma geração que equilibrou idealismo com a então nascente política de cliques. (Isabelle Moreira Lima)
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O fim da livraria mais antiga do Rio
Uma livraria que passou por seis endereços, uma guerra mundial e duas ditaduras. Parece ficcção, mas trata-se da história da Livraria São José -- considerada a mais antiga do Rio de Janeiro. O proprietário, seu Germano, começou a trabalhar na loja aos 12 como faxineiro, acompanhou a sobrevivência da livraria à especulação imobiliária e até à ditadura, mas aos 83 não conseguiu resistir à pandemia e às reduções de vendas. (Dandara Franco)
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A história da Tropicália em 20 álbuns
Um dos mais importantes e revolucionários movimentos musicais brasileiros, a Tropicália é motivo de orgulho internacional 50 anos depois de seu surgimento. A Pitchfork, uma importante publicação musical dos EUA, selecionou 20 álbuns essenciais para mergulhar na história do movimento. Além de uma entrevista com Tom Zé, cada álbum escolhido é acompanhado por um texto de um crítico musical. (Daniel Vila Nova)
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A amiga genial de Simone Beauvoir
Com a promessa de ser o romance mais íntimo da filósofa e escritora Simone de Beauvoir - que tem papel fundamental na luta feminista e no ativismo político - o inédito “As Inseparáveis” (2021) relata a sua forte história de amizade com Élisabeth “Zaza” Lacoin, com quem partilhou grandes momentos da vida desde os nove anos, como conta esse texto da revista Quatro Cinco Um. O livro chega ao Brasil após 34 anos da morte da autora. (Dandara Franco)
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Por que meu eu adolescente deu passe livre para Woody Allen?
Na filmografia de Woody Allen, Manhattan (1979) ocupava uma posição de destaque graças ao equilíbrio entre a comédia neurótica e o drama existencial cosmopolita. Na esteira do documentário Allen v. Farrow e dos escândalos que têm marcado a vida do cineasta, a jornalista Ginia Bellafante reavalia o valor do longa-metragem e analisa como a história de amor entre o adulto de 42 anos e a adolescente de 17 pôde algum dia ser normalizada. (Guilherme Falcão)
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Já ouviu falar em cryptoart?
Também conhecido como NFT (token não-fungível, em português), o termo inundou a internet nos últimos dias e gerou dúvidas entre os internautas. Espécie de selo criptográfico que representa algo único, a cryptoart pode ser utilizada como prova de origem e autenticidade de obras mesmo em ambiente virtual. A matéria do TAB UOL dá um panorama sobre o tema e levanta, além das soluções, possíveis problemas da cryptoart. (Manuela Stelzer)
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Quem descancela os cancelados?
Na noite de 23 de fevereiro de 2021, o Brasil parou para ver a eliminação de Karol Conká. Com 99,17% de rejeição, a rapper saiu do Big Brother Brasil 21 como uma vilã de novela das 21h e, desde então, vem cruzando a Via Sacra global em busca de redenção. Em reportagem da revista Piauí, descobrimos os bastidores da operação de descancelamento de Conká — das táticas de sua assessoria ao apoio da Rede Globo. (Daniel Vila Nova)
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Uma edição especialíssima de Macunaína
Ai! que preguiça! O herói sem nenhum caráter voltou em edição especial da Ubu Editora. Lançada originalmente em 2017, a versão capa dura do romance de Mário de Andrade está disponível mais uma vez em pré-venda até 5/3. Com tiragem limitada de 110 exemplares, a edição especial conta com gravuras originais do artista Luiz Zerbini, que também fez a capa. Os exemplares são numerados e assinados pela artista. (Daniel Vila Nova)
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As mentiras que Hollywood conta sobre garotinhas
De Drew Barrymore a Britney Spears, passando por Mara Wilson, de “Matilda”, muitas foram vítimas. Em texto ao New York Times, Wilson desabafou sobre os perigos de ser famosa ainda na infância, e como a indústria audiovisual cria meninas para destruí-las depois. A atriz se compara a Spears -- ambas foram sexualizadas pela mídia e tiveram namorados interesseiros. A diferença é que Wilson teve apoio familiar. (Manuela Stelzer)
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O elo entre o passado, o presente e o futuro racial
Dentro do debate racial, olhar o passado é também entender as vivências dos seus antepassados e como eles tornaram possível a existência da luta antirracista em meio a tanto sofrimento escravocrata, ainda que as tentativas de apagamento da história existam. Publicado na revista Piauí, “Passado escravista que o mar não levou”, de Rogério Pacheco Jordão, fala sobre como a memória que tenta esquecer se revolta e invade a atualidade. (Dandara Franco)
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Um papo com o homem que previu a internet
Na década de 1980, o físico teórico e escritor Michael Goldhaber já havia previsto o futuro da internet com precisão. Da radicalização da política à cultura de influencers, o profeta da web previu Donald Trump e as redes sociais. Em entrevista ao New York Times, que definiu Goldhaber como “Cassandra da Internet”, o escritor explicou o caos em que nos metemos e o que podemos fazer para sair dele. (Daniel Vila Nova)
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A cultura (e a política) por trás da manicure
Do Egito Antigo a Cardi B, pouco mudou no que diz respeito às unhas. Desde os primórdios, a cultura da cutícula nunca foi apenas uma questão de vaidade: esteve relacionada a discussões de classe, raça e gênero. O Guardian relembrou a história do cuidado com as unhas, que apesar da origem multicultural, manteve-se reservada à elite. Hoje nas mãos de artistas como Lizzo e Billie Eilish, ainda é um luxo -- e símbolo de poder. (Manuela Stelzer)
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O quadro mais roubado da história
