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Depoimento

Qual é a sua mania de viagem?

Confira do que Astrid Fontenelle, João Paulo Cuenca, Mary Teles, Josimar Melo e outras pessoas não abrem mão na hora de viajar

Sarah Kelly 29 de Junho de 2025

Qual é a sua mania de viagem?

Sarah Kelly 29 de Junho de 2025

Confira do que Astrid Fontenelle, João Paulo Cuenca, Mary Teles, Josimar Melo e outras pessoas não abrem mão na hora de viajar

No imaginário comum, viajar representa conhecer outros jeitos de viver, experimentar sabores novos e acumular histórias divertidas. Cada destino é único e incomparável. Mas alguns hábitos dos viajantes se repetem em cada arrumação de mala, partida ou passeio — independentemente do lugar.

Gama perguntou para diferentes personalidades quais são seus rituais e costumes de viagem.

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    Arquivo Pessoal

    “Gosto de ter o aconchego do meu lar, então carrego algumas coisinhas da minha casa, principalmente os cheiros”

    Astrid Fontenelle, jornalista e apresentadora

    “Tenho algumas manias de viagem. Primeiro que eu realmente pesquiso, procuro sair do Brasil com restaurantes reservados, sabendo quais são as exposições que eu quero ver, se tem algum show na cidade, converso com os amigos, mas acho que isso não é mania de viagem, é o que todo mundo deveria fazer. Mania mesmo eu tenho de carregar algumas coisinhas da minha casa, principalmente os cheiros. Eu levo incenso ou o papier d’Arméni [papel armênio, tipo de incenso], o meu livrinho de oração e um terço. Monto uma cabeceira com as minhas coisas. E se o meu filho não estiver junto, levo um pequeno porta-retrato para a viagem. Acho que viajar é maravilhoso, mas gosto de ter o aconchego do meu lar. Já levei colcha indiana e travesseirinhospara botar por cima da cama, mas agora estou mais compacta nas minhas viagens. E, claro, levo dois livros, porque vai que um não engate, já tenho outro.”

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    Divulgação

    “O estrangeiro só começa a tomar para si uma cidade quando escolhe seu bar. Não o estabelecimento da moda ou aquele contemplado pelo guia turístico e a dica do Instagram, mas o balcão que lhe sorri na cidade desconhecida”

    João Paulo Cuenca, escritor e cineasta

    “Acredito que o estrangeiro só começa a tomar para si uma cidade quando escolhe seu bar. Não o estabelecimento da moda ou aquele contemplado pelo guia turístico e a dica do Instagram, mas o balcão que lhe sorri na cidade desconhecida. O método para essa descoberta é misterioso, como devem ser as boas viagens. Você anda, se perde do mapa, vai vasculhando aquelas esquinas como um cachorro sem dono. Acredite: você vai entender quando encontrar o seu bar. Na primeira vez, você precisa ficar umas horas por ali. E no dia seguinte, voltar rapidamente. Faça uma pausa de um dia e volte no outro. E aí já pode começar a ir sempre, entre outros passeios e compromissos. Recomendo que, se a sua estadia for apenas de uma semana, você vá pelo menos quatro vezes naquele mesmo bar, de preferência na mesma mesa. Vai por mim, a mágica vai acontecer.”

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    Arquivo Pessoal

    “Sempre que chego a um novo destino vou direto ao mercado ou feira local”

    Aline Guedes, chef e pesquisadora de gastronomia

    “Sempre que chego a um novo destino, antes de qualquer passeio turístico, vou direto ao mercado ou feira local. É meu jeito de entender o lugar pela comida, pelos cheiros, pelas conversas que escuto nos corredores. Já encontrei ingredientes que nunca tinha visto, comprei coisas sem saber direito o que eram só pela curiosidade — e quase sempre acertei! Uma vez, caminhando em um destes mercados locais, tropecei (literalmente) em uma destas PANC’s, planta alimentícia não convencional ou como prefiro chamar de planta alimentícia não colonizada. Achei incrível! Teve uma vez em que parei pra comprar uma fruta e acabei batendo papo com uma senhora que me ensinou uma receita típica ali mesmo, entre as bancas. Voltei com mais do que lembranças: trouxe sabores, histórias e uma vontade danada de voltar. Viajar, pra mim, é isso — sair do roteiro óbvio e mergulhar no cotidiano de quem vive ali. Acho que faz toda a diferença e me faz realmente conhecer o lugar em que estou.”

