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Bloco de notas

Personagens que não se encaixam

Para rir, chorar e se identificar, uma seleção de séries e filmes que exploram o dilema de se sentir fora de lugar

Personagens que não se encaixam

06 de Abril de 2025

Para rir, chorar e se identificar, uma seleção de séries e filmes que exploram o dilema de se sentir fora de lugar

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    O que acontece quando alguém que não se encaixa encontra outros dois que também não se encaixam? “As Vantagens de Ser Invisível” (2012) é a agridoce história de um trio de jovens que passa a pertencer ao se encontrar. São considerados “losers” ou esquisitos na escola pela maioria que não consegue ver que a sua maior característica é a sensibilidade — ao mergulhar na trama, vemos que eles têm qualidades e potencialidades imensas, mas também traumas profundos. Um filme desse século mas que tem uma carinha do mestre da comédia dos anos 1980, John Hughes. Disponível no Prime.

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    “Clube dos Cinco” (1985) é um clássico do não pertencimento. A dramédia juvenil, produzida antes mesmo do gênero misto existir, fala sobre como na adolescência até mesmo os mais populares se sentem meio deslocados. Conta a história de cinco jovens que ficam de castigo num sábado e têm que escrever uma longa redação sobre como se vêem. É estrelado por um time de peso que inclui a musa oitentista Molly Ringwald (que recentemente comentou sobre ocupar esse papel ainda na adolescência), além de Emilio Esteves e Ally Sheed. Disponível para aluguel no Youtube, no Prime Video e na Apple TV+.

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    Em “The Office”, assistimos ao estranho caso do cara que é tão esquisito que não consegue pertencer nem mesmo em meio a outros esquisitões. Dwight (Rainn Wilson) veste a camiseta da empresa como ninguém, tem sempre teorias mirabolantes, é bélico e paranóico, e só encontra diálogo com o chefe, Michael Scott (Steve Carrell), quando este precisa confabular ou tem alguma ideia péssima, ou quando está vivendo um relacionamento amoroso com durona Angela Martin (Angela Kinsey). Spoiler: não dura muito. Disponível na Netflix, na Max, no Prime Video, e Globoplay.

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    O “Fresh Prince of Bel Air” (1990-1996), vivido por Will Smith na série traduzida como “Um Maluco no Pedaço”, mostra o caso em que não pertencer torna o protagonista até melhor e mais sagaz do que quem está totalmente enturmado. Na série, que é inspirada na vida do rapper e ator protagonista, ele é enviado pela mãe da Filadélfia para Los Angeles, onde os tios vivem numa mansão no bairro de ultrarricos Bel Air. Lá, ficam nítidas as diferenças entre ele e os primos Hilary e Carlton, que age como um vovô mesmo sendo ainda um adolescente. Disponível na Max.

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    A autenticidade pode ser uma arma perigosa, contra o mundo e contra si mesmo, como prova “Fleabag” (2016-2019), série que revelou ao mundo Phoebe Waller-Bridge como roteirista e atriz. Ela interpreta uma mulher inteligente e sexual em crise: vive um luto e lida com as frustrações da vida na Londres contemporânea. As relações familiares difíceis e as amorosas bizarras com os diferentes homens que cruzam pelo caminho fazem com que ela, sempre que estranha, procure um diálogo amigo com quem está assistindo. Disponível no Prime Video.

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    Embora não se encaixe na sociedade de Oz em nenhuma de suas versões, é no musical “Wicked” (2024) — adaptado do romance de Gregory Maguire e do bem-sucedido musical da Broadway — que Elphaba (Cynthia Erivo) de fato ganha uma dimensão trágica, passando a despertar compaixão e reconhecimento do público. Na história, devido à sua cor verde, a bruxa com poderes surpreendentes é evitada a vida toda por outras crianças e adultos. Isso faz com que a personagem crie uma armadura, que a torna ainda mais distante de seus pares — com uma exceção importante. A história de Elphaba e do mundo de Oz se conclui com a segunda parte do filme, “Wicked: For Good”, que sai ainda em 2025. Disponível para aluguel na Apple TV+ e no Prime Video.

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    João Grilo (Matheus Nachtergaele) não faz grandes esforços para ser aceito pelos habitantes do pequeno vilarejo de Taperoá, na Paraíba. Pobre desde criança, aprendeu a mentir e enganar para sobreviver em meio à dura realidade do sertão nordestino. Ao lado de Chicó (Selton Mello), o mais covarde dos homens, ele vive de pregar pequenos golpes no filme “O Auto da Compadecida” (2000), adaptação do livro de Ariano Suassuna. Mas a resposta usual de João àqueles que o desprezam por sua origem pobre e aparência desmazelada é exibir sua esperteza e dar a volta em gente que se considera muito acima dele, desde um violento coronel até o próprio diabo. Disponível no Globoplay.

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    “Esses gays estão tentando me matar!” Numa série feita para satirizar a visão de norte-americanos endinheirados sobre lugares supostamente exóticos, ninguém é mais exótico do que Tanya McQuoid, herdeira rica, carente, egocêntrica e dona de frases icônicas como a que abre este texto. Interpretada com perfeição por Jennifer Coolidge e estrela maior das duas primeiras temporadas de “The White Lotus” (2021-), ela busca propósito e conexão enquanto lida com a própria solidão em meio a paisagens belíssimas e suntuosos quartos de hotel. Devido ao seu comportamento excêntrico, atrai olhares enviesados e caretas de constrangimento, do Havaí à Sicília, o que fez com que logo se tornasse uma das personagens preferidas do público. Disponível na Max.

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    Randall (Sterling K. Brown) é um homem negro criado por Rebecca (Mandy Moore) e Jack Pearson (Milo Ventimiglia), casal branco que o adotou logo após ele ser abandonado ainda bebê. Na série “This Is Us” (2016-2022), o personagem cresce focado nos estudos, com o objetivo de alcançar a excelência. Mas precisa lidar com pais que, apesar de amorosos, não compreendem suas necessidades como um jovem negro. Sofrendo de ansiedade e ataques de pânico, um Randall adulto vive crises de identidade ao longo da série, sentindo que não pertence à família que o criou. Disponível no Prime Video.

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    Como pertencer se nem mesmo sua existência é reconhecida? Uma das grandes personagens da literatura brasileira, a Macabéa de Clarice Lispector foi imortalizada no cinema pela atriz Marcélia Cartaxo em “A Hora da Estrela” (1985). Nordestina que vive sempre à margem em meio à indiferente sociedade do Rio de Janeiro, Macabéa não se fixa a lugar algum. Com a vida construída por silêncios e uma sensação de que ela sequer existe, encarna como nenhum outro personagem o processo de discriminação e a violência contida na invisibilidade social. Disponível no Globoplay.

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