“Das últimas duas vezes, o quadro voltou”, disse o prefeito da cidade de Leerdam, na Holanda, se referindo à pintura “Dois Meninos Sorridentes com Caneco de Cerveja” de Frans Hals. Em 2020, o quadro foi roubado pela terceira vez em sua história. Mas o que torna essa pintura tão atraente para ladrões de toda Europa? Nesta reportagem (traduzida para o português) conhecemos a trama que parece saída de um filme dos irmãos Coen. (Daniel Vila Nova)
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Um papo entre amigos com Raduan Nassar
Pouco antes do aniversário de 85 anos de Raduan Nassar, em outubro de 2020, a escritora Marilene Felinto e o cineasta Luiz Fernando Carvalho (que levou “Lavoura Arcaica” para o cinema em 2001) fizeram uma visita ao amigo e gravaram a conversa. O papo, em que o veterano da literatura brasileira fala sobre velhice, política, maconha, agricultura e criação literária, está na edição de janeiro da revista Quatro Cinco Um. (Mariana Payno)
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A história de São Paulo em imagens
Um mergulho pelo acervo do Museu do Ipiranga mostra as transformações da paisagem paulistana ao longo do tempo: no site São Paulo – Território em Construção, que entra no ar em 25 de janeiro na comemoração dos 467 anos da cidade, fotos – como as de Militão Augusto de Azevedo, do século 19 –, pinturas, mapas e depoimentos de historiadores e arquitetos contam a trajetória de desenvolvimento da metrópole. (Mariana Payno)
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Como a escravidão atrasou a industrialização no Brasil
As cicatrizes da escravidão são sentidas até hoje no Brasil, mas além da desigualdade e do preconceito racial um estudo busca provar que ela também atrasou a industrialização do país. A pesquisa, das universidades de Manchester e Bonn com a Fundação Getulio Vargas, desmente a tese de que a exploração é benéfica para o crescimento de um país e aponta que a escravidão beneficiou apenas uma pequena parcela da elite brasileira. (Daniel Vila Nova)
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Scorsese e Lebowitz em Nova York
Além de estrela da série documental “Faz de Conta que NY É uma Cidade”, de Martin Scorsese, a humorista Fran Lebowitz é também grande amiga do cineasta. Agora, numa imperdível entrevista para o Times, traduzida pela Folha, os dois falam sobre a série, a cidade e a pandemia — que os impediu até de passar a última véspera de Ano Novo juntos —, desfilando uma química que só dois amigos de longa data conseguem compartilhar. (Leonardo Neiva)
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Um conto inédito de Patricia Highsmith
No mês que marca o centenário de nascimento da norte-americana Patricia Highsmith, autora de títulos como“O Talentoso Ripley” (1955) e mestre do romance policial, o Guardian publica um conto inédito e recém-descoberto em que ela narra os desafios de uma menina para se ajustar a uma nova vida em Nova York. O jornal britânico também traz um texto da escritora e crítica Carmen Maria Machado sobre a vida e a obra de Highsmith. (Mariana Payno)
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Clássicos literários e a formação do Brasil
Contos do folclore africano, textos fundadores das culturas árabe, judaica e japonesa, histórias tradicionais da América Latina e da Europa: o projeto Literatura Livre, do Sesc São Paulo, é o paraíso dos leitores ávidos por um clássico. Com seis títulos já disponíveis, a iniciativa vai publicar, em edições inéditas e bilíngues, 14 e-books gratuitos com obras originárias dos povos que contribuíram para a formação da cultura brasileira. (Mariana Payno)
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A batalha pela linguagem visual da contracultura
Neste texto, a crítica de design e arte Madeleine Morley investiga como a estética da contracultura evoluiu, das vanguardas artísticas europeias até o punk, emulando estratégias visuais do mainstream. Contando com depoimentos de membros de grupos como Guerrila Girls e figuras como Malcolm Mclaren, Madeleine discute como os tempos atuais da comunicação digital nos desafia a não alienar, e sim aproximar, as pessoas das causas. (Guilherme Falcão)
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29 contos sobre o mundo hoje
Um grupo de pessoas se junta para, em meio a uma pandemia, contar histórias e fugir dos horrores de uma nova praga. A premissa de “Decamerão”, clássico italiano de Giovanni Boccaccio, serviu como ponto de partida para o novo projeto do New York Times, “Decameron Project”. Inspirados no livro do século XIV, o jornal americano produziu uma coletânea de contos baseados na situação atual do planeta. Ao todo, são 29 textos escritos por grandes nomes da literatura como Margaret Atwood, David Mitchell, Tommy Orange e Mia Couto, além de novos ficcionistas como Julián Fuks. Abordando temas como medo, perda, gentileza e humor, o projeto busca explorar experiências capazes de nos unir em tempos tão difíceis.
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Os poemas da vencedora do Nobel
Se para as casas de aposta especializadas o anúncio da vencedora do Nobel de Literatura já foi uma surpresa, muitos leitores brasileiros devem ter ouvido o nome de Louise Glück pela primeira vez por causa do prêmio sueco. Embora a poeta americana seja reconhecida nos EUA, colecionando outros troféus celebrados -- como o Pulitzer e o National Book Award --, ela ainda não teve livros publicados no Brasil. É possível, no entanto, ler seus poemas online, em traduções feitas pelos também escritores Pedro Gonzaga, André Caramuru Aubert e Camila Assad nas revistas literárias Estado da Arte e Rascunho e no portal G1. Para quem se aventura na leitura em inglês, o site da Academy of American Poets também reúne alguns dos versos de Glück. Nascida nos EUA em 1943 e descendente de judeus húngaros, a poeta começou a escrever ainda criança e tem 18 livros publicados. Ao abordar temas como a morte, as rejeições e os traumas, Glück levou o Nobel por “sua voz poética inconfundível que, com beleza austera, torna universal a existência individual”. Para saber mais sobre ela e sua obra, vale ler as críticas do New York Times e da The Atlantic e este texto da Revista Cult, em que o crítico Tarso de Melo a apresenta ao lado de outros bons poetas norte-americanos pouco conhecidos por aqui.
