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O vício em games, a série ‘Black Mirror’ e o teórico Marshall McLuhan. Uma lista de referências sobre dependências invisíveis e contemporâneas
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Bloco de notas
O vício em games, a série ‘Black Mirror’ e o teórico Marshall McLuhan. Uma lista de referências sobre dependências invisíveis e contemporâneas
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“Existem apenas duas indústrias que chamam seus clientes de usuários: a de drogas e a de software”
A frase, do professor da Universidade de Yale Edward Tufte, está no documentário que abalou a internet: “O Dilema das Redes”. Lançado em fevereiro no Festival de Sundance (e agora disponível na Netflix), o filme mostra o poder que as redes sociais exercem sobre o ser humano.
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É possível ser viciado em videogame? A OMS DIZ QUE SIM. O vício em games, única dependência relacionada a internet reconhecida pela organização, foi incluído na lista de doenças modernas da última versão da Classificação Internacional de Doenças (ICD-11), em maio de 2019. O New York Times fez a mesma a alguns gamers dependentes: “Quanto mais eu jogava, mais depressivo eu ficava. Mas quanto mais depressivo, mas eu jogava”, afirmou um deles.
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Netflix
Quando a natureza humana e a tecnologia se encontram, o resultado pode ser um conflito perigoso — é o que revela a série BLACK MIRROR (2011). No episódio “Queda livre”, a vida em sociedade depende do bom status nas redes sociais (soa familiar?); em “Quinze milhões de Méritos”, os indivíduos são rodeados por telas que indicam os passos a seguir.
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Existe um grupo de jovens japoneses que vive isolado em casa — e não é pela pandemia. Chamados de HIKIKOMORI, eles se afastam de qualquer contato social, e podem ficar até anos sem sair de casa. No Japão, são 541 mil pessoas (1,57% da população) nessa condição, que hoje já afeta outros países, como a Coreia do Sul, Estados Unidos e Itália. Psiquiatras afirmam que o uso incessante da tecnologia pode agravar a solidão do grupo e tornar o isolamento mais resistente, principalmente entre os mais jovens.
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Ignasi Monreal / Divulgação
Quando o isolamento começou, o artista espanhol multidisciplinar Ignasi Monreal ficou confinado em Madrid, e sua única porta para mundo era a tela do celular. Foi então que criou a obra “THE OUTSIDE” (O exterior, em tradução livre), sobre enxergar o mundo lá fora através da tecnologia.
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Antes da democratizaçào do celular, o clássico “Requiem Para um Sonho” (2000) já falava muito sobre vícios: em drogas, remédios, reality shows. No filme, a personagem Sara (Ellen Burstyn) é convidada para participar do seu programa de televisão favorito (que ela passa horas assistindo diariamente). Ela resolve, então, que precisa perder peso: toma pílulas de emagrecimento, aumenta a dose pouco a pouco e acaba viciada tanto nos remédios, quanto no sonho de um dia aparecer na tela da TV.
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Getty Images / File
MARSHALL MCLUHAN foi um teórico da comunicação canadense e precursor dos estudos sobre o impacto da tecnologia na sociedade. Autor da frase célebre “O MEIO É A MENSAGEM”, foi considerado por muitos o verdadeiro profeta da nossa dependência às telas.
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No currículo do diretor David Cronenberg, não faltam longas de ficção científica que piram na capacidade das telas de dominar a humanidade. Em 1983, o filme VIDEODROME trazia no enredo um programa com imagens realistas de tortura e assassinato – mas que logo se revelava como muito mais do que uma simples série de televisão. Na verdade, era um estranho experimento social, que causava alucinações e podia mudar a realidade do telespectador. Em 2015, Cronenberg foi questionado se o longa era um PRENÚNCIO DAS REDES SOCIAIS.
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A tecnologia é IRRESISTÍVEL (Objetiva, 2018), diz o livro de Adam Alter, professor da Universidade de Nova York. Por meio de histórias e exemplos do cotidiano, o autor analisa o mecanismo dos vícios comportamentais, explica como se dá o magnetismo digital (e por que ele não é mero acaso), além de trazer caminhos de como fazer bom uso das tecnologias e mitigar seus efeitos nocivos, no que diz respeito à saúde e bem-estar.
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HOMENS, MULHERES E FILHOS (Record, 2014) é um livro sobre relações – todas intermediadas pela complexidade da era digital. O autor, Chad Kultgen, cria uma rede de personagens que levam vidas aparentemente ordinárias, mas que no fundo são repletas de vícios, neuroses e inseguranças, em sua maioria causadas pelas telas. O livro deu origem ao filme de mesmo nome, com Adam Sandler, Jennifer Garden, Judy Greer.
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CAPA Vício em telas?
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1Semana Somos todos viciados digitais?
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2Conversas ‘É mais fácil desenvolver dependência hoje’
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3Semana Descubra o que significa o vício em sexo e pornografia
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4Conversas Fernanda Calixto: "A tela precisa ser um canal para uma interação de qualidade"
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5Bloco de notas Os achados por trás disso tudo