Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a discussão sobre SAÚDE MENTAL ENTRE ATLETAS ganhou fôlego. Para além do caso da ginasta americana Simone Biles, outra superatleta vinha levantando a questão: a tenista japonesa Naomi Osaka, que levantou a tocha nesta edição, tinha se retirado de torneios no último ano por causa de ansiedade e depressão. Documentário da Netflix que acompanha um período recente da carreira dela mostra um pouco dos desafios que vinha passando e do backstage do esporte, que envolve pressão da imprensa, treinamento intensivo e (muita) grana.

SAÚDE MENTAL NA ERA DIGITAL envolve a popularização da terapia online (e de startups que vendem esse serviço para empresas), uma infinidade de aplicativos de meditação guiada (sendo os mais conhecidos o Calm, o Insight Timer e o Headspace) e até uma ferramenta que tenta congregar um pouco de tudo: o Cingulo, que tem teste de autoavaliação, áudios sobre autoconhecimento, técnicas para usar em situações de crise e um espaço para fazer um diário emocional.

Para ALIVIAR A ANSIEDADE em tempos (ainda) pandêmicos, vale até CLUBE DE LEITURA. Com foco na saúde mental de idosos nesse período, o governo do estado de São Paulo lançou recentemente em modelo virtual o projeto Clube de Leitura 6.0, que oferece para maiores de 60 anos acesso a uma biblioteca com mais de 20 mil e-books e reuniões semanais para discutir as leituras. Para quem não faz parte dessa faixa etária, Gama indica outras opções de clubes de assinaturas e dicas para manter uma rotina de leitura.

Uma das artistas mais associadas à questão da saúde mental é a japonesa Yayoi Kusama, que já figurou mostra individual no Brasil e tem obra fixa no Instituto Inhotim. Seu sucesso estrondoso nas últimas duas décadas – quando ela se tornou a artista mais vendida do mundo – veio depois de um passado conturbado que envolveu COMPORTAMENTO OBSESSIVO, depressões e tentativas de suicídio (documentário recente conta mais sobre a trajetória dela, que hoje, com 90 anos, vive voluntariamente em uma instituição psiquiátrica). Para ela, a EXPRESSÃO ARTÍSTICA tem papel importante para entender o que passa dentro de si.

Autoexplicativa, da ilustradora Maria Fauvel.

E MEDITAR, JÁ TENTOU? Edição da Gama traz reportagem sobre como a prática virou moda no Ocidente e uma conversa com Bob Roth, guru das estrelas de Hollywood e principal nome da meditação transcendental no mundo. Também há seleção de técnicas e grupos que estão no Brasil e o depoimento divertido do escritor Reinaldo Moraes sobre suas tentativas de meditação.

Vivemos uma ALTA NOS CASOS DE BURNOUT. Segundo reportagem da revista americana New Yorker, três em cada cinco trabalhadores no mundo estão com burnout, sendo a geração “millennial” a mais marcada pela síndrome. O texto traz uma linha do tempo do uso do termo, que teve sentidos diferentes com o passar das últimas décadas, além de questioná-lo como diagnóstico clínico e mostrar como ele se relaciona com a condição humana e com a atual fase do capitalismo.

O livro “Primeiro Eu Tive que Morrer” (2020), autopublicado pela jornalista cearense Lorena Portela, traz temáticas como ESGOTAMENTO MENTAL, busca por si mesmo e os muitos renascimentos que se dão dentro de uma vida. Reflexo dos tempos, a obra fez sucesso nas redes sociais com nomes como as apresentadoras Sarah Oliveira e Roberta Martinelli e as atrizes Alice Wegmann e Julia Konrad e já vendeu mais de 6 mil cópias.

Produzida e apresentada por Oprah e pelo (ex) príncipe britânico Harry, a série documental “Meu Lado Invisível” (2021) se volta para o debate sobre saúde mental e bem-estar emocional. Em seis episódios, profissionais da saúde, famosos (Lady Gaga, Glenn Close) e anônimos falam sobre o “EU” QUE O OUTRO NÃO VÊ POR TRÁS DO SORRISO. Disponível na Apple TV+. 

Ainda antes da pandemia, Fafá de Belém cantou esses tempos loucos em “Alinhamento Enérgico”, escrita pela cantora carioca e colunista da Gama Letrux. Parte do álbum “Humana” (2019), saudado como um dos melhores da cantora, a música sintoniza com o clima do Brasil da época e de hoje: “Que fase louca/ Que fase doida/ Que ano é esse?/ O que é que vem depois?/ Eu tô exausta, eu tô perdida/ Já me disseram que só começou”. No fim, a recomendação dela é “RESPIRA, APRENDE A RESPIRAR/ Se tu só pira, mas não respira/ Não vai dar”.