Conheça a história de dez objetos de verão — Gama Revista
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Objeto de análise

Conheça a história de dez objetos de verão

O último hit da hidratação, a sunga, um bom chinelo e até uma marca de piscina já foram investigadas pela Gama. Conheça as curiosidades de aparatos perfeitos para os dias quentes

05 de Janeiro de 2025

Conheça a história de dez objetos de verão

05 de Janeiro de 2025

O último hit da hidratação, a sunga, um bom chinelo e até uma marca de piscina já foram investigadas pela Gama. Conheça as curiosidades de aparatos perfeitos para os dias quentes

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    Sunga

    Ao longo da história, inúmeros exemplos de versões ancestrais das sungas são encontrados. Das tangas indígenas utilizadas pelos povos originários brasileiros ao fundoshi, peça íntima japonesa utilizada em banhos, lutas de sumô e celebrações nipônicas, é impossível apontar uma única origem da veste. Com a chegada do século 19, a proibição do banho nu em locais públicos criou a necessidade de vestimentas para a água. Os trajes recomendados, no entanto, cobriam todo o corpo dos homens — a exibição de peitoral era vista como um ataque ao pudor. As sungas atuais só surgiram graças à Hollywood e a uma onda de protestos lideradas por homens americanos. O movimento começou na década de 1930, quando o atleta olímpico Johnny Weissmuller interpretou o protagonista de “Tarzan, o Filho das Selvas” (1932) e se tornou o primeiro homem a aparecer nas telonas sem o peito coberto. O sucesso de Weissmuller motivou rapazes norte-americanos de Nova Jersey que, em 1937, transformaram as praias de Atlantic City no palco de uma manifestação que ficou conhecida como o “no shirt movement” (movimento sem camisa, em português). Os protestos reuniram homens em afronta à legislação local, que proibia que ficassem com seus peitorais expostos. Eles foram detidos, mas conseguiram afrouxar as leis pelo mundo. A partir daí, as peças masculinas foram ficando cada vez menores e a sunga, enfim, passou a reinar. Saiba mais sobre a sunga aqui.

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    Stanley Quencher H2.0 Flowstate Tumbler

    Queridinha dos cervejeiros, daqueles que não esquecem de se hidratar e sempre presente no TikTok, a Stanley lançou um híbrido de caneca e garrafa. O modelo tem a capacidade de aproximadamente um litro, garante a manutenção de temperatura por até sete horas, é feito em aço inoxidável 90% reciclado — de olho no público preocupado com sustentabilidade — e traz uma alça ergonômica e uma tampa giratória com três posições. A tecnologia deste produto, que consiste no isolamento a vácuo entre duas paredes de aço, foi criada por William Stanley em 1913. Com a nova forma de conservação de temperatura, o inventor produziu um modelo clássico de garrafa e fundou a marca em 1915. William faleceu em 1916 e a Stanley foi comprada por uma empresa de investimentos de Nova York. Depois passou pelas mãos de várias companhias, até ser comprada pela Pacific Market International (PMI) 2022, que transferiu a produção para a China. A transformação dos produtos da marca em febre ocorreu depois da nomeação, em 2020, de Terence Reilly como CEO da Stanley, executivo que ficou por sete anos na Crocs, colocando os sapatos de borracha em alta novamente. Saiba mais sobre a garrafa aqui.

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    Prendedor Scrunchie

    Populares dos anos 80 até os dias de hoje, o scrunchie é uma boa alternativa para manter os cabelos bem cuidados e o penteado estiloso. Trata-se de um prendedor de cabelo ondulado e volumoso, revestido de tecido, normalmente usado para fazer penteados sem amassar os cabelos. O elástico foi patenteado pela cantora e pianista americana Rommy Revson em 1987. Revson procurava alternativas menos abrasivas aos pompoms metálicos da época, que causavam quebra dos cabelos. Ela então criou o primeiro protótipo, inspirada pela costura da cintura das calças de seu pijama. O cachorro da musicista, um poodle chamado Scrunchie, serviu de inspiração para o nome da patente — mas a forma como o prendedor é chamado varia no mundo todo. Na França foi apelidado de chouchou, e o Brasil seguiu a tendência do apelido com repetição: nos anos 90, era chamado de frufru. Saiba mais sobre o scrunchie aqui.