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Um relato sobre o luto — e seus gatilhos
Muitos têm sido os sentimentos que nos unem, enquanto povo, raça, chame como quiser, ao longo deste 2020. Frustração. Inquietação. Raiva. Saudade. E para muitos, luto. Neste longo, belo, e tortuoso (com gatilhos, muitos deles) relato para a New Yorker, a escritora Nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie reflete sobre a perda de seu pai, James Nwoye Adichie, falecido neste 2020 — não por Covid-19, mas por uma falência renal. Mãe e irmãos, primos, memórias íntimas, a carreira ilustre do Professor de Estatística, toda a jornada de uma vida é revivida e rememorada. A cronologia é fragmentada; memórias se sobrepõem a lições sobre a cultura nigeriana e do povo Igbo, e a banalidades burocráticas. Ler as palavras de Chimamanda traz um estranho conforto, um apaziguamento. Expor-se tanto é um ato de vulnerabilidade, mas que gera, sobretudo, empatia. É como se, ao abrir seu luto e a história dos seus familiares, ela estivesse nos ajudando a encontrar os denominadores comuns que nos tornam mais próximos uns dos outros. Menos diferentes, mais humanos, unidos em nossos sentimentos.
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As dez mentes que moldaram a ciência no ano
Poucos anos demonstraram a importância da ciência e daqueles que a realizam quanto 2020. Relembrando grandes feitos científicos, a revista Nature fez uma lista com dez nomes que moldaram o fazer científico nos últimos 12 meses. O combate à pandemia é central, com figuras como o diretor da OMS (foto) e a primeira-ministra neozelandesa, mas outros avanços científicos menos conhecidos também ganham destaque. (Daniel Vila Nova)
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O olhar de Claudia Jaguaribe sobre a pandemia
Atenta aos detalhes do cotidiano, a fotógrafa Claudia Jaguaribe não deixou escapar as cenas pandêmicas: depois de registrar uma São Paulo vazia no começo da quarentena, ela volta às ruas clicando pessoas que retomam a rotina de máscara. No novo livro “Duplo”, com posfácios da pneumologista Margareth Dacolmo e do filósofo Victor Stirnimann, os personagens contrastam com cenários urbanos em uma nova realidade do dia a dia. (Mariana Payno)
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Os cem anos de Clarice Lispector
“Não posso fazer horóscopo porque há dúvidas: não se sabe se nasci em 23 de novembro ou 10 de dezembro. Nem em que hora. E foi num lugar que não figura no mapa: uma aldeia na Ucrânia.” Embora a vida e a obra de Clarice Lispector tenham sido esmiuçadas por biógrafos e pesquisadores, sua data de nascimento, como relatado por ela em uma carta ao escritor espanhol Jose Luis Mora Fuentes, permaneceu sempre uma incógnita. Já que os documentos da imigração falam em 10 de dezembro de 1920, convencionou-se esse dia — o que marca seu centenário nesta semana. Entre as comemorações, que incluíram algumas reedições ao longo do ano e um volume com epístolas inéditas (como aquela à Mora Fuentes), está o lançamento de um site bilíngue dedicado à escritora pelo Instituto Moreira Salles, detentor de seu acervo. Em português e inglês, o portal traz fotos, manuscritos, áudios, vídeos e cartas, além de aulas e textos críticos, e faz parte da Hora de Clarice, evento-homenagem realizado anualmente pelo IMS desde 2011. No embalo das celebrações, o Nexo publica duas análises de especialistas sobre os enigmas que rondam o conto “O Ovo e a Galinha”, misterioso até para a própria autora. (Mariana Payno)
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Uma celebração do texto jornalístico
Irônico, cético, animado, leal, craque do texto, chefe sem chilique. O jornalista mineiro Geraldo Mayrink (1942-2009) é assim descrito por Humberto Werneck e Luis Nassif no site que reúne alguns de seus grandes escritos publicados nas principais revistas e jornais do país. É o trabalho de anos do filho Gustavo Mayrink, que mergulhou em caixas e pastas para organizar o acervo de cerca de 900 textos produzidos entre as décadas e 1960 e 2000. Mais do que uma reverência pessoal, diz Gustavo, a iniciativa pretende ser um tributo ao jornalismo. “É o resgate de parte fundamental da história da imprensa brasileira a partir de acontecimentos, lembranças e fragmentos que devem ser rememorados, jamais esquecidos.” Para quem visita o site, fica a oportunidade de um curso de estilo, ao observar a elegância com que Geraldo Mayrink cria perfis de artistas, resenha obras e conta histórias, além da vontade de ter conhecido o jornalista. O site funciona como uma revista digital e será atualizado em temporadas, com entrevistas raras, grandes reportagens, críticas de cinema, além de crônicas e ensaios. (Isabelle Moreira Lima)
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As melhores invenções de 2020
Entre eletrônicos, produtos de beleza e aparelhos médicos, eis a seleção da revista Time das cem melhores invenções de 2020. Todos os anos, os editores da revista nomeiam criações dos últimos 12 meses que tornaram o mundo um lugar melhor, mais inteligente e até mais divertido. As nomeações passam por uma avaliação minuciosa, que leva em conta questões de criatividade, originalidade, eficácia, ambição e impacto gerado pela descoberta. A lista deste ano conta com um robô tutor, uma tecnologia capaz de catalisar uma vacina para o coronavírus e um tubo de pasta de dente mais ecológico -- entre outras invenções que podem mudar a maneira como trabalhamos, pensamos e vivemos. (Manuela Stelzer)
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Os 25 maiores atores e atrizes do século 21 (até hoje)
A lista compilada por Manohla Dargis e A.O. Scott, principais críticos de cinema do New York Times, já começa anunciando que "estamos numa era de ouro para a atuação". Num esforço louvável de inclusão e diversidade, os nomes variam entre os previsíveis como Nicole Kidman e Willem Dafoe; os inusitados como Melissa McCarthy e Oscar Isaac; e surpresas como o mexicano Gael Garcia Bernal, Mahershala Ali e a atriz chinesa Zhao Tao. Do Brasil, Sônia Braga entra na lista na esteira de suas colaborações com Kleber Mendonça em Aquarius e Bacurau. (Guilherme Falcão)
