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5 dicasComo voltar a confiar após uma traição
Autoconhecimento, ajuda profissional, conversa, um novo acordo no relacionamento. Especialistas dão dicas para o retorno da confiança depois de um caso extraconjugal do parceiro ou da parceira
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Autoconhecimento, ajuda profissional, conversa, um novo acordo no relacionamento. Especialistas dão dicas para o retorno da confiança depois de um caso extraconjugal do parceiro ou da parceira
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Detalhes da traição? Não queira saber! –
Rompantes de curiosidade para saber tim-tim por tim-tim como uma traição ocorreu não faz bem a ninguém, sobretudo à pessoa traída da relação, de acordo com Marina Simas de Lima, cofundadora do Instituto do Casal, sexóloga e terapeuta de casal e família. Para a especialista, aquelas perguntas clássicas, como “quantas vezes vocês transaram?”, “sobre o que conversaram?”, “onde foi?” e “como foi?”, servem apenas para dificultar a superação, além de deixar a vítima da infidelidade do parceiro presa numa espécie de bola de neve de obsessividade. “Questionamentos do tipo não agregam nada, pelo contrário, acabam deixando as pessoas aprisionadas nesse mesmo assunto”, diz. -
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Busque ajuda profissional e fale sobre suas dores –
Quer falar sobre a traição — sem entrar nos detalhes que machucam ainda mais —, tentar compreender os porquês? A conversa, segundo Lima, é muito válida, mas esse papo deve ter dia e hora certa para acontecer, como numa sessão de terapia, individual ou de casal, ou até num momento fixo agendado pelos dois com a função de elucidar os fatos. “Uma vez por semana, por exemplo, você vai estar naquele horário específico para conversar sobre isso e conseguir elaborar melhor. É fundamental aparar as arestas, falar das dores.” Conforme a psicóloga explica, essas ocasiões são essenciais porque se a pessoa não fala, de repente há uma explosão: “Vem um desequilíbrio emocional, um flashback de alguma coisa que surgiu na memória, e aí começam os conflitos, o casal passa a guerrear, voltam a dor e o ressentimento. E, assim, os dois mais se afastam do que se aproximam. Por isso, é preciso buscar novas vivências, experiências boas para uma reconexão que, gradativamente, vão reconstruindo a confiança. Agora, essa reconstrução da confiança é demorada”, ressalta. -
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Autoconhecimento: a chave para um processo de compreensão –
Renata Runavicius Toledo, psicóloga e psicanalista, professora e doutora em psicologia clínica pela USP, não acredita que a confiança pode ser reconstruída após um caso extraconjugal de uma das partes de um casal. Pesquisadora do tema traição, a profissional fala que o que é restabelecido é o autoconhecimento de quem foi traído. “É uma questão muito pessoal, em que é necessário a pessoa primeiro se perguntar como e se, de fato, vai lidar com a ideia de que foi traída”, afirma. O autoconhecimento, portanto, entra nesse ponto. “Acho que você vai aceitando que aquela pessoa funciona de um jeito e que aquele jeito não é, necessariamente, o que você desejava — normalmente, não é mesmo. A gente não encontra no outro uma fonte de satisfação plena. Então, a fidelidade também já entra em questão. Poxa, como eu vou confiar em alguém se eu pouco me conheço e pouco conheço o quanto o meu desejo pode me levar a ficar com essa pessoa ou a desejar outras pessoas também? Eu acho bem ilusória essa história de restabelecer a confiança, o que se restabelece é uma relação de aceitação. As pessoas decidem continuar juntas e a viver bem com essa escolha”, conclui. Toledo acrescenta que, depois de uma infidelidade e da decisão de continuar naquela relação que foi abalada por uma quebra de credibilidade, é feito um novo contrato para se levar uma vida boa, mas “uma vez que a confiança é quebrada, é bastante difícil de recuperá-la, é como um vaso que ficou trincado; caiu, quebrou, você cola, mas ele nunca mais vai ser o mesmo vaso”. -
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Ambos precisam estar engajados para a retomada –
Além de longo e tortuoso, o caminho que leva ao perdão e, em seguida, ao retorno da confiança no outro ou nova aposta naquele relacionamento, não é linear. “Às vezes, do nada, quem foi traído tem algumas recaídas, o que é normal, e dá mil passos para trás. Então, é importante ter paciência, resiliência, jogar no mesmo time e fazer combinados para acalmar um ao outro e para se conectar com o outro”, lista Marina Simas de Lima. Nesses acordos, podem estar mais ligações ou mensagens, conversas sinceras. Nada que aprisione o cônjuge, mas ações que, de alguma forma, consigam demonstrar carinho, satisfação, preocupação e, sobretudo, segurança. -
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Considere um novo acordo para o relacionamento –
Há muitos casais que se amam e não querem deixar de viver juntos, porém, uma das partes trai — ou os dois já traíram em algum momento —, como conta Lima. “Essa pessoa trai por uma transa inusitada ou por uma oportunidade de se movimentar, de fazer algo diferente na rotina. Nesses casos, quem foi traído se sente ainda mais magoado”, comenta. Para evitar situações assim e reforçar a confiança, uma sugestão, caso as duas partes concordem, obviamente, pode ser abrir o relacionamento. É o que acredita a psicóloga, terapeuta de casal e cofundadora do perfil Reflexões & Conexões Não Mono. “Abrir a relação pode matar um pouco essa carência e propor uma aproximação dos parceiros, colocá-los para conversar sobre acordos e regras, e consequentemente sobre todo o resto. Vejo muito isso nos casais que atendo.” Renata Runavicius Toledo concorda. “Você não vai passar a vida desejando uma única pessoa. Provavelmente, você vai viver fazendo escolhas e abrindo mão de questões desejantes. A confiança que se estabelece numa relação depende de como essa relação foi constituída. Hoje em dia, cada vez mais as pessoas estão abrindo os relacionamentos para não lidarem com questões que a lei impõe, de que você tem que ser fiel, monogâmico. No entanto, o desejo é algo poligâmico. E por mais que você escolha uma pessoa, o seu desejo não fica direcionado somente a ela”, justifica. Mesmo que a escolha da dupla não seja um relacionamento não monogâmico, um novo acordo pós-traição deve ser feito e bastante conversado para que ninguém sofra no decorrer do tempo.
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