Bloco de notas
Thiago Amparo e as cercas farpadas entre ele e o mundo, o documentário ‘Meu Corpo É Político’, a autobiografia de Roxane Gay e mais
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Divulgação
Danez Smith é um escritor norte-americano negro, não binário e soropositivo. O primeiro título do autor publicado no Brasil, “NÃO DIGAM QUE ESTAMOS MORTOS” (Bazar do Tempo, 2020), teve um trecho publicado na Gama. Nele, Smith versa sobre racismo e corpo negro, além de relações afetivas LGBTQI+, sexo e desejo, e sobre a convivência com o HIV. O livro é um convite para mergulhar nas veias do autor, e entender como é viver em seu corpo e pele.
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Acervo Pessoal
Casados e intensamente apaixonados, Genesis P-Orridge, artista, músico e co-fundador do grupo Throbbing Gristle, e Lady Jaye Breyer P-Orridge, enfermeira, queriam tornar-se um só. Em 1993, o casal iniciou o projeto THE PANDROGENY PROJECT, uma tentativa de mudarem seus corpos a tal ponto que ambos se tornariam uma identidade única: a “pandrogenia”. De acordo com Genesis, os dois eram partes desse todo. Por isso, gastaram US$200 mil em cirurgia, implante de seios, bochechas, queixo, lábio, olhos, tatuagem e terapia hormonal. Lady Jaye morreu em 2007, e desde então Genesis representa a persona que os dois buscavam se tornar.
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©Carlos Vergara
A liberdade de ir e vir de corpos negros e LGBTQI+ é limitada por CERCAS FARPADAS, escreve o advogado Thiago Amparo na Gama. Em março do ano passado, ele escreveu um texto para a revista, no qual reflete sobre a noção de pertencimento e formas de existir em espaços privilegiados. Diz que tais espaços não devem colocar corpos como o dele em posições questionáveis, estranháveis ou reduzidos à uma história heroica.
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Paideia Filmes
“MEU CORPO É POLÍTICO” (2017) é um documentário que acompanha o cotidiano de quatro militantes da causa LGBTQI+ que vivem na periferia de São Paulo. A partir da intimidade e contexto social dos personagens, a produção de Alice Riff levanta questões contemporâneas sobre a população trans: ocupar espaços com suas identidades, conseguir mudar de nome sem um processo judicial e ter acesso a educação e emprego estáveis são disputas políticas e cotidianas de seus corpos.
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©Paz Errázuriz
Em suas obras, a artista chilena Paz Errázuriz representa diversos tipos de corpos com franqueza e naturalidade brutais. De acordo com ela, suas fotos são uma maneira de construir sua própria imagem. Uma de suas coleções é apenas voltada aos IDOSOS: corpos nus em preto e branco que gritam em suas rugas e cicatrizes a passagem do tempo. Em 2020, Errázuriz teve seu trabalho exposto no IMS, em São Paulo, em uma retrospectiva das principais imagens feitas pela fotógrafa ao longo da carreira.
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Divulgação
Maria Luísa é uma garota inteligente, estudiosa e dona de uma forte personalidade. Mas também é GORDA, e por isso coloca todas as suas qualidades em xeque. A personagem é protagonista do primeiro título da escritora portuguesa Isabela Figueiredo: “A Gorda” (Todavia, 2018), um romance sobre autoimagem e preconceito, e sobre como o corpo pode ser um empecilho na relação de uma adolescente com o mundo.
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“Eu acho que discursos, na verdade, habitam corpos. Eles se acomodam em corpos; os corpos carregam discursos como parte de seu próprio sangue.”
Disse a filósofa Judith Butler em uma entrevista para a pesquisadora Irene Costera Meijer e para a filósofa Baukje Prins, ambas holandesas. O papo entre elas abordou temas como feminismo, representatividade, corpo e outras teorias de Butler. A entrevista foi originalmente publicada em inglês no jornal acadêmico Signs, da Universidade de Chicago.
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©Eliška SKY
Um projeto para desafiar a maneira como vemos o corpo feminino e interpretá-lo de novas formas: esse é o intuito da série de fotografias WOMANEHEROES, junção das palavras mulher e heroína, em inglês. A artista tcheca Eliška SKY, criadora do projeto, usou câmeras de grande formato para fotografar mulheres sob pinturas corporais, perucas e fantasias, e imprimir as imagens em tamanho de um corpo humano real. De acordo com ela, depois de anos de experiência na indústria da moda, sentiu a necessidade de representar corpos femininos “com um elemento de ludicidade e humor em oposição à publicidade na mídia ocidental”. E relembra que “todos os formatos e tamanhos são aceitos”.
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Nexo Jornal
Para alguns, o corpo é um esconderijo. Depois de sofrer um abuso sexual aos 12 anos, Roxane Gay passou a comer compulsivamente para afastar possíveis olhares e assédios e, anos depois, escreveu “FOME: UMA AUTOBIOGRAFIA DO (MEU) CORPO” (Globo Livros, 2017). A autora já é consagrada no universo literário e o título “Má Feminista” (Novo Século, 2016), outro livro seu, está para ser relançado no Brasil com nova tradução.
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LIBERATUM é uma organização multimídia e multidisciplinar que tem como objetivo empoderar e inspirar comunidades ao redor do mundo a criar um futuro melhor, mais diverso, igual, liberto, tolerante e compreensivo. No perfil do Instagram, o projeto celebra a DIVERSIDADE DE CORPOS — todos são representados em imagens sensíveis junto à passagens célebres de diferentes intelectuais.