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    Cropped

    Uma peça de roupa em tecidos variados, semelhante a uma blusa justa ou folgada, mas curta o suficiente para não cobrir a barriga. O cropped, ou crop top, cujo nome significa literalmente “recortada” em inglês, se tornou um hit do streetwear e, no caso brasileiro, também da moda de verão, sem se limitar ao gênero de quem usa. De amantes do esporte que querem exibir seus abdômens definidos a quem só quer uma peça confortável para um dia quente, croppeds viraram símbolo de liberdade com o próprio corpo. É difícil creditar a um único criador o ato de cortar a parte de cima da roupa, deixando a barriga à mostra. A egípcia Badia Masabni, nascida em 1892 e considerada criadora da dança do ventre moderna, criou uma peça muito semelhante ao cropped, que faz parte do conjunto de saia e blusa utilizado pelas dançarinas. Já a designer francesa Madeleine Vionnet lançou, em 1932, vestidos com cortes estratégicos para exibir a barriga. Entre homens, a tendência foi influenciada de forma inusitada: nos anos 1970, fisiculturistas cortavam as camisetas para burlar os códigos de vestimenta das academias, que impediam que se exercitassem sem camisa. O movimento pegou e fez parte da moda masculina também entre os punks — Tommy Ramone (1949-2014), baterista da lendária banda britânica Ramones, era um dos entusiastas da peça. Saiba mais sobre o cropped aqui.

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    Capa de chuva Rains

    Entre os produtos encontrados na estação das chuvas, destaca-se a capa de chuva Rains, uma tendência na internet e principalmente no Pinterest. É uma capa de chuva profundamente dinamarquesa: de design simples e tecido leve, mas que é bastante resistente à água e a outras intempéries. A capa é uma releitura descolada e atualizada das vestimentas clássicas de borracha feitas para enfrentar a chuva. E tem um capuz ajustável que também faz as vezes de boné. Alguns dados sobre os dinamarqueses podem ajudar a entender este produto: o profundo apreço pelo aconchego (eles têm até uma palavra específica para se referir à sensação de conforto: hygge); a influência da herança escandinava e seu design minimalista e o fato de que lá chove, em média, 120 dias por ano. Os fundadores da marca, Philip Lotko e Daniel Hesselager, foram colegas na faculdade de design e negócios da VIA University, na Dinamarca, e fizeram o primeiro produto da Rains ainda durante o curso. Hesselager estudava design de móveis e Lotko, relações públicas. O embrião da marca, que começou como um projeto paralelo à faculdade, foi um poncho revestido de poliuretano, o mesmo tecido que hoje dá leveza à capa de chuva. “Naquele momento, não percebemos que seria um conceito completo, mas a ideia de combinar design e estilo com um produto técnico nos fascinou”, explicou um dos fundadores. Saiba mais aqui.

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    Ray-Ban Wayfarer Folding Classic

    Uma releitura mais leve de um dos modelos clássicos da Ray-Ban, o Wayfarer. A armação em nylon, que substitui o acetato da original, é dobrável e possibilita que os óculos sejam reduzidos para cerca de um quarto de seu tamanho. As marcas de dobra são bastante discretas, e o charme dos óculos que já vestiram Bob Dylan, Jack Nicholson e Madonna se mantém — com uma conveniência a mais para quem tem bolsos pequenos ou vive derrubando o óculos ao pendurá-los na camisa. O designer americano Raymond Stegeman projetou o modelo em 1952. Desde então, os óculos passaram por fases de maior ou menor evidência — deram espaço para outros modelos de destaque nos anos 1970, voltaram à moda cerca de dez anos depois, marcando presença em produções cinematográficas da época. Nestes quase 70 anos, no topo das vendas ou não, o Wayfarer se consolidou como um clássico dos óculos de sol, conhecido e desejado no mundo todo. Além das múltiplas aparições dentro das telas — como no rosto do personagem interpretado por Tom Cruise em “Negócio Arriscado” — o modelo também ganhou artistas de várias gerações fora delas: foi visto vestindo Marilyn Monroe, Debbie Harry, Jude Law. Também já foi mencionado em obras musicais e literárias. Nos anos 2000, em mais uma onda hype, o modelo foi redesenhado pela marca e ganhou novas versões, com diferentes cores e materiais. Foi aí que surgiu sua versão dobrável. Saiba mais sobre os óculos aqui.

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    Ventilador Ventisilva

    Um ventilador que você provavelmente já flagrou em pequenos comércios de bairro, bares e padarias tradicionais. Também costuma ser visto jogando vento em estudantes e suas apostilas nas salas de aula. O modelo clássico, de parede, é revestido em tinta preta, resistente à ferrugem, mede 65 centímetros de diâmetro, é bivolt e tem uma hélice que gira 1,5 mil vezes por minuto. Ele é próprio para ambientes abertos ou cômodos fechados espaçosos. Mas ninguém vai te julgar se você já tiver cogitado ter um na sua sala. A metalúrgica Ventisilva, marca que produz o ventilador, foi fundada no tradicional bairro da Mooca, na zona Leste de São Paulo, em 1957. Começou como uma pequena oficina criada por Getulio Lino da Silva para consertar eletrodomésticos. Silva passou a fabricar os próprios produtos ao se ver insatisfeito com os ventiladores do mercado. “Ele dizia que os ventiladores que havia no mercado não geravam vento“, disse a filha Marta Martani da Silva ao jornal O Estado de S. Paulo. Hoje, ela e a prima, Miriam Silva, comandam a empresa. O primeiro modelo, SuperSilva, foi feito para o teto e abriu caminhos para as centenas de produtos que hoje a metalúrgica produz. São equipamentos para bar, cafeteira, fornos e exaustores, hoje também vendidos em grandes redes varejistas. O carro-chefe, no entanto, continua sendo o ventilador. Saiba mais aqui.