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    Divulgação

    “Costumo ir a templos religiosos e comprar objetos de devoção. Vira uma energia que eu trago e que me protege”

    Joana Munné, dona da agência de consultoria gastronômica Síbaris

    “Sempre gostei de viajar. Não me cansa, me apaixona conhecer novas culturas, novos países, entender a idiossincrasia dos povos, das pessoas, dos países, das regiões. E uma coisa que eu sempre faço, há muitos anos, é manter uma coleção. Quando visito uma cidade, vou em algum templo de culto — pode ser uma igreja, uma sinagoga, uma mesquita, um mosteiro — eu compro objetos de devoção. Tenho inúmeros terços de todas as cores e materiais diferentes. Não é um costume de religião, não é o catolicismo, porque eu não sou uma pessoa religiosa, inclusive me converti ao judaísmo há muitos anos, mas fui criada católica, ou seja, não tenho uma religião, mas gosto muito de me aprofundar. E eu levo esses terços e rosários para casa e os penduro num banheiro que eu tenho, num cabineiro. Vira uma energia que eu trago do país que fui conhecer e que me protege.”

     

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    foto de Érico Hiller

    “Sempre tento minimizar os efeitos colaterais da viagem. Tenho uma listinha preciosa que me ajuda a não esquecer detalhes”

    Josimar Melo, jornalista e crítico gastronômico

    “Praticamente só viajo a trabalho, correndo e por poucos dias – nem passou o jet lag e já estou voltando. Então, minha mania é tentar minimizar os efeitos colaterais da viagem — aqueles provenientes dos esquecimentos da mala. Tenho uma listinha preciosa que me ajuda a não esquecer detalhes como: boné (não é algo que uso diariamente no Brasil, mas até no país mais frio pode aparecer um sol assassino); adaptador de tomadas (tenho todos) para não ficar sem bateria no laptop: o próprio laptop, que já esqueci em casa (e tive de escrever minha longa coluna com um dedo só, no celular); e o remédio para dormir no avião que previne o risco de bater uma fome quando estiver no ar (comer no aeroporto antes de embarcar está na minha lista, e desmaiar no voo para não correr o risco de precisar comer a bordo — especialmente na classe econômica; na executiva, as coisas têm melhorado…).”

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    Arquivo Pessoal

    “Chegar no horário. Posso bater no peito para dizer que jamais perdi um voo por minha culpa”

    Guilherme Genestreti, editor de Turismo, da Folhinha e do Folhateen na Folha de S.Paulo

    O mundo se divide entre os que chegam com muita antecedência no aeroporto e aqueles que deixam para chegar no último minuto, quando seus nomes já estão sendo chamados nos alto-falantes. Eu faço parte do primeiro time. Posso bater no peito para dizer que jamais perdi um voo por minha culpa, mas toda essa antecedência não é bem um hábito de que me orgulho. Até porque aeroportos costumam ser hostis, entediantes, e já me vi perdendo horas da minha vida perambulando por eles enquanto espero o embarque.”

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    Arquivo Pessoal

    “Levo o livro “Confissões de Viajante (Sem Grana)” para todo lugar. Funciona como um guia de bordo, cheio de boas histórias e dicas”

    Manoela Ramos, dona do perfil @escritoraviajante

    “O que não pode faltar na minha mochila é meu livro ‘Confissões de Viajante (Sem Grana)’. Levo para todo lugar — viajo vendendo eles por onde chego. Viajei 4 anos apenas com a venda dos livros. Atualmente desenvolvo outros projetos. Ele funciona como um guia de bordo, cheio de boas histórias e dicas para viajar de forma aventureira e gastando pouco.”

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    Arquivo Pessoal

    “Minha mania de viagem, com certeza, é dormir de tapa-olho e tapa-ouvido em qualquer lugar. Não viajo sem isso”

    Mary Teles, criadora de conteúdo

    “Minha mania de viagem, com certeza, é dormir de tapa-olho e tapa-ouvido em qualquer lugar. Não viajo sem isso — e, se esqueço, com certeza vira um problema para mim. O curioso é que comecei a usar os dois durante um intercâmbio nos Estados Unidos, em 2011, e fiquei tão viciada em dormir assim que até hoje uso tapa-olho e tapa-ouvido para dormir em casa, sozinha (risos). Até na selva amazônica eu dormi com meu tapa-olho e tapa-ouvido, na rede.”

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