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Ludmilla: a rainha da favela
O novo single de Ludmilla consagrou sua realeza não só nas comunidades, mas no universo da música como um todo: a carioca se tornou a primeira cantora negra da América Latina a alcançar mais de um bilhão de streams só no Spotify. No clipe de “Rainha da Favela”, ela presta homenagem a suas maiores inspirações no funk: Tati Quebra-Barraco, Valesca Popozuda, MC Kátia A Fiel e MC Carol de Niterói; na letra, pede respeito ao trabalhador negro. Na ocasião do lançamento, a artista, casada com a dançarina Brunna Gonçalves desde 2019 e dona da própria carreira, diz ao Uol Universa que é “representatividade por onde quer que passe” e que serve de inspiração e referência para os jovens das periferias, algo que lhe faltou no passado. Na entrevista, Ludmilla fala sobre vida profissional, religião, racismo, amor e até filhos — já que ela e a companheira planejam ser mães em breve. (Manuela Stelzer)
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Marina Abramovic está cansada da morte
Com os olhos profundos e os longos cabelos negros, ela trabalha sob risco de morte e já teve o coração partido inúmeras vezes: a artista sérvia Marina Abramovic — que ganhou notoriedade pop com a performance “The Artist is Present” (“A Artista Está Presente”), encenada pela primeira vez no Museu de Arte Moderna de Nova York em 2010 e com passagem pelo Brasil em 2015 — é conhecida por colocar o corpo e a própria vida à prova em seus trabalhos. Neste longo perfil publicado pelo site de design, arte e cultura It's Nice That, Abramovic discute o tema da mortalidade e fala de seu projeto mais recente, a ópera biográfica “The Seven Deaths of Maria Callas” (“As Sete Mortes de Maria Callas”), em que a vida e a obra das duas notórias artistas se fundem. (Guilherme Falcão)
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O rococó tropical de Attílio e Gregorio
“A gente queria o verde das folhas, o amarelo do sol, o laranja do fim de tarde em Copacabana – não o verde-cocô e o amarelo-diarreia das casas da época.” A frase do argentino Gregorio Kramer (1940-2019) define bem o estilo da dupla da qual ele fazia parte. Ao lado do paulistano Attilio Baschera, 87, seu também companheiro da vida, eles reviveram as casas da alta sociedade paulistana dos anos 1970 e 80 em estampas exuberantes da fauna e flora brasileira, um rococó tropical. Essa trajetória é contada no recém-lançado “Attílio e Gregório” (Olhares, 240 págs. R$ 149). O livro do arquiteto e pesquisador Rica Oliveira Lima traz não só um resgate visual dessas criações mas deliciosas fofocas e histórias dos designers que tinham fama de animados nas festas, talentosos no trabalho. "Eram vistos como os loucos, os grandes artistas da época”, conta Sig Bergamin, um dos entrevistados do livro. (Luara Calvi Anic)
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A maior coleção de revistas do mundo
De acordo com o Guinness, livro de recordes mundiais, o britânico James Hyman é dono do maior arquivo de revistas do planeta, no qual reúne mais de 5 mil publicações e 150 mil edições. Há mais de três décadas, Hyman coleta todo tipo de material impresso que encontra, de revistas à panfletos, e os acomoda em um acervo de "cultura popular impressa", como ele mesmo denominou. Apesar da dificuldade que vive o mundo analógico, o colecionador diz que "é preciso sinergizar a revista física com o ambiente digital", e para o site It’s Nice That, compartilha uma pequena parte de seu tesouro, que inclui diversas capas psicodélicas e uma publicação descrita por Steve Jobs como "o Google em papel", entre outras raridades. (Manuela Stelzer)
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O futuro pós-pandêmico das cidades
Se tem uma coisa que a pandemia de covid-19 escancarou é que as cidades, sobretudo as maiores, não estão preparadas para eventos desse tipo. Transportes públicos lotados e poucas alternativas a eles, parques fechados e a ausência de espaços amplos de lazer outdoor, por exemplo, são algumas faces do convite à aglomeração nos grandes centros urbanos. Pensando nisso, este especial do The Guardian analisou as propostas de quatro escritórios de arquitetura para um habitar mais amigável das cidades daqui para frente. As opções incluem a expansão da infraestrutura para bicicletas; a aposta em paisagens mais verdes e democráticas; o uso da tecnologia para monitorar a vida urbana e disponibilizar wi-fi para o trabalho ao ar livre; e a possibilidade estar a 15 minutos a pé de tudo que você precisa. A leitura dá uma dose de esperança ao imaginarmos um futuro possível nessas cidades dos sonhos. (Mariana Payno)
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Uma newsletter para não ficar à margem
Sabe qual é a rede social mais quente do momento? A newsletter. Quem diz isso é o New York Times neste texto, que, em relação às “outras redes”, exalta qualidades como o estímulo mínimo (não há alertas e botões de like) e a relação que cria entre autor e leitor. Se há newsletter para tudo neste início de década, de cozinha, a esportes, passando por parentalidade e política, uma boa curadoria vale ouro e representa um atalho imenso para saber o que está rolando por aí. A MargeM newsletter, com pouco mais de cem edições semanais, é essa via expressa para saber sobre tendências de negócios, comportamento, arte e cultura. É escrita pelo jornalista Thiago Ney, que por anos assinou a cobertura de música na Folha de S.Paulo e teve passagens pelo IG e pela Playboy. Ele indica reportagens, artigos, ensaios e crônicas em publicações nacionais e internacionais, além de vídeos e músicas e do seu próprio comentário sobre diversos temas. A news pode ser assinada neste link e há também um Instagram e uma série de playlists com músicas citadas nas mensagens. (Isabelle Moreira Lima)
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O trabalho e as ideias do designer italiano Enzo Mari