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    Chinelo Havaianas azul e branco

    Existe uma grande possibilidade de seus pés repousarem neste momento sobre um par desses chinelos. Trata-se do modelo tradicional fabricado pelas Havaianas, feito em borracha, de palmilha branca e tiras coloridas. O nome é emprestado do Havaí, mas tem inspiração no Zori, um chinelo japonês feito em tecido e palha de arroz. Criado nos anos 1960, o modelo abriu as portas para todas as versões customizadas e também para os demais chinelos de dedos feitos em borracha por outras marcas no Brasil. Com mais de 60 anos, a Havaianas segue calçando brasileiros nas mais variadas tarefas cotidianas: sejam eles usuários mais desligados ou discretos, que optam pelo básico, ou estilosos que sabem valorizar um bom cânone. Em relação ao surgimento do modelo, a marca Alpargatas, à qual Havaianas pertence, patenteou a “palmilha com forquilha ornamentada por duas gregas, de direções paralelas” em 1966. No início, só havia o modelo de tira azul, único e inconfundível. Um erro de maquinário em 1969 trouxe à luz uma versão verde, que fez sucesso e abriu caminhos para os novos pares coloridos. Hoje, há uma miríade de modelos, que chegam a custar mais de R$ 200. As pioneiras sandálias de tira azul, no entanto, nunca saíram de circulação e ainda têm preço de entrada. Segundo a Havaianas, nos anos 1970, este par minimalista foi utilizado pelos jovens adeptos ao movimento hippie no Brasil, que queriam uma vida longe dos excessos de consumo. O chinelo também já figurou em uma lista do governo brasileiro de produtos fundamentais para controlar a inflação, ao lado de itens como o arroz e o feijão. Saiba mais sobre o chinelo atemporal aqui.

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    Piscina iGUi

    Há quase 30 anos no mercado, os icônicos tanques azuis expostos na vertical em estradas diversas são parte do imaginário do verão brasileiro. Fundada em 1995, na cidade de Cedral, no estado de São Paulo, a iGUi é uma empresa brasileira que fabrica e comercializa piscinas em fibra de vidro. Além dos tanques, produz equipamentos para filtragem, acessórios para área de lazer e produtos químicos para manutenção da água. iGUi significa “água” em tupi-guarani, mas o nome original era Indústria da Piscina. Hoje, é uma gigante no mercado, inclusive internacional – as piscinas brasileiras estão presentes na França, na Nova Zelândia, na Austrália, em Angola e em outros 50 países. Cinco sócios liderados pelo presidente Luiz Filipe Sisson são as cabeças por trás da marca. Sisson começou no ramo com apenas 17 anos, quando trabalhava como auxiliar de escritório na empresa da família, que vendia banheiras. Depois que seu pai e tio desistiram do negócio, até tentou manter a empresa de pé, mas foi engolido por discordâncias e decidiu seguir um novo caminho, dessa vez com a iGUi. Saiba mais sobre a Piscina iGUi aqui.

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    Cooler

    Um recipiente em plástico e poliuretano, uma espécie de espuma isolante, com alça e uma tampa, normalmente um retângulo ou um cilindro, para estocar bebidas, alimentos ou outros materiais em baixas temperaturas. Símbolo dos dias de praia, do churrasco e cumprindo papel importante na conservação das vacinas e materiais hospitalares, o cooler é mais do que uma caixa térmica: é uma alternativa resistente e portátil ao freezer que pode ser empregada em vários usos, desde o estoque da cerveja para levar para a piscina até a conservação provisória do que não cabe em uma geladeira cheia. Ele foi inventado com outro nome: ice box, ou caixa de gelo. O dono da primeira patente para a caixa de gelo portátil foi o americano Richard C. Laramy, em 1951. No ano seguinte, a caixa portátil Esky Auto Box foi inventada na Austrália pela empresa de refrigeração Malley e se tornou o primeiro cooler produzido em massa, adquirido por 500 mil australianos até 1960. Nos EUA, a produção só se iniciou em 1954, com a empresa Coleman. Os coolers eram produzidos em aço, material que depois foi substituído por uma opção mais leve: o plástico. Saiba mais sobre o cooler aqui.