As dicas da redação sobre o tema da semana

O Documentário da Netflix, “Dilema das Redes”, conta com ex-funcionários e executivos de empresas como Google, Facebook e Twitter para explicar os bastidores das grandes empresas de tecnologia. O ex-designer do Google, Tristan Harris, pontua no filme: “Se você não está pagando pelo produto, então você é o produto”. Os especialistas explicam que todos os seus dados são armazenados para serem utilizados na venda de propaganda e produtos especializados.

Quem vê close, vê corre? No caso do projeto “The Follower”, conduzido pelo artista Dries Depooter, sim. Ele gravou dez dias de câmeras públicas e rastreou fotos no Instagram com a ajuda de Inteligência Artificial (IA). Depois montou o comparativo dos bastidores da publicação com a foto postada. O artista chama a atenção para a quantidade de vigilância sob nossa imagem que não fazemos ideia. Um dos casos viralizados aconteceu com o brasileiro, David Welly Sombra Rodrigues, professor de Francês. Para a foto casual, o professor fez algumas poses em frente à entrada vermelha do Temple Bar, em Dublin, e até adicionou um copo de cerveja para compor a fotografia — como pudemos ver pelas câmeras públicas.

O Podcast “O Assunto”, aborda a regulamentação das mídias contra desinformação e a transparência no funcionamento dos algoritmos, em seu episódio “Redes Sociais – os desafios para moderar o conteúdo”. O tema foi motivado pela tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023 e entrevista a jornalista Patrícia Campos Mello, autora do livro “A Máquina do Ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital”.

“Control Z” é uma série mexicana produzida pela Netflix que retrata as gerações mais jovens a partir de um vazamento de informações pessoais e privadas dos alunos de um colégio. A personagem principal, Sofia (Ana Valeria Becerril), está determinada em descobrir quem é o responsável pelo ataque hacker. Além do bullying, inseguranças e amadurecimento, a série aponta para a frágil privacidade das redes e como vidas podem ser destruídas em um clique.

Se a segurança não é tão garantida, Jaron Lanier, considerado o pai da realidade virtual e uma das maiores referências (e críticos) do Vale do Silício, escreveu “Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais”. Neste manifesto o autor apresenta os dez principais motivos que o fez não ter redes sociais como dicas para você o segui-lo, alguns deles são: a verdade é distorcida, limita o livre-arbítrio, destrói a sua empatia, te tornam um “babaca”, te deixam infeliz e torna o debate político impossível.

“O mundo do avesso – Verdade e política na era digital”, escrito pela antropóloga Letícia Cesarino, reflete sobre o comportamento da sociedade lidando com o pós-verdade, negacionismo e conspiracionismo num mundo em que a internet se tornou massivamente disseminada, tornando-se a principal arena de comunicação política em diversos países.

E se a Facebook (atual Meta) vazasse seus dados e uma empresa utilizasse para te induzir a votar em um candidato durante as eleições? Esse ato, considerado um dos maiores escândalos da atualidade, aconteceu durante as eleições dos Estados Unidos, em 2016, que elegeu Donald Trump. O candidato eleito contratou a empresa de análise de dados Cambridge Analytica para criar uma campanha publicitária com peças direcionadas para manipular as massas. O documentário “Privacidade Hackeada” explica o caso e todas as nuances do processo judicial até o momento da publicação, em 2019.

O episódio 11 do podcast “Resumido”, produzido por Bruno Natal, comenta em 23 minutos a F8 (convenção de desenvolvedores da Facebook) de 2019 e as atualizações da empresa. O foco foi a privacidade (Mark Zuckerberg disse mais de 80 vezes a palavra durante o discurso) e como esse direito é estabelecido nas redes sociais — tópico importante após as denúncias de vazamento de dados no caso da Cambridge Analytica nas eleições de 2016, abordado no documentário anterior.

Para finalizar, um pouco da insanidade que discursos de ódio podem causar estão no filme da Netflix, “Rede do Ódio” que narra a história de Tomasz (Maciej Musialowski). Ele começa a trabalhar para uma empresa que desenvolve conteúdos falsos, e espalha ódio online, atacando personalidades famosas e políticos. A atividade constante acaba o consumindo e revela um comportamento sociopata do personagem. Fica o alerta se você é do tipo hater.