A poeta Bruna Beber fala sobre a poesia brasileira — Gama Revista
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Renato Parada

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Podcast da semana

Bruna Beber: "Nunca vivi um momento tão bom da poesia para as mulheres"

Poeta que está na programação oficial da Flip fala sobre as fronteiras entre poesia e crônica e como o ouvido e o samba a ajudaram a encontrar sua voz lírica

Isabelle Moreira Lima 19 de Novembro de 2023

Bruna Beber: “Nunca vivi um momento tão bom da poesia para as mulheres”

Isabelle Moreira Lima 19 de Novembro de 2023
Renato Parada

Poeta que está na programação oficial da Flip fala sobre as fronteiras entre poesia e crônica e como o ouvido e o samba a ajudaram a encontrar sua voz lírica

É notável o número de mulheres poetas brasileiras que participam da Festa Literária Internacional de Paraty neste ano. Entre elas, está a fluminense Bruna Beber, que afirma que este é um dos melhores momentos para as poetas no país. “Vejo muitas mulhres publicando e traduzindo poesia, muitos eventos voltados para a poesia, saraus, leituras, nunca vivemos um momento tão profícuo de circulação da palavra poética, escrita e falanda por mulheres”, afirma a convidada desta edição do Podcast da Semana sobre literatura.

Beber, que é também tradutora e letrista, lançou neste ano “Veludo Rouco”, pela Companhia da Letras, e “Sal de Fruta”, que reúne 15 crônicas sobre frutas, pelo Círculo de Poemas, fala da proximidade da crônica com a poesia e da poesia com a vida cotidiana. “Estamos versando cada vez mais sobre o que está muito próximo, de dentro da vida. Ainda falamos de amor e morte porque a vida é a principal matéria, mas existe o banal, que está tão dentro da vida quanto o amor e a morte. Tudo se mescla e dá essa falsa impressão de simplicidade, de algo mais pueril, mais coloquial”, afirma sobre o tom aparentemente trivial da poesia contemporânea.

Ao Podcast da Semana, a poeta conta sobre seu processo de escrita e reescrita, de como grava e ouve a própria voz para encontrar o ritmo certo. Vem do ouvido bem treinado pela proximidade com o samba a vontade de ouvir o que escreve. Já para compor letras, ela criou um jeito próprio de “desenhar” a música e assim encontrar a métrica certa. É dela a letra de “Que Estrago”, do álbum “Letrux em Noite de Climão” (2017).

Radicada em São Paulo desde 2007, lançou seu primeiro livro, “A Fila Sem Fim dos Demônios Descontentes” (Ed. 7Letras) um ano antes. Como tradutora, é responsável pela edição de “Hamelet”, de Shakespeare, para a editora Ubu, bem como a série de clássicos infantis “Dr. Seuss”, pela Companhia das Letrinhas. Na entrevista a Gama, Beber também fala sobre sua experiência em tradução e como encontra o momento certo para “aparecer” e para “sumir” nesses textos.

Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

No link abaixo e também no Deezer, Spotify, Apple Podcast, Google Podcast você escuta este episódio.