Morto na última sexta-feira (19.10), o designer italiano Enzo Mari tem a obra revisitada em uma retrospectiva na Triennale de Milão, com curadoria de Hans Ulrich Obrist e Francesca Giacomelli. Ao longo de sua carreira, Mari colaborou com diversas marcas de mobiliário, desenhou livros infantis como "O Ovo e A Galinha". Um de seus projetos comerciais mais conhecidos é um brinquedo: um quebra-cabeças de madeira que representa a silhueta de animais todos encaixados uns nos outros. Mas é sobretudo por suas ideias revolucionárias que Mari sempre foi celebrado e ganha relevância nos tempos atuais: para ele, o designer tem responsabilidade na comunidade e é um ator na construção social; a meta de seu trabalho foi a de colaborar para construir um mundo melhor. É deste impulso que nasceram iniciativas como “Autoprogettazione?” (projeto para um auto-design), uma linha de móveis de produção fácil, econômica e democrática, cujos desenhos e plantas de projeto são compartilhados livremente, e que pedem apenas madeira e pregos, podendo ser executados por qualquer um. (Guilherme Falcão)
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Jornalistas pedem socorro
No mundo todo, ataques contra a imprensa e seus profissionais se intensificaram. Na última década, foram 529 assassinados pelo exercício da profissão, 649 presos, e incontáveis perseguidos. Alguns deles vieram ao Brasil em busca de refúgio, e cinco contam sua história no especial da Folha de S.Paulo “Jornalistas refugiados”. Vindos da República Democrática do Congo, da Nicarágua, da Turquia e da Síria, eles relatam sobre os ataques que sofreram, que envolvem prisões arbitrárias, processos judiciais forjados, exposição de dados privados na internet, agressões durante coberturas e até assassinato -- e como escaparam desses tipos de violência. Antes dos relatos, a Folha expõe um panorama da situação atual de perseguições aos meios de comunicação, que cresceu para além das fronteiras de países autoritários. (Manuela Stelzer)
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Sem medo de falar da cultura independente negra
“Eu não preciso citar Bell Hooks para reforçar a importância da mídia independente construída por pessoas negras, seja no BraZil ou no BraSil, né?”, assim o editor-chefe da nova revista Semedobr, Vine Ferreira, apresenta a publicação online que foi lançada nesta semana. A publicação distribui conteúdo ainda em um grupo de WhatsApp, no Instagram e também com newsletter. Os eixos centrais da publicação são moda, com editoriais com pegada ultramoderna, alguns feitos via Facetime; cultura, com entrevistas e vídeos; arte e beleza. A ideia da publicação é que os leitores formem também uma rede de colaboradores: “além de criarmos histórias e mundos, é muito importante documentarmos a cena independente nacional como um todo, então essa carta é também um convite para você tomar seu espaço aqui”, escreve o editor-chefe na primeira edição.
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Michaela Coel conversa com Donald Glover
Michaela Coel encantou o mundo do entretenimento com sua série “I May Destroy You” (2020). Escrita, produzida, dirigida e atuada por Coel, a série se transformou em um sucesso ao falar sobre violência sexual de uma maneira diferente de tudo o que havia sido feito na mídia até então. Capa da GQ de novembro, Coel se sentou com o também encantador Donald Glover, responsável por “Atlanta” (2016), e os dois tiveram uma das conversas mais interessantes do turbulento ano de 2020. Parte desconhecidos, parte amigos, eles navegam em um bate-papo sobre seus processos criativos, suas vidas e suas carreiras. A conversa pode ser lida na íntegra no site da GQ. Revolucionários — cada um à sua maneira —, os dois criadores provaram que há espaço para séries pensadas a partir da perspectiva negra. Vale acompanhar a produção — e as conversas — de duas das mais novas estrelas da TV mundial.
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As mil e uma receitas do Líbano
Às vésperas da celebração dos 140 anos da imigração libanesa no Brasil, em novembro, a editora Ernest Books lança a versão em português do livro “Culinária Libanesa”. Trata-se de uma espécie de enciclopédia que traz mais de mil receitas da comida típica do país que são ao mesmo tempo instigantes e factíveis, sem exigir ingredientes misteriosos ou inalcançáveis (alô Ottolenghi!). A autora, Salma Hage, tem hoje 78 anos e conta um pouco da sua história, de como começou a cozinhar para ajudar a mãe, que teve 12 filhos; do seu fascínio ao receber uma panela de cobre cheia de melaço ainda na infância, antes mesmo de ter experimentado chocolate. Ela explica sobre a despensa e o jardim libaneses, ou seja, que temperos e ervas, legumes e hortaliças, dão vida a essa cozinha tão fresca quanto saborosa. De molho de romã a uma imensa variedade de pratos de cordeiro, o livro é riquíssimo. O investimento pode ser alto, mas vale para ter um livro de consulta vitalício.
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Como são as semanas de moda na pandemia
Quando a pandemia do novo coronavírus se espalhou pelo planeta, entre o final de fevereiro e o começo de março, as semanas de moda do primeiro semestre estavam no auge. Já naquela época, muito se debateu sobre qual seria o futuro dos desfiles e se os eventos presenciais seriam realmente necessários daqui para frente. Enquanto as temporadas Resort, Alta-Costura e Masculina se adaptaram ao mundo digital nos meses que se seguiram, as principais fashion weeks do Verão 2021 optam agora por um formato híbrido, aproveitando a ligeira melhora da situação pandêmica no hemisfério norte. Em Londres, Nova York e Milão, desfiles remotos e reduzidas apresentações físicas — seguindo novos protocolos de segurança e higiene — ocuparam as passarelas desde meados de setembro. Já a Paris Fashion Week, que começou nesta semana, seguirá com eventos majoritariamente presenciais. Para entender o que se passa com a aguardada temporada em plena pandemia, a Vogue Portugal, o New York Times e a UOL prepararam guias completos, e este podcast da ELLE Brasil explica por que esse período é o mais importante para a moda mundial.
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O guia alimentar considerado modelo lá fora
Vale ler o Guia Alimentar para a População Brasileira, que virou assunto na última semana, quando o Ministério da Agricultura divulgou nota técnica com diversas críticas ao documento e um pedido de extinção da classificação que desaconselha ultraprocessados, o que foi visto por cientistas estrangeiros como fruto de lobby da indústria. O guia foi desenvolvido há quase uma década por um time de pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e sempre foi considerado um modelo para outros países. O estudo, chefiado pelo professor Carlos Augusto Monteiro, foi feito a partir da mesa do brasileiro, o orçamento médio das famílias e seus hábitos. Recomendamos ainda ler esta entrevista com Carlos Monteiro e ouvir este podcast em que Rita Lobo, criadora do Panelinha e entusiasta do guia, defende sua importância.
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Educação sexual à moda nórdica
A insegurança com o próprio corpo assola a todos, mas crianças são particularmente sensíveis a esse mal. Será possível se relacionar de maneira mais saudável com nós mesmos? Essa é a tentativa de “Ultra Strips Down”, um programa de TV dinamarquês voltado para crianças e adolescentes que aborda corpos reais. O New York Times fez uma reportagem sobre o programa, que é extremamente popular no país nórdico. Adultos pelados são enfileirados em um palco de teatro e respondem a perguntas de crianças que estão na plateia. O cuidado da produção é gigantesco e se as crianças -- que tem a autorização dos pais para participar do programa -- se sentirem desconfortáveis, são retiradas na hora. Entretanto, os produtores garantem que isso jamais ocorreu. O bate papo entre as crianças e os adultos é honesto e tem caráter educativo. O objetivo é apresentar corpos reais e fazer com que as crianças entendam que cada corpo é único e válido. Apesar da revolta de conservadores dinamarqueses, o programa parece fazer efeito. Na reportagem do Times, uma das meninas que participou do programa afirmou que passou a se sentir mais confiante sobre seu próprio corpo. Se você entende dinamarquês, ou só deseja checar a série, é possível ver alguns trechos no YouTube.
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Pantanal em chamas
O Pantanal brasileiro está queimando. Maior incêndio na região desde 2006, as chamas consumiram cerca de 200 mil hectares em três semanas. As investigações apontam para um incêndio causado por ação humana e, em reportagem para o Nexo, Cesar Gaglioni explica o poder de destruição das queimadas no Pantanal. A fauna local, que poderá levar de 20 a 30 anos para se recuperar completamente, é uma das principais vítimas -- como explica Natan Novelli Tu. A região concentra grande parte da população mundial de araras-azuis e onças-pintadas, duas espécies em risco de extinção. Em meio ao fogo, as ações do governo Federal são questionadas por ambientalistas após o enfraquecimento que o governo tem promovido nos órgãos de fiscalização ambiental. A reportagem de Isabela Cruz explica como o poder público vem agindo em relação aos incêndios.
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A pandemia não acabou só porque você não aguenta mais
A necessidade de distanciamento social se estende indefinidamente no Brasil, enquanto a fadiga da quarentena cresce e muita gente afrouxa o próprio isolamento, despertando a ira de quem tem se esforçado para colaborar com a contenção do coronavírus. Nas redes sociais, não faltam desabafos e memes de quarentenados que se sentem trapaceados por quem já está circulando normalmente. É nesse contexto em que atua um conhecido personagem da pandemia: o fiscal do isolamento. Seja online ou offline, ele dedica algum tempo do dia para repreender quem anda socializando antes da hora. O que fazer diante deste cenário? Nesta entrevista ao Nexo, a psicóloga e professora da USP Martha Hübner comenta os debates incendiários que giram em torno de quem fura a quarentena. Ela fala ainda sobre como lidar com a percepção de que você é o único em isolamento, enquanto todo o resto toca sua vida (para fora de casa).
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Um papo com Jane Fonda
Vencedora de dois Oscar e outros tantos Globos de Ouro, musa fitness e ícone sexual, ativista histórica e rainha de Hollywood, Jane Fonda poderia apenas parar e desfrutar de uma aposentadoria tranquila, com a sensação de dever cumprido. Mas segue incansável e versátil nas mais diversas frentes. Se no ano passado ela se tornou um dos principais holofotes para a questão climática, ostentando seu icônico casaco vermelho e algemas em protestos do Fridays For Future; na quarentena, ressuscitou seus programas de ginástica dos anos 1980 e entrou para o Tik Tok. Nesta conversa com a colunista Maureen Dowd, do New York Times, a atriz fala sobre todas essas facetas de sua trajetória: da juventude à velhice; da Guerra do Vietnã à crise do clima; dos seus filmes clássicos a "Grace and Frankie"; de Nixon a Trump; dos Panteras Negras ao Tik Tok. Aos 82, Jane Fonda mostra que está atenta e forte.
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As drogas pelo mundo
Da tolerância zero à legalização, cada país tem suas regras. A série de reportagens especiais da Folha de S.Paulo Estado Alterado levanta o debate sobre os efeitos das diferentes políticas ao expor a maneira como nações dos quatro continentes lidam com a produção, distribuição e consumo de entorpecentes. Nos Estados Unidos, o Colorado já experimenta a possibilidade de legalização da maconha. Já o Uruguai, primeiro país a legalizar a droga, sofre desafios e críticas externas. O próximo especial, sobre a Bolívia, será publicado no dia 7 também com vídeos, gráficos, depoimentos e imagens sobre a situação dos entorpecentes no país.
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Um exame da democracia
Líderes autoritários, desigualdade social, violência racial e uma pandemia nos mostraram que o futuro da democracia é incerto. Em tempos onde a crença no sistema de governo é cada vez menor, a New Yorker produziu um especial que analisa o passado, o presente e o futuro da democracia americana. O papel da imprensa, dos políticos e da liberdade de expressão são debatidos em textos que serão lançados até novembro, mês da eleição americana. Com uma gama diversa de escritores, o especial tem como objetivo refletir os erros e acertos do modelo americano, fortalecendo a democracia no processo.
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40 tons de Rihanna
A carreira musical de Rihanna pode estar – para desespero dos fãs – em um longo hiato, mas isso não significa que a rainha de Barbados esteja parada. A Fenty Beauty, marca de cosméticos criada pela cantora em 2017 e que revolucionou ao oferecer produtos destinados a uma enorme variedade de tons de peles, finalmente chega ao Brasil. Com mais de 40 tons diferentes de base, os cosméticos garantem diversidade para negros e negras – algo incomum na indústria. Quer saber mais sobre as aventuras de Rihanna no mundo da beleza? É só dar uma olhada neste texto da Elle – além de contar tudo sobre a marca, eles ainda bateram um papo com a Priscilla Ono, maquiadora-global da Fenty Beauty.
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Os diários de viagem de um escritor
Embora no recém-lançado livro de poemas "Regresso a Casa" (Dublinense, 2020), produzido durante a quarentena, o português José Luís Peixoto dê protagonismo ao lar, nem todos os seus escritos estão confinados entre quatro paredes. Afinal, o autor — um dos mais relevantes da literatura lusitana contemporânea — alimenta um blog de viagens. Por lá, ele publica suas impressões sobre as cidades e lugares que visitou pelo mundo. E não são poucos: da Coreia do Sul a Porto Rico, passando por Moçambique, Istambul e Curitiba, Peixoto carimba o passaporte em destinos de quase todos os continentes. E, claro, leva junto o leitor que, embalado por detalhes e reflexões, aproveita para matar as saudades de viajar e planejar as férias futuras.
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O futuro do sexo é agora
A realidade do isolamento tornou o toque proibido, mas não foi capaz de apagar o tesão. Talvez tenha sido a abstinência o que fez com que se pensasse ainda mais em sexo. Corpos solitários e excitados passaram a se aventurar na busca pelo prazer em um novo contexto, o da tecnologia. Vibradores, festas virtuais, webnamoros e sexting foram amplamente testados – tudo para conseguir gozar sem furar a quarentena. Estudiosos já previam: é o futuro do sexo. A partir desse tema, o especial do UOL, dividido em quatro partes e ilustrado com quadrinhos intercalados por textos e entrevistas com especialistas da área, versa sobre as novas maneiras de se relacionar e chegar ao prazer.
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A arte de dissecar o novo trabalho de Beyoncé
“Black is King” chegou à plataforma de streaming Disney+ na sexta 31 como um meteoro, dando muito o que falar -- até no Brasil, onde não está (oficialmente) disponível e nem tem previsão de chegar. O “álbum visual” de Beyoncé retoma “The Lion King: The Gift”, álbum musical lançado em 2019 com o filme da Disney “O Rei Leão”. Do que se trata? Como mostra este Expresso do Nexo, a partir da fábula da Disney, Beyoncé cria sua própria narrativa visual sobre a ancestralidade negra, as tradições e riquezas da África -- de onde surgiram as principais críticas. Artistas e pensadores africanos a acusaram de romantizar a África pré-colonial com representações das monarquias africanas e de “estereotipar” a cultura do continente. Debates sobre lugar de fala se seguiram, na esteira de críticas de pessoas não-negras à produção. Tão delicada é a tarefa de analisar tamanha empreitada de uma das maiores artistas dessa geração que o New York Times chamou seis críticos para analisar todos os aspectos da obra -- da moda à música, da dança às questões raciais e representações (e apropriações) da cultura africana.
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Poemas para enfrentar a calamidade
Uma poesia une o político americano John Lewis, pioneiro do movimento por direitos civis nos EUA, a Nelson Mandela, líder sul-africano que desestruturou o apartheid. "Invictus", do escritor britânico W. E. Henleys foi inspiração para esses dois líderes, mesmo que tenham vivido tempos, lugares e situações tão diferentes das do autor. Henleys passou boa parte da vida sofrendo cronicamente de tuberculose, entre outros problemas de saúde, e morreu em 1903. Seus versos de resistência diante da dor permanecem universais e atemporais; são perfeitos para quem precisa de inspiração para passar pela calamidade e permanecer em pé. Por isso estão entre as obras que este texto da The Atlantic recomenda para o momento em que precisamos recobrar a resiliência, suportar adversidades e nos fortalecer pela provação. Desesperado, mas exausto de redes sociais e videoconferências? A dica da publicação americana é revisitar os ensinamentos de quem já viveu períodos mais atrozes.
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A vida e obra de Hélio Oiticica
Inovador da linguagem, ícone da contracultura, pioneiro em instalações que dissolvem a fronteira entre obra e espectador – este era Hélio Oiticica. Mas talvez o que melhor defina o artista carioca é a multiplicidade: de experiências, tentativas e sentidos. Reconhecido internacionalmente, ampliou o horizonte da arte brasileira, ao beber da literatura e da filosofia para criar suas obras – um dos poucos brasileiros que faziam isso à época –, e investir em estéticas que excitam múltiplos sentidos sensoriais. Neste ano, aniversário de 40 anos da morte do artista, o Nexo produziu um especial sobre sua trajetória e principais trabalhos.
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Conhecendo melhor seu analista
Uma das consequências da pandemia, as sessões de terapia e psicanálise virtuais levantaram uma questão: o quanto da vida pessoal do terapeuta deve ser revelado ao paciente? Entre freudianos e analistas comportamentais, há quem acredite que o terapeuta deva se colocar como uma página em branco, e há quem creia que deva ser considerado gente como a gente. Sem que haja um consenso do caminho a ser seguido, uma terapeuta e professora da Universidade de Michigan analisa os perigos e oportunidades da teleterapia, e conta um pouco do que pensa sobre o assunto em artigo publicado pelo Nexo.
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Registros fotográficos de um médico
Junto à responsabilidade de ser um dos profissionais de saúde em ação no combate ao novo coronavírus no Rio de Janeiro, o cirurgião Ary Bassous carrega também um talento artístico: fotógrafo premiado nacional e internacionalmente, ele aproveita as lacunas de sua escala para registrar a rotina pandêmica dos dois hospitais onde trabalha. Além das fotos emocionantes que revelam o dia a dia de quem está na linha de frente contra a Covid-19, esta reportagem da National Geographic Brasil conta a história de Bassous e de outros profissionais de saúde que foram infectados pelo vírus.
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Ensaios para um país pandêmico
Uma edição especial de quarentena da revista serrote, publicação do Instituto Moreira Salles, traz reflexões sobre o momento de exceção que se vive no Brasil em meio à pandemia de Covid-19 — são seis textos inéditos sobre os impactos políticos e sociais desse momento, além de três ensaios visuais. A edição conta, ainda, com a tradução de “O vínculo da vergonha”, clássico do historiador italiano Carlo Ginzburg que fala diretamente ao Brasil de hoje. É possível fazer o download gratuito da publicação, e o canal do Youtube do IMS transmite uma conversa com autores da revista no dia 15 de julho às 17h.
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Hilda Hilst para iniciantes
Para quem quer se aventurar pela extensa produção de uma das maiores escritoras brasileiras do século 20 mas ainda não sabe por onde começar, a Companhia das Letras disponibiliza um livreto gratuito que introduz ao leitor um pouco do universo pessoal e poético de Hilda Hilst. "Três vezes Hilda" traz uma breve apresentação da vida e da obra da autora por Ana Lima Cecílio, antecipando parte da biografia que deve ser lançada em breve; três cartas lindas do amigo Caio Fernando Abreu enviadas a Hilda no começo dos anos 1970; e três poemas de amor retirados da coletânea "De amor tenho vivido" (2018), da mesma editora.
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Registros da vida pandêmica
Um espaço para extravasar todos os dias pensamentos que nos perseguem entre as quatros paredes do confinamento. Essa é a proposta da Pandemia Crítica, página dentro do site da N-1 Edições que reúne textos dos mais diversos tipos sob um denominador comum: os tempos de crise da Covid-19. Entre contos, poemas, diários, ensaios filosóficos, reflexões sobre arte, política, racismo e medo, já são mais de 90 textos publicados desde o início da quarentena — e, para não perdê-los de vista, a editora posta os links diariamente no Instagram. Vale o mergulho.
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Um guia das paradas LGBTQ+ online
Pela primeira vez em cinco décadas as comunidades LGBTQ+ do mundo todo não poderão ocupar as ruas em junho — mês em que as paradas celebram o orgulho, a luta e a conquista de direitos —, por causa da Covid-19. Mas isso não significa que a data histórica passará em branco na pandemia: este artigo do New York Times lista alguns dos eventos do orgulho LGBTQ+ que serão realizados online ao longo do mês. A vantagem é que qualquer um pode participar, de qualquer lugar do mundo, basta ter internet.
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Uma indagação de Graciliano Ramos sobre a dor
"Dizem que somos pessimistas e exibimos deformações; contudo as deformações e miséria existem fora da arte e são cultivadas pelos que nos censuram." Se os sofrimentos desaparecessem, o que seria da arte? É o que pergunta o autor de "Vidas Secas" ao pintor Candido Portinari, em correspondência de 1946. Na carta, disponível no Correio IMS, acervo online organizado pelo instituto, Graciliano Ramos reflete sobre a produção de obras que observam a miséria, e que espécie de arte surgiria numa paisagem sem deformações. "Desejamos realmente que elas desapareçam ou seremos também uns exploradores, tão perversos como os outros, quando expomos desgraças?", questiona o escritor, angustiado, a seu amigo.
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A sobrecarga do #FiqueEmCasa para as mulheres
De acordo com a ONU Mulheres, o trabalho doméstico não remunerado representa de 10% a 39% do PIB dos países. Some isso a uma pandemia e ao fato de mulheres serem as principais responsáveis por todo o trabalho invisível que envolve a vida doméstica (já leu o quadrinho sobre a carga mental?), e é possível entender o tamanho do problema. Esse é o tema da reportagem da jornalista Noelia Ramírez para o El País. No texto, ela demonstra como, durante a quarentena, mulheres estendem suas jornadas madrugada a dentro para ficar em dia com suas tarefas, chegando a altíssimos níveis de esgotamento físico e mental.
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Sob medida para a pandemia
A quarentena tem sido um período fértil para pequenas publicações digitais. Entre as novidades está a Queimada, feita exclusivamente para o Instagram, que de forma simples e elegante e com textos diários que não passam de mil caracteres discute o caos político e social dos dias atuais. São fotos, ilustrações e reflexões de mulheres que serão publicados até o fim do isolamento social. Já o MJOURNAL.ONLINE tem foco nos mercados de beleza, moda e comunicação. Buscando ir além da zona de conforto, os textos da última edição exploram temas como transfobia, direitos trabalhistas no mundo da moda e o termo socialwashing, onde marcas realizam atitudes filantrópicas para esconder falcatruas trabalhistas.