Yondr

Pochete anticelular Yondr

Marca norte-americana vende bolsinha com fecho magnético para lacrar o smartphone, promovendo espaços de desconexão e foco, livres de fotos e redes sociais, como casas de shows, casamentos e escolas

Ana Elisa Faria 04 de Fevereiro de 2025
  • O QUE É

    Uma bolsinha feita de tecido acolchoado cinza, com alguns detalhes em verde, desenvolvida exclusivamente com o objetivo de trancar smartphones para promover momentos e criar ambientes livres de celulares — sobretudo das luzes que os aparelhos emitem e das distrações que eles causam. A pochete, que tem um fecho magnético, vem acompanhada de um dispositivo desmagnetizador similar às etiquetas antifurtos adotadas por grandes lojas. As bolsas da marca norte-americana Yondr são usadas em escolas, shows musicais, espetáculos de comédia, sets de filmagem, tribunais, spas e em variados tipos de eventos sociais, como casamentos. O acessório é utilizado assim: ao chegar no espaço em que o telefone é proibido — como as instituições de ensino, privadas e públicas, da educação básica brasileira —, o objeto deve ser depositado dentro da bolsa, que fica lacrada, porém, em posse do dono do celular durante todo o tempo. Na saída do local, ou quando precisar fazer e atender uma ligação ou enviar uma mensagem, basta levar a bolsa a uma base de desbloqueio e, pronto, o smartphone poderá voltar a ser utilizado.

  • QUEM FEZ

    A Yondr foi fundada em 2014 pelo ex-jogador de futebol e empresário americano Graham Dugoni, que, aos poucos, foi se incomodando com a maneira como as pessoas ficavam grudadas no celular em qualquer ocasião, enquanto a interação social cara a cara ficava em segundo plano, e também com questões relacionadas à privacidade em grandes eventos. O ápice foi uma cena presenciada no ano de 2013, no Treasure Island Music Festival, em São Francisco. “Eu vi um cara dançando muito bêbado e dois estranhos gravando a cena e, depois, postando no YouTube sem o conhecimento da pessoa”, disse Dugoni ao jornal The New York Times. Assim, com 15 mil dólares na conta, ele começou a desenvolver o produto e a marca. Foram cerca de seis meses elaborando o design, testando tecidos e dispositivos de travamento, visitando lojas de ferragens e consultando fornecedores chineses até o protótipo, costurado à mão, ficar pronto. Em seguida, o empreendedor foi atrás de investimento no Vale do Silício, mas empresários locais acharam a ideia de eventos sem smartphones absurda. Depois de inúmeras tentativas, conseguiu arrecadar 100 mil dólares de investidores-anjo para dar o pontapé inicial. O lucro veio com apenas seis meses de companhia. No fim de 2015, o acessório caiu nas graças do comediante Dave Chappelle, que há tempos andava irritado com a quantidade de espectadores que assistiam às suas apresentações, filmavam e postavam nas redes sociais antes mesmo do fim do espetáculo — ele foi o primeiro famoso a usar a pochete em seus shows. Em 2016, a tecnologia da Yondr já era utilizada em 57 estabelecimentos comerciais e em 300 escolas. Hoje, é líder do segmento, ajudando educadores — atualmente, a empresa está em mais de três mil instituições escolares —, artistas, famílias, organizações e empresas em todo o mundo a criar espaços sem telefone.

  • POR QUE É TÃO DESEJADA

    Em um mundo de hiperconexão e excesso de estímulos, a pochete anticelular da Yondr é desejada por pessoas que querem privacidade em eventos, por quem deseja se desconectar por algumas horas do dia, por artistas que necessitam de concentração no palco e que almejam um público presente, sem distrações, além de pais, mães e cuidadores de crianças e adolescentes com vício em telas, professores, coordenadores pedagógicos e diretores escolares. Na cidade de São Paulo, por exemplo, com o objetivo de frear os danos do uso excessivo do celular ao aprendizado e à saúde mental dos alunos, a escola particular Alef Peretz, localizada no clube judaico A Hebraica, adotou no início de 2024 — portanto, um ano antes da Lei 15.100/2025, que proíbe o uso de smartphones nas classes, nos recreios e nas atividades extracurriculares das instituições de ensino — as bolsinhas guarda-telefone da Yondr. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a Peretz importou as pochetes, que foram custeadas pelas famílias — cada uma saiu por aproximadamente R$ 170. Principalmente nos EUA, muitos músicos, como a cantora Alicia Keys, o rapper e ator Donald Glover (que se apresenta musicalmente como Childish Gambino) e a banda Guns N’ Roses já fizeram uso da peça em apresentações.

  • VALE?

    Vai depender do tamanho do seu vício em celular e do dinheiro disponível na conta para investir no objeto. Caso você esteja firme no propósito de passar menos horas à frente do smartphone, checando de minuto em minuto notificações e acessando as redes sociais, pode valer. Apesar do preço um tanto salgado no Brasil — cerca de R$ 170 cada pochete para uma compra de grandes quantidades, como escolas costumam fazer; o valor unitário deve ser um pouco mais caro —, é um investimento válido em prol da saúde mental e da concentração para as tarefas básicas do dia a dia ou durante algum evento especial. Fora do país, as bolsinhas podem ser alugadas por instituições, como escolas, ou espaços que realizam shows e oferecem o serviço aos clientes, e aí, sim, o investimento deve valer ainda mais a pena. Para quem ainda não tem o costume de ficar longe do telefone por alguns períodos, talvez os primeiros usos causem certa — ou muita —ansiedade, mas, aos poucos, passa. A desconexão é também uma questão de costume.

  • ONDE COMPRAR

    A Yondr não tem uma loja ou representantes no Brasil, mas é possível comprar a pochete anticelular pelo site da empresa, a partir desta página.

Quer mais dicas como essas no seu email?

Inscreva-se nas nossas newsletters

  • Todas as newsletters
  • Semana
  • A mais lida
  • Nossas escolhas
  • Achamos que vale
  • Life hacks
  • Obrigada pelo interesse!

    Encaminhamos um e-mail de confirmação