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Bloco de notasFilmes para quem ama literatura
De um documentário com James Baldwin à vida de Elizabeth Bishop no Brasil, histórias reais e fictícias que têm a leitura e a escrita como personagens principais
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Filmes para quem ama literatura
De um documentário com James Baldwin à vida de Elizabeth Bishop no Brasil, histórias reais e fictícias que têm a leitura e a escrita como personagens principais
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Vencedor do Oscar 2024 de melhor roteiro adaptado, o filme “American Fiction” (2023), de Cord Jefferson, apropria-se de estereótipos da negritude para criticar o padrão de sofrimento em obras negras. O longa-metragem, uma sátira, acompanha Monk (Jeffrey Wright), um escritor negro que, apesar de brilhante, não consegue emplacar sua obra. Insatisfeito com a situação, ele escreve um livro cheio de preconceito e assina com um pseudônimo. O que Monk não esperava é que o título fizesse tanto sucesso. Disponível no Prime Video.
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“Emily” (2022), de Frances O’Connor, não tem o objetivo de ser uma obra biográfica fiel sobre a inglesa Emily Brontë (1818-1848), mas uma ficção que mostra uma vida conturbada. Nascida em uma família rígida, Emily (Emma Mackey) se recusou a aceitar os padrões sociais do século 19 e viveu um romance proibido com Weightman até a sua morte. O sofrimento causado pela perda desse amor a levou a escrever “O Morro dos Ventos Uivantes” (1847). Se você ainda não leu o romance, após o filme certamente vai incluí-lo na sua lista de compras. Disponível no YouTube Filmes.
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Em 2006, Philip Seymour Hoffman (1967-2014) foi premiado com o Oscar de melhor ator pelo o papel principal no filme “Capote” (2005), de Bennett Miller. O drama biográfico narra a investigação, feita por Truman Capote, dos assassinatos em uma cidade pequena no Kansas. Como resultado da apuração, ele escreveu “A Sangue Frio” (Companhia das Letras, 1965). O que vemos no longa é o lado pessoal do escritor e o processo jornalístico de apuração ao longo de seis anos, que levanta debates éticos na profissão. Disponível no Prime Video.
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O curta documental “James Baldwin: O Homem em Paris” (1970), de Terence Dixon, relata o encontro do renomado escritor com um entrevistador branco em pontos turísticos famosos da capital francesa. Entre perguntas ruins, o autor responde sucintamente, criando uma tensão desconfortável durante os 30 minutos do filme. Em outro momento da obra, Baldwin se encontra com um grupo de jovens negros, o que o faz mudar para uma versão mais expressiva e aberta. Disponível na Mubi.
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Estrelado por Adam Driver, “Paterson” (2017), de Jim Jarmusch, conta a história de um motorista de ônibus cuja rotina comum de dirigir, conversar com os passageiros e amar Laura, sua esposa (Golshifteh Farahani), é transpassada pela poesia que ele escreve nos intervalos. O relacionamento fica abalado quando ela passa a insistir para que os poemas sejam publicados, enquanto o motorista entende sua escrita apenas como um hobbie simples. Disponível no Prime Video.
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Em meio às transformações da era digital, “Vidas Duplas” (2018), de Olivier Assayas, traz diálogos reflexivos da elite intelectual parisiense. O editor bem-sucedido Alain (Guillaume Canet) precisa analisar se a nova obra de seu principal autor é boa o suficiente para ser publicada e, aparentemente, o manuscrito não é bom. Cabe a atriz e esposa de Alain, Selena (Juliette Binoche), tentar convencê-lo de que está bem escrito, o que revela rachaduras no relacionamento. O filme vai além do drama romântico para apresentar bastidores do mercado editorial francês. Disponível no Globoplay.
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No clássico “Louca Obsessão” (1990), de Rob Reiner, Paul Sheldon (James Caan) é um célebre escritor que sofre um acidente de carro. A enfermeira designada para acompanhar a recuperação do autor é Annie (Kathy Bates), uma grande admiradora de seus romances. Durante esse período, ela acessa o manuscrito do próximo livro, que mostra que sua personagem preferida será morta. É nesse momento que se revela uma personalidade doentia e perigosa. Disponível no Prime Video.
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“Meia-Noite em Paris” (2011), de Woody Allen, foi indicado ao Oscar de melhor roteiro com um enredo que conta a história do jovem e frustrado escritor Gil Pender (Owen Wilson) em busca da fama durante uma passagem por Paris com a noiva. Numa tentativa de explorar sozinho a cidade — e de descansar a mente longe das futilidades da viagem —, ele volta no tempo e conhece a turma de escritores e artistas dos loucos anos 1920, que o fazem repensar a vida que tem levado. Disponível na Netflix.
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Baseado no livro “Max Perkins: Um Editor de Gênios” (Intrínseca, 2014), escrito por A. Scott Berg, o drama biográfico “Genius” (2016), de Michael Grandage, acompanha a relação de Max Perkins (Colin Firth), célebre por seu trabalho com Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e Thomas Wolfe. A personalidade forte de Perkins é explorada, ao mesmo tempo que acompanhamos os bastidores da publicação de um grande romance de Wolfe (Jude Law).
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Em “Flores Raras” (2013), de Bruno Barreto, assistimos à poeta norte-americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto) viver uma história de amor com a arquiteta carioca Lota de Macedo Soares (Gloria Pires). A obra explora estereótipos brasileiros, como a beleza tropical e a sensualidade, para discuti-los e quebrá-los. Ao mesmo tempo, exalta o poder da arquiteta brasileira e a sensibilidade e o amadurecimento de Bishop. Disponível na Netflix.
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