Nascido como Alex Pereira Barboza no Rio de Janeiro, o rapper MV Bill acaba de lançar sua autobiografia “A Vida Me Ensinou a Andar” (2022, Editora AGE), em que fala sobre a vida na Cidade de Deus e o descobrimento do rap. Sua carreira conta com 12 discos, o documentário “Falcão – Meninos do Tráfico”, ganhador do prêmio Vladimir Herzog, e quatro livros.
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Qual é sua ideia de felicidade perfeita?
Estar com saúde e trabalhando.
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Qual é o seu maior medo?
Tenho muitos medos. O maior deles é voltar ao estado que eu já tive antes na minha juventude, sem trabalho, sem perspectiva e quase sem ter o que comer.
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Que característica mais detesta em você?
Com sou ser humano, tenho muitas coisas amáveis e algumas outras detestáveis. A autoavaliação é muito difícil; mais fácil as pessoas dizerem o que elas acham.
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Que característica mais detesta nos outros?
Uma coisa detestável de forma geral é a inveja, um sentimento muito ruim.
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Que pessoa viva você mais admira?
A jogadora de futebol Marta. Toda vez que ela aparece na TV, me emociona muito.
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Qual é a sua maior extravagância?
É ir no mercado gastar dinheiro com as coisas que eu gosto de comer e que eu mesmo preparo.
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Qual é o seu estado mental atual?
É difícil uma pessoa no Brasil e no mundo, depois da pandemia, dizer que estar com a mente totalmente boa. Algum tipo de distúrbio esse momento pandêmico causou por conta do ficar em casa restrito a algumas coisas, não fazer shows e não se conectar com as pessoas. Eu estou qualquer coisa, menos normal. Mas me sinto bem do jeito que estou.
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Que virtude considera superestimada?
As pessoas falam às vezes assim “Ah, o Bill é humildão. Poxa, o Bill é humilde demais”. Eu aprendi a humildade nos conceitos do hip-hop, então não sou eu que sou muito humilde. Tem muita gente marrenta por aí no mundo. O meu comportamento para mim é o normal, como eu gostaria que as pessoas me tratassem.
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Em que ocasião você mente?
Tem alguns momentos em que eu preciso mentir. São mentiras pequenas, que não vão machucar ou magoar alguma outra pessoa. Quando tem uma pessoa para baixo e a gente precisa levantar o astral, a gente tenta com palavras para cima, por mais que o nosso olhar vendo uma pessoa assim murcha, sem vida, emite palavras que são o contrário do que você vê, emite mentiras. Mas é só a tentativa de fazer com que o bom astral adentre a pessoa.
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O que menos gosta sobre sua aparência?
Na minha infância, eu sofri muito com minha aparência e eu conto isso bastante no meu mais recente livro de crônicas “A Vida Me Ensinou A Caminhar”. Mas hoje não tem nada que me causa desconforto. Muito pelo contrário, eu sou muito feliz com minha aparência física e mental.
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Que pessoa viva você mais despreza?
Da pra fazer uma lista de nomes de pessoas, porém não posso citá-las, caso contrário elas me processam.
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Que qualidade mais admira em um homem?
A honestidade.
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Que qualidade mais admira em uma mulher?
Mesma resposta, a honestidade.
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De que palavras ou frases você abusa?
Tem algumas pessoas que acreditam que é mais fácil compor em inglês. Eu acho que tem a complexidade de escrever em português, mas te dá mais possibilidades, por ser uma língua mais vasta. Você pode dizer a mesma coisa de várias formas diferentes inclusive usando gírias. Eu gosto muito de explorar a língua portuguesa, trazendo palavras pouco usadas nas minhas rimas. Sempre uso e abuso de tudo o que eu posso na língua portuguesa.
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O que ou quem é o maior amor da sua vida?
Tem muitas coisas e muitas pessoas que eu amo muito. A própria vida é um amor incondicional. Se tivesse de citar uma pessoa, é a minha mãe, que foi o portal para eu chegar no planeta Terra.
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Quando e onde você foi mais feliz na vida?
Tive muitos momentos felizes na minha vida inteira. Mas, sem dúvida, o que eu estou vivendo agora.
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Que talento você mais gostaria de ter?
Sempre sonhei em ser uma pessoa multifacetada, com muitas frentes de trabalho. Livro, música, atuação, apresentação de programas, palestrante. Eu já sou o que queria ser.
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Se você pudesse mudar uma coisa sobre você, o que seria?
Mudaria todos os meus órgãos internos por os de uma pessoa mais jovem. Não mudaria nada esteticamente.
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O que considera sua maior conquista?
A maior, na minha carreira na música, é poder fazer um show, reunindo milhares de pessoas, e entretê-las usando somente o meu repertório, sem fazer cover.
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Se você morresse e voltasse como uma coisa ou uma pessoa, o que você gostaria de ser?
Eu quero é viver essa vida aqui da melhor maneira possível, fazê-la durar o máximo possível, com a qualidade máximo que eu puder.
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Onde você mais gostaria de morar?
Gosto bastante do lugar que eu moro. Mas, se eu pudesse ter uma casinha na Jamaica, ia ser bem interessante.
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Qual é o seu pertence mais estimado?
Gosto muito do espaço que tenho para refletir, para escrever e gravar. A estrutura que eu tenho da minha empresa. Essas são as coisas materiais que eu estimo.
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O que você considera o nível mais baixo da desgraça?
A fome. Quando você ver uma pessoa com vontade de comer e não ter, é um troço muito ruim. É uma dor muito específica, que eu não desejo para quem é meu inimigo.
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Qual sua ocupação favorita?
Trabalho com o que eu gosto, tenho esse privilégio. Em qualquer parte do meu trabalho, que tem várias frentes, sempre é de forma prazerosa. Até quando o prazo é corrido.
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Qual sua característica mais marcante?
A educação. Isso é uma coisa que minha mãe me deu da forma dela. Não é a educação formal, de falar o português correto, mas de respeitar as pessoas, que para mim é a coisa mais importante: não subestimar ninguém, não mexer nas coisas dos outros, não roubar. São valores que levo para a vida.
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O que você mais valoriza em seus amigos?
Lealdade.
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Quais os seus escritores favoritos?
Não tenho escritores favoritos, mas tenho alguns livros que acabam chamando minha atenção. Gosto muito de biografias, de alguns romances e de contos.
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Quem é seu herói na ficção?
É Al Pacino interpretando "Scarface".
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Com qual figura histórica você mais se identifica?
Tem algumas figuras históricas que me identifico muito por seus feitos, que de alguma forma pavimentaram o caminho para que a minha geração pudesse falar. Lá fora, Malcolm X, Martin Luther King, Nelson Mandela e Steve Biko. Aqui no Brasil, Dandara, Zumbi dos Palmares, Dona Ivone Lara, os movimentos negros, Abdias do Nascimento e João Cândido. São muitas referências, pessoas que acabaram servindo de espelho e são representativas.
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Quem são seus heróis na vida real?
As pessoas que trabalharam para que outras pessoas não deixassem de se alimentar durante a pandemia. Pessoas que se mobilizaram e não se preocuparam tanto com o Instagram, mas tiveram como preocupação principal levar alimentos e alento para quem estava em situação vulnerável.
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Quais são seus nomes favoritos?
Gosto de nomes simples, tipo Maria, João, Pedro, Paulo e Antônio. Acho que nos remete a raízes.
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O que você mais detesta?
Não gosto muito de falsidade. É um troço ruim, que deixa a vibe para baixo.
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Qual seu grande arrependimento?
Já me arrependi de alguns atos, mas não tenho um grande.
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Como gostaria de morrer?
Quem gosta de viver não pensa em como gostaria de morrer.
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Qual é o seu lema?
Seja você mesmo o administrador de suas próprias ideias. Continue driblando algoritmos.