Como apresentadora, despontou na MTV Brasil, onde foi VJ desde a primeira geração. Em 2006, apresentou pela primeira vez o documentário sobre seu pai, “Person”, para o qual se dedicou por quase uma década. Em 2015, lançou “Califórnia”, sua primeira produção de ficção, e agora retorna às telas do cinema como produtora do filme “Eu e Ela”, dirigido por seu companheiro, Gustavo Rosa de Moura.
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Qual é sua ideia de felicidade perfeita?
Ter prazer nas pequenas coisas, todos os dias. Regar minhas plantas. Fazer um pão. Passear com Guru (meu cachorro). Cozinhar pros meus amigos. Ouvir uma música. Conversar com uma pessoa querida. Quando estou no sítio, uma cachoeira em dia de sol.
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Qual é o seu maior medo?
Perder esse prazer no cotidiano. Adoro acordar cedo, sentir o primeiro ar da manhã, fazer um café, ficar sozinha, ler o jornal. Ter esse tempinho só pra mim, amo.
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Que característica mais detesta em você?
Meu lado consumista. Antes eu comprava muito do que via na rua. Desde a pandemia meu shopping virou o computador. Compro espátulas que não preciso, shampoos sólidos que deixam meu cabelo seco, biquinis que não me servem, potinhos de vidro que não tenho onde guardar. É sério o meu caso.
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Que característica mais detesta nos outros?
A falsa modéstia. Sempre me pergunto se a pessoa não percebe o ridículo.
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Que pessoa viva você mais admira?
Tendo admirado o Drauzio Varella cada vez mais. A disponibilidade de passar conhecimento adiante, ele é muito didático e generoso quando fala de saúde, muitas vezes dissonante dos seus pares, que tratam a medicina como uma caixa preta acessível apenas a quem cursou uma faculdade de saúde. Toda a luta pela existência do SUS, a dedicação à população encarcerada no Brasil, homens e mulheres. Que bom ter Drauzio no Brasil de hoje.
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Qual é a sua maior extravagância?
Dormir muito.
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Qual é o seu estado mental atual?
Oscilo entre o desespero e a esperança. O otimismo e a realidade. O Brasil não é pra amadores, mesmo!
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Que virtude considera superestimada?
O mérito, aquele da meritocracia. Coisa ridícula falar em meritocracia numa sociedade desigual como a nossa, aliás, num mundo desigual como o nosso.
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Em que ocasião você mente?
Adoro que a pergunta é “em que ocasião” e não “se”, o que já diz muito sobre a natureza humana. É natural para nós mentir, mas deveriam existir duas palavras pra mentira, pois uma mentira interesseira pode ser motivada por cinismo ou covardia. Existe a mentira bem intencionada, que evita sofrimento desnecessário. Essa eu adoto bastante. Uma pobreza da língua não fazer essa diferenciação.
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O que menos gosta sobre sua aparência?
Ah, depois de adulta eu fiz as pazes com minha aparência. Isso de não gostar de algo em si eu deixei na adolescência, me achava toda errada, rs. Achava meu cabelo muito volumoso, minhas coxas grossas, minhas costas largas demais. Hoje em dia tô em paz com o espelho. E como estou envelhecendo, tento fazer isso sem desespero.
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Que pessoa viva você mais despreza?
Esse homem ruim que é presidente do Brasil hoje.
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Que qualidade mais admira em um homem?
A delicadeza.
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Que qualidade mais admira em uma mulher?
O exercício da liberdade mesmo diante de tudo o que constrange o feminino.
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De que palavras ou frases você abusa?
“Putz grila”. Amo, é uma gíria muito da minha adolescência.
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O que ou quem é o maior amor da sua vida?
Minhas famílias: a de onde vim, a que eu escolhi, e a grande família que são meus amigos. Também sempre amei muito todos os meus cachorros, atualmente é o Guru.
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Quando e onde você foi mais feliz na vida?
Hoje, sempre hoje. Não consigo pensar em um passado “mais feliz”, a felicidade é estar viva, é poder conviver com as pessoas que amamos. Claro que se a gente pensar em Brasil, fomos mais felizes no passado. A atualidade política no Brasil hoje é um fundo de poço triste, mas o milagre de estar aqui, nesse tempo, ter o privilégio de uma vida longa, já é muita coisa pra ficar feliz.
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Que talento você mais gostaria de ter?
Ser engraçada. E saber tocar piano. Ou violão muito bem. Tocar bem qualquer instrumento. Queria saber compor boas músicas também.
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Se você pudesse mudar uma coisa sobre você, o que seria?
Queria ter mais habilidade pra esportes, era uma tortura ser sempre a última a ser escolhida nos times da escola. E uns 5 cm a mais de altura também não me fariam mal.
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O que considera sua maior conquista?
Minha autonomia. Viver do que faço, fazendo o que gosto. Poder dispor do meu tempo. Foi uma conquista porque tive que abrir mão de muitas coisas pra poder viver assim.
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Se você morresse e voltasse como uma coisa ou uma pessoa, o que você gostaria de ser?
Uma árvore centenária.
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Onde você mais gostaria de morar?
Cada vez mais eu penso que gostaria de morar com mais natureza em volta. Perto de água limpa, no meio do mato ou na praia.
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Qual é o seu pertence mais estimado?
Meu cantinho, minhas coisinhas. É uma composição de coisas, não tenho um único objeto.
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O que você considera o nível mais baixo da desgraça?
Viver num país tão maravilhoso como o Brasil e ter um presidente tão perverso como Bolsonaro.
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Qual sua ocupação favorita?
Cozinhar pros meus amigos, ouvindo música e conversando com eles.
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Qual sua característica mais marcante?
Sou boa ouvinte. E guardo segredos.
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O que você mais valoriza em seus amigos?
O humor nas horas difíceis.
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Quais os seus escritores favoritos?
Ah, isso varia muito, cada época tem um, mas da vida acho que é Machado de Assis. Também sou fascinada por Clarice Lispector. Gostei de tudo que li da Elena Ferrante, do Phillip Roth.
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Quem é seu herói na ficção?
Robin Hood, por trabalhar contra a desigualdade e Zelda Scott, da Armação Ilimitada, por ser o exemplo de uma mulher livre numa época tão machista.
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Com qual figura histórica você mais se identifica?
Nossa, quebrei a cabeça e não consegui pensar em uma única. Na verdade não consegui pensar em nenhuma
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Quem são seus heróis na vida real?
Ailton Krenak, Davi Kopenawa. Os descendentes dos nossos povos originários que trazem a nós esses saberes ancestrais. Admiro a forma que eles têm de pensar o mundo. São pessoas que trazem a visão de que não precisamos possuir um pedaço de terra para usufruir dele, que a humanidade poderia viver
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Quais são seus nomes favoritos?
Marina (sim, amo meu nome!), Irene, Irina. Gosto dos nomes indígenas Janaina, Iara, Mayara, Tainá. Acho legal quando dão nomes que são apelidos: Zeca, Tom. Elementos da natureza ou cores também, Céu, Rio, Azul.
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O que você mais detesta?
Produtos alimentícios ultraprocessados. E gente chata.
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Qual seu grande arrependimento?
Não ter estudado piano.
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Como gostaria de morrer?
Com a sensação que é hora de ir.
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Qual é o seu lema?
Mejor atrasada